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LOPES, João Marcos de Almeida ; RIZEK, Cibele Saliba. O ... - Usina

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Numa outra vertente, o processo <strong>de</strong> provisão habitacional instaurado<br />

no Uruguai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final dos anos 60 – a Lei 13.728 (Ley Nacional <strong>de</strong> Vivienda),<br />

que encaminharia as recomendações já formuladas num Plan Nacional <strong>de</strong><br />

Vivienda <strong>de</strong> 1962, foi sancionada em 1968 – acabaria compondo talvez a<br />

principal referência para a construção <strong>de</strong>sse imaginário autogestionário <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> moradias. A experiência uruguaia surgia, naquele momento,<br />

com uma carga política muito mais acentuada, principalmente pelo fato <strong>de</strong><br />

vincular-se, operacionalmente, às organizações sindicais do país. É sabida,<br />

por exemplo, a resistência que as Cooperativas <strong>de</strong> Vivienda exerceram durante<br />

todo o período em que se manteve o regime <strong>de</strong> exceção no Uruguai.<br />

Seria a partir <strong>de</strong>ssas matrizes originais que surgiriam, basicamente, as<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se pensar a produção <strong>de</strong> moradias por ajuda mútua – a<br />

partir <strong>de</strong> princípios autogestionários no Brasil –, que foram, pouco a pouco,<br />

sendo disseminadas pelos técnicos e cultivadas pelos movimentos sociais,<br />

num primeiro momento, para posteriormente serem admitidas <strong>de</strong> forma<br />

programática também pelo po<strong>de</strong>r público. Conforme alguns <strong>de</strong>poimentos, a<br />

região Nor<strong>de</strong>ste parece ter sido influenciada <strong>de</strong> forma mais efetiva pelas<br />

idéias <strong>de</strong> Turner (ainda <strong>de</strong> forma muito incipiente no Projeto Taipa, <strong>de</strong> Acácio<br />

Gil Borsói, em Cajueiro Seco ou mesmo pelo grupo ThABA, com as experiências<br />

em tecnologias construtivas no Ceped, em Camaçari, na Bahia, até a<br />

presença da agência francesa GRET, em Fortaleza, através da ação <strong>de</strong> Yves<br />

Cabannes), enquanto Sul e Su<strong>de</strong>ste parecem ter maior lastro na experiência<br />

uruguaia (o movimento cooperativista no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, <strong>de</strong> forma mais<br />

genérica; e no caso <strong>de</strong> São Paulo, principalmente, como resultado da atuação<br />

do engenheiro Guilherme Coelho, que, a partir <strong>de</strong> uma intensa exposição<br />

<strong>de</strong> um filme super-8 das Cooperativas Uruguaias, consegue “contaminar”<br />

o imaginário das periferias e <strong>de</strong> engenheiros e arquitetos paulistanos no início<br />

dos anos 80).<br />

Por outro lado, também os movimentos sociais urbanos empreen<strong>de</strong>ram,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 60, diversas ações ante a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalar-se na<br />

cida<strong>de</strong> ou simplesmente em face <strong>de</strong> conflitos que, sob certo aspecto, foram<br />

moldando o caráter <strong>de</strong> suas mobilizações, particularmente o Movimento <strong>de</strong><br />

Coletânea Habitare - Vol. 5 - Procedimentos <strong>de</strong> Gestão Habitacional para População <strong>de</strong> Baixa Renda

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