Pornessência - Rodrigo Adamski

Ignora-o. Ele quer conversa: “e aquelas rosas? Aposto que
foi o namoradinho, não é?! Beto a segura pelo braço e com
a outra mão procura o entre as pernas de Gabrielle. Ela o
ajuda a encontrar, morde o lábio, mas num segundo de distração
do tirissento de seu chefe, escapa. “No fundo tu adoraria
vir de boa vontade, como antes de ontem, não é?”, ele
com um sorriso sacana. “Acorda pra vida, seu inútil! Você
não deve nem tomar banho, qualquer boa vontade acabaria
com esse cheiro”, responde. “AH, cachorra. Vá trabalhar!
Coitado é desse garotinho aí, não sabe nada sobre você. Me
espanta ele ter vindo de uma cidade onde você não transou
com nenhum homem!”
Gabrielle finaliza: “Beto, deu! Tenho coisas mais
importantes do que discutir minha reputação”.
A moça segue organizando o balcão, até que, ao
terminar, vê se Beto não está por perto, esconde-se e liga
para sua casa. “Alô, Yuri?”..com voz sonolenta, responde do
apartamento de Gabrielle: “Ssssim, quem é?” “A Gabrielle,
sua besta!”
Ela não nota, mas Beto a observa a partir de agora.
“Ah, que susto, Gabi, por que não falou antes!?”
“Não posso demorar, é só pra avisar que o Tales vai para
aí hoje, então... melhor mudarmos os planos... vá para sua
casa, quando der eu te ligo, ta? Tenho que desligar” “Mais
essa.... o corno que se foda! Tá, eu vou pra casa, me liga...
beijo!”
* * *
Antes de sair, Yuri veste sua jaqueta e as botas.
Pega um papel e escreve algo. Dobra e deixa em baixo do
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