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universidade federal fluminense programa de pós-graduação - UFF

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A condição juvenil remete a uma etapa do ciclo <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> ligação entre a infância, tempo<br />

da primeira fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento corporal (físico, emocional intelectual) e da primeira<br />

socialização, <strong>de</strong> quase total <strong>de</strong>pendência e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção, para a ida<strong>de</strong> adulta, capaz <strong>de</strong><br />

exercer as dimensões <strong>de</strong> produção, reprodução e participação.<br />

A juventu<strong>de</strong> se evi<strong>de</strong>ncia quando o indivíduo esboça necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência em<br />

relação à família e começa a buscar a auto-suficiência. O <strong>de</strong>senvolvimento se dá <strong>de</strong> forma<br />

contínua e o jovem inicia, na adolescência, seus contatos com grupos <strong>de</strong> acordo com seus<br />

interesses e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escolhas, ampliando, assim, sua experiência <strong>de</strong> vida.<br />

Para SPOSITO (1993), os jovens são espelhos da socieda<strong>de</strong> inteira, uma espécie <strong>de</strong><br />

paradigma dos problemas cruciais dos sistemas complexos. Representam tensões entre a<br />

expansão das chances <strong>de</strong> vida e o controle difuso; entre possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> individuação e <strong>de</strong>finição<br />

externa da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Assim, a mobilização juvenil torna-se elemento revelador, trazendo à luz<br />

as <strong>de</strong>mandas profundas, os problemas e as tensões que percorrem toda a socieda<strong>de</strong>.<br />

A peculiarida<strong>de</strong> da condição da juventu<strong>de</strong> - a vivência <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> “moratória<br />

social” – permite que o sujeito possa vivenciar experiências diferenciadas e produzir novas<br />

alternativas <strong>de</strong> vida social (FORACCHI, 1972). Essa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> questionar está relacionada<br />

ao fato <strong>de</strong> o jovem estar em uma fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação do próprio território e <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

mais singularizada (SALEM, 1986). Essa experiência é constituída, cada vez mais, <strong>de</strong><br />

...re<strong>de</strong>s que se estabelecem nos contextos familiares, nos contextos da<br />

produção, nos contextos da cidadania, e nos contextos da mundialida<strong>de</strong><br />

concorrem para a formação <strong>de</strong> sujeitos cada vez mais imersos em<br />

processos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> social e em contato com saberes cada<br />

vez mais se apresentam como transversais (CARRANO, 2002).<br />

A potencialida<strong>de</strong> que os jovens <strong>de</strong>monstram <strong>de</strong> recusar valores e norma consi<strong>de</strong>radas<br />

fundamentais pela socieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> não se concretizar, ou apenas ser provisória, já que eles<br />

reivindicam o direito à provisorieda<strong>de</strong> e à reversibilida<strong>de</strong> das escolhas, assim como o direito à<br />

individualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> mudar a própria existência (MARQUES, 1997).<br />

A idéia <strong>de</strong> que os jovens po<strong>de</strong>m optar por diversos caminhos é complementada pela noção<br />

<strong>de</strong> liminarida<strong>de</strong>. Estes jovens vivem entre códigos <strong>de</strong> regras distintas, entre a família, a escola, a<br />

organização, a atração exercida pela rua e os grupos que a povoam. Os limites que separam a<br />

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