QBMP 07 - CFAP

APOSTILA DE MÚSICA DA QBMP/7
Autor: CAP BM Músico Artur Ricardo Barreiros Cruz.
TEORIA MUSICAL E TOQUES MILITARES – QBMP/7
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
CFAP
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – CFS/2008
SUMÁRIO
1
Págs.
1. Música (definição – elementos constitutivos)..........................................02
2. Notação musical (notas, escala, pauta, claves, valores)...........................03
3. Divisão proporcional de valores...............................................................06
4. Ligadura e ponto de aumento...................................................................08
5. Compassos................................................................................................09
6. Quiálteras..................................................................................................12
7. Sinais, Palavras, Expressões e Abreviaturas............................................13
8. Principais toques militares utilizados no CBMERJ..................................14

APOSTILA DE MÚSICA DA QBMP/7
Autor: CAP BM Músico Artur Ricardo Barreiros Cruz.
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
CFAP
CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – CEFS
APOSTILA DE MÚSICA PARA QBMP/7
CAP. I
MÚSICA
1. O que é música?
R – É a arte dos sons, combinados de acordo com as variações da altura,
proporcionados segundo a sua duração e ordenados sob uma determinada
estética.
2. Quantos e quais são os três elementos fundamentais de que se
compõe a música?
R – São três: Melodia, Ritmo e Harmonia.
3. O que caracteriza a melodia?
R – É a parte cantada* da música.
* O verbo cantar, neste caso, é entendido, não apenas para a voz humana, mas para
qualquer instrumento musical que possui afinação precisa.
Exemplo: Podemos reconhecer o Hino Nacional Brasileiro, quando a melodia é cantada
(tocada) unicamente por uma flauta.
Repare que a letra de uma música independe da melodia. Pode-se apenas declamar uma letra
musical e, neste caso, não existe melodia, pois não foram executadas notas musicais.
4. O que caracteriza o ritmo?
R – O ritmo é caracterizado pelo movimento sucessivo de sons e de pausas
(não necessariamente alternados), onde se leva em conta a duração e
proporcionalidade do tempo de cada passo de movimento, bem como as
diferentes intensidades de cada som.
5. O que é harmonia?
R – Harmonia é caracterizada pela sucessão de acordes, que normalmente
formam o alicerce do acompanhamento melódico.
* Os acordes são grupos de notas musicais, que podem ser executadas, tanto de forma
simultânea ou arpejadas (notas sucessivas).
O estudo de harmonia se ocupa com o estudo da natureza, estrutura e encadeamentos dos
acordes.
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CAP. II
NOTAÇÃO MUSICAL – Noções Iniciais
6. O que é notação musical?
R – É a escrita musical.
7. Em vários países, usam-se as letras do alfabeto que conhecemos
para se escrever palavras, que por sua vez definirão um sentido, gerando
um determinado texto.
Na escrita musical, o que corresponderia às letras do nosso
alfabeto?
R – As notas musicais.
8. Quais os nomes das notas musicais?
R – Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.
Obs: Embora as notas musicais possuam sete nomes, na verdade existem doze notas
musicais. Observe a figura 01:
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI
(DÓ)
FIG. 01
Cada tecla preta terá, porém nunca ao mesmo tempo, dois nomes.
Observe a figura 02:
FIG. 02
sol#
ou
láb
sol lá
3
Repare na FIG. 01 que as notas DÓ, RÉ, MI,
FÁ, SOL, LÁ, SI, situam-se nas teclas
brancas. No entanto as teclas pretas também
executam notas musicais e são,
hierarquicamente, iguais as notas brancas,
ou seja, todas possuem a mesma
importância.
Repare na fig. 2, ao lado, que a tecla preta
localizada entre a nota sol e a nota lá, tanto
poderá se chamar sol# (sol sustenido), como
poderá também ser láb (lá bemol).

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Raciocinando de forma análoga, o restante das notas da escala teria a seguinte disposição,
dó# ré# fá# sol# lá# dó# ré#
ou ou ou ou ou ou ou
réb mib solb láb sib réb mib
dó ré mi fá sol lá si dó ré mi
conforme nos mostra a fig. 03.
As razões que determinam a escolha para o nome correto das teclas pretas (bemol ou
sustenido) são objetos de estudo das escalas diatônicas, não sendo oportuno, portanto, a
explicação, nessa fase de estudo da teoria musical.
9. O que é pauta ou pentagrama?
R - É um conjunto gráfico formado por cinco linhas paralelas e eqüidistantes,
cuja finalidade é possibilitar o processo da escrita musical. (FIG. 04)
FIG. 04
10. Como são representadas, graficamente, as notas musicais?
R – Por pequenos círculos elípticos, situados, ou nos espaços entre as linhas
da pauta, ou sobre as linhas da mesma. (FIG. 05).
FIG. 05
11. O que são as claves e para que servem?
R – As claves são sinais colocados, normalmente, no início da pauta e servem
para dar nome e altura* às notas.
*Em música, o termo altura está relacionado à freqüência de onda sonora e nunca à
intensidade do som. Quanto mais alta for a altura, maior será a freqüência e mais agudo será o
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som. Já o contrário, quanto menor for a altura de um determinado som, mais baixa será a
freqüência, o que significa dizer que mais grave será o som.
Existem três claves: de sol, de dó e de fá. São assim chamadas porque nas linhas onde são
escritas, se encontram as notas: dó, fá e sol. (FIG. 06).
Clave
de Dó
Clave
de Fá
Se não tivermos nenhuma clave situada no início da pauta, não poderemos jamais identificar
as notas. (FIG. 07)
FIG. 07
Agora as mesmas notas, porém com a clave de sol. (FIG. 08).
FIG. 08
Fig. 06
Nesse estudo, cujo enfoque é voltado para a QBMP/7, concentraremos a atenção
apenas na clave de sol, já que as demais claves não são utilizadas nos toques
militares para corneta.
As notas musicais, de acordo com a sua altura, recebem os seguintes nomes: dó, ré, mi, fá,
sol, lá, si. Esses nomes se repetem de sete em sete..
Oitava: dá-se o nome de oitava ao conjunto de notas existentes entre uma nota qualquer e a
sua primeira repetição no grave ou no agudo.
FIG. 09
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Clave
de Sol

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CAP. III
DIVISÃO PROPORCIONAL DE VALORES
12. Quais os nomes das figuras que revestem as notas musicais e
definem, proporcionalmente entre elas, os seus tempos de duração?
R – Semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa.
As figuras possuem as seguintes formas:
Começando da semibreve, que tem a
maior duração, cada uma dessas notas
vale duas da seguinte:
Semibreve 2 mínimas
Mínima 2 semínimas
Semínima 2 colcheias
Colcheia 2 semicolcheias
Semicolcheia 2 fusas
Fusa 2 semifusas
Conseqüentemente teremos as seguintes relações de proporcionalidades entre as figuras (FIGS. 11 e
12).
FIG. 11
FIG. 10
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Quando num trecho temos varias figuras de notas com números de colchetes iguais, deve-se
apenas ligá-los como demonstrado logo abaixo (FIG 13)
FIG. 13
13. O que é pausa?
R - Pausa é um silêncio na música e tem duração variável.
Cada figura rítmica possui a sua pausa correspondente. Por essa razão, existe a pausa da
semibreve, da mínima, da semínima e assim por diante.
As pausas estão representadas na FIG 14, a seguir:
FIG. 14
FIG. 12
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CAP. IV
LIGADURA E PONTO DE AUMENTO
14. O que é ligadura?
R – Ligadura é uma linha curva que, quando colocada sobre ou sob duas ou mais
notas, fará com que essas notas sejam executadas de forma ligada, ou seja, sem
nenhuma interrupção de som entre elas. (FIG 15)
14. O que acontece quando uma ligadura une notas de mesma entoação?
R – O som simplesmente se prolonga, sendo que sua duração total será o somatório
de tempo das figuras as quais a ligadura está atuando. (FIG. 16)
15. O que é ponto de aumento?
R – É um ponto situado a direita da nota musical e que aumenta a duração de tempo
da figura na metade de seu valor. (FIG 17)
FIG. 17
FIG. 15
FIG. 16
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CAP. V
COMPASSOS
16. O que é compasso?
R - É a divisão da música em períodos rítmicos regulares marcados por uma
pulsação denominada tempo. A periodicidade do compasso é percebida pela
acentuação do 1º tempo, que é mais forte que os demais.
17. O que é barra de compasso?
R - É uma linha vertical que separa os compassos. (FIG. 18)
A barra de compasso pode ser: simples, dupla, ou dupla a para finalização da música.Usase
a barra dupla para separar seções da música, ou para concluí-la que neste caso é mais
grossa.
FIG. 18
18. Como é representado o compasso?
R – Por uma fração.
19. Que tipos de compassos existem?
R – Os compassos simples, compassos compostos e os compassos mistos.
Obs: Para atender as necessidades da QBMP/7, estudaremos apenas os compassos simples e os
compassos compostos.
20. Quais são os compassos simples?
R – São os compassos de numeradores 2, 3, ou 4.
21. Como se chama o compasso simples, de dois tempos, cujo numerador é
“2”?
R – Binário.
22. Como se chama o compasso simples, de três tempos, cujo numerador é
“3”?
R – Ternário.
23. Como se chama o compasso simples, de quatro tempos, cujo numerador é
“4”?
R – Quaternário.
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24. O que representa o numerador e o denominador do compasso?
R – A unidade de compasso (u.c.) e a unidade de tempo (u.t.) respectivamente.
Tanto a unidade de compasso como a unidade de tempo possui, nos dois casos, uma figura rítmica
que as representam. O termo unidade de compasso se refere à figura rítmica que, sozinha,
preencherá todos os tempos de um compasso. Já a unidade de tempo é representada pela figura,
cujo valor terá exatamente um tempo dentro de um determinado compasso.
Vejamos agora de onde surgiram os valores atribuídos às unidades de tempo e de compasso.
A figura rítmica de maior valor, ou seja, a figura que possui maior duração de tempo em relação às
demais é a semibreve. Se atribuirmos para a semibreve um valor “1” de tempo (não importa se é um
segundo, um minuto, ou outra unidade qualquer), isto implicará que em relação a semibreve, a
mínima valerá1/2, a semínima 1/4, a colcheia 1/8, a semicolcheia 1/16, a fusa 1/32 e a semifusa 1/64.
A partir deste raciocínio, estabeleceu-se que: todo compasso simples de denominador “1” , sua
unidade de tempo será a semibreve; todo compasso simples de denominador “2” , sua unidade de
tempo será a mínima, todo compasso simples de denominador “4” , sua unidade de tempo será a
semínima, todo compasso simples de denominador “8” , sua unidade de tempo será a colcheia e
assim por diante.
Já a unidade de compasso será a figura que representa o somatório de unidades de tempo que
preencherá totalmente o compasso. Vamos tomar como exemplo o compasso 2/4, cuja unidade de
tempo é a semínima. Como é um compasso de dois tempos e cada semínima vale um tempo, então
duas semínimas equivalerão a uma mínima, sendo esta, a figura que representa a unidade de
compasso no compasso 2/4.
Uma observação importante a ser feita é que a unidade de compasso de qualquer ternário será
sempre representada por uma figura pontuada. Veja o porquê:
Ex: 3/4. Sabemos que, neste compasso, a unidade de tempo é a semínima, já que o denominador 4
corresponde à esta figura. Como o compasso é ternário, ou seja, de três tempos, será necessária
uma figura que equivalha ao somatório de três semínimas. Sabemos que uma mínima é igual a duas
semínimas, porém precisamos de uma figura que valha três semínimas, ou seja, uma mínima + uma
semínima. Qual figura que possui esse valor? – A mínima pontuada. (Lembre-se: O ponto acresce à
figura, a metade de seu valor. Reveja a FIG. 17.) Portanto a unidade de compasso do compasso 3/4 é
a mínima pontuada.
25. Quais as características dos compassos compostos?
R – a) Possuem numeradores 6 (Binário Composto), 9 (Ternário Composto) ou 12
(Quaternário Composto).
b) A unidade de tempo será sempre representada por uma figura pontuada.
c) As unidades de compasso do binário composto e do quaternário composto
também serão sempre representadas por uma figura pontuada.
d) No compasso ternário composto, não existe uma única figura que possa
representar a unidade de compasso. Por essa razão, os compassos de numerador
9, possuem unidades de som, ou seja, a unidade de som é representada por duas
notas pontuadas, ligadas entre si. (FIG 19).
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Autor: CAP BM Músico Artur Ricardo Barreiros Cruz.
FIG. 19
26. Como podemos identificar de ouvido qual o compasso de uma
determinada música?
R – Pela percepção da repetição regular e periódica das marcações de tempo,
sendo a primeira marcação, acentuadamente mais forte que as demais.
Se essa repetição, regular e periódica, se dá de dois em dois tempos (como é o caso de uma
marcha), o compasso é binário. Se essa periodicidade se dá de três em três tempos (como é o
caso de uma valsa) o compasso será ternário. O mesmo raciocínio se aplica aos demais
compassos.
27. O que é acento métrico?
R – O acento métrico é, justamente, o nome que se dá às marcações de tempo
que caracterizam um determinado compasso.
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CAP. VI
QUIÁLTERAS
28. O que são quiálteras?
R – São grupos de notas, cuja quantidade, excede (quiáltera aumentativa) ou fica
abaixo (quiáltera diminutiva), da divisão proporcional existente entre os valores das
figuras. (FIG. 20).
Sobre, ou sob a quiáltera, deve-se colocar o número de quantidade de notas que a compõe.
FIG. 20
O número que indica a quantidade de notas em uma quiáltera poderá aparecer dentro de uma haste
ou de uma linha curva. ( FIg. 21)
FIG. 21
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CAP. VII
SINAIS, PALAVRAS, EXPRESSÕES E ABREVIATURAS DE:
REPETIÇÃO, SALTO E LOCALIZAÇÃO.
29. Quais são os sinais, palavras, expressões e abreviaturas de repetição,
comumente utilizados, na notação musical?
R – I. Da capo (expressão) ou D.C. (abreviatura da expressão Da Capo. Este sinal
indica que a música deverá retornar a partir do início)
II. Ritornello (sinal identificado por dois pontos ( : ). Este sinal (no final de um
compasso) indica que a música deverá retornar do local onde houver este
mesmo sinal colocado no início de um determinado compasso. Caso não haja
este segundo ritornello, a música retornará início.
III. 1ª e 2ª vez (expressão: Lê-se casa de primeira vez e casa de segunda vez).
IV. (sinal de localização chamado de “S”)
V. (sinal de salto chamado de “O”). Este mesmo sinal pode ser usado
também como o indicador do compasso para onde se saltou.
VI. (sinal chamado coda, que indica a localização do compasso para
onde se saltou).
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