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Pornessência - Rodrigo Adamski

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Os boatos no caminho à delegacia eram que se<br />

tratava de um maníaco, um homem que precisava ser controlado.<br />

Cinco era o número de vítimas no último ano, todas<br />

com o mesmo fim. Logo, sua advogada lhe informou que<br />

provavelmente seria pena de morte ou prisão por incontáveis<br />

anos. Acreditava-se que o número de vítimas poderia<br />

ser maior.<br />

No entanto, ele continuava desconhecendo o motivo<br />

de sua prisão. Estranhava também o fato da advogada<br />

lhe fazer ao menos três visitas diárias, e ainda não obstante<br />

trazer alguns presentes. Segundo ela, tudo para diminuir a<br />

falta de conforto da delegacia.<br />

Francisco ao menos admitia que a madura advogada<br />

não era exceção, afinal, as mulheres sempre foram um<br />

problema na sua vida, não por falta, mas sim uma demasia<br />

quase incontrolável. Não foram poucas as brigas, entre elas,<br />

ou com seus namorados. Sobre isso, sentia-se inocente. Era<br />

simplesmente romântico, um homem que ainda entregava<br />

flores e bilhetinho de amor.<br />

No dia do julgamento, estava tranqüilo. Via tudo<br />

como um grande equívoco. Francisco não tinha coragem alguma<br />

para machucar alguém, quanto mais tirar a vida. A juíza<br />

do tribunal se apresentou desferindo um olhar fatal para<br />

seu corpo, em seguida, as testemunhas começaram o processo.<br />

Primeiro, um jovem rapaz, irmão de uma das supostas<br />

vítimas de Francisco, desabafou: “ela passou a viver de<br />

calmantes [...] mais tarde, após o sumiço dele, não resistiu<br />

tamanha dor e morreu”. Depois, um homem de cerca de 50<br />

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