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o estudo da transmissão hereditária de caracteres freqüentes

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Essa informação po<strong>de</strong> ser obti<strong>da</strong> <strong>de</strong> modo relativamente simples pelo <strong>estudo</strong> <strong>da</strong> regressão <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>dos familiais, ou pelo <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> gêmeos, assuntos esses discutidos no capítulo 3 <strong>de</strong> O <strong>estudo</strong> <strong>de</strong><br />

gêmeos do mesmo autor. Qualquer que seja a metodologia emprega<strong>da</strong>, o que se preten<strong>de</strong> alcançar é<br />

a estimativa <strong>da</strong> her<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> do caráter, a qual é simboliza<strong>da</strong> internacionalmente por h 2 . A letra agá<br />

ao quadrado serve apenas para indicar que a her<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma relação entre variâncias, pois ela<br />

preten<strong>de</strong> medir a proporção <strong>da</strong> variância fenotípica que <strong>de</strong>ve ser atribuí<strong>da</strong> à variância genotípica.<br />

Se a her<strong>da</strong>bilili<strong>da</strong><strong>de</strong> diferir significativamente <strong>de</strong> zero o caráter multifatorial será dito poligênico.<br />

Caso contrário, sua distribuição será atribuí<strong>da</strong> apenas a fatores do ambiente.<br />

No caso dos <strong>caracteres</strong> poligênicos, a variância genotípica tem, além <strong>de</strong> um componente<br />

aditivo, aqueles que são <strong>de</strong>vidos à dominância e à epistasia (componentes não-aditivos).<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente, a dominância e a epistasia são relações entre genes que influenciam somente a<br />

manifestação genotípica individual, <strong>de</strong> sorte que, num sistema poligênico, o componente aditivo <strong>da</strong><br />

variância genética é o único associado a genes que são transmitidos pelo indivíduo à sua prole.<br />

Infelizmente, no <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>caracteres</strong> multifatoriais humanos não existem meios <strong>de</strong> avaliar<br />

corretamente a fração <strong>da</strong> variância genética total que é resultante do efeito aditivo dos genes. Se isso<br />

fosse possível, a razão entre essas variâncias, que po<strong>de</strong>ria ser chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> her<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> stricto<br />

sensu, po<strong>de</strong>ria servir para predizer a influência que os efeitos aditivos dos genes teriam na geração<br />

seguinte a partir <strong>de</strong> fenótipos individuais.<br />

No capítulo 3 <strong>de</strong> O <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> gêmeos do mesmo autor o leitor encontrará uma discussão<br />

sobre as maneiras <strong>de</strong> estimar a her<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um caráter quantitativo.<br />

GENES PRINCIPAIS E FATORES MODIFICADORES<br />

No capítulo anterior, ao estu<strong>da</strong>r os <strong>caracteres</strong> semi<strong>de</strong>scontínuos, tivemos a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

constatar que eles po<strong>de</strong>m ser tratados como <strong>caracteres</strong> qualitativos, porque suas antimo<strong>da</strong>s servem<br />

para a separação <strong>de</strong> classes fenotípicas. Essa peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>caracteres</strong> semi<strong>de</strong>scontínuos também<br />

oferece facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como teremos oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar neste tópico, para o estabelecimento <strong>de</strong><br />

uma hipótese genética simples, capaz <strong>de</strong> explicar a sua <strong>transmissão</strong> através <strong>de</strong> gerações.<br />

Para exemplificar, consi<strong>de</strong>remos a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> inativação <strong>da</strong> insoniazi<strong>da</strong> (INH), a qual, por<br />

ter distribuição bimo<strong>da</strong>l, permite o grupamento dos seres humanos em acetiladores lentos e rápidos<br />

<strong>de</strong>sse fármaco. Visto que esses dois fenótipos são <strong>freqüentes</strong> e não estão associados ao sexo ou à<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas, tem-se que, em uma série <strong>de</strong> casais coletados aleatoriamente, po<strong>de</strong>mos analisar a<br />

distribuição <strong>da</strong>s formas alternativas do caráter acetilação <strong>da</strong> INH na prole dos casais grupados,<br />

segundo o fenótipo dos cônjuges, em acetiladores rápidos × acetiladores rápidos, acetiladores<br />

rápidos × acetiladores lentos e acetiladores lentos × acetiladores lentos. Evans, Manley e<br />

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