SEÇÃO VII PRIMEIROS SOCORROS – EMERGÊNCIAS - CFAP
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
<strong>SEÇÃO</strong> <strong>VII</strong><br />
<strong>PRIMEIROS</strong> <strong>SOCORROS</strong> <strong>–</strong> <strong>EMERGÊNCIAS</strong><br />
SISTEMA DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> MÉDICAS (S.E.M)<br />
Aproximadamente 70% das mortes por trauma, afogamento, doenças cardiovasculares e<br />
cerebrais ocorrem antes da vítima chegar ao hospital. Muitas dessas mortes podem ser evitadas se as<br />
vítimas forem rapidamente atendidas pelo Guarda-vidas treinado em “Primeiros Socorros”, que dê<br />
inicio imediatamente aos procedimentos de Suporte Básico de Vida (SBV).<br />
A Reanimação Cárdio-Pulmonar (RCP) aplicada no âmbito pré-hospitalar (SBV) é parte vital de<br />
um elo na corrente para a sobrevivência das vítimas de Parada Cárdio-Respiratória (PCR), que se liga<br />
a outros dois elos que são a chegada de socorro médico pré-hospitalar (SCAV) e o posterior<br />
tratamento hospitalar.<br />
ATENDIMENTO DA PCR<br />
Na maioria das grandes cidades Brasileiras existe um número telefônico padrão do Corpo de<br />
Bombeiros - 193 - em que se pode acionar em casos de emergência, mesmo de um telefone público<br />
(opera sem ficha telefônica).<br />
Você é fundamental para o salvamento desta vítima, assim que as primeiras etapas do<br />
Sistema de Emergência Médica - SEM - forem ativadas rapidamente e que você mantenha as<br />
funções vitais (ventilação e circulação) deste indivíduo até a chegada da equipe de Suporte<br />
Avançado de Vida (SAV). ESTA VIDA ESTÁ EM SUAS MÃOS !.<br />
Tão logo você identifique uma situação de emergência, acione o telefone 193 para<br />
desencadear o Sistema de Emergência Médica (SEM). As seguintes informações devem ser<br />
fornecidas pelo telefone:<br />
1. Local de ocorrência do evento (com pontos de referência, se possível).<br />
2. O número do telefone do qual você está falando.<br />
3. O que aconteceu no local (acidente de trânsito, queda, afogamento, ou outros).<br />
4. O número de vítimas envolvidas no acidente.<br />
5. Condições das vítimas.<br />
6. Quais as medidas que já foram instituídas?<br />
IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES DO SOCORRO
BOLETIM DE PRAIA E MÉDICO<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
As informações que são passadas pelos Guarda-Vidas à equipe médica, que chega ao local<br />
do evento para dar continuidade ao socorro, são de extrema importância para o correto e completo<br />
preenchimento posterior do Boletim de Atendimento Médico.<br />
Estas informações do boletim médico serão de grande valor para os nossos estudos estatísticos<br />
em relação à vítima, o local, a qualidade e o tempo de socorro e irão nortear todas as nossas<br />
condutas futuras, tanto na área médica quanto na área do salvamento aquático realizada pelo guardavidas.<br />
Certamente com base nestes dados poderemos cada vez mais aprimorar o bom atendimento não<br />
só as vítimas de afogamentos, bem como a todos os tipos de emergências médicas que ocorrem em<br />
“um dia de praia”, nos quais os guarda-vidas são acionados para prestar o primeiro atendimento.<br />
Cumpre lembrarmos que os Guarda-Vidas além de estarem preparados fisicamente e<br />
profissionalmente para as operações de resgates de vítimas de afogamentos também tem que estar<br />
extremamente capacitados para execução das manobras de RCP (ressuscitação cárdio-pulmonar),<br />
assim como nos procedimentos básicos de algumas situações vividas na praia como por exemplo:<br />
Ferimentos por pranchas de surf;<br />
Luxações escápulo-umerais (deslocamento de ombro);<br />
Entorses de tornozelos (torção do pé);<br />
Crise hipertensiva (pressão arterial alta);<br />
Hipotensão arterial (pressão arterial baixa);<br />
Hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue);<br />
Crises convulsivas<br />
DNV (distúrbio neurovegetativo);<br />
Queimaduras;<br />
Choques elétricos;<br />
IAM (infarto agudo do miocárdio);<br />
Obstrução de vias aéreas superiores por corpo estranho (engasgar com alimentos);<br />
Fraturas;<br />
E Outros,<br />
Podemos observar pelos exemplos citados acima o quanto se faz necessário o treinamento e os<br />
cursos de reciclagem em primeiros socorros que ministramos em nossos Centros de Recuperação de<br />
Afogados, pois cada vez mais temos que tornar o Guarda-Vidas um socorrista completo.<br />
Quando consideramos o atendimento as vitimas de afogamentos ou mesmo outros tipos de<br />
emergências já citadas, temos o atendimento de emergência como uma corrente de três elos (veja<br />
Sistema de Emergência Médica).<br />
Primeiro elo <strong>–</strong> Suporte Básico de Vida (BLS) - Guarda-Vidas<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
Segundo elo <strong>–</strong> Suporte Avançado de Vida (ACLS) <strong>–</strong> Ambulância com equipe médica / UTI móvel do<br />
CRA.<br />
Terceiro elo - Representado pelo Hospital de referencia<br />
FUNÇÕES DE CADA ELO DA CORRENTE<br />
Guarda-Vidas (BLS) - Cabe proceder ao resgate da vítima no caso de afogamento e iniciar as<br />
manobras de RCP em caso de necessidade, assim como dar o primeiro atendimento aos demais<br />
casos de emergência anteriormente citados, e simultaneamente a esses procedimentos providenciar o<br />
acionamento da equipe médica do CRA ou ambulância (ACLS).<br />
Equipe médica (ACLS) <strong>–</strong> Deverá chegar ao local de solicitação de emergência no menor<br />
tempo possível. O tempo médio considerado ideal para os padrões internacionais é de 8 minutos para<br />
o ACLS. O tempo médio avaliado ao longo dos últimos anos no CRA foi de 10,20 (+/- 3,2) minutos<br />
(CRA Barra da Tijuca <strong>–</strong> 1996-1998). Este tempo médio de deslocamento CRA-vítima está muito<br />
próximo do ideal, considerando o intenso transito existente nas vias públicas por ocasião dos dias de<br />
maior movimentação nas praias, quando ocorrem os maiores números de chamados. Com a recente<br />
(ano 2000) colocação e utilização de mais ambulâncias e socorro avançado feito com motocicletas em<br />
nossa orla, teremos em breve uma possível confirmação da redução deste tempo médio de<br />
atendimento. Chegando ao local o ACLS deverá assumir o atendimento a vítima tomando as condutas<br />
médicas complementares que se fizerem necessárias como por exemplo: oxigênioterapia, intubação<br />
orotraqueal, punção venosa, administração de medicamentos coadjuvantes, instalação de<br />
monitorização (eletrocardiógrafo, oxímetro de pulso, etc...) e utilização de equipamentos como:<br />
respirador mecânico e desfibrilador caso seja indicado, após a estabilidade clinica do paciente será<br />
procedido à remoção do mesmo.<br />
Cabe lembrar que no caso do Grupamento Marítimo do CBMERJ, o paciente poderá ter dois<br />
destinos com relação a sua remoção. Nos casos menos graves serão removidos diretamente para os<br />
nossos CRAs onde ficarão em tratamento e recuperação durante algumas horas, sendo então<br />
liberados com orientação e/ou prescrição médica. Esses casos representam um grande número dos<br />
nossos atendimentos. Nos casos mais graves principalmente naqueles em que ocorreram parada<br />
cárdio-respiratória a remoção será feita para o Hospital de referência.<br />
Hospital de Referência - Receberá o paciente removido pela UTI móvel do CRA/ambulância e<br />
dará prosseguimento ao atendimento da vítima em unidade intermediária, unidade terapia intensiva ou<br />
no setor que estiver indicado para o caso.<br />
Observe que para o sucesso do nosso atendimento se faz necessário a total harmonia e<br />
sintonia entre os três elos da corrente, pois será baseada em uma boa coleta de informações por<br />
parte do GV, como por exemplo: A vítima fez ingestão de alimentos? Bebida alcoólica? Qual a<br />
quantidade? Há quanto tempo? Faz uso de algum medicamento? É portador de alguma doença?<br />
Quanto tempo ficou submerso? Foi realizado algum tipo de manobras de RCP? Durante quanto<br />
tempo? Existe algum tipo de lesão associada? E outras informações pertinentes (veja boletim médico
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no apêndice para maiores informações sobre coleta de dados) que poderemos melhorar a qualidade<br />
de atendimento.<br />
São muito importantes a coleta das informações e o preenchimento correto do Boletim Médico<br />
e do Boletim de praia que é objeto desse tópico do manual. Essas informações serão repassadas para<br />
equipe médica que as registrará no boletim médico, junto com outras que serão colhidas durante o<br />
exame da vítima é posteriormente repassadas aos médicos do hospital de referência.<br />
Portanto veja a importância dessa cadeia de informações para o bom resultado no atendimento<br />
a vítima. Às vezes, dados que consideramos sem importância, são extremamente valiosos para o<br />
tratamento do paciente, sendo assim orientamos que seja observado com carinho e atenção o boletim<br />
médico existente nesse manual para melhor conhecerem sobre os dados que exemplificamos acima.<br />
Lembramos também as equipes médicas que o nosso boletim de atendimento além de sua<br />
função do ponto de vista dos levantamentos estatísticos é o único documento legal do qual<br />
poderemos nos valer em casos de questionamentos quanto à conduta médica ou em possíveis ações<br />
judiciais.<br />
QUANDO ACIONAR O SOCORRO MÉDICO?<br />
O guarda-vidas ou socorrista trabalhando na frente de linha enfrenta diariamente a dúvida de<br />
quando chamar o socorro médico e quando encaminhar a vítima ao hospital após o<br />
resgate/atendimento. Em casos graves a indicação da necessidade da ambulância e/ou do hospital é<br />
óbvia, porém casos menos graves sempre ocasionam dúvidas. Após o resgate/atendimento inicial de<br />
primeiros socorros, o guarda-vidas/socorrista tem basicamente 3 possibilidades:<br />
1. Liberar a vítima sem maiores recomendações.<br />
a) Vítima sem sintomas, doenças ou traumas associados <strong>–</strong> apresentando a freqüência do<br />
coração e da respiração normal, sem frio e totalmente acordado, alerta e capaz de andar<br />
sem ajuda.<br />
2. Liberar a vítima com recomendações de ser acompanhada ou procurar por médico por<br />
meios próprios.<br />
a) Acidentes/doenças com pequenas queixas que não a impossibilitam de andar por conta<br />
própria e que assim o fazendo não determine um agravamento em seu estado <strong>–</strong> Ex:<br />
pequeno trauma como ferimento por anzol, luxação escapulo-umeral, e outros.<br />
b) Acidentes/doenças com pequenas queixas que a impossibilitam de andar por conta própria<br />
temporariamente, estando a vítima acompanhada por responsável possuidor de veículo<br />
para transporte a sua residência ou ambulatório médico e que assim o fazendo não<br />
determine um agravamento em seu estado.<br />
c) Em caso de dúvida, contate o socorro médico e esclareça se há ou não necessidade do<br />
socorro médico.<br />
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3. Acionar o Sistema de Emergências Médicas (SEM) <strong>–</strong> Ambulância (193) ou levar diretamente ao<br />
hospital em caso de ausência do SEM (ambulância).<br />
a) Qualquer paciente que por conta do acidente ou doença aguda o impossibilitam de andar sem<br />
ajuda.<br />
b) Qualquer paciente que perdeu a consciência mesmo por um breve período.<br />
c) Qualquer paciente que necessitou de boca-a-boca ou RCP.<br />
d) Qualquer paciente com suspeita de doença grave como; infarto do miocárdio, lesão de coluna,<br />
trauma grave, falta de ar, epilepsia, lesão por animal marinho, intoxicação por drogas, etc.<br />
EM CASO DE DÚVIDA PROCURE RECOMENDAÇÃO DE CONDUTA VIA RÁDIO OU POR<br />
TELEFONE COM O MÉDICO OU PESSOAL DE SAÚDE, OU EM AUSÊNCIA DO S.E.M LEVE O<br />
PACIENTE DIRETAMENTE AO HOSPITAL.<br />
PARTE A - EXAME PRIMÁRIO (ABC da Vida)<br />
O exame primário identifica e trata somente condições de risco de vida imediato.<br />
• Parada respiratória.<br />
• Parada Cárdio-respiratória.<br />
• Hemorragias importantes.<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
O maior objetivo em realizar a ventilação artificial isolada ou a Reanimação Cárdio-Pulmonar<br />
(RCP) é prover oxigênio ao cérebro e coração até que o tratamento adequado restaure os batimentos<br />
cardíacos normais, ou que permita o tempo necessário para a chegada de uma equipe de socorro de<br />
Suporte Avançado de Vida (SAV). Quando o início da RCP for retardado, a chance de sobrevida é<br />
prejudicada, e o córtex cerebral (o tecido mais susceptível à lesão por baixa de oxigênio no sangue)<br />
sofre danos irreversíveis, resultando em morte ou seqüelas neurológica severa e permanente.<br />
Como situações de trauma implicam na possibilidade de hemorragias severas que levam a<br />
PCR de forma irreversível no ambiente pré-hospitalar, o seu tratamento é fundamental no momento do<br />
exame primário (primeiro exame).<br />
As pessoas treinadas em "Suporte básico de vida" (SBV) devem ser capazes de:<br />
1. Reconhecer uma Parada Cárdio-Pulmonar ou Parada Respiratória<br />
2. Desobstruir as vias aéreas<br />
3. Verificar se existe respiração espontânea<br />
4. Iniciar a respiração artificial de suporte com 1 ou 2 socorristas<br />
5. Verificar se existe atividade do coração (pulso arterial ou sinais de circulação)<br />
6. Verificar grandes sangramentos aparentes e seu tratamento<br />
7. Iniciar a Compressão cardíaca intercalando com a ventilação artificial<br />
8. Identificar quando iniciar a RCP<br />
9. Identificar quando parar a RCP
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10. Reconhecer a avaliação da efetividade das manobras acima<br />
2. FISIOLOGIA<br />
A unidade anatômica e funcional do ser vivo é a célula. Ao nível do mar, aproximadamente<br />
21% do ar atmosférico é composto de oxigênio (O2). Através da respiração, o oxigênio (O2) contido no<br />
ar chega aos alvéolos dentro dos pulmões (na inspiração), passando para o sangue, e então é<br />
bombeado pelo coração, sendo transportado pelas artérias para todas as células do organismo. É na<br />
presença deste O2 no interior das células que se processam todas as reações vitais para o nosso<br />
organismo.<br />
A Função Respiratória - É através da respiração que o organismo obtém O2 (inspiração) e<br />
elimina o Dióxido de Carbono (CO2) (expiração). As vias aéreas são formadas pelas fossas nasais,<br />
faringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos e pulmões (figura I).<br />
Na inspiração, o ar entra pelas narinas (ou boca), percorre as vias aéreas superiores, chega<br />
aos brônquios e passa para os alvéolos pulmonares. Estes alvéolos são envolvidos por finos vasos<br />
sangüíneos, chamados capilares pulmonares. É entre os capilares e os alvéolos que ocorre a troca<br />
gasosa; o O2 passa para o sangue e o CO2 passa para os alvéolos (hematose). Este oxigênio (O2) é<br />
então bombeado junto com o sangue para todo o organismo. As células captam este O2 e produzem<br />
energia para o consumo. Como resultado ocorre a formação de CO2 que será transportado pelo<br />
sangue venoso, chegando aos pulmões, sendo expulso do organismo em cada expiração realizada<br />
(figura II). Quando o ar ambiente é inalado (inspirado), somente 4% do oxigênio presente é carreado<br />
pelo sangue, sendo exalado(expirado) 17% de O2. Devido a este fato é que a respiração boca-a-boca<br />
consegue proporcionar oxigênio suficiente para a vítima. Quando há parada respiratória, o coração<br />
continua a bombear sangue por alguns minutos, transportando O2 para o cérebro e o restante do<br />
corpo. Portanto técnicas precoces e eficazes de ventilação artificial podem prevenir a parada<br />
cardíaca.<br />
Figura I Figura II<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
A Função Cárdio-Circulatória - O coração, órgão muscular localizado na região central do<br />
tórax atrás do esterno e na frente da coluna, funciona como uma bomba que mantém o sangue em<br />
movimento dentro dos vasos sanguíneos. A circulação do sangue distribui o O2 para todas as células<br />
do organismo. A função do coração é bombear sangue para os pulmões onde será enriquecido com<br />
oxigênio e então bombear este sangue para o restante do corpo onde este oxigênio será liberado para<br />
as células. Quando o coração pára de bombear, o oxigênio deixa de circular, levando a lesões<br />
cerebrais e de outros órgãos em alguns minutos. As células do organismo desempenham diferentes<br />
funções. Cada tipo de célula tem um tempo diferente de resistência a falta de O2: as células<br />
epidérmicas (pele) podem resistir até 24 horas; o coração resiste cerca de 5 minutos a 1 hora, mas as<br />
células do cérebro (neurônios) não sobrevivem a um espaço de tempo superior a 4 a 6 minutos.<br />
3. REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - RCP<br />
DEFINIÇÃO DE PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA<br />
• É a incapacidade total do coração de bombear sangue.<br />
• A parada do coração é sempre acompanhada pela parada imediata da respiração.<br />
• A parada da respiração leva a parada do coração em 1 a 5 minutos.<br />
CAUSAS DE PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA<br />
Dentre as diversas causas, algumas provocam a parada respiratória antes da parada cardíaca.<br />
1. Parada Respiratória<br />
a - Obstrução das vias aéreas superiores - É a causa mais freqüênte, podendo ocorrer por um<br />
corpo estranho ou mais frequentemente pela queda da língua sobre a faringe.<br />
b - Lesão cerebral<br />
c - Lesão torácica - Quando um trauma no tórax impede o movimento normal.<br />
d - Drogas - Diversas drogas reduzem ou param o estímulo a respiração.<br />
e - Afogamento - Neste caso pode ocorrer, obstrução das vias aéreas ou exaustão respiratória.<br />
2. Parada Cardíaca<br />
a - Parada cardíaca primária - arritmia ou infarto do miocárdio.<br />
b - Choque<br />
c - Traumatismo<br />
d - Drogas - Podem determinar a parada do coração.<br />
e - Parada respiratória<br />
RECONHECIMENTO DA PCR E SEU TRATAMENTO (ABC)<br />
EXAME PRIMÁRIO<br />
1 0 - AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ATENDIMENTO<br />
• Avalie o local quanto a presença de situações de risco antes de se aproximar da vítima.<br />
• A sua segurança pessoal é o mais importante.<br />
MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
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• Cuide da sinalização e isolamento da área para prevenir acidentes secundários <strong>–</strong> acidentes de<br />
transito, incêndio, explosões, choque elétrico, desabamentos.<br />
• Evite contaminar-se por agentes biológicos, substâncias tóxicas, ou radioativas presentes na<br />
superfície do corpo, sangue e secreções do paciente. Veja profilaxia de TÉTANO em FERIDAS, e<br />
profilaxia de AIDS e HEPATITE B em DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS DURANTE SOCORRO. Em<br />
caso de dúvidas procure imediatamente após o socorro o hospital para orientação adequada.<br />
• Caso o local de socorro ofereça riscos que não possam ser neutralizados, remova a vítima para<br />
local seguro antes de iniciar a sua avaliação.<br />
• É obrigatório o uso de luvas. Nos EUA, estatísticas mostram que 19% das vítimas de<br />
traumatismos penetrantes, com idade entre 25 e 34 anos, são portadores do vírus da AIDS. Caso<br />
não haja luvas, use pano limpo.<br />
2 0 - CHECAR A RESPOSTA DA VÍTIMA<br />
• Ajoelhe-se ao lado da vítima ao nível de seus ombros (figura IV).<br />
• Estimule a vítima verbalmente e balançando levemente os ombros para avaliar o nível de<br />
consciência - Você está me ouvindo?<br />
• Uma resposta verbal da vítima indica a ausência da necessidade de RCP - Vítima viva.<br />
• Caso a vítima esteja com o ventre para baixo, ela só deve ser movida se não responder a seus<br />
estímulos - vítima inconsciente - e se não houver certeza da presença de respiração (figura V).<br />
• Cuidado com a coluna cervical em casos de trauma (cheque a resposta da vítima olhando-a<br />
nos olhos, para evitar que se vire).<br />
3 0 - NO CASO DE AUSÊNCIA NA RESPOSTA - ATIVE O SISTEMA SEM (LIGUE 193) E INICIE O<br />
ABC<br />
Figura IV - Socorrista posicionado na altura Figura V<br />
dos ombros da vítima<br />
4 0 - DESOBSTRUA AS VIAS AÉREAS - A<br />
• A obstrução das vias aéreas superiores é a causa mais comum da parada respiratória.<br />
• A queda da língua sobre a faringe é a causa mais comum de obstrução de vias aéreas superiores.<br />
Os corpos estranhos são menos comuns (figura VI).<br />
• A desobstrução tem prioridade em pacientes que não respondem.<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
COMO DESOBSTRUIR AS VIAS AÉREAS<br />
Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo - hiperextensão do pescoço (figura <strong>VII</strong>)<br />
• Esta manobra não deve ser utilizada na suspeita de trauma da coluna cervical.<br />
Figura VI - (A) Obstrução das vias aéreas<br />
pela base da língua; (B) A extensão da<br />
cabeça força a mandíbula para cima e a<br />
língua acompanha, abrindo as vias aéreas.<br />
Corpo estranho nas vias aéreas - como limpar<br />
• A limpeza da boca deverá ser feita antes da ventilação apenas em casos de forte<br />
suspeita de corpo estranho. Caso em contrário ela será realizada apenas se a ventilação<br />
artificial (boca-a-boca) não for eficaz (figura <strong>VII</strong>I).<br />
Suspeita de trauma da coluna cervical - Como desobstruir as vias aéreas<br />
• Elevação da Mandíbula (figura IX). O socorrista se posiciona por detrás da vítima e com<br />
suas mãos segura os ângulos da mandíbula, deslocando-a para cima.<br />
• Esta manobra exige dois socorristas para a ventilação simultânea da vítima.<br />
• Evite movimentos laterais - As mãos do outro guarda-vidas estabiliza a coluna cervical.<br />
Figura <strong>VII</strong>I - Limpeza da Cavidade Oral Figura IX<br />
5 0 - VENTILAÇÃO - B<br />
• Avalie se o paciente está respirando - Ver, Ouvir, e Sentir (figura X).<br />
1 o - Ausência de movimentos torácicos - Ver.<br />
Figura <strong>VII</strong> - Inclinação da cabeça e elevação do<br />
queixo(hiperextensão do pescoço)-Manobra mais eficaz<br />
para a desobstrução das vias aéreas.<br />
2 o - Ausência de movimentação de ar através da boca e/ou nariz da vítima - Sentir e Ouvir.
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• Tenha a certeza de desobstruir as vias aéreas para fazer este diagnóstico.<br />
• Se não houver movimentação do tórax e fluxo de ar pela boca - parada respiratória<br />
(apnéia).<br />
• Estas manobras de reconhecimento devem durar 5 segundos.<br />
• A desobstrução das vias aéreas (A) e a avaliação da respiração (B) devem ser<br />
completadas em 10 a 15 segundos.<br />
Figura X - Manobras para determinar a<br />
respiração (ver, ouvir e sentir).<br />
O BOCA-A-BOCA - Como fazer ?<br />
Figura XI- Boca-a-boca<br />
1o - Obstrução do Nariz: obstrua o nariz com os dedos polegar e indicador com a mesma mão que<br />
inclina a cabeça (Figura XI).<br />
2o - Ventilação (soprar o Ar): Adapte a sua boca à do paciente de forma que não haja vazamentos,<br />
e sopre o ar pela boca da vítima.<br />
• A cada ventilação o tórax deve se elevar, fato que confirma um boca-a-boca eficaz.<br />
• Após a primeira ventilação você deve virar a sua cabeça lateralmente observando o tórax e<br />
aguardar os pulmões se esvaziarem para fazer a segunda respiração artificial - total de 2<br />
ventilações.<br />
• Mantenha as vias aéreas desobstruídas na inspiração e expiração.<br />
• O volume de ar insuflado deve ser o suficiente para elevar o tórax. No Lactente geralmente<br />
o ar contido na boca é o volume suficiente para ventilar.<br />
• Se o tórax não se elevar após a primeira ventilação - repita a hiperextensão do pescoço e<br />
tente novamente o boca-a-boca - Se não resolver - pense em obstrução por corpo estranho<br />
e execute a manobra de Heimlich (ver adiante).<br />
• As próteses dentárias só devem ser retiradas se estiverem fora do lugar.<br />
• O socorrista sela sua boca sobre a boca da vítima e efetua duas ventilações completas<br />
com intervalo de 3 a 5 segundos entre cada uma.<br />
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• O tempo de insuflação de cada ventilação deve ser de 1 a 2 segundos. Ventilações mais<br />
rápidas causam distensão gástrica e vômitos freqüentes. Em lactentes, inclua também o<br />
nariz na boca do socorrista (Boca-a-Boca/Nariz).<br />
• O importante durante a ventilação boca-a-boca é a observação da elevação e<br />
abaixamento do tórax, o que significa o bom resultado da sua manobra.<br />
6 0 - CIRCULAÇÃO - C<br />
➨ DETERMINAR O PULSO ARTERIAL NA ARTÉRIA CARÓTIDA<br />
• Ausência do pulso arterial da carótida - parada cardíaca (figura XII).<br />
• Em lactentes a verificação é feita no pulso braquial (figura XIII).<br />
• A manobra de verificação do pulso deve levar de 5 a 10 segundos.<br />
• Para leigos, a verificação do funcionamento do coração deverá ser feita através da<br />
checagem de sinais de circulação como reação a ventilação ou a presença de<br />
movimentos.<br />
Figura XII Figura XIII - Palpação de Pulso Braquial no lactente<br />
➨ COMPRESSÃO CARDÍACA EXTERNA<br />
• Aplicação de pressão sobre o tórax da vítima fazendo o sangue circular por todo o corpo.<br />
• Só deve ser iniciada se não houver pulso arterial ou sinais de circulação - Parada<br />
Cardíaca.<br />
1 0 - Tenha certeza de que não há pulso arterial ou sinais de circulação - parada cardíaca.<br />
2 0 - Coloque uma mão sobre o dorso da outra, com os dedos entrelaçados em flexão dorsal, e<br />
com os punhos em extensão palmar (figura XIV).<br />
3 0 - Localize o ponto ideal utilizando os dedos indicador e médio através do abdome, de baixo<br />
para cima até localizar o encontro das duas últimas costelas. Neste ponto você encontrará um<br />
osso pontiagudo chamado apêndice xifóide. O ponto ideal será dois dedos acima (figura XV).<br />
4 0 - Com os cotovelos estendidos em angulo reto, debruçado sobre a vítima e usando o seu<br />
próprio peso, faça pressão sobre o osso esterno de forma perpendicular sem apoiar-se sobre<br />
as costelas (figura XIV).
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Figura XIV Figura XV<br />
5 0 - Na compressão você deve fazer uma depressão aproximada de 3 a 5 cm no adulto<br />
(figura XVI). Em crianças a região de compressão cardíaca é a mesma do adulto, porém<br />
utiliza-se menor força, e somente uma mão. No lactente coloque o dedo indicador na linha<br />
imaginária entre os dois mamilos e suspenda o dedo indicador mantendo os dedos anelar e<br />
médio- dois dedos - realizando a compressão de 1 a 3 cm (figura X<strong>VII</strong>).<br />
Fig. XVI - 1. Compressão; 2. Descompressão. Figura X<strong>VII</strong> - Compressões Cardíaca externa<br />
em lactentes<br />
6 0 - Faça a compressão cardíaca sem retirar a mão do local marcado permitindo ao tórax<br />
retornar ao normal. O tempo de compressão e descompressão devem ser o mesmo. A<br />
velocidade de compressões é de 100 vezes por minuto para adultos e crianças. Em lactentes<br />
devemos fazer 120 compressões cardíaca por minuto.<br />
RESUMO DO TRATAMENTO DA PCR - COMO CONJUGAR A RCP<br />
Conjugue a respiração Boca-a-Boca com a Compressão Cardíaca Externa (figura X<strong>VII</strong>I).<br />
1 - Reconhecimento da vítima (movimentos? respiração?) <strong>–</strong> Resposta.<br />
2 - Se não responder acione 193 e - Abra vias aéreas hiperextendendo o pescoço - A<br />
3 - Cheque a ventilação - ver, ouvir e sentir - 5 segundos - B<br />
4 - Se não houver respiração, realize 2 ventilações Boca-a-Boca.<br />
5 - Palpe o pulso arterial carotídeo ou verifique sinais de circulação para verificar a<br />
atividade do coração - 5 seg - C<br />
6 - Constatado a parada cardíaca, inicie as compressões cardíaca externa.<br />
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268<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
A relação deve ser para 1 ou 2 Guarda-vidas - 2 ventilações para 15 compressões<br />
cardíaca. Após os primeiros 4 ciclos completos de ventilação e compressões cardíaca -<br />
reavalie a ventilação - se ausente - realize 2 ventilações - recheque o pulso ou sinais de<br />
circulação - se estiver ausente - prossiga a compressão - nunca ultrapasse 10 segundos em<br />
cada reavaliação.<br />
• Faça nova reavaliação a cada 3 minutos.<br />
• Se a respiração retornar, o coração também retornou.<br />
Figura X<strong>VII</strong>I<br />
• Se o pulso estiver presente e não existir respiração, prossiga somente com o boca-a-boca<br />
na freqüência de 12 a 16 por minuto no adulto e 20 em crianças pequenas e lactentes. Na<br />
maioria dos casos a resposta é imediata, com restabelecimento da respiração da vítima.<br />
• No retorno da função cárdio-repiratória coloque a vítima na posição lateral de segurança e<br />
acompanhe com muita atenção até a chegada da equipe médica rechecando a respiração.<br />
• No caso de ocorrer vômitos - vire a cabeça da vítima rapidamente de lado e limpe a boca -<br />
retorne a posição anterior para continuar a RCP.<br />
• Em crianças e lactentes a relação de compressões/ventilações é diferente dos adultos<br />
e sempre deve ser de 1 ventilação para 5 compressões independente do número de<br />
socorristas.<br />
TÉCNICAS DE RCP EM CRIANÇAS E LACTENTES<br />
Idade da Número de Compressões<br />
criança socorristas por/min<br />
Lactente 1 ou 2 120<br />
1 a 8 anos 1 ou 2 100<br />
QUANDO INICIAR E QUANDO PARAR UMA RCP<br />
Relação<br />
Ventilação/Compressão<br />
1/5<br />
QUANDO INICIAR AS MANOBRAS?<br />
Confirmada a PCR, a RCP deve ser iniciada em todos os pacientes, exceto em 3 situações:<br />
1 0 - Rigor mortis (enrigecimento cadavérico).<br />
2 0 - Livores (mancha violácea em dorso).<br />
3 0 - Decomposição corporal (falta parte do corpo, putrefação ou outros).
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QUANDO PARAR AS MANOBRAS?<br />
Uma vez iniciada a RCP só pare quando:<br />
1 0 - houver resposta e forem restabelecidas as funções respiratória e os batimentos cardíaco.<br />
2 0 - Houver exaustão do socorrista.<br />
3 0 - Entregar o paciente em PCR a uma equipe médica (Suporte Avançado de Vida).<br />
• Existem casos de sucesso na reanimação em afogamento após 2 horas de RCP.<br />
POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA<br />
• Após o sucesso da RCP mantenha a hiperextensão do pescoço e a observação do ABC.<br />
• Coloque a vítima de lado, de forma a evitar a reobstrução das vias aéreas e/ou a aspiração<br />
de vômitos (posição lateral de segurança).<br />
• Só movimente a vítima de trauma em casos de PCR.<br />
O USO DE EQUIPAMENTOS (Técnicas Com Equipamentos Básicos)<br />
Consistem na ventilação boca-a-barreira de proteção (ver mais detalhes mais adiante na<br />
PARTE 5 - Ítem B - O USO DE EQUIPAMENTOS E OXIGÊNIO NA VENTILAÇÃO).<br />
Ventilação Boca-a-Máscara (figura XIX).<br />
Figura XIX - Utilização da ventilação com máscara - “Pocket Mask”<br />
• Oferece proteção ao socorrista contra doenças.<br />
COMPLICAÇÕES DA RCP<br />
• Siga as técnicas correta de RCP para minimizar as complicações.<br />
• Mesmo seguindo as técnicas corretas podem ocorrer: fraturas de costelas e<br />
esterno, pneumotórax (ar em tórax), hemotórax (sangue em tórax), trauma<br />
pulmonar, lacerações do fígado e/ou baço, e embolia gordurosa.<br />
PROGNÓSTICO APÓS RCP<br />
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270<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• O melhor resultado da RCP ocorre quando o Suporte Básico de Vida é iniciado em<br />
até 4 minutos, seguido pelo Suporte Avançado de Vida em até 8 minutos.<br />
• As melhores respostas a RCP ocorrem em: Infarto agudo do miocárdio, casos de<br />
fibrilação ventricular, hipotermia, “overdose”, obstrução de vias aéreas, parada<br />
respiratória primária e afogamento.<br />
• Existem casos de afogamento atendidos por nosso grupo, que foram<br />
reanimados com mais de 15 minutos de submersão, sem seqüelas, o que<br />
justifica todo empenho realizado nestes casos.<br />
MANOBRA DE HEIMLICH<br />
Manobra para desobstrução de vias aéreas por corpo estranho<br />
• Corpo estranho em vias aéreas é qualquer objeto que se coloque em posição de impedir a<br />
ventilação pulmonar normal, como balas, moedas, dentadura, alimentos e outros.<br />
• A manobra de HEIMLICH é o único método pré-hospitalar de desobstrução das vias aéreas<br />
superiores por corpo estranho.<br />
A manobra de Heimlich deve ser realizada quando:<br />
• Houver forte suspeita de corpo estranho obstruindo as vias aéreas.<br />
• Não houver resposta à ventilação Boca-a-Boca (ausência de elevação do tórax).<br />
A obstrução das vias aéreas por corpo estranho deve ser suspeitada nos seguintes<br />
casos:<br />
1. Adultos jovens que estavam se alimentando e subitamente param de respirar.<br />
2. Crianças que estavam se alimentando ou brincando com pequeno objeto e subitamente<br />
perdem a consciência e param de respirar.<br />
3. Qualquer paciente em PCR, em que a ventilação boca-a-boca não produza a elevação do<br />
tórax.<br />
4. Impossibilidade de respirar, tossir e falar de ocorrência súbita.<br />
1 - Vítimas Conscientes com obstrução de vias aéreas<br />
• Verifique se a vítima está se sufocando e sua capacidade de emitir sons.<br />
• Caso a vítima possa tossir ou falar, significa que a obstrução é incompleta. Acione o<br />
sistema SEM (193) para transportar a vítima para o hospital de referência e não efetue a<br />
Manobra de Heimlich.<br />
• Nas obstruções completas posicione-se por trás da vítima cincundando-a com seus<br />
braços e faça compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima, até desobstruir<br />
as vias aéreas ou o paciente perder a consciência (figura XX).<br />
2 - Vítimas Inconscientes com obstrução de vias aéreas<br />
• Suspeite de obstrução em vítimas nas quais você encontre dificuldade para insuflar seus<br />
pulmões.
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• Refaça a hiperextensão do pescoço e tente novamente ventilar - Caso não tenha sucesso:<br />
• Ajoelhe-se a cavaleiro sobre as coxas do paciente e coloque as mãos entre o umbigo e o início<br />
das costelas. Faça 5 compressões súbitas no abdome em direção a cabeça (figura XXI).<br />
Figura XX Figura XXI<br />
• Após a manobra de Heimlich - tente novamente ventilar o paciente por duas vezes.<br />
• Abra a boca e verifique se o corpo estranho foi deslocado, retirando-o.<br />
• Em caso de insucesso, repita toda a seqüência, até que seja obtido sucesso.<br />
• Em lactentes, coloque a criança com a cabeça em posição mais baixa que o corpo, uma das<br />
mãos segura a cabeça e a mandíbula em ligeira hiperextensão, e com a outra mão dê 5 tapas<br />
no tórax. Caso não seja efetiva, gire a vítima de frente e tente 5 compressões torácicas abaixo<br />
do ponto da compressão cardíaca em lactente (figura XXII).<br />
Figura XXII - Manobra de Heimlich em lactente<br />
• Em caso de vômitos vire a cabeça de lado, limpe a boca e continue o procedimento.<br />
• Não inicie a compressão cardíaca até que a obstrução tenha sido resolvida.<br />
RISCO DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS DURANTE A RCP<br />
• A maioria das RCP feita pelos guarda-vidas é realizada em vítimas não conhecidas.<br />
• Em qualquer situação de emergência existe a exposição a alguns líquidos corpóreos com<br />
risco de transmissão de doenças para o guarda-vidas e para a vítima.<br />
• Embora algumas doenças possam ser potencialmente transmissíveis entre duas pessoas<br />
que se expõem, a preocupação maior é com as doenças mais graves como a hepatite B e a<br />
AIDS. Ambas raramente são transmissíveis durante a RCP, e os casos relatados até hoje<br />
foram decorrentes da contaminação por sangue ou pela penetração inadvertida da pele por<br />
instrumentos cirúrgicos.<br />
271
272<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• A transmissão de Hepatite B e AIDS jamais foi documentada até hoje (1994) em casos de<br />
ventilação Boca-a-Boca.<br />
• Recomenda-se a vacinação para hepatite tipo B em todos os socorristas.<br />
RESUMO DO EXAME PRIMÁRIO - RCP BÁSICA<br />
1 o Avalie o local, não se exponha a riscos desnecessários e utilize medidas de proteção individual.<br />
2 o Estabeleça o estado de inconsciência - cheque a resposta da vítima.<br />
3 o Em caso de ausência de resposta (inconsciente) - Acione o SEM (SCAV) - ligue 193<br />
4 o Abra as vias aéreas - hiperextensão do pescoço.<br />
• Em vítimas com suspeita de trauma de coluna cervical - Cuidado! - cheque primeiro a ventilação.<br />
Se não houver ventilação, posicione a vítima em decúbito dorsal e abra as vias aéreas.<br />
5 o Verifique presença de respiração - ver, ouvir e sentir (5 seg.) - se não houver ventilação.<br />
6 o Ventile a vítima por duas vezes - Boca-a-boca - verifique a expansão torácica a cada ventilação.<br />
• Não havendo elevação do tórax, reposicione o pescoço e tente nova ventilação. Em caso de<br />
insucesso faça a manobra de Heimlich. Em caso de sucesso na ventilação, prossiga na checagem<br />
do pulso.<br />
7 o Verifique sinais de circulação ou a presença de pulso arterial carotídeo no adulto, e braquial no<br />
lactente durante 5 seg.<br />
• Cheque grandes hemorragias após o pulso arterial e faça a hemostasia se for o caso.<br />
8 o No caso de ausência de sinais de circulação ou pulso arterial - Inicie as compressões<br />
torácicas. Deprimir o esterno 3 a 5 cm no adulto e 1 a 3 cm nas crianças e lactentes.<br />
• Um ou 2 Guarda-vidas (GV) - 2 ventilações e 15 compressões, em seqüência alternada.<br />
• Verificar retorno da ventilação após um 1 min. de RCP e a cada 3 minutos subseqüentemente.<br />
• Somente interrompa as manobras de RCP em caso de sucesso, ou após ordem médica ou<br />
cansaço extremo de perigo ao socorrista.<br />
SÓ INICIE O EXAME MAIS DETALHADO DA VÍTIMA<br />
- EXAME SECUNDÁRIO <strong>–</strong><br />
QUANDO A VÍTIMA ESTIVER VIVA<br />
O USO DOS DESFIBRILADORES SEMI-AUTOMÁTICOS<br />
SUPORTE BÁSICO DE VIDA - Conjunto de técnicas pouco complexas que devem ser ensinadas a<br />
pessoal de área de saúde e outros profissionais da área<br />
SUPORTE BÁSICO DE VIDA<br />
de segurança e resgate que tenham a possibilidade de A - Abertura de vias aéreas<br />
se deparar com situações de PCR. Consiste da B - Ventilação artificial<br />
associação das técnicas de RCP e de desfibrilação<br />
C - Compressões torácicas<br />
D - Desfibrilação semi-automática
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semi-automática. O Suporte Básico de Vida é conhecido também pela sigla BLS que vem do inglês<br />
(“Basic Life Support”).<br />
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR - A causa principal de PCR em adultos não vítimas de trauma é a<br />
fibrilação ventricular. A fibrilação ventricular é uma arritmia cardíaca geralmente causada por isquemia<br />
miocárdica relacionada a doença das artérias coronárias. Durante a fibrilação ventricular o coração<br />
perde a capacidade de se contrair eficazmente, pois cada fibra miocárdica se contrai independente<br />
das outras. Não há bombeamento de sangue. Após alguns minutos a fibrilação ventricular após<br />
consumir as reservas de energia do coração se converte em assistolia que geralmente é irreversível.<br />
Quanto mais rápido se atua maiores são as chances de reverter a fibrilação. O único tratamento eficaz<br />
para esta arritmia é a desfibrilação. O principal obstáculo a desfibrilação precoce é trazer o<br />
desfibrilador ao paciente em poucos minutos.<br />
DESFIBRILAÇÃO - É a aplicação de um choque controlado visando a reversão de uma arritmia<br />
cardíaca associada a PCR (fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular).<br />
A desfibrilação era uma habilidade reservada a médicos ou profissional treinados em suporte<br />
avançado de vida. Com a invenção dos desfibriladores semi-automáticos atualmente ela é efetuada<br />
por pessoal treinado em BLS. Não há necessidade de treinamento específico em reconhecimento<br />
(ECG) e tratamento de arritmias para operação do aparelho.<br />
Para que a desfibrilação seja realizado o mais precoce possível todo o pessoal treinado em<br />
BLS deve ser treinado em desfibrilação semi-automática.<br />
PRINCÍPIOS DA DESFIBRILAÇÃO PRECOCE<br />
• O ritmo mais freqüente em PCR em adultos é a fibrilação ventricular.<br />
• O tratamento mais efetivo da fibrilação é a desfibrilação.<br />
• A probabilidade de desfibrilação diminui rapidamente com o tempo.<br />
Muitos adultos em fibrilação podem sobreviver sem danos neurológicos se a desfibrilação for<br />
realizada até 6 a 10 minutos após a PCR desde que a RCP tenha sido iniciada. A RCP básica pode<br />
não converter a fibrilação ventricular ao ritmo normal. A rapidez com que a desfibrilação é realizada é<br />
o principal determinante do sucesso da reanimação. Em eventos de PCR presenciados por equipe<br />
dotada de desfibrilador a sobrevivência chega a 90% dos casos.<br />
TIPOS DE DESFIBRILADOR<br />
• Desfibriladores internos: são implantados cirurgicamente como aparelhos de marca-passo. Os<br />
choques são aplicados na superfície do coração, obrigatoriamente são automáticos.<br />
• Desfibriladores externos: as pás entram em contato com a superfície do tórax do paciente. Podem<br />
ser de três tipos: manuais, totalmente automáticos e semi-automáticos.<br />
273
274<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
DESFIBRILADORES EXTERNOS AUTOMÁTICOS (DEA)<br />
São equipamentos de desfibrilação dotados de um microprocessador que realiza a análise do<br />
ritmo. Os aparelhos totalmente automáticos após serem ligados e conectados ao paciente não exigem<br />
mais a interferência humana enquanto que os semi-automáticos recomendam ao operador que<br />
dispare o choque. Os aparelhos semi-automáticos são considerados mais seguros, pois não existe o<br />
risco do choque ser aplicado com pessoal em contato com a vítima a não ser por erro do operador.<br />
Neste capítulo mencionaremos apenas os desfibriladores semi-automáticos.<br />
ANÁLISE DO RITMO<br />
Os DEA possuem um microprocessador que realiza a análise de características múltiplas do<br />
eletrocardiograma do paciente. A sensibilidade e especificidade destes aparelhos são altas. Os erros<br />
que ocorreram com a utilização dos DEA podem ser atribuídas na maior parte dos casos a falha do<br />
operador.<br />
O DEA analisa o ritmo várias vezes em poucos segundos, se várias destas análises<br />
demonstrarem a presença de um ritmo “desfibrilável” de PCR (fibrilação e taquicardia ventricular), o<br />
aparelho carregará seu capacitor e recomendará a seu operador a execução do choque através de<br />
mensagem visual ou sonora.<br />
Interferência com a análise do DEA<br />
• Transmissão de mensagens de rádio a menos de 2 m do aparelho.<br />
• Movimentação do paciente durante seu transporte ou manobras de RCP, podem interromper a<br />
análise do ritmo.<br />
• Respiração agônica ou convulsões.<br />
INTERRUPÇÃO DA RCP<br />
As normas da “American Heart Association” utilizadas em quase todos os serviços médicos<br />
ensinam que a RCP não deve ser interrompida por mais de 5 segundos. A utilização do desfibrilador<br />
semi-automático é uma das poucas situações em que estas normas não se aplicam. A interrupção da<br />
RCP é contrabalançada pelos efeitos benéficos da desfibrilação precoce. O tempo entre a ativação do<br />
modo de análise do DEA e a 1 a desfibrilação é em média de 10 a 15 segundos.<br />
VANTAGENS DO DEA<br />
• Aumentar o número de pessoas aptas a realizar desfibrilação.<br />
• Tornar a desfibrilação mais precoce no ambiente pré-hospitalar.<br />
• Aumentar a sobrevivência de vítimas com fibrilação ventricular.<br />
• Diminuir a necessidade de treinamento de pessoal em técnicas de suporte avançado de vida.
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DESFIBRILAÇÃO SEMI-AUTOMÁTICA<br />
Todos os aparelhos podem ser utilizados seguindo passos simples.<br />
• Determinar que o paciente está em PCR.<br />
• Efetuar RCP até que o aparelho esteja pronto para operar.<br />
• Socorro com Dois socorristas: um efetua a RCP e o outro prepara o DEA.<br />
• Socorro com Um socorristas: determinar a inconsciência, abrir vias aéreas, ventilar 2 vezes se<br />
paciente em apnéia, palpar pulso carotídeo e se pulso ausente aprontar o DEA.<br />
Operação do DEA<br />
1. Colocar o aparelho se possível próximo a ouvido esquerdo da vítima.<br />
2. Realizar os procedimentos do lado esquerdo do paciente.<br />
3. Ligar o aparelho.<br />
4. Conectar pás adesivas ao tórax do paciente uma na borda esternal superior direita e a outra no<br />
ápex cardíaco.<br />
5. Cessar toda a movimentação do paciente.<br />
6. O socorrista deve solicitar em voz alta “Afaste-se do paciente”.<br />
7. Pressionar o botão de análise do ritmo.<br />
8. Seguir a mensagem gravada do aparelho.<br />
9. Caso o aparelho indique o choque o operador deve pressionar o botão e o DEA efetuará a<br />
descarga de 200 J. Após o 1 o choque não palpar pulso, pressionando imediatamente o botão de<br />
análise e caso indicado pelo DEA repetir o choque pela 2 a vez. Após o 2 o choque não palpar pulso,<br />
pressionando imediatamente o botão de análise e caso indicado pelo DEA repetir o choque pela 3 a<br />
vez. O DEA faz automaticamente a carga de seu capacitor caso o choque esteja indicado com<br />
sucessivamente 200 J, 200 a 300 J e 360 J.<br />
10. Caso após uma das análises de ritmo a mensagem do desfibrilador seja “choque não indicado”<br />
palpar o pulso carotídeo por 5 segundos reiniciando a RCP se ele estiver ausente.<br />
11. Se o pulso estiver presente avaliar a ventilação do paciente, iniciando respirações artificiais se<br />
necessário ou apenas a administração de O2 suplementar.<br />
12. Depois do 3 o choque o socorrista efetua a palpação do pulso carotídeo por 5 segundos e caso<br />
ausente faz RCP por 1 minuto.<br />
13. Após 1 minuto de RCP o pulso carotídeo é verificado e caso ausente repetir a análise do ritmo.<br />
14. Repetir os itens de 9 a 11.<br />
15. São efetuados sempre até 3 choques.<br />
MEDIDAS DE SEGURANÇA NO USO DO DEA<br />
• Os DEA devem ser conectados ao paciente somente quando o mesmo estiver inconsciente,<br />
apneico e sem pulso.<br />
275
276<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• A RCP e o transporte do paciente devem ser interrompidos. Existem reportes de choques<br />
efetuados a pacientes com arritmias não associadas a PCR mas estas são falhas do operador e<br />
não do aparelho.<br />
• Após a ativação do modo de análise do DEA nenhum socorrista pode permanecer em contato com<br />
o paciente para evitar erros na análise do ritmo e sua eletrocussão acidental. Sempre que for<br />
ativado o modo de análise o socorrista deve dizer em voz alta “Afaste-se do paciente”.<br />
• Os desfibriladores semi-automáticos<br />
não são utilizados em crianças<br />
menores que 8 anos, pois raramente<br />
estas tem PCR em fibrilação ventricular<br />
e a energia dos choques aplicados é<br />
exagerada para o peso das crianças.<br />
• Os socorristas devem seguir as normas<br />
de manutenção do aparelho deixando-o<br />
permanentemente pronto para o uso.<br />
CHEGADA DE MÉDICO SOCORRISTA<br />
AO LOCAL<br />
Após a chegada de socorro médico<br />
avançado ao local os socorristas devem fazer um sumário dos procedimentos efetuados e passar o<br />
comando da situação para o médico.<br />
PARTE B - EXAME SECUNDÁRIO<br />
SÓ INICIE O EXAME SECUNDÁRIO COM PACIENTE VIVO, OU SEJA,<br />
APÓS VERIFICAR AUSÊNCIA DE PCR<br />
1 - INTRODUÇÃO AO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA<br />
ESTRUTURAS DO CORPO HUMANO - Termos importantes<br />
• Célula - Unidade básica de todos os tecidos vivos.<br />
• Tecido - Um grupo de células similares, que atuam juntas para executar uma função específica do<br />
corpo.<br />
• Sistema - Grupo de órgãos e outras estruturas que funcionam juntos para funções específicas.<br />
• Órgãos vitais - Órgãos essenciais para a manutenção da vida, e que sofrem rapidamente na<br />
ocorrência de baixa de oxigênio - cérebro e coração.
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• Sistema Circulatório - Grupo de órgãos (coração) e outras estruturas que carreiam sangue rico<br />
em oxigênio e outros nutrientes através do corpo (artérias) e removem as escórias das células<br />
(veias).<br />
• Sistema digestivo - Grupo de órgãos e outras estruturas que digerem a comida e eliminam os<br />
produtos indesejáveis - boca, faringe, estômago, intestino delgado e grosso, e ânus.<br />
• Sistema endócrino - Grupo de órgãos e outras estruturas que regulam e coordenam as atividades<br />
de outros sistemas através da produção de substâncias - Supra-renal, parótida, tireóide,<br />
paratireóide, pancreas, hipófise, ovário, e testículos.<br />
• Sistema genito-urinário - Grupo de órgãos e outras estruturas que eliminam escórias e permitem<br />
a reprodução - rim, ureter, bexiga, uretra, pênis, vagina, testículos, útero, e outros.<br />
• Sistema tegumentar - Pele, unha, cabelo, cera, e outros.<br />
• Sistema músculo-esquelético - Grupo de órgãos e outras estruturas que fornecem suporte e<br />
movimentação do corpo, proteção de órgãos internos, armazenamento de minerais, produção de<br />
células sanguíneas e calor - ossos,<br />
músculos, tendões, ligamentos,<br />
medula óssea.<br />
• Sistema nervoso - Grupo de<br />
órgãos e outras estruturas que<br />
regulam todas as funções corporais<br />
- cérebro, medula espinhal,<br />
cerebelo,<br />
nervos.<br />
raízes espinhais e<br />
• Sistema respiratório - Grupo de órgãos e outras estruturas que trazem o oxigênio (O2) para<br />
dentro do corpo e removem as escórias (CO2) através da respiração - boca, faringe, laringe,<br />
traquéia, brônquios, bronquíolos, e pulmões.<br />
SINAIS E SINTOMAS DIAGNÓSTICOS<br />
• Sinal - alteração que pode ser verificável ao exame físico.<br />
• Sintoma - sensação que o paciente informa sentir.<br />
FREQÜÊNCIA CARDÍACA (FC)<br />
• Freqüência cardíaca - número de vezes que o coração se contrai por minuto.<br />
• A sua verificação é realizada pela palpação do pulso artérial radial.<br />
• FC normal varia entre 60 e 80 batimentos por minuto (Bpm).<br />
• Taquicardia - FC > 100 Bpm. - Hipotensão ou Choque, Arritmias, Febre, Ansiedade, Dor, e outros.<br />
• Bradicardia - FC < 60 Bpm - Atletas, Arritmias, drogas, TRM, IAM, e outros.<br />
• Variações possíveis do ritmo cardíaco: regular ou irregular<br />
277
278<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Intensidade do pulso radial (amplitude): fino, ou normal.<br />
PRESSÃO ARTERIAL (PA)<br />
• Mede a força que o sangue exerce sobre a parede das artérias.<br />
• A PA depende de 2 fatores: quantidade de sangue ejetada pelo coração a cada contração e a<br />
relação entre a capacidade do sistema arterial e o volume sangüíneo.<br />
• Reduções no volume ejetado pelo coração causam diminuições da PA.<br />
• PA sistólica é o nível numérico mais alto aferido<br />
• PA diastólica é o nível numérico inferior aferido<br />
• Os valores normais da PA variam de 90/50 a 140/90<br />
• O equipamento utilizado na aferição da PA é chamado de esfigmomanômetro ou “aparelho de<br />
pressão”.<br />
• Hipotensão arterial é a alteração da PA abaixo do normal - traumas com perda de sangue,<br />
desidratações, hemorragias, drogas, bradicardia ou taquicardia importantes, e outros.<br />
• Hipertensão arterial é a alteração da PA acima dos valores normais - dor, ansiedade, e pacientes<br />
hipertensos.<br />
FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR)<br />
• É o número de vezes que o indivíduo respira no intervalo de 1 minuto.<br />
• A sua verificação se faz através da observação do movimento torácico.<br />
• O valor normal varia entre 12 e 20 incursões por minuto (ipm) dependendo da idade.<br />
• Sua alteração pode ocorrer em casos de: falta de ar, Ansiedade, Choque, febre, e outros.<br />
• FR normal: 12 a 20 ipm<br />
• Taquipnéia - FR > 20 ipm<br />
• Dispnéia é a sensação de falta de ar<br />
• Ritmo da respiração: regular ou irregular<br />
• Intensidade da respiração: superficial ou profunda<br />
TEMPERATURA AXILAR (T.A) E EXAME DA PELE<br />
• Verifica-se a temperatura corporal através do uso de um termômetro com escala de 35 a 41 0 C.<br />
• A temperatura pode ser verificada na boca, no ânus, e mais comumente na região axilar.<br />
• Para utiliza-lo em região axilar basta reduzir a temperatura do termômetro abaixo de 36 0 C e<br />
coloca-lo na axila com a parte do mercúrio voltada para dentro da axila aguardando 5 minutos para<br />
sua verificação.<br />
• Temperatura normal: 36 a 37.5 0 C<br />
• Febre: Temp. Axil. > 37.8 0 C- Infecções, drogas, inflamações sistêmicas, traumas severos,<br />
queimaduras, e outros.<br />
• Hipotermia: Temperatura < 35.5 0 C - Climas e águas frias, afogamento, drogas, hipotensão<br />
arterial, choque e etc.
PELE<br />
1. Coloração<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
• Pálida - frio, hipotensão arterial ou choque, ou hemorragia importante.<br />
• Avermelhada - queimadura ou infecção.<br />
• Azulada (cianose) - falta de oxigênio ou frio.<br />
2. Temperatura<br />
• Fria - hipotermia ou choque.<br />
• Quente - febre<br />
3. Umidade<br />
• Úmida (suor) - Quente: exercícios e febre,<br />
Fria: hipotensão ou choque e mal estar<br />
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA<br />
• O Sistema Nervoso Central tem a função de manter e coordenar todas as atividades<br />
voluntárias (movimento e fala) e involuntárias (respiração, circulação e digestão).<br />
• As células que compõem o Sistema Nervoso são denominadas neurônios e têm um alto<br />
grau de especialização.<br />
• Estas células têm uma sensibilidade muito grande a falta de oxigênio e glicose.<br />
• Coma: ausência de qualquer resposta compreensível a qualquer estímulo externo ou<br />
necessidade interna.<br />
• Síncope: perda breve da consciência devido à diminuição da circulação cerebral -<br />
hipotensão ou choque.<br />
• Determine o nível de consciência utilizando o método AVDI.<br />
A - Acordado<br />
V - Responde a estímulos Verbais<br />
D - responde a Dor - beliscão no braço ou perna, ou um aperto sobre a unha.<br />
I - Irresponsivo<br />
2 - ABORDAGEM INICIAL AO PACIENTE EM EMERGÊNCIA<br />
ABORDAGEM AO PACIENTE<br />
• Após o Exame Primário determine a necessidade de transporte rápido para o hospital<br />
(vítimas instáveis), ou se é possível completar o Exame Secundário no local.<br />
• O Exame Primário consiste na avaliação de todas as condições clínicas que impliquem em risco<br />
iminente de vida - ABC da vida - Essa fase deve ser completada no máximo em 60 segundos.<br />
Só após completada esta fase de exame primário, você deverá iniciar o exame secundário.<br />
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280<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
EXAME SECUNDÁRIO<br />
• Faça uma abordagem de lesões que não impliquem em risco imediato de vida.<br />
1 0 . IMOBILIZAR A COLUNA CERVICAL (ver mais detalhes em trauma cervical - TRM)<br />
• Se houver suspeita de trauma imobilize imediatamente o pescoço - Colar cervical<br />
2 0 . AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA SUMÁRIA<br />
• Determine o nível de consciência utilizando o método AVDI.<br />
A - Acordado<br />
3 0 . EXPOR A VÍTIMA<br />
V - Responde a estímulos Verbais<br />
D - responsivo a Dor<br />
I - Irresponsivo<br />
• Peça ao paciente consciente que informe se existe dor e movimente discretamente os<br />
dedos das mãos e dos pés.<br />
• Descubra a vítima para observar a presença traumatismos em áreas cobertas pelas<br />
roupas.<br />
4 0 . SINAIS VITAIS<br />
• Determine a FC e o tipo de pulso arterial radial. A presença deste pulso indica que não há<br />
choque.<br />
• Cheque a FR e profundidade da respiração.<br />
• Avalie de modo comparativo a temperatura da pele da vítima.<br />
• Teste nos dedos se a unha se enche de sangue ao apertar.<br />
• Observe a cor da pele - Coloração rosada raramente tem sangramentos importantes. A<br />
palidez ou tom acinzentado de pele pode indicar hemorragia.<br />
• Adote medidas de controle de hemorragias externas.<br />
5 0 . ANAMNESE DIRIGIDA SUMÁRIA (Colher história do ocorrido)<br />
• O que você está sentindo?<br />
• O que ocorreu?<br />
• Existia alguma doença antes do acidente ocorrido?<br />
• Usa medicações?<br />
• Última refeição - quando foi?<br />
6 0 . EXAME DA CABEÇA AOS PÉS<br />
CABEÇA<br />
• Faça exame mais detalhado seguindo a seqüência da cabeça para os pés (crânio-caudal).<br />
• Palpe o couro cabeludo para observar traumas: hematomas e depressões.<br />
• Palpe a face.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
• Observe drenagem de sangue pelos ouvidos ou nariz.<br />
• Examine a cavidade oral com mais atenção, procurando lesões, sangramentos e próteses<br />
(dentaduras).<br />
• Sinta o hálito da vítima - Álcool?<br />
PESCOÇO<br />
• Observe lesões penetrantes, alterações de volume<br />
e hemorragias externas.<br />
• Compare os dois pulsos carotídeos<br />
• Verifique a presença de ar sob a pele, através da<br />
palpação, com a sensação de crepitações.<br />
• Verifique a centralização e integridade da traquéia e<br />
coluna cervical.<br />
TÓRAX<br />
• Observe feridas penetrantes, contusões,<br />
deformidades.<br />
• Observe movimentos respiratórios diferentes.<br />
• Palpe as clavículas e costelas para verificar áreas<br />
instáveis na parede torácica.<br />
ABDOME<br />
• Observe feridas penetrantes, equimoses, e evisceração (saída de vísceras da cavidade).<br />
PELVE<br />
• Faça uma leve compressão bilateral no sentido antero-posterior e latero-lateral das cristas<br />
ilíacas e palpação da sínfise pubiana (região acima da genitália). O objetivo é determinar a<br />
presença de dor e instabilidade óssea.<br />
MEMBROS<br />
• Examine os membros superiores (braços) primeiro, e a seguir os membros inferiores<br />
(pernas).<br />
• Inspecione observando deformidades, lesões com exposição óssea e hemorragias.<br />
• Palpe os ossos procurando determinar presença de fraturas.<br />
• Verifique e compare a sensibilidade e os pulsos arteriais.<br />
DORSO<br />
• Coloque as mãos por baixo da vítima, durante a manobra de rolamento utilizada para<br />
colocar a vítima sobre a prancha longa ou maca.<br />
REPORTANDO RESULTADOS DA AVALIAÇÃO INICIAL ( telefone 193)<br />
• Inicie com a causa do acidente<br />
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282<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Reporte o exame primário - ABC<br />
• Descreva a queixa principal do paciente<br />
• Descreva os sinais vitais e os resultados do exame secundário<br />
• Reporte a conduta inicial tomada<br />
Ao realizar os exames primário e secundário, o socorrista terá um diagnóstico do que<br />
ocorreu à vítima.<br />
A seguir veremos as diversas situações de emergência,<br />
e qual a conduta específica à cada uma delas.<br />
PARTE C - <strong>EMERGÊNCIAS</strong> TRAUMÁTICAS<br />
Em qualquer situação de trauma proceda ao EXAME PRIMÁRIO primeiro, e logo após,<br />
estando a vítima viva proceda ao EXAME SECUNDÁRIO. Durante o exame secundário o socorrista<br />
deverá avaliar os possíveis traumas ocorridos e suas condutas. Neste capítulo veremos cada situação<br />
particular de trauma e sua conduta.<br />
O que é trauma (traumatismo)? <strong>–</strong> É a lesão corporal resultado da exposição à energia (mecânica,<br />
térmica, elétrica, química ou radiação) que interagiu com o corpo em quantidades acima da suportada<br />
fisiologicamente. Pode ainda em alguns casos ser resultado da insuficiência de algum elemento vital<br />
(afogamento, estrangulamento, congelamento). O tempo de exposição e o surgimento da lesão devem<br />
ser curtos (alguns minutos) (OMS - ano 2000). O trauma pode ser intencional ou não intencional e<br />
varia de leve a grave.<br />
1 - HEMORRAGIAS<br />
• Um indivíduo com 70 Kg possui aproximadamente 4.900 ml de sangue. O volume de sangue varia<br />
conforme a idade e pode ser estimado utilizando-se o valor médio de 80 ml / Kg de peso. Em<br />
crianças, o volume sangüíneo é maior, estando entre 8 e 9% do peso corporal.<br />
• Hemorragia é a perda de sangue circulante para fora dos vasos sangüíneos.<br />
• Hemostasia é o controle da hemorragia.<br />
• Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são:<br />
1) Contração da parede dos vasos sangüíneos (vasoconstricção)<br />
2) Coagulação do sangue (plaquetas e fatores da coagulação)<br />
CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS<br />
1 - Tipo de Vaso Sangüíneo - tipo de hemorragias<br />
• Arterial: sangramento em jato. Geralmente coloração vermelho-vivo <strong>–</strong> sangramento grave<br />
que pode levar a morte em poucos minutos.<br />
• Venosa: sangramento contínuo, geralmente de coloração escura - raramente fatal.<br />
• Capilar: sangramento contínuo discreto <strong>–</strong> pequena importância.<br />
2 - Profundidade - tipo de hemorragias
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
• Externa: sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do sangramento.<br />
Podem geralmente ser controladas utilizando técnicas básicas de primeiros socorros.<br />
• Interna: sangramento de estruturas profundas pode ser oculto ou se exteriorizar. As<br />
medidas pré-hospitalares básicas de hemostasia geralmente não funcionam.<br />
3 - Velocidade<br />
• Quanto mais rápida a hemorragia menos o organismo tolera a perda de sangue e mais<br />
rápido deve ser o socorro à vítima para o hospital.<br />
CONSEQÜÊNCIAS DA HEMORRAGIA<br />
• Hemorragias não tratadas podem provocar o desenvolvimento do Choque.<br />
QUADRO CLÍNICO - varia com o volume da perda de sangue<br />
Hemorragias Classe I: Perdas de até 15% do sangue - 750 ml em adultos<br />
• não causam sintomas ou sinais no exame.<br />
Hemorragias Classe II: Perdas entre 15% e 25% do sangue - 750 a 1.500 ml.<br />
• Ansiedade e queixas de sede<br />
• Taquicardia - FC entre 100 e 120 bpm.<br />
• Pulso radial fino - PA normal com o paciente deitado.<br />
• Taquipnéia (respiração rápida) com FR > 20 por minuto.<br />
• Pele com suor frio e pálido.<br />
Hemorragias Classe III: Perdas entre 25% e 40% do sangue - 1.500 a 2.000 ml.<br />
• Ansiedade e às vezes agitação e sede intensa.<br />
• Pele com suor frio e pálido.<br />
• Taquicardia superior a 120 bpm.<br />
• Pulso radial fino ou impalpável. PA baixa mesmo deitado ou choque.<br />
• Taquipnéia importante - FR > 30 p/min.<br />
Hemorragias Classe IV: Perdas superiores a 40% do sangue - >2.000 ml - CHOQUE<br />
• Nível de consciência alterado, variando entre agitação, confusão mental e inconsciência.<br />
• Pela fria e pálida.<br />
• Taquipnéia com freqüência respiratória > 35 p/min.<br />
• Taquicardia importante - FC >140 bpm. Vítimas agônicas podem apresentar bradicardia.<br />
• Pulso radial impalpável com pulso arterial carotídeo presente - Choque<br />
• A perda de mais de 50% do volume sangüíneo causa a morte.<br />
RECONHECIMENTO DAS HEMORRAGIAS<br />
• A hemorragia pode ser estimada grosseiramente através do sangue perdido no local.<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Pacientes com sinais de choque e lesões externas pouco importantes devem<br />
apresentar hemorragia interna oculta. Algumas fraturas como as de bacia e fêmur podem<br />
produzir hemorragias internas graves e choque.<br />
• Os locais mais freqüentes de hemorragia interna são o tórax e abdome. Observe<br />
presença de lesões perfurantes, equimoses ou contusões na pele do tórax e abdome.<br />
CONDUTA PRÉ-HOSPITALAR<br />
1) Exame Primário - ABC da vida<br />
2) Controle de hemorragias externas:<br />
• Coloque suas luvas ou utilize um pano para manipular a vítima.<br />
• Coloque compressa limpa sobre o ferimento e efetue a compressão direta da lesão.<br />
• Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque outra compressa sem retirar a 1 a .<br />
• Eleve se possível o local do sangramento acima do nível do coração com a vítima deitada.<br />
• Na persistência da hemorragia, inicie a compressão direta da artéria que irriga a região.<br />
Os principais pontos arteriais são os braquiais, femorais e temporais superficiais.<br />
• Não utilize torniquete.<br />
3) Em caso de choque - posicione o paciente com as extremidades inferiores elevada.<br />
4) Imobilize as fraturas exceto naqueles que apresentem sinais de choque.<br />
5) Em caso de choque transporte o paciente imediatamente para o hospital.<br />
RESUMO DA HEMOSTASIA<br />
Figura - (1) hemostasia com pano, (2) elevação do ponto de sangramento acima do coração, (3) bandagem<br />
2 - sobre CHOQUE o pano, (4) colocar outro pano por sobre o curativo em caso de permanência do sangramento, e<br />
dependendo do local, (5) compressão arterial braquial, ou (6) compressão arterial femoral.<br />
• É o estado que resulta da incapacidade em prover sangue suficiente para os órgãos.<br />
• Pressão Arterial sistólica < 60 mmHg.<br />
• A causa mais comum de choque é a hemorragia. A perda de 1,5 litro ou mais de sangue pode<br />
produzir choque.
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Causas<br />
Perda líquida (desidratação) ou sangramento (Trauma - hemorragia) importante <strong>–</strong> são as<br />
causas mais freqüentes.<br />
Infarto agudo do miocárdio em adultos > 40 anos é causa mais freqüente de choque.<br />
Infecção severa (sepse)<br />
Queimadura grave e outros<br />
Sinais e Sintomas<br />
Confusão, ansiedade até a inconsciência.<br />
Pele pálida, úmida com sudorese fria e Sede intensa.<br />
Pulso arterial rápido e fraco<br />
Respiração rápida<br />
CONDUTAS DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO CHOQUE<br />
1. Exame primário - ABC da vida: administrar 15 litros de oxigênio sob máscara em todos os casos.<br />
2. Controle imediatamente hemorragias externas e imobilize somente grandes fraturas.<br />
3. Posicione a vítima de acordo com a causa do choque.<br />
• Decúbito dorsal com os membros inferiores elevados na maioria dos casos.<br />
• No caso de infarto do coração a melhor posição é a semi-sentada.<br />
4. Não administre líquidos ou medicamentos pela boca.<br />
5. Aqueça o paciente com cobertores.<br />
6. Transporte imediatamente ao hospital - aumenta as chances de sobrevivência.<br />
3 - FERIDAS<br />
• São as lesões de tecidos corporais produzidos por trauma.<br />
• Os ferimentos podem ser:<br />
FERIDA FECHADA - pele integra<br />
Contusões<br />
• A presença de lesões superficial não ameaça a vida, porém alertam para lesões de<br />
órgãos internos.<br />
• Equimose - Pele lisa com uma coloração preta ou azulada.<br />
• Hematoma - Tumoração preta ou azulada visível sob a pele.<br />
Sucção <strong>–</strong> Não puxe o membro preso pela sucção, desligue o aparelho (ex: bomba de piscina). Com a<br />
sucção ocorre trauma local e edema (inchaço). Caso o membro não saia do local de sucção deve-se<br />
quebrar o local ao redor do orifício de sucção.<br />
FERIDA ABERTA - pele aberta<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
ESCORIAÇÕES <strong>–</strong> LESÕES CORTO-CONTUSAS - LACERAÇÕES<br />
• Escoriações: Lesões superficiais da pele ou mucosas, que apresentam sangramento leve e<br />
costumam ser extremamente dolorosas. Não representam risco ao paciente quando<br />
isoladas.<br />
• Lesões corto-contusas: Lesões produzidas por objetos cortantes. Podem causar<br />
sangramento de variados graus e danos a tendões, músculos, nervos e vasos sanguíneos.<br />
• Lacerações: Grandes lesões corto-contusas, geralmente com lesões de músculos, tendões,<br />
nervos e sangramento que pode ser moderado a intenso. Grandes traumas como ex: acidentes<br />
automobilísticos.<br />
• O socorrista deve controlar o sangramento por compressão direta e aplicação de<br />
curativo e bandagens. Imobilize extremidades com ferimentos profundos.<br />
• Em pacientes com PA normal efetue a limpeza das lesões de forma rápida. No trauma grave<br />
este procedimento é omitido para reduzir o tempo de chegada ao hospital.<br />
FERIMENTOS PERFURANTES - perfuração da pele e tecidos por um objeto.<br />
• O orifício de entrada pode não corresponder a profundidade da lesão.<br />
• Tratar as condições que causem risco iminente de vida - ABC e Hemorragias.<br />
• As lesões penetrantes de tórax e abdome devem ser ocluídas o mais rápido possível.<br />
• Lesões perfurantes de tronco e abdome devem ir para o hospital imediatamente.<br />
AVULSÕES - descolamento da pele que pode se manter ligado ao tecido ou não.<br />
• Apresentam graus variados de sangramento, geralmente de difícil controle.<br />
• A localização mais comum é em membros superiores e inferiores.<br />
• Coloque o retalho em posição normal e efetue a compressão direta da área para controlar o<br />
sangramento. Caso seja possível lave o retalho com água corrente antes.<br />
• Caso a avulsão seja completa - lave o retalho com água corrente ou soro fisiológico, envolve-lo<br />
em pano limpo molhado, coloque-o dentro de um saco plástico lacrado dentro de vasilhame com<br />
água gelada para o transporte ao hospital. Evite o uso de gelo direto sobre o tecido.<br />
AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS - Separação de um membro ou de uma estrutura do corpo.<br />
a) Exame primário - ABC da vida.<br />
b) Controle a hemorragia - O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento.<br />
c) Trate o choque se presente.<br />
d) Cuide do segmento amputado (separado do corpo):<br />
• Limpe com solução salina ou água corrente, sem imersão em líquido.<br />
• Envolva-o em gaze estéril úmida ou compressa limpa molhada.<br />
• Proteja o membro amputado com dois sacos plásticos.<br />
• Coloque o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água gelada.<br />
• Jamais coloque a extremidade em contato direto com gelo.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
e) Não deve-se demorar no cuidado ao segmento amputado, já que a vítima é<br />
considerada de alto risco para o choque hipovolêmico. O paciente deve ser removido o<br />
mais rapidamente para o hospital.<br />
EMPALAMENTO - perfuração na qual o objeto penetrante está parcialmente exteriorizado.<br />
a) Exponha a lesão retirando a roupa.<br />
b) Nunca remova objetos empalados, sem que o paciente esteja no ambiente hospitalar.<br />
c) Estabilize o objeto no local encontrado com curativo apropriado.<br />
d) Não tente partir ou mobilizar o objeto, exceto se isto for essencial para o transporte.<br />
EVISCERAÇÃO - exteriorização de vísceras.<br />
a) Não tente reintroduzir os órgãos eviscerados.<br />
b) Cubra as vísceras com pano limpo umedecido em solução salina ou água limpa.<br />
c) Envolva o curativo com bandagem.<br />
d) Transporte o paciente em posição com o ventre para cima, com os joelhos fletidos.<br />
ESMAGAMENTO - acidentes automobilísticos, desabamentos e acidentes industriais.<br />
• Pode resultar em ferimentos abertos ou fechados. O dano tecidual é extenso (músculos,<br />
tendões, ossos). Os esmagamentos de tórax e abdome causam graves distúrbios circulatórios e<br />
respiratórios, sendo muitas vezes incompatíveis com a vida.<br />
• No caso de extremidade presa a maquinaria industrial, desligar a energia da máquina, e em<br />
seguida fazer a lenta reversão manual das engrenagens e retirada do membro. Caso não seja<br />
possível liberar a extremidade a máquina deverá ser desmontada e transportada juntamente<br />
com a vítima ao hospital.<br />
QUEDAS<br />
• Avaliar; a <strong>–</strong> Altura, b <strong>–</strong> Área anatômica do impacto, c <strong>–</strong> superfície da queda (água, asfalto,<br />
etc.).<br />
• Relacione os ferimentos na vítima em relação a área anatômica de impacto <strong>–</strong> cuidado com<br />
outras leões que não são visíveis como ex; queda em pé <strong>–</strong> lesão da coluna cervical.<br />
PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO (PAF)<br />
• Considere o calibre, a velocidade, o tipo de munição e a forma do projétil.<br />
• Além da perfuração ocorre queima dos tecidos ao redor.<br />
• Sempre procure o orifício de saída. O orifício de entrada é sempre menor e mais discreto que o<br />
de saída.<br />
• Um mesmo projétil pode lesar vários tecidos internamente e o sangramento ser volumoso,<br />
mesmo com orifício de penetração pequeno.<br />
LESÕES DECORRENTES DE EXPLOSÕES<br />
• Vários fragmentos e várias lesões.<br />
• Avaliar profundidade de penetração e queimaduras.<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
MORDEDURAS E PICADAS<br />
a) Mordida de cão ou gato<br />
• Lave a ferida com água e sabão de côco.<br />
• Não feche a ferida com curativos.<br />
• Encaminhe a vítima ao hospital para avaliação da necessidade de vacinação anti-rábica e<br />
antitetânica.<br />
• Mordidas em extremidades do corpo (pés, mãos, orelhas) são consideradas mais perigosas<br />
para o contágio do vírus da raiva humana.<br />
• As lambeduras por cães e/ou gatos doentes em tecidos abertos é considerado de risco.<br />
• Mantenha a posse do animal durante 10 dias após o acidente, para avaliação clínica do<br />
mesmo. Procure o veterinário para isto.<br />
• O morcego pode também ser portador do vírus da raiva.<br />
b) Picadas de insetos, aranha, escorpião e cobra.<br />
• Lavar com água e sabão o local<br />
• Tentar capturar o animal com segurança para identificar o animal.<br />
• Não tentar retirar o veneno do local, chupando, cortando, espremendo ou garroteando o<br />
membro.<br />
• Conduzir o paciente o mais rápido possível ao hospital pois há risco potencial de choque<br />
anafilático e ação direta do veneno.<br />
RESUMO - tratamento das feridas:<br />
• Expor a ferida (retirar roupas).<br />
• Controlar a hemorragia.<br />
• Limpar a superfície da ferida (se houver tempo).<br />
• Curativo com gaze ou pano limpo.<br />
• Imobilizar o segmento ferido.<br />
• Estabilizar objetos empalados.<br />
• Segmentos amputados devem ter cuidados a parte.<br />
• Utilize sempre luvas<br />
TÉTANO - A doença ocorre pela presença de corpos estranhos em feridas que contenham a bactéria<br />
“clostridium tetani”. Qualquer lesão causada por anzóis, pregos, latas, vidros, conchas, coral podem<br />
conter a bactéria e inseri-la no local da lesão durante o trauma.<br />
• O tétano pode ser prevenido.<br />
• Possibilidade de evolução para o óbito se não tratada em hospital.<br />
Profilaxia (prevenção):<br />
• Limpeza rigorosa de qualquer ferimento com água e sabão (se a vítima estiver estável).<br />
• Evite a colocação de substâncias como pó de café, açúcar, sal, pois há aumento do risco de<br />
infecção bacteriana e tétano.<br />
• Caso haja dúvida se o acidentado foi vacinado é necessário que receba três doses da vacina<br />
288<br />
antitetânica (intervalos de trinta dias entre as doses) com dose de reforço a cada dez anos.<br />
• Todos os pacientes devem receber orientação de um médico.
4 - CURATIVOS E BANDAGENS<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
CURATIVO cobre uma ferida protegendo-a de contaminação e auxilia no controle de sangramento. O<br />
curativo deve ser feito de preferencia com material estéril ou limpo.<br />
BANDAGEM fixa um curativo sobre a ferida. Deve ser justa para reduzir sangramentos, mas deve<br />
permitir a circulação sangüínea.<br />
Bandagem tipo Atadura: Técnicas de aplicação:<br />
• Cubra a ferida com o curativo e aplique a atadura.<br />
• Desenrole pouco a pouco, mantendo pressão uniforme e sobrepondo 50% a cada volta.<br />
• Evite excesso de compressão que possa causar interrupção da circulação.<br />
Bandagens Triangulares:<br />
• São as mais versáteis, pois têm múltiplas aplicações e podem ser<br />
improvisadas com qualquer pedaço de pano (guardanapos, lenços,<br />
fraldas, toalhas, roupas).<br />
• Podem ser utilizadas também como imobilizadores.<br />
• Deve medir 1 metro na base e ter pelo menos 60 cm de altura.<br />
• Antes de utilizar a bandagem cubra o ferimento com um<br />
curativo.<br />
• Podem ser abertas, dobradas como gravata, ou combinando as duas formas.<br />
• Inicie na região distal para a proximal do membro e não cubra os dedos.<br />
5. FRATURAS, LUXAÇÕES, ENTORSES<br />
Fraturas: interrupção na continuidade do osso.<br />
• Abertas - ferida na pele sobre a lesão que pode ser<br />
produzida pelo osso ou por objeto penetrante.<br />
• Fechadas - a pele sobre a fratura está intacta.<br />
• As fraturas são encontradas em traumas. As fechadas são de<br />
pouca gravidade, mas em alguns casos causam choque<br />
hemorrágico, danos vasculares e neurológicos.<br />
• Dor local e deformidade anatômica.<br />
• Edema, e hematoma.<br />
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290<br />
MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Incapacidade funcional e mobilidade anormal.<br />
Luxações: lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõe uma articulação é deslocada<br />
de seu lugar. A lesão dos tecidos pode ser muito grave, afetando vasos sangüíneos, nervos e a<br />
cápsula articular. Ocorre com maior freqüência em dedos e ombro.<br />
Entorses: São lesões nos ligamentos. Podem ser de grau mínimo ou complexo com ruptura completa<br />
do ligamento. Ocorre com maior freqüência nos tornozelos, joelhos e punhos.<br />
Distensões: Lesões aos músculos ou seus tendões. Geralmente são causadas por hiperextensão ou<br />
por contrações violentas. Pode ocorrer ruptura do tendão.<br />
COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS E DAS LUXAÇÕES<br />
Lesão Vascular: Algumas fraturas como as de fêmur e bacia, podem produzir hemorragias graves<br />
levando ao choque hemorrágico.<br />
Lesão Nervosa: Podem complicar as fraturas e as luxações. Os sintomas são: dor, sensação<br />
anormal, perda da sensibilidade (anestesia) e/ou dos movimentos (paralisia) que pode ser completa.<br />
Infecção: O socorrista não deve tentar efetuar a limpeza da superfície de ossos expostos.<br />
CONDUTA NAS FRATURAS E LUXAÇÕES<br />
• Exame primário - ABC da vida.<br />
• Em pacientes com risco de vida iminente não imobilize as extremidades.<br />
• Transporte o paciente alinhado sobre prancha longa ou objeto similar (prancha de surf).<br />
• A prioridade no tratamento de fraturas é: Coluna vertebral ➪ face, arcos costais e esterno ➪<br />
crânio ➪ pelve ➪ pernas ➪ braços.<br />
• A maioria das lesões ósteo-articulares não causa riscos imediatos de vida, sendo avaliadas<br />
durante o exame secundário. No entanto, freqüentemente são as lesões mais evidentes<br />
no politraumatizado, desviando a atenção do socorrista de lesões ocultas mais graves.<br />
• Toda lesão de extremidades deve ser imobilizada antes do paciente ser movimentado, a<br />
menos que as condições locais ofereçam risco de vida para o socorrista ou para a<br />
vítima.<br />
• Muitas vezes é impossível diferenciar entre os diversos tipos de lesões no ambiente préhospitalar.<br />
Na dúvida, imobilize.<br />
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE IMOBILIZAÇÃO<br />
1. Descubra a lesão cortando a roupa e inspecione o segmento afetado observando feridas abertas,<br />
deformidades, edema e hematomas. Sempre compare uma extremidade com a outra.<br />
2. Remova anéis e braceletes que podem comprometer a vascularização. Em extremidades<br />
edemaciadas (inchadas) é necessário cortá-los com instrumento apropriado. Em caso de lesões<br />
em membros inferiores deve-se retirar sapatos e meias.<br />
3. Cubra lesões abertas com bandagens estéreis ou panos limpo antes de aplicar a tala.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
4. Coloque as extremidades em posição anatômica e alinhada. Se houver resistência imobilize<br />
na posição encontrada. Aplique a tala imobilizando com as mãos o segmento lesado de modo a<br />
minimizar movimentos do membro, até que a tala esteja colocada.<br />
5. Verifique o pulso arterial distal a fratura e teste a sensibilidade e movimentação de dedos antes<br />
e depois da imobilização. Caso os pulsos desapareçam depois da imobilização retire o<br />
imobilizador, realinhe e reimobilize. No membro inferior palpe o pulso pedioso, no superior o pulso<br />
radial.<br />
6. Imobilize o membro cobrindo uma articulação acima e abaixo da lesão. A imobilização alivia a<br />
dor, produz hemostasia (controle da hemorragia) e diminui a lesão tecidual.<br />
7. Acolchoar imobilizadores rígidos para evitar ferimentos em pontos de pressão.<br />
8. Não reduza fraturas ou luxações no ambiente pré-hospitalar.<br />
9. Aplique bolsa de gelo somente em lesão sem fratura - reduz a dor e o edema. Não permita que<br />
o paciente ande com lesões em membros inferiores.<br />
10. Se possível eleve a extremidade após o procedimento.<br />
EQUIPAMENTOS PARA IMOBILIZAÇÃO DE MEMBROS<br />
Bandagens:<br />
Figura <strong>–</strong> 1. Mantenha a estabilidade acima e abaixo da área afetada; 2. Cheque a temperatura, a sensibilidade e a cor dos<br />
dedos; 3. Coloque uma bandagem sob o braço afetado com a base do triangulo voltada para o cotovelo e com as 2 pontas<br />
por sobre o pescoço; 4. Proteja o ponto do nó no pescoço; 5. Fixe a imobilização ao tórax com outra bandagem; 6. Recheque<br />
a temperatura, a sensibilidade, e a cor dos dedos.<br />
Imobilizadores Rígidos:<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
Figura - 1. Mantenha a estabilidade acima e abaixo da lesão; 2. Cheque a temperatura, a sensibilidade e a cor dos dedos; 3.<br />
Coloque uma superfície rígida sob a área afetada incluindo as articulações acima e abaixo; 4. Coloque várias bandagens<br />
triangulares acima e abaixo da lesão; 5. Recheque a temperatura, a sensibilidade, e a cor dos dedos.<br />
Imobilização anatômica: Utilizada apenas em casos de fraturas de membros inferiores e dedos.<br />
Figura - 1. Mantenha a estabilidade acima e abaixo da área afetada; 2. Cheque a temperatura, a sensibilidade e a cor; 3.<br />
Coloque várias bandagens sob a área afetada e o fixador anatômico; 4. Coloque as duas pernas juntas; 5. fixe as bandagens;<br />
6. Recheque a temperatura, a sensibilidade, e a cor.<br />
Travesseiros:
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Figura Imobilização com Travesseiro - 1. Mantenha a estabilidade acima e abaixo da área afetada; 2. Cheque a temperatura,<br />
a sensibilidade e a cor; 3. Coloque uma superfície rígida sob a área afetada incluindo as articulações acima e abaixo; 4.<br />
Coloque várias bandagens triangulares acima e abaixo da lesão; 5. Recheque a temperatura, a sensibilidade, e a cor.<br />
6. TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE)<br />
• O TCE é causa importante de morte nos traumas.<br />
• O Traumatismo Raqui-Medular (TRM) ocorre em 5 a 10% dos casos de TCE.<br />
• 70% das vítimas de acidentes automobilísticos apresentam TCE.<br />
• Os traumatismos da cabeça podem envolver o couro cabeludo, crânio e encéfalo, isoladamente<br />
ou em qualquer combinação.<br />
• Trauma com sonolência, confusão, agitação ou inconsciência de curta ou longa duração<br />
pensar em TCE.<br />
LESÕES DE COURO CABELUDO<br />
• Podem causar hemorragia devido a sua intensa quantidade de<br />
vasos.<br />
ABORDAGEM DA VÍTIMA<br />
1. Exame Primário - ABC da vida.<br />
2. Observar cuidados com a coluna cervical: Estabilizar manualmente<br />
a cabeça e o pescoço.<br />
3. Controlar hemorragias<br />
4. Exame Secundário: consciência - AVDI<br />
• Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE.<br />
5. Sangramentos via nasal (rinorragia) e pelo ouvido (otorragia) geralmente é sinônimo de TCE.<br />
6. Nos casos onde ocorra vômitos, a vítima deve ser virada em bloco para o decúbito lateral de forma<br />
a preservar a imobilização da coluna cervical.<br />
7 - TRAUMA RAQUI-MEDULAR (TRM)<br />
• Lesão da coluna vertebral ou medula espinhal.<br />
• A coluna cervical é o local mais comum de TRM.<br />
• As causas mais comuns de TRM são:<br />
Quedas.<br />
Mergulho em água rasa.<br />
Acidentes de motocicleta e automóvel.<br />
Esportes.<br />
Acidentes por arma de fogo.<br />
Lesão em “chicote”<br />
(acidente de carro)<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Mecanismos possíveis de lesão raqui-medular <strong>–</strong> hiperextensão, hiperflexão, compressão, rotação,<br />
torção lateral, tração.<br />
• A coluna tem a função de sustentar o corpo e proteger no seu interior a medula espinhal, que liga o<br />
cérebro aos órgãos através de nervos.<br />
• 10% das lesões medulares ocorrem por manipulação incorreta das vítimas de trauma, por<br />
socorristas ou pessoal não habilitado.<br />
• Lembre-se que 17% dos pacientes com lesões de coluna foram encontrados andando na<br />
cena do trauma ou foram ao hospital por seus próprios meios - Não hesite em imobilizar.<br />
SUSPEITAR DE TRM NOS SEGUINTES CASOS:<br />
• Mecanismo de lesão sugestivo (causas de TRM), mesmo sem sintomas.<br />
• Vítimas inconscientes que sofreram algum tipo de trauma.<br />
• Dor em qualquer região da coluna vertebral.<br />
• Traumatismo facial grave ou traumatismo de crânio fechado.<br />
• “Formigamento” (anestesia) ou paralizia de qualquer parte do corpo abaixo do pescoço.<br />
• Priapismo (enrijecimento do pênis de forma involuntária).<br />
• Mergulho em água rasa<br />
CUIDADOS NO TRM<br />
• Exame primário - ABC da vida<br />
• Imobilize a cabeça/pescoço em posição neutra com colar cervical ou com<br />
as mãos.<br />
• Remova o capacete em caso de PCR ou insuficiência respiratória.<br />
• Não mova o paciente a menos que seja necessário. Caso tenha que<br />
movê-lo utilize a técnica em monobloco (capítulo de transporte).<br />
• Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com<br />
TCE<br />
• A proteção da coluna cervical deve ser uma das prioridades do<br />
tratamento pré-hospitalar, a não ser que outra situação esteja produzindo risco de vida<br />
iminente.<br />
EQUIPAMENTOS DE IMOBILIZAÇÃO CERVICAL<br />
Colar Cervical<br />
Técnica de aplicação:<br />
• alinhe a cabeça e pescoço do paciente se não houver resistência ou dor e mantenha a<br />
estabilização manual.<br />
• O outro guarda-vidas aplica o colar ao pescoço da vítima.<br />
• O paciente lúcido deve ser alertado contra o risco de movimentar-se.<br />
• Mantenha a imobilização manual mesmo com o colar aplicado.<br />
Improvisação: cobertor ou camisa e cintos
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Imobilizador de cabeça - dispositivo para impedir os movimentos laterais da coluna. São dois<br />
anteparos de espuma que são fixados a prancha longa através de um velcro.<br />
Improvisação: sacos de areia, tijolos ou anteparos que impeçam os movimentos laterais da<br />
cabeça.<br />
Nota: Ver também TRM em Parte Especial I - Afogamento<br />
8.TRAUMA OCULAR<br />
• Causas: corpos estranhos; queimaduras, luminosidade excessiva, agente químico, lacerações<br />
e contusões. Em traumatismos pode haver exteriorização do globo ocular.<br />
• Sinais e sintomas: Dor, irritação, ardência, visão turva, feridas abertas, objetos estranhos.<br />
CONDUTA PRÉ-HOSPITALAR:<br />
1. Exame primário - ABC da vida<br />
2. Irrigação ocular com soro fisiológico ou água durante vários minutos em caso de lesão por<br />
agentes químicos ou na presença de corpos estranhos.<br />
3. Não utilizar medicamentos tópicos (colírios ou anestésicos) sem prescrição.<br />
4. Não remova objetos empalados. Estabilize-os com curativo apropriado não-compressivo.<br />
5. Oclua os dois olhos com gaze umedecida, mesmo em lesões de um olho.<br />
6. Em caso de exteriorização do globo ocular, não tente recolocá-lo. Efetue a oclusão ocular<br />
bilateral.<br />
7. Não remova lentes de contato.<br />
9. TRAUMA DE NARIZ<br />
Os traumas do nariz levam geralmente a um sangramento leve.<br />
1. Coloque a vítima sentada com a cabeça para frente.<br />
2. Comprima ambas as narinas no ponto de inserção das asas do nariz.<br />
Em caso do sangramento não parar:<br />
3. Aplique gelo no local de compressão, ou;<br />
4. Comprima o lábio superior imediatamente abaixo do nariz.<br />
Ao cessar o sangramento, peça a vítima para:<br />
• Não assoar o nariz ou espirrar.<br />
• Após algumas horas, colocar gentilmente um pouco de vaselina no nariz afetado.<br />
Você deve levar a vítima ao hospital se:<br />
• O sangramento recomeçar.<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Houver inconsciência - Coloque a vítima em posição lateral de segurança e leve-a ao<br />
hospital.<br />
Se houver um objeto estranho (inseto e outros):<br />
• Retire somente se estiver ao seu alcance.<br />
• Se não estiver, não introduza pinças ou dedos - Leve a vítima ao hospital.<br />
10. TRAUMA DE BOCA<br />
Os traumas na boca levam geralmente a um sangramento.<br />
• Coloque a vítima sentada com a cabeça ligeiramente para frente se não houver suspeita de trauma<br />
de crâneo ou coluna. Isto permitirá que o sangue saia da boca.<br />
1. Lábio - coloque uma gase enrolada ou pano limpo entre o lábio e a gengiva.<br />
2. Língua - Aplique pressão direta ou coloque gelo.<br />
3. Dentes<br />
• Coloque uma gase enrolada ou pano limpo no local do dente, e peça a vítima para morder<br />
gentilmente.<br />
• Coloque o dente em leite ou água.<br />
• O dente só deve ser colocado no local de onde saiu, se a vítima não for criança ou se não houver<br />
sangramento importante.<br />
• A vítima então é levada para o dentista reimplantar o dente, somente nos casos onde não houver<br />
outras prioridades. O dente deve ser reimplantado em menos de 1 hora.<br />
• Se a vítima estiver inconsciente, coloque-a em posição lateral de segurança.<br />
• Solicite a vítima que evite engolir o sangue, já que ele produz náuseas.<br />
11. TRAUMA DE ORELHA <strong>–</strong> PAVILHÃO AUDITIVO<br />
• Se houver sangramento, realizar compressão local e avaliar se o sangramento é<br />
interno (TCE?) <strong>–</strong> ABC da vida.<br />
• Se houver objetos estranhos (insetos e outros) retirar somente se estiver ao seu<br />
alcance, se não estiver não introduza pinças ou dedo, leve a vítima ao hospital.<br />
12. TRAUMA DE TÓRAX<br />
O tórax contém estruturas vitais como coração, pulmões e vários vasos sanguíneos<br />
importantes.<br />
• As lesões mais comuns são as contusões, fraturas de costelas e esterno e as feridas<br />
penetrantes.<br />
• Os fatores críticos são: hemorragias graves, distúrbios respiratório e cardíaco.
Conduta<br />
• Exame primário - ABC da vida.<br />
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• Imobilizar o braço correspondente ao lado da lesão sobre as costelas fraturadas.<br />
• Feridas abertas devem ser cobertas com curativo oclusivo impermeável de modo a deixar três<br />
bordas vedadas e uma livre permitindo a saída e impossibilitando a entrada de ar.<br />
• Não retire objetos empalados e sim os estabilize na situação em que forem encontrados.<br />
• Trate o choque se houver.<br />
• Administre oxigênio sob máscara a 15 litros/min.<br />
• Tome cuidado para que curativos e imobilizações não restrinjam a expansão do tórax.<br />
• Transportar o paciente, se possível, em posição lateral sobre o tórax lesado.<br />
13. TRAUMA ABDOMINAL<br />
• Podem apresentar hemorragia interna severa.<br />
• Os traumas abdominais podem ser:<br />
o Fechado - causam danos às vísceras sem que haja penetração da cavidade<br />
abdominal.<br />
o Aberto ou penetrante - expõe vísceras ou sangramentos externos.<br />
• A complicação mais temida é a hemorragia interna, que pode produzir o choque, em<br />
curto espaço de tempo.<br />
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR<br />
• Exame primário - ABC da vida.<br />
• Posicionar a vítima deitada, com pernas flexionadas.<br />
• Aplicar curativo impermeável e oclusivo umedecido em soro<br />
fisiológico nas feridas abertas com alças evisceradas (para fora).<br />
• Nunca tentar recolocar as alças intestinais para dentro do<br />
abdome.<br />
• Aqueça a vítima com cobertores.<br />
• Não retire objetos empalados. Estabilize-os na situação<br />
encontrada.<br />
• Paciente politraumatizado evoluindo com choque, suspeitar sempre de hemorragia interna<br />
por lesão de órgãos abdominais.<br />
• Não forneça líquido ou alimentos a pacientes com trauma abdominal.<br />
• Transporte o paciente ao hospital para avaliação médica o mais breve possível.<br />
14. TRAUMA NO IDOSO<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• ABC da vida<br />
• Pequenas quedas ou traumas podem causar grandes fraturas<br />
• A fratura mais comum <strong>–</strong> colo de fêmur <strong>–</strong> verifique o membro inferior que estará encurtado<br />
e com rotação lateral <strong>–</strong> Imobilize a perna junto com o quadril e o outro membro não<br />
fraturado, não tente reduzir ou alinhar o membro.<br />
15. TRAUMA NA GRÁVIDA<br />
• ABC da vida<br />
• Não tentar avaliar se o feto está vivo <strong>–</strong> não perca tempo neste momento.<br />
• Se o mecanismo de trauma foi frontal <strong>–</strong> o primeiro trauma foi com feto.<br />
• A hemorragia vaginal pode ser causa de choque se importante <strong>–</strong> tratar como choque.<br />
• Cuidado na extricação.<br />
• Oferecer sempre oxig6enio a 15 litros/min. sob máscara se possível.<br />
• O transporte de grávida maiores de 6 meses de gestação deve ser feito em decúbito lateral<br />
esquerdo salvo em casos de suspeita de TRM ou TCE, que deve ser em posição neutra.<br />
• Não oferecer água ou alimentos e cuidado com os vômitos.<br />
16. TRAUMA EM CRIANÇA<br />
• É um trauma grave e de difícil diagnóstico pois a comunicação e a extricação são mais difíceis.<br />
• Acione sempre um segundo socorrista para lhe auxiliar.<br />
• Observe que crianças sonolentas ou muito quietas na cena do acidente pode significar gravidade.<br />
• Sempre aqueça a criança e ofereça se possível O2 sob máscara a 10 litros/min.<br />
• A freqüências cardíaca e respiratória são normalmente ligeiramente maiores do que o adulto.<br />
IDADE Freqüência Freqüência<br />
cardíaca<br />
respiratória<br />
Recém Nato 140 - 180 45 - 60<br />
1 ano 120 <strong>–</strong> 150 40<br />
6 a 10 anos 80 <strong>–</strong> 110 25<br />
> 10 anos 60 - 90 20<br />
• Na imobilização e no transporte as únicas diferenças para o adulto são: 1. A tira do imobilizador de<br />
cabeça em vez de passar no queixo passa embaixo do nariz. 2. O recém-nato deve ser<br />
manipulado como um todo (sempre em bloco).<br />
17. EXTRICAÇÃO<br />
• É a retirada da vítima de um local, de onde ela não pode sair por seus próprios meios.
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• No caso de confinamento, retire as ferragens e escombros da vítima e não a vítima<br />
das ferragens.<br />
Seqüência da Extricação<br />
1. Reconheça a cena.<br />
2. Obtenha acesso ao paciente<br />
3. Realize exame primário e ABC da vida<br />
4. Imobilize o paciente dando prioridade a coluna cervical<br />
5. Afaste os obstáculos físicos<br />
6. Remova a vítima<br />
7. Reimobilize o paciente caso necessário<br />
8. Transporte a vítima<br />
EXTRICAÇÃO DE VEÍCULOS<br />
1 - Chave de Rauteck: retira rapidamente e sem equipamento, vítima de acidente<br />
automobilístico do banco dianteiro. Está indicada em situações de risco de incêndio ou explosão.<br />
2 - Retirada de Capacete: As vitimas por acidentes de motocicleta, devem ter o capacete<br />
retirado antes da chegada da ambulancia somente se houver incosciência.<br />
• Fixe a cabeça, solte a jugular do capacete, mantenha a fixação enquanto tira o capacete.<br />
• Após retirar o capacete mantenha a fixação da cabeça e coloque o colar cervical.<br />
18. SITUAÇÕES PEGUE/REMOVA RÁPIDO (load and go)<br />
São situação onde o exame primário (ABC) mostra que a vítima está em risco iminente de morte e<br />
deve ser removido imediatamente para atendimento de Suporte Avançado de vida por ambulância<br />
ou levado ao hospital.<br />
PCR sem resposta.<br />
Obstrução de vias aéreas que não pode ser removida de forma mecânica<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
Condições que impeçam de respirar como: Tórax aberto, tórax instável, pneumotórax<br />
hipertensivo e sangramento pulmonar volumoso.<br />
Choque.<br />
19. RESGATE E TRANSPORTE<br />
• Se possível não transporte à vítima e aguarde o socorro médico.<br />
• Em situações de risco iminente para o socorrista ou para a vítima transporte-o rapidamente para<br />
lugar seguro.<br />
• Os métodos de transporte são precários e podem agravar lesões existentes, devendo ser<br />
reservados para situações especiais e transportes de curta distância.<br />
• A presença de riscos no local, n° de pessoas disponíveis, diagnóstico do paciente e o local<br />
do acidente influenciam o tipo de transporte.<br />
• A vítima deve ser estabilizada e imobilizada antes do transporte, preferivelmente por equipe<br />
especializada para não provocar lesões adicionais ao paciente.<br />
• Os movimentos devem ser sempre em conjunto com o outro socorrista.<br />
Transporte rapidamente quando:<br />
• Houver perigo de incêndio, explosão ou desabamento.<br />
• Houver presença de ameaça ambiental ou materiais perigosos.<br />
• Há impossibilidade de proteger a cena do acidente.<br />
• Há impossibilidade de obter acesso ao paciente que necessita<br />
cuidados de emergência.<br />
• Situação pegue e remova rápido a vítima - situação “load and go”.<br />
TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA<br />
1 - Técnicas com Um Socorrista:<br />
Pacientes capazes de andar<br />
a - Apoio Lateral Simples<br />
Pacientes que não podem andar<br />
a - Arrastamento pela Roupa<br />
b - Arrastamento por Cobertor<br />
c - Transporte tipo Bombeiro<br />
2 - Técnicas com 2 ou mais Socorristas:<br />
Vítima que pode andar<br />
Apoio Lateral Simples<br />
Vítima que não pode andar<br />
Consciente<br />
a - Transporte pelas Extremidades
- Transporte em cadeirinha<br />
Vítimas Inconscientes<br />
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a - Elevação em braço b - Elevação Manual Direta<br />
Elevação Manual Direta Utilização de Padiola improvisada com cobertor<br />
EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE<br />
a - Padiola<br />
b - Prancha Longa: É o equipamento indicado para remover pacientes politraumatizados.<br />
1 - Rolamento de 90 graus: Utilizado para vítimas em decúbito dorsal.<br />
2 - Rolamento de 180 graus: Empregado para vítimas encontradas em decúbito ventral.<br />
3 - Elevação a Cavaleiro: Indicada em vítimas encontradas em decúbito dorsal.<br />
IMPROVISAÇÃO DE EQUIPAMENTOS<br />
a - Improvisação de prancha longa: porta, prancha de surf, ou uma tábua longa e resistente.<br />
b - Improvisação de maca ou padiola: cabos de vassoura, cobertores, paletós, camisas, cordas,<br />
lonas, sacos de pano.<br />
SELEÇÃO DO MÉTODO APROPRIADO PARA TRANSPORTE<br />
• Transporte por equipe especializada sempre que possível em ambulância.<br />
• Nos casos especiais em que não houver ambulância disponível: utilizar veículos<br />
grandes como caminhonetes, ônibus ou caminhões para que se possa deitar a vítima.<br />
• Dirija com segurança para evitar acidentes.<br />
POSIÇÃO DO PACIENTE DURANTE O TRANSPORTE<br />
a - Pacientes Não Traumáticos<br />
1 - Choque com falta de ar: Semi-sentados.<br />
2 - Choque: Decúbito dorsal com as extremidades inferiores elevadas.<br />
3 - Inconsciente: Decúbito lateral esquerdo para prevenir a aspiração.<br />
4 - Gestantes: Decúbito lateral esquerdo em posição de permitir assistência ao parto.<br />
b - Pacientes traumatizados<br />
1 - Decúbito dorsal sobre a prancha longa.<br />
TRANSPORTE AÉREO (figura retirada do manual de Socorro de Emergência do GSE)<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
O guarda-vidas/socorrista deve ter conhecimento da necessidade de transporte aero-médico<br />
sabendo indicar ou não este tipo de transporte.<br />
a) Indicações<br />
Vítimas graves em locais de difícil acesso por veículos terrestre.<br />
Vítimas graves em locais distantes onde o transporte terrestre atrasar o socorro da vítima.<br />
b) Acesso ao pouso da aeronave<br />
Espaços amplos, planos, livres de obstáculos suspensos (fios elétricos e galhos de árvores),<br />
com o solo firme e não arenoso.<br />
A área mínima para o pouso de uma aeronave é de 20 m2 durante o dia e 30 m2 à noite.<br />
c) Aproximação da aeronave<br />
Pela frente ou laterais da aeronave e<br />
sempre após autorização do piloto.<br />
Evitar o rotor de cauda.<br />
Não se aproxime correndo.<br />
Nunca se aproxime vindo de um<br />
plano elevado.<br />
Observar cuidados com objetos<br />
altos, tais como suporte de soro,<br />
para evitar colisões com o rotor<br />
principal.<br />
Fixar cobertores e outros objetos<br />
para evitar ser desprendido com o<br />
deslocamento de ar gerado pelo<br />
rotor.<br />
Aproxime-se da aeronave curvado.<br />
20. DOENÇAS<br />
TRANSMISSÍVEIS NO SOCORRO<br />
AIDS, e Hepatite B<br />
• Algumas doenças infecciosas podem ser passadas de uma para outra pessoa.<br />
• Os germes mais comuns são os vírus e as bactérias.<br />
• Um simples resfriado pode passar rapidamente de uma pessoa para outra, porém não determina<br />
nenhuma consequência mais séria.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
• As doença que mais preocupam os guarda- vidas durante os primeiros socorros são a AIDS e a<br />
Hepatite B.<br />
• A maioria das emergências ocorrem dentro ou perto de seu domicílo, portanto é maior a<br />
possibilidade de você prestar atendimento a um familiar ou a um amigo.<br />
• Se você não possuir nenhum corte na pele ou feridas, a possibilidade de adquirir doenças é muito<br />
pequena.<br />
• Sempre tenha precaução para não entrar em contato com os líquidos corpóreos da vítima.<br />
• Use sempre que possível barreiras como luvas, tecidos, máscara para ventilação da vítima, que<br />
ofereçam proteção contra estes fluidos.<br />
• Lave suas mãos com água e sabão imediatamente após o socorro.<br />
• Não coma, beba ou toque em sua boca, nariz ou olhos durante os primeiros socorros.<br />
• Não toque em objetos contaminados com sangue.<br />
HEPATITE<br />
• O vírus A é transmitido através da água ou alimentos contaminados por fezes de doentes.<br />
• O vírus B é transmitido através do sangue ou via sexual.<br />
• O vírus C é transmitido através do sangue e sexual, como o vírus B.<br />
• O vírus D é de transmissão parenteral e só ocorre associado ao vírus B.<br />
Prevenção<br />
• Use preservativos de látex ("camisinha") na relação sexual.<br />
• Evite promiscuidade sexual (múltiplos parceiros).<br />
• Não compartilhe agulhas ou seringas.<br />
• Use luvas protetoras quando em contato com sangue ou outras secreções corporais.<br />
• Vacinação: é recomendada a vacina anti-hepatite B em 3 doses (dias 1, 30 e 180).<br />
• Em caso de exposição - procure o médico imediatamente.<br />
SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA HUMANA: (SIDA / AIDS)<br />
• Causada pelo “vírus da imunodeficiência humana” (HIV).<br />
• O vírus entra no organismo provocando defeitos no sistema de defesa contra infecções.<br />
COMO OCORRE A TRANSMISSÃO<br />
1. Contato direto do vírus com o sangue (transfusões, uso compartilhados de drogas venosas).<br />
2. Contato íntimo (sexual) com a membrana mucosa dos olhos, boca, garganta, reto, ou<br />
vagina.<br />
3. Através da amamentação ou do parto<br />
4. O vírus não pode penetrar na pele íntegra.<br />
5. A saliva não demonstrou transmitir HIV.<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
6. Raramente transmite à equipe de saúde, através de acidentes com material perfuro-cortante<br />
como agulhas ou lâminas de bisturis contaminados.<br />
Não existe mais grupo de risco. Todas as pessoas com vida sexualmente ativa, podem<br />
ter a infecção e transmiti-la a seu parceiro. Há, entretanto os chamados comportamentos de risco,<br />
como pessoas com muitos parceiros sexuais e viciados em drogas endovenosas.<br />
Prevenção<br />
• Use preservativo de látex ("camisinha") em todas as relações sexuais.<br />
• Não compartilhe agulhas ou seringas, procure ajuda médica para tratamento.<br />
• Evite a promiscuidade sexual (múltiplos parceiros).<br />
• Não fazer aleitamento materno cruzado (o recém nato só pode ser amamentado pela<br />
própria mãe, não podendo ter “ama de leite”).<br />
Vale a pena lembrar:<br />
• O contato social: beijo no rosto, aperto de mão, e abraço, não transmite SIDA.<br />
• Não se pega SIDA compartilhando o uso de vaso sanitário, copos, pratos ou talheres.<br />
• Não se pega SIDA pelo ar ou por picada de mosquitos.<br />
• SIDA não é doença de homossexual ou prostitutas. Estão expostas à doença, também<br />
pessoas que têm vida sexual heterosexual.<br />
• Evite o contato com sangue, sêmen e secreção vaginal dos portadores do vírus.<br />
• Pessoas com SIDA não precisam e não devem ser afastadas de suas casas, escolas,<br />
trabalho ou comunidades, já que não oferecem risco de contágio desta forma.<br />
Lembre-se que o indivíduo com SIDA é como um de nós, que simplesmente por não<br />
acreditar que todos estamos expostos ao risco de infecção, deixou de se proteger. Seja<br />
solidário. Amor, amizade e fraternidade não transmitem a doença. A irresponsabilidade, o<br />
preconceito e as idéias equivocadas sim. Não esqueça! . Aquele doente na sua frente, poderia<br />
ser você!<br />
PARTE D - <strong>EMERGÊNCIAS</strong> CLÍNICAS<br />
1. COMA<br />
• Os neurônios são células com uma sensibilidade muito grande a falta de oxigênio (O2) e glicose. A<br />
ausência de O2 por 4 a 6 minutos pode causar a morte cerebral.<br />
• Coma é a ausência de qualquer resposta compreensível a qualquer estímulo externo ou<br />
necessidade interna. O coma é um sinal e não uma doença.<br />
AVALIAÇÃO PRÉ-HOSPITALAR DO PACIENTE EM COMA<br />
1 - Avaliação da cena<br />
2 - Exame primário - ABC da vida<br />
3 - Exame secundário
4 - Avaliação do diagnóstico<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO - SOBRASA<br />
• Inspecione o local à procura de evidências de trauma, garrafas de bebida, seringas e frascos de<br />
medicamento.<br />
• Procure obter informações com acompanhantes ou testemunhas sobre a ocorrência de trauma,<br />
convulsões e outras.<br />
• Examine os bolsos da vítima para procurar identificação, notas de suicídio, frascos de<br />
medicamento e drogas.<br />
• Procure evidências de diabetes e uso de insulina.<br />
Tratamento complementar<br />
• Ofereça oxigênio sob máscara a 15 litros/min se possível.<br />
• Estabilize a coluna cervical.<br />
• Se houver suspeita de diabetes:<br />
• O coma hipoglicêmico é uma grave emergência. Se não for diagnosticado e corrigido rapidamente<br />
pela administração de açúcar, o paciente pode morrer.<br />
◊ Vítima consciente - fornecer suco de frutas, refrigerante, açúcar ou mel<br />
◊ Vítima inconsciente coloque açúcar ou mel sob sua língua ou esfregue-os entre suas<br />
gengivas e bochechas.<br />
• Na dúvida entre o coma hipoglicêmico e hiperglicêmico, administre açúcar.<br />
• Uma pessoa em coma diabético pode ser confundida com estado de embriaguez.<br />
• Não forneça alimentos ou liquidos pela boca em pacientes com nivel de consciência<br />
alterado.<br />
2. CONVULSÕES<br />
• A convulsão é uma descarga elétrica produzida dentro do cérebro que estimula uma parte (crise<br />
localizada) de forma anormal, podendo se estender a todo ele (crise generalizada).<br />
• Esta descarga provocará uma sensação ou movimentação de grupos de músculos dependendo da<br />
área responsável e da função cerebral que ela represente.<br />
Causas:<br />
• Epilepsia.<br />
• Trauma.<br />
• AVE.<br />
• Febre elevada (crianças < 6 anos).<br />
• Intoxicações (drogas e outros).<br />
CRISE CONVULSIVA GENERALIZADA OU TÔNICO-CLÔNICA<br />
1. Aura - sensações de alucinações ou outros sintomas que precedem a crise<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
2. Fase tônica - dura 15 a 20 segundos - perda da consciência e contração muscular<br />
contínua, inclusive do diafragma. No início a contração da muscular produz um grito.<br />
3. Fase clônica - dura entre 30 e 60 segundos - alternância de contrações musculares e<br />
relaxamento em rápida sucessão, com movimentos intensos.<br />
• Geralmente há apnéia e perda de urina e/ou fezes involuntária.<br />
• Ocorre produção excessiva de saliva.<br />
• Após a crise a perda da consciência é recuperada gradativamente em minutos a horas.<br />
MEDIDAS BÁSICAS<br />
• Avaliação do local.<br />
• Exame primário - ABC da vida<br />
• Medidas de auto-proteção, tais como o uso de luvas.<br />
• Não tente introduzir objetos na boca do paciente durante a convulsão.<br />
• Não tente conter a vítima.<br />
• Coloque apoio sob a cabeça do paciente para protegê-la.<br />
• Afaste da vítima objetos que possam machucá-la.<br />
• Movimente a vítima só se houver risco imediato de vida (afogamento, queda de escada,<br />
etc).<br />
Após a crise<br />
• Coloque na posição lateral de segurança.<br />
• Resfrie crianças febris com toalhas molhadas com água na temperatura ambiente.<br />
• Hiperextenda o pescoço se após as convulsões, a respiração não for eficaz.<br />
• Ajude à ventilação com o boca-a-boca caso esta não retorne após a convulsão.<br />
• Contenha hemorragias externas.<br />
• A vítima recupera a consciência em 10 minutos após a crise. Se isto não ocorrer, o<br />
socorrista deve se preparar para ocorrência de novo episódio convulsivo.<br />
• Permaneça calmo.Uma vez iniciada a crise, você não pode para-la e deve<br />
normalmente durar menos que um minuto.<br />
• A epilepsia não é uma doença transmissível.<br />
3. EMERGÊNCIA CARDÍACA<br />
DOENÇA CORONARIANA - ISQUEMIA CARDÍACA<br />
• O coração recebe seu sangue com oxigênio através das artérias coronárias.
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• As artérias coronárias obstruídas por aterosclerose reduzem o fluxo de<br />
sangue para o coração.<br />
• Angina de peito - dor no peito por obstrução incompleta das artérias<br />
coronarias - a dor dura geralmente menos de 5 minutos.<br />
• Infarto agudo do Miocárdio - dor no peito por obstrução completa - a dor<br />
dura geralmente mais de 5 minutos.<br />
ANGINA DE PEITO:<br />
• Dor ou desconforto que surge no tórax. A dor torácica pode irradiarse<br />
para a base do pescoço, mandibula, dorso, face anterior do<br />
braço esquerdo, e região do estômago.<br />
• Geralmente a dor surge com o exercício físico, stress, ou alimentação pesada.<br />
• Alguns casos se acompanham por sudorese fria, ansiedade, vômitos e falta de ar.<br />
• O tratamento do socorrista, a localização da dor e sua irradiação são semelhantes ao IAM.<br />
Portanto, o diagnóstico diferencial entre estas 2 condições só deve ser efetuado pelo médico.<br />
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)<br />
• É a necrose (morte) de área do músculo cardíaco produzido por uma redução prolongada ou<br />
obstrução completa na irrigação sangüínea para o coração.<br />
• É mais comum em homens acima de 30 anos de idade.<br />
• O IAM é a causa de maior número de mortes no ambiente pré-hospitalar.<br />
Sinais e sintomas<br />
• Dor imediata e severa na localização do torax (local semelhante a angina de peito).<br />
• O IAM pode aparecer somente com mal estar e sem dor.<br />
• Não melhora com repouso ou vasodilatador (remédios).<br />
• Sudorese fria profusa, nãuseas e vômitos, ansiedade e falta de ar.<br />
• Os sinais vitais podem estar dentro dos parâmetros normais ou estarem alterados.<br />
• Se a área infartada for critica ou extensa, o paciente pode evoluir com parada cardiaca.<br />
• A dor do infarto e da angina aparecem na mesma localização, porém a angina raramente dura<br />
mais que cinco minutos, e geralmente melhora com o repouso.<br />
MEDIDAS PRÉ-HOSPITALARES<br />
• Exame primário - ABC da vida. A fibrilação ventricular, a maior causa de morte fora do hospital.<br />
Se comporta como uma parada cardíaca (ausencia de pulso carotídeo) e pode ser revertida<br />
com as manobras de compressões cardíacas - ABC da vida.<br />
• Deixe o paciente em repouso absoluto, afrouxe as roupas e não permita que o paciente ande.<br />
• Mantenha o paciente sob constante observação e tranqüilize-o.<br />
• Administre oxigênio sob máscara a 15 litros por minuto.<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Caso o paciente faça uso crônico de nitrato sublingual (isordil) com prescrição médica, este<br />
medicamento pode ser administrado. A dose é de 5 mg (1 comprimido) por via sublingual.<br />
• Até prova em contrário qualquer paciente adulto com dor torácica aguda de forte<br />
intensidade deve ser considerado como vítima de infarto agudo do miocárdio.<br />
• Hospital - Quanto mais rápido o paciente chegar ao hospital, maior é a possibilidade de<br />
reduzir a área de infarto através do uso de medicações que dissolvem o coágulo nas<br />
artérias coronárias.<br />
MEDIDAS DE PREVENÇÃO<br />
• Caminhe diariamente e reduza a ansiedade e o stress.<br />
• Evite alimentos ricos em colesterol.<br />
• Evite o tabagismo e reduza a obesidade.<br />
• Medicamentos (à critério do médico).<br />
4. INTOXICAÇÕES EXÓGENAS - ENVENENAMENTOS<br />
• A exposição pode ser por ingestão, picada, inalação, administração venosa e absorção<br />
cutânea.<br />
• O envenenamento acidental acontece mais em crianças.<br />
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR<br />
• Exame primário - ABC da vida.<br />
• Cheque os sinais vitais.<br />
• Aqueça a vítima hipotérmica e resfrie as<br />
hipertermicas.<br />
• Avalie a cena - Procure rapidamente pela substância.<br />
• Obtenha informações de acompanhantes:<br />
◊ Tipo de substância.<br />
◊ Quantidade ingerida.<br />
◊ Modo de exposição.<br />
◊ Circunstâncias da exposição (acidental ou<br />
proposital).<br />
◊ Tempo decorrido desde a ingestão ou exposição.<br />
◊ História pregressa (uso de drogas, suicídio e outros).<br />
• Evite a administração de antídotos caseiros por leigos.<br />
• Evite sua contaminação - use luvas e vestes apropriadas e em determinados casos aparelhos<br />
de ventilação individual (barreira de proteção - pocket mask).<br />
• Procure identificar a substãncia.<br />
• Dilua o veneno com ingestão de água se o paciente estiver consciente.
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• Telefone para Central de Intoxicação. O telefone da Central de Intoxicação no Rio de<br />
Janeiro é: (021) 2290-3344.<br />
• Se o paciente estiver inconsciente, coloque-o em posição lateral de segurança.<br />
DESCONTAMINAÇÃO<br />
• Cuidado para não se contaminar.<br />
• Remova a vítima do local contaminado.<br />
DESCONTAMINAÇÃO OCULAR<br />
• Inicie irrigação com solução salina ou água. Nunca utilize soluções neutralizantes.<br />
DESCONTAMINAÇÃO CUTÂNEA<br />
• Retire vestes contaminadas, guardando-as em recipiente marcado sem se contaminar.<br />
• Lave a pele com grandes volumes de água.<br />
DESCONTAMINAÇÃO GASTROINTESTINAL - Será feita no hospital.<br />
CONDUTA EM ACIDENTES COM MATERIAIS TÓXICOS<br />
• Ao chegar ao local - solicite apoio de policiamento, viaturas de resgate e combate a<br />
incêndio.<br />
• A descontaminação precede o transporte para sua proteção.<br />
• Somente penetre na área contaminada após a identificação do agente tóxico, trajando<br />
vestes de proteção e aparelhos individuais de respiração.<br />
• Estabeleça um Centro de Triagem (CT) a uma distância segura. O CT sempre deve ficar<br />
situado a favor do vento, para não sofrer efeito de vapores tóxicos.<br />
• Na Zona Perigosa são realizados apenas o exame primário - ABC.<br />
• As roupas da vítima são retiradas, iniciando-se a lavagem do paciente com água que deve<br />
ser armazenada se possível em um recipiente de contenção. É importante que a equipe de<br />
socorro não aumente a área contaminada, espalhando resíduos tóxicos.<br />
• A vítima é levada para a Zona Limpa.<br />
• Proteja os equipamentos da ambulância ou carro com plásticos ou cobertores.<br />
• É importante o contato com Centros de Intoxicação, para auxílio nas decisões<br />
terapêuticas no local e quanto ao hospital de referência mais apto a receber a vítima.<br />
5. DESIDRATAÇÃO<br />
• O corpo humano adulto tem 60% de seu peso em água. O mecanismo da sede é o principal<br />
mecanismo do balanço de água no organismo.<br />
• Causada por perdas líquidas de qualquer natureza.<br />
• Sede com boca e língua secas, e pouca urina de cor amarelo forte são os primeiros sinais.<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Tonteiras, fraqueza muscular, apatia e sonolência.<br />
• Hipotensão arterial e taquicardia.<br />
O déficit de água pode ser dividido quantitativamente<br />
1 - Desidratação leve (perdas líquidas até 5% do peso corporal) - Nestes casos a história e as queixas<br />
predominam sobre o exame físico.<br />
2 - Desidratação moderada (perdas líquidas de 5 a 12%) - Apresentam a história, as queixas e o<br />
exame físico alterado com tonteiras ao se levantar e taquicardia.<br />
3 - Desidratação grave (perdas líquidas maiores que 12%) - Paciente com grandes queixas<br />
sintomáticas e hipotensão arterial, taquicardia, podendo apresentar sinais de choque, e/ou coma.<br />
Conduta pré-hospitalar<br />
6. DOR<br />
• Desidratação leve = Reposição via oral de 5% do peso corporal/24hrs (2.5 a 5 litros), com<br />
soluções hidratantes. Só forneça água se a vítima estiver consciente.<br />
• Desidratação moderada e grave = Reposição via oral de 5 a 8% do peso corporal (2.5 a 5<br />
litros) + reposição venosa no hospital.<br />
• Como solução oral, podemos utilizar <strong>–</strong> PEDIALITE 90 (recomendado pela OMS),<br />
REHIDRATE, ou utilizar um solução caseira, com a seguinte composição:<br />
⇒ Água - 1 litro.<br />
⇒ Sal - 1/2 colher de chá.<br />
⇒ Açúcar - 1 colher de sopa.<br />
# Em crianças ofereça pequenos volumes em seringas ou “chucas” a cada 5 <strong>–</strong> 10<br />
min, e aumente gradativamente o volume.<br />
O paciente com dor deve procurar o médico rapidamente quando:<br />
• Dor de forte intensidade que impossibilite realizar suas tarefas normais.<br />
• Existe sangramento associado.<br />
• Existe febre associada.<br />
• Existe parada na eliminação de urina ou fezes.<br />
• A dor acorda o paciente à noite.<br />
• Existem vômitos que impeçam a alimentação.<br />
• Aparece com o esforço físico.<br />
• Um analgésico simples não resultar em melhora.<br />
• For acompanhada de dificuldades na respiração ou tonteiras<br />
importantes.<br />
• No caso de trauma - impossibilidade de movimentação do<br />
membro afetado, hematoma importante, perda de sensibilidade<br />
ou algum outro sinal ou sintoma que afete significativamente o
em estar da pessoa.<br />
• For acompanhada de icterícia (amarelão).<br />
• Houver desidratação ou hipotensão arterial.<br />
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• For acompanhada por tonteiras, distúrbios visuais, ou distúrbios de comportamento e<br />
consciência.<br />
A dor é apenas um sintoma da doença - procure um médico para achar a causa.<br />
Tratamento: Nos casos de dor isolada<br />
• Utilize um analgésico comum a cada 6 hs e repouso. Geralmente são suficientes.<br />
• Se a dor persistir por mais de 24 hs, procure ajuda médica.<br />
7. FEBRE<br />
• A febre é o aumento da temperatura corporal acima de 37.5 0 C<br />
• A febre é geralmente benéfica ao organismo humano, embora possa provocar cansaço, falta de<br />
apetite, e dor muscular.<br />
• Trate-a quando: ultrapassar 37.8 0 C em casos de mal estar geral, acima de 38.5 0 C em crianças<br />
menores de 6 anos, ou acima de 40 0 C em adultos.<br />
Tratamento:<br />
1. Reduza a febre com medicamentos até de 4/4 hs se necessário.<br />
2. Banhos a 37 0 C em caso de resistência a queda da temperatura com medicamentos.<br />
3. Evite a desidratação: reponha líquidos perdidos pela febre.<br />
4. Procure um médico para detectar a causa da febre.<br />
8. INFECÇÃO DE PELE<br />
Tratamento:<br />
Prevenção:<br />
• Todos nós estamos sujeitos a traumas em nosso dia-a-dia.<br />
• A pele é o local mais freqüente de ocorrência destes ferimentos.<br />
• Existem basicamente 4 tipos de infecções: Impetigo, Foliculite, Furunculose, e Erisipela.<br />
• Limpe diariamente com água e sabão até retirar as bolhas e realize curativo fechado.<br />
• Após limpeza use antisséptico ou um creme antibiótico.<br />
• Faça calor úmido local 3 a 5 vezes ao dia para acelerar o rompimento da lesão e drenagem.<br />
• Corte as unhas bem rentes ao dedo e escove-as adequadamente, evitando coçar a lesão.<br />
• Faça repouso com a perna ou o local comprometido mais elevado.<br />
• Antibiótico sistêmico caso o tratamento local não seja eficiente (a critério do médico).<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Evite traumas repetidos sobre a pele sensível.<br />
• Evite talco como antitranspirante axilar.<br />
• Evite produtos químicos em excesso como cremes de beleza.<br />
• Após ferimento na pele, lave bem com água corrente limpa e sabão, até que apresente um<br />
aspecto limpo, e repita diariamente. A limpeza evita a possibilidade de infecções.<br />
Em caso de dúvida: Procure o médico.<br />
PARTE E - ACIDENTES TÉRMO/ELÉTRICOS<br />
1 - QUEIMADURAS<br />
• A maior parte das queimaduras são de pequena gravidade, ocorrendo nas residências.<br />
• As queimaduras podem ter origem térmica, elétrica, química ou radioativa.<br />
DETERMINE A SEVERIDADE DA LESÃO<br />
• É essencial determinar se a vítima deve ou não ser transportada para um centro de queimados.<br />
• A severidade da lesão depende de uma série de fatores: profundidade da queimadura, percentual<br />
de superfície corporal queimada, localização da queimadura, associação com outras lesões,<br />
comprometimento de vias aéreas e estado prévio da vítima.<br />
• Queimaduras elétricas ou por radiação nuclear são bem mais graves que a<br />
térmica.<br />
Profundidade da Lesão: Existem vários graus de profundidade em uma<br />
mesma lesão. Depende das camadas da pele afetadas.<br />
1º GRAU<br />
• Local afetado - Epiderme.<br />
• Agente mais comum: sol.<br />
• Pele avermelhada e seca com dor leve a moderada.<br />
2º GRAU<br />
• Local afetado - Derme (camada média).<br />
• Agente mais comum: líquidos aquecidos.<br />
• Bolhas e dor moderada a severa.<br />
3º GRAU<br />
• Local afetado - Hipoderme (camada profunda).<br />
• Agente mais comum: Contato direto com eletricidade ou chama.<br />
• Pele esbranquiçada ou carbonizada e ausência de dor.<br />
Extensão da Lesão - Superfície Corporal Queimada (SCQ):<br />
• Regra dos Nove: Utilizada mais em adultos. Estima-se que a cabeça e cada membro<br />
superior representem 9% da SCQ, cada membro inferior 18% da SCQ e o tronco 36 % da<br />
SCQ. Em crianças a palma da mão eqüivale a 1% da SCQ.
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Localização da Lesão: as seguintes áreas são consideradas lesões graves.<br />
• Mãos e pés: podem produzir incapacidade permanente após o processo de cicatrização.<br />
• Face: associa-se com queimaduras de vias aéreas, inalação de fumaça e intoxicação por<br />
monóxido de carbono. Produzem desfiguração.<br />
• Olhos: podem causar lesão de córnea e cegueira.<br />
• Genital: tem alta incidência de infecção sendo de difícil tratamento.<br />
• Qualquer queimadura circunferencial profunda pode causar complicações graves,<br />
especialmente no pescoço (obstrução de vias aéreas), tórax (restrição a ventilação<br />
pulmonar) e extremidades (obstrução a circulação).<br />
Inalação de Fumaça ou Gases - Suspeite quando a vítima for resgatada de incêndios em locais<br />
fechados, apresentar pêlos nasais queimados, escarro carbonáceo, rouquidão e estridor.<br />
Lesões Associadas: Em ocorrências como explosões e acidentes automobilísticos, as queimaduras<br />
podem se associar a outras lesões como fraturas e hemorragias internas.<br />
DEFINIÇÃO DE GRANDE QUEIMADO - GRAVE - TRANSPORTE AO HOSPITAL<br />
• Queimadura de 2° Grau > 25% da SCQ em adultos.<br />
• Queimadura de 2° Grau > 20% da SCQ em crianças.<br />
• Queimadura de 3° Grau > 10% da SCQ<br />
• Lesões associadas graves (fraturas e outras).<br />
• Pacientes com queimaduras elétricas.<br />
• Lesão por inalação.<br />
• Lesões em mãos, pés, face, olhos e períneo.<br />
• Queimados com lesões moderadas com outras doenças.<br />
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR<br />
• Apague o fogo com água, abafando com cobertor ou rolando com a vítima no chão.<br />
• Em caso de queimaduras elétricas, desligue a fonte de energia antes de tocar na vítima.<br />
• Exame primário - ABC da vida.<br />
• Remova as roupas da vítima e faça uma estimativa da SCQ pela regra dos nove. Com base<br />
nestes parâmetros encaminhe ao hospital.<br />
• Lave copiosamente com água corrente lesões por produtos químicos, observando cuidados de<br />
auto-proteção.<br />
• Resfrie a lesão, irrigando-a com água na temperatura ambiente. Esta conduta é válida até 60<br />
minutos após a lesão, pois a energia térmica demora a se dissipar.<br />
• Em caso de hipotermia envolva a vítima em lençóis limpos para reduzir a perda de calor e a<br />
contaminação bacteriana.<br />
• Não rompa bolhas íntegras e não use gelo no local.<br />
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MANUAL DE <strong>EMERGÊNCIAS</strong> AQUÁTICAS <strong>–</strong> Dr David Szpilman<br />
• Retire relógio, anéis e braceletes.<br />
• Cubra a área queimada com plástico estéril.<br />
• Ofereça oxigênio sob máscara a 15 litros/min em todos os casos de 2 o e 3 o graus.<br />
• Observe sinais vitais e sinais de choque.<br />
• Não ofereça medicamentos ou alimentação oral até que o paciente tenha sido avaliado.<br />
• Não aplique na queimadura: manteiga, pasta de dente, água sanitária, pomadas ou óleos.<br />
• Observe as vias respiratórias em vítimas com queimadura facial.<br />
• Trate o choque e traumas associados, e contenha hemorragias externas e imobilize fraturas.<br />
• Queimaduras elétricas são difíceis de avaliar. Leve a vítima ao hospital mesmo que a lesão<br />
pareça superficial. A eletricidade provocar PCR.<br />
TRATAMENTO RESIDENCIAL<br />
• Só deve ser tentado em queimaduras de 1 0 de qualquer SCQ e 2 0<br />
grau de pequena extensão.<br />
• Mantenha o local sempre limpo, lavando 2 vezes ao dia com água<br />
e sabão.<br />
• Não rompa propositadamente as bolhas.<br />
• Retire a pele quando as bolhas se romperem, impedindo a<br />
existência de qualquer material tecidual morto, que possa facilitar<br />
uma infecção.<br />
• O uso de pomadas deve ficar restrito aos casos de infecção, já que a sua retirada na<br />
limpeza diária é dolorosa, facilitando a própria infecção.<br />
• Queimadura com infecção - Procure ajuda médica para orientação.<br />
2. HIPOTERMIA (BAIXA TEMPERATURA CORPORAL)<br />
• Temperatura corporal < 35º C.<br />
• Perda de coordenação motora, tremores e sensação de frio.<br />
• Confusão mental, apatia, sonolência, reações lentas até a inconsciência.<br />
• Parada cardíaca pode ocorrer.<br />
Tratamento<br />
• Retire a vítima da água, vento, ou outro agente que possa ter originado o fato.<br />
• Exame primário - ABC da vida.<br />
• Coloque o paciente em banho morno à 38-40ºC.<br />
• Remova roupa molhada e envolva com cobertores secos, jornais, ou revistas.<br />
• Aqueça a vítima com o calor corporal dos socorristas.<br />
• Se o paciente estiver consciente - forneça líquidos aquecidos.<br />
• Nunca dê bebidas alcoólicas a vítimas com hipotermia.
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• A sala de máquinas de embarcações são locais aquecidos.<br />
• Inicie sempre RCP em vítimas hipotérmicas mesmo que você acredite que o paciente está<br />
“morto” há várias horas.<br />
3. DOENÇAS PROVOCADAS PELO CALOR<br />
• O equilíbrio do calor no corpo humano é resultado do balanço entre a produção e a perda.<br />
• A produção de suor e evaporação são os maiores mecanismos de remoção do calor.<br />
Medidas Preventivas:<br />
• Identificar os indivíduos com dificuldade de perda de calor e portanto mais expostos a estas<br />
doenças (estrangeiros).<br />
• Avaliação médica regular dos indivíduos que trabalhem em ambientes quentes.<br />
• As atividades de trabalho e esportes mais pesados devem ser planejadas para períodos de<br />
menor calor.<br />
• Pessoas acostumadas ao clima frio (ou menos quente) devem, quando se mudam para<br />
climas mais quentes, permitir um tempo de aclimatação, além de usar líquidos com mais<br />
abundância.<br />
• Existem quatro tipos de doenças relacionadas ao calor: Síncope, Cãimbras, Insolação e<br />
Intermação<br />
C.1 - SÍNCOPE<br />
Súbita perda da consciência em consequência de uma vasodilatação (dilatação dos vasos)<br />
cutânea (na pele), resultando em queda da pressão arterial (hipotensão arterial).<br />
• História típica de atividade física de 2 hs ou mais precedendo o quadro.<br />
• A pele está tipicamente fria e úmida, e o pulso esta fraco.<br />
Tratamento:<br />
• Repouso em lugar fresco com as pernas elevadas acima da cabeça.<br />
• Reponha líquidos generosamente (Um copo de água a cada ½ hora) se estiver consciente.<br />
D.2 - CÃIMBRAS<br />
• A perda de líquidos e eletrólitos (sódio e potássio) pode resultar em cãimbras de duração de<br />
1 a 3 minutos nos músculos mais utilizados.<br />
• As cãimbras ocorrem quando a perda de sal e água pelo suor, são repostas apenas com<br />
água.<br />
• Geralmente existe história de atividade física precedendo os sintomas.<br />
Tratamento:<br />
• Repouso em lugar fresco por 1 a 3 dias.<br />
• Solução reidratante - 100 a 200 ml de h/h (ver desidratação).<br />
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D.3 - INSOLAÇÃO<br />
Provocada pela exposição excessiva aos raios solares<br />
• Suor, náuseas, dor de cabeça, fraqueza, pele úmida e fria e tremores.<br />
Tratamento<br />
• Mova o paciente para a sombra, em ambiente arejado.<br />
• Afrouxe vestimentas.<br />
• Se consciente, forneça água fria.<br />
D.4 - INTERMAÇÃO<br />
• Provocado pelo trabalho muscular intenso por longo período em ambientes quentes e pouco<br />
arejados, em que é ultrapassada a capacidade de suor para perda de calor.<br />
• Elevação da temperatura corporal, podendo ultrapassar 41ºC.<br />
• Taquicardia, hipotensão arterial e respiração rápida.<br />
• Pele vermelha, quente e seca.<br />
• Sonolência ou inconsciência.<br />
• Câimbras, sede, fraqueza, dor de cabeça, ansiedade, formigamento.<br />
• Confusão mental, histeria, e até psicose.<br />
Tratamento:<br />
• Exame primário - ABC da vida.<br />
• Repouso na sombra ou lugar fresco e retirar vestimenta.<br />
• Molhe a vítima com água fria.<br />
• Solução de reidratação oral, com 1 a 2 litros em 2 a 4 hs se estiver consciente.<br />
• Caso não suporte a hidratação oral - Leve ao hospital.<br />
• Intermação é uma emergência que requer tratamento imediato.