universidade federal fluminense programa de pós-graduação - UFF
universidade federal fluminense programa de pós-graduação - UFF
universidade federal fluminense programa de pós-graduação - UFF
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A exclusão seria o efeito mais perverso dos processos <strong>de</strong> inclusão subordinada dos<br />
países latino-americanos nos “núcleos globalizados” do capitalismo mundial, e que, para isso,<br />
abrem mão da integração <strong>de</strong> uma parcela significativa <strong>de</strong> sua população.<br />
... países como os nossos, com <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s abismais entre as várias<br />
classes sociais, esse tipo <strong>de</strong> política transforma-se em exclusão (...)<br />
(...) “A diferença, expressada com eloqüência por ninguém menos do<br />
que o presi<strong>de</strong>nte F. H. Cardoso é <strong>de</strong> que não se preten<strong>de</strong> (e ele diz que<br />
não se po<strong>de</strong>) mais integrá-los, mesmo que seja através das clivagens<br />
reificadas pelo processo <strong>de</strong> acumulação. Ele criou o neologismo<br />
“inempregáveis” para nomear os que, na nova or<strong>de</strong>m globalizada em que<br />
o país se insere, não terão nenhuma vez (OLIVEIRA, 1998, p.213/214).<br />
Diversos autores analisam as transformações atuais – reestruturação produtiva,<br />
acumulação flexível, políticas neoliberais, entre outras - como uma resposta às crises do<br />
capitalismo, e vêem nelas um esforço <strong>de</strong>ste regime em manter seu ritmo <strong>de</strong> acumulação.<br />
Consoante com essas premissas, <strong>de</strong>bruçam-se sobre o curso do padrão <strong>de</strong> acumulação taylorista-<br />
fordista e i<strong>de</strong>ntificam seu esgotamento como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital. E, nesse esforço<br />
<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a trajetória do capitalismo, o fordismo, com seus esquemas rígidos <strong>de</strong> produção<br />
e gerenciamento, já não respondia, em especial a partir da década <strong>de</strong> 1970, às <strong>de</strong>mandas que<br />
vinham sendo postas em jogo. Dessa forma, gesta-se um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> acumulação que vai se<br />
chamar <strong>de</strong> “flexível”, <strong>de</strong>screvendo-o como marcado por um confronto direto com a rigi<strong>de</strong>z do<br />
fordismo. A acumulação flexível se apóia na flexibilida<strong>de</strong> dos processos <strong>de</strong> trabalho, dos<br />
mercados <strong>de</strong> trabalho, dos produtos e padrões <strong>de</strong> consumo. Caracteriza-se pelo surgimento <strong>de</strong><br />
setores <strong>de</strong> produção inteiramente novos, novas maneiras <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> serviços financeiros,<br />
novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas <strong>de</strong> inovação comercial, tecnológica<br />
e organizacional. Se, <strong>de</strong> um lado, as inovações e transformações atingem diferentemente as<br />
regiões geográficas do globo, criando abismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e provocando conseqüências<br />
nada igualitárias para os que se encontram à margem das benesses do capitalismo, por outro,<br />
<strong>de</strong>ntro das regiões “<strong>de</strong>sprivilegiadas”, emergem e consolidam-se profundas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s.<br />
31