15.04.2013 Views

título do trabalho completo: letra maiúscula, negrito ... - X CELSUL

título do trabalho completo: letra maiúscula, negrito ... - X CELSUL

título do trabalho completo: letra maiúscula, negrito ... - X CELSUL

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Anais <strong>do</strong> X Encontro <strong>do</strong> <strong>CELSUL</strong> – Círculo de Estu<strong>do</strong>s Linguísticos <strong>do</strong> Sul<br />

UNIOESTE - Universidade Estadual <strong>do</strong> Oeste <strong>do</strong> Paraná<br />

Cascavel-PR | 24 a 26 de outubro de 2012 | ISSN 2178-7751<br />

com que as oclusivas surdas em início de sílaba na L2 acabem por apresentar VOT de duração<br />

consideravelmente mais curta <strong>do</strong> que o de um nativo. Zimmer (2004) refere-se a essa<br />

transferência como desaspiração das oclusivas surdas iniciais e, segun<strong>do</strong> a pesquisa<strong>do</strong>ra, o<br />

fator que leva falantes de PB à desaspiração envolve a ativação <strong>do</strong> conhecimento fonéticofonológico<br />

de sua língua materna. Em sua pesquisa, ela <strong>trabalho</strong>u com a leitura de palavras e<br />

não-palavras e analisou da<strong>do</strong>s de 156 estudantes em quatro estágios diferentes de<br />

aprendizagem: 50 no nível básico, 57 no intermediário, 34 no intermediário-avança<strong>do</strong> e 15 no<br />

avança<strong>do</strong>. Seu <strong>trabalho</strong> revela que o processo de desaspiração diminui significativamente<br />

conforme aumenta o nível de proficiência <strong>do</strong>s sujeitos. Ela conclui que a formação categórica<br />

de contrastes fonéticos da L2 é dificultada para adultos em razão da experiência linguística <strong>do</strong><br />

falante e não necessariamente na perda da plasticidade resultante da maturação neuronal.<br />

França (2011) trabalha com a aquisição da aspiração das plosivas surdas <strong>do</strong> inglês por<br />

falantes de PB em sua dissertação de mestra<strong>do</strong>. A pesquisa<strong>do</strong>ra analisa os da<strong>do</strong>s de 22<br />

sujeitos com diferentes níveis de proficiência e faz uso da gravação de sentenças-veículo em<br />

língua portuguesa e inglesa. França (2011) levanta os seguintes valores de VOT para o PB:<br />

19,56ms para [p], 21,66ms para [t] e 47,20ms e para [k]. Ela aponta, no entanto, que a<br />

literatura sobre VOT no Brasil é escassa e as médias encontradas foram consideravelmente<br />

maiores <strong>do</strong> que as relatadas por Istre (1983, apud França 2011), que equivalem a 12ms para<br />

[p], 18ms para [t] e 38ms para [k]. A autora nos remete ainda ao <strong>trabalho</strong> de Cho &<br />

Ladefoged (1999), para os quais é preciso que os segmentos apresentem valores de 55ms para<br />

[p], 70ms para [t] e 80ms para [k] a fim de que possam ser considera<strong>do</strong>s aspira<strong>do</strong>s.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se trata de da<strong>do</strong>s da língua inglesa obti<strong>do</strong>s de aprendizes<br />

falantes de PB, França (2011) encontra índices de VOT que correspondem a 27,43 para [p],<br />

45,83 para [t] e 58,61 para [k], ou seja, maiores <strong>do</strong> que aqueles apresenta<strong>do</strong>s na L1, o que a<br />

leva a concluir que os aprendizes encontram-se em uma etapa de desenvolvimento em direção<br />

à língua-alvo. Tal conclusão corrobora pesquisas anteriores que mostram que, conforme os<br />

aprendizes adquirem maior proficiência na língua, maiores tendem a ser os índices de VOT na<br />

realização de oclusivas surdas (ZIMMER, 2004).<br />

5 Meto<strong>do</strong>logia<br />

Os da<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s nesta pesquisa foram coleta<strong>do</strong>s em novembro de 2011 junto a <strong>do</strong>is<br />

brasileiros aprendizes de inglês como L2 e <strong>do</strong>is falantes nativos estadunidenses. Os brasileiros<br />

são ambos paranaenses, sen<strong>do</strong> uma informante de Curitiba, com idade de 31 anos e um<br />

informante de Ibaiti, com 24 anos. Na ocasião da coleta, ambos estudavam inglês no Centro<br />

de Línguas da Universidade Federal <strong>do</strong> Paraná, em nível pré-intermediário. Como ambos<br />

relataram ter estuda<strong>do</strong> inglês nesta instituição desde o nível inicial, é possível precisar que os<br />

<strong>do</strong>is informantes contavam com aproximadamente 300 horas de instrução da língua-alvo, o<br />

que acaba por ser um da<strong>do</strong> mais confiável <strong>do</strong> que a flutuante noção de nível préintermediário.<br />

Os informantes estadunidenses são ambos <strong>do</strong> sexo masculino, sen<strong>do</strong> o primeiro um<br />

estudante de 32 anos, originário de Tallahassee, Flórida e o segun<strong>do</strong> natural de Bar Harbor,<br />

Maine. Ambos estavam no Brasil há menos de um ano e, na ocasião da coleta, estudavam<br />

português no Centro de Línguas da Universidade Federal <strong>do</strong> Paraná.<br />

O corpus utiliza<strong>do</strong> contou com monossílabos nos quais as oclusivas surdas [p], [t] e<br />

[k] e as sonoras [b], [d] e [g] estavam em posição inicial inseri<strong>do</strong>s na sentença-veículo “Say<br />

______ to me”. Foram feitas 5 repetições da leitura das sentenças e, a cada repetição, a<br />

ordem de apresentação aleatória das sentenças era modificada. Os da<strong>do</strong>s foram grava<strong>do</strong>s no<br />

4

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!