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Pornessência - Rodrigo Adamski

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O nome de Dora<br />

Nos jornais, as manchetes estampavam: “Presa<br />

suspeita de envenenar mais de vinte homens”.<br />

Na sala, além de Dora e o investigador, a fumaça<br />

dos cigarros e a intriga se beijavam. Fumaça de um maço<br />

onde restavam seis marlboros vermelhos. Para o investigador<br />

não havia dúvida: “Dora foi responsável pelo assassinato<br />

de vinte e três homens”. Como, era a intriga. Dora fora<br />

prostituta e sua bunda tão empinada quanto seus peitos era<br />

desejo de qualquer homem são.<br />

“Cuspo em ti, sim, seu investigador de merda!” -<br />

“Vagabunda!”, revida. “Continua, quero saber como matou<br />

esses pobres coitados”. A mulher ignora. Marcas em seu<br />

rosto, pescoço e braços deixam claro que o investigador<br />

Dutra estaria perdendo a paciência. De repente fosse a hora<br />

dela por em prática seu plano. Dora calcula, decide e abre<br />

a boca. Certa do que precisa, solta uma frase tão maliciosa<br />

quanto o investigador jamais poderia perceber. “Gato, façamos<br />

um trato! Assim: não te digo, te mostro. Porém, tu me<br />

amarás agora e aqui”.<br />

Duas idéias se passavam na cabeça de Dutra e<br />

achara ele que só poderia ser um presente divino, desvendar<br />

esse abacaxi e ainda por cima traçar a gostosa da<br />

acusada. Eu, que escrevo, somo a isso três elementos para<br />

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