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Os boatos no caminho à delegacia eram que se<br />
tratava de um maníaco, um homem que precisava ser controlado.<br />
Cinco era o número de vítimas no último ano, todas<br />
com o mesmo fim. Logo, sua advogada lhe informou que<br />
provavelmente seria pena de morte ou prisão por incontáveis<br />
anos. Acreditava-se que o número de vítimas poderia<br />
ser maior.<br />
No entanto, ele continuava desconhecendo o motivo<br />
de sua prisão. Estranhava também o fato da advogada<br />
lhe fazer ao menos três visitas diárias, e ainda não obstante<br />
trazer alguns presentes. Segundo ela, tudo para diminuir a<br />
falta de conforto da delegacia.<br />
Francisco ao menos admitia que a madura advogada<br />
não era exceção, afinal, as mulheres sempre foram um<br />
problema na sua vida, não por falta, mas sim uma demasia<br />
quase incontrolável. Não foram poucas as brigas, entre elas,<br />
ou com seus namorados. Sobre isso, sentia-se inocente. Era<br />
simplesmente romântico, um homem que ainda entregava<br />
flores e bilhetinho de amor.<br />
No dia do julgamento, estava tranqüilo. Via tudo<br />
como um grande equívoco. Francisco não tinha coragem alguma<br />
para machucar alguém, quanto mais tirar a vida. A juíza<br />
do tribunal se apresentou desferindo um olhar fatal para<br />
seu corpo, em seguida, as testemunhas começaram o processo.<br />
Primeiro, um jovem rapaz, irmão de uma das supostas<br />
vítimas de Francisco, desabafou: “ela passou a viver de<br />
calmantes [...] mais tarde, após o sumiço dele, não resistiu<br />
tamanha dor e morreu”. Depois, um homem de cerca de 50<br />
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