Livro em PDF - Racionalismo Cristão

More documents

Recommendations

Info

Presidente – Enganas-te! Grandes políticos tem tido esta Pátria e grandes há de continuar a ter porque ela está predestinada a dar lições ao mundo, quer sobre política, quer sobre todos os assuntos, que digam respeito ao engrandecimento desta mesma Pátria. Espírito – Não no momento atual! Presidente – No momento atual, sim! Estão, porém, retraídos, porque nesta época só impera o interesse, e não lhes dão o valor que merecem. Espírito – Mas o momento não requer covardia!... Presidente – O momento requer prudência, o momento requer clarividência!... Espírito – Desgraçado Brasil!... Presidente – Desgraçados os espíritos que, como tu, apenas vão dando de herança aos da sua geração o sangue! Espírito – As minhas intenções atuais, com respeito à minha Pátria, eram as melhores. Presidente – Também não as negamos, apenas repisamos na parte em que devias ser mais prudente. Não te negamos valor, não te negamos alguma superioridade, porém, pelo teu pensar e agir confundias-te... Espírito – Mas, se eu me sentia rodeado de criaturas, covardes umas, interesseiras outras... na maioria, somente gente deste calão?!... Presidente – E culpa de quem? Culpa de todo aquele que chega ao Congresso, ao Governo e não procura legislar e mandar, baseando-se em princípios racionais e científicos, cuidando da instrução do povo, esclarecendo-o, vivendo para ele e somente para ele! O mal vem de longe; ele ainda continuará por muito tempo, justamente porque impera o egoísmo e nada mais. Espírito – Percebo qual é o mal: é o dinheiro, é o dinheiro a causa de tudo, é com ele que se compram as consciências e se faz a política! Presidente – Quando o povo for esclarecido, o dinheiro não corromperá as consciências. Dêem instrução ao povo, eduquem-no para o trabalho e para o amor à Pátria, esclarecendo-o sobre a sua composição física e espiritual e terá concorrido para a paz mundial, para a harmonia entre os povos, tendo por única Pátria – o UNIVERSO. Espírito – Sei perfeitamente que faltas e bem graves cometi; agora melhor do que então eu posso julgar-me; mas não posso deixar de fazer sentir o estado atual do nosso país, que é bem crítico. Todo aquele que, como patriota, queira proceder bem, tem que sofrer muito, ou então, sucumbirá na luta como eu. Bem sei que o que me fez baquear mais depressa foi a vingança, foi o ódio... infelizmente, ele impera com intensidade levando os homens à faca, à garrucha, à espingarda, em qualquer luta de ânimos irritados. Assim sendo, é muito difícil governar; só quem passa por esse transe é que pode avaliar da sua dificuldade. Se houvesse uma compreensão exata do dever, naturalmente, que o despotismo e os interesses pessoais desapareciam para imperar, então, o interesse do país. Não há dúvida de que no nosso Brasil existem homens valentes; uma mocidade que promete. Mas que, infelizmente, está sendo muito mal encaminhada.
Desde jovem, os homens sofrem o ambiente da corrupção, da subserviência, da falta de independência de caráter dos pais, servindo aos governos e não à Pátria; apenas vendo o interesse pecuniário, pendendo para o lado daquele que mais der. Disseste bem, a educação é a causa de tudo isso! Porque se houvesse uma educação verdadeira, patriótica, para os homens, eles, naturalmente, seriam sempre honestos, procederiam sempre com lisura. Ainda os há, não há dúvida, mas é em pequeno número, e os que vão vindo agora, vão-se viciando; isso é uma verdade, que a minha experiência constatou. E, no entanto, se houvesse criaturas capazes de preparar homens para a luta, em defesa de um ideal elevado, naturalmente que a situação se modificaria. O que se passa no nosso Brasil ocorre em todo o mundo, é o mal da época; ressentem-se os homens de uma educação corroída e de um patriotismo falho. Procurei cumprir o meu dever, porém, oxalá o possa cumprir melhor ao voltar à Terra. Resta-me, agora, juntar-me aos grandes amigos que aqui me trouxeram, dentre os quais destaco Delfim Moreira, Afonso Pena, Rio Branco Pai, Joaquim Nabuco, Rio Branco Filho, Campos Salles, Cruz e Souza, e também Siqueira Campos, alma valorosa e lutadora, cujo valor faz obscurecer todos os seus erros de inteligência. Oxalá pudessem os meus, vendo-os, sentir o que eu sinto; a noção real da vida, o verdadeiro patriotismo, que não está no egoísmo limitado a uma só Terra, mas a todo o Universo. O meu desejo, agora, é que o mundo inteiro tenha bons governadores; só então, poderá haver felicidade entre os governados. Pobre Brasil!... Grande, rico, exuberante, mas tão mal dirigido!... A culpa é nossa; e oxalá pudessem os que ficam reconhecê-la a tempo para poderem, então, governar com mais justiça, imperando ela na Terra. A vingança e o ódio ofuscam-nos as almas de tal maneira, que nada podemos fazer; é depois que desencarnamos, que reconhecemos os grandes males praticados, e vemos com grande tristeza que muito mais podíamos ter feito do que fizemos, quer em prol do país, quer em benefício de toda a humanidade. Nada mais quero. João Pessoa Presidente – Disse o grande historiador Dr. Mello Morais – o Velho – numa das suas obras raras, “que nada havia a esperar dos políticos do seu tempo e mesmo daqueles que se sucedessem até à Quarta geração”. Assim sendo, amigo, com Mello Morais – o Velho – estão todos aqueles que como ele pensam; sendo ele o maior historiador que a História nos aponta em sensatez e honradez, esteve sempre ao par dos fatos do seu país e até dos demais povos; procurou sempre e sempre a origem dos mesmos para não relatar nada que não fosse a verdade; razão por que não lhe foi difícil fazer a revisão certa dos homens, políticos de hoje e dos que ainda lhes sucedam por algum tempo. Assim sendo, quando ele deixou essa obra, talvez o fizesse esperançado em que se fossem modificando as criaturas, tornando-se, sucessivamente, melhores; mas, como tudo obedece a princípios, sujeitos às leis naturais que regem o Universo, não pode a geração atual, como talvez até a terceira (supomos estar na segunda descrita por Morais – o Velho), ou quarta, fazer coisa alguma, visto que estão influenciando os maus princípios herdados de uma política bandalheira, escravocrata, feudal e ordinária, nascida de um imperialismo aguerrido, vindo de Portugal e de Espanha, em virtude das guerrilhas políticas existentes
Page 2 and 3: Índice Luiz de Mattos - 01/02/1930
Page 4 and 5: Luiz de Mattos - 01/02/1930 Sempre
Page 6 and 7: partícula já evoluída, como seja
Page 8 and 9: sim, beneficiamos todos aqueles que
Page 10 and 11: poucos são aqueles que se procuram
Page 12 and 13: Assim sendo, eu concito-vos a que p
Page 14 and 15: Monsenhor Moreira - 05/04/1930 Os t
Page 16 and 17: do dever cumprido, do mando sem imp
Page 18 and 19: la, tornando-a evidente, vencendo-v
Page 20 and 21: trabalhando, outras se conservam ra
Page 22 and 23: É progressiva a atividade no Unive
Page 24 and 25: Muitos julgam que ganhar a vida é
Page 26 and 27: máquinas fazem com muita facilidad
Page 28 and 29: todas as dificuldades da vida terre
Page 30 and 31: A regeneração das almas é um pro
Page 32 and 33: Monsenhor Moreira - 12/07/1930 Nest
Page 34 and 35: Quanto mais revolto está o mar, ma
Page 38 and 39: entre esses dois países, estando n
Page 40 and 41: Quando a corrente nos falha, grande
Page 42 and 43: caminhando com firmeza, ocupando o
Page 44 and 45: Nesta Casa não pode haver rivalida
Page 46 and 47: que, para se impor ao respeito, nã
Page 48 and 49: Pinheiro Machado - 11/10/1930 Se de
Page 50 and 51: Monsenhor Moreira - 25/10/1930 Tudo
Page 52 and 53: É tola e absurda a opinião de cer
Page 54 and 55: valor têm e que mais purificam as
Page 56 and 57: deveres, sabendo-se conduzir em tod
Page 58 and 59: É dever vosso, portanto, prevenir,
Page 60 and 61: Monsenhor Moreira - 20/12/1930 Cont
Page 62 and 63: Cuidado, portanto, e que não seja

Livro em PDF - Racionalismo Cristão

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?