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o estudo da transmissão hereditária de caracteres freqüentes

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dominância e recessivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong> ser extraído do nosso conhecimento a respeito do sistema<br />

sangüíneo Rh. Assim, consi<strong>de</strong>remos os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Tabela 4.2 a respeito <strong>da</strong> distribuição <strong>de</strong> 100<br />

famílias caucasói<strong>de</strong>s segundo os grupos sangüíneos Rh, classificados com o auxílio <strong>de</strong> um único<br />

anti-soro, o anti-soro anti-Rho, também chamado <strong>de</strong> anti-D.<br />

Tabela 4.2. Distribuição <strong>de</strong> 100 famílias norte-americanas segundo os grupos sangüíneos Rh+ e Rh-<br />

(Wienner, 1946). Entre parênteses estão assinalados os números esperados <strong>de</strong> acordo com a teoria<br />

genética.<br />

Casal Filhos<br />

Tipo No. Rh+ Rh- Total<br />

Rh+ × Rh+ 73 248 (242,4) 16 (21,6) 264*<br />

Rh+ × Rh- 20 54 (55,0) 23 (22,0) 77**<br />

Rh- × Rh- 7 - 34 (34,0) 34<br />

Total 100 302 73 375<br />

* χ 2 (1) = 1,581; 0,20 < P < 0,30.<br />

** χ 2 (1) = 0,064; P = 0,80.<br />

Na Tabela 4.2 é flagrante a associação familial dos grupos sangüíneos Rh+ e Rh-, pois todos<br />

os filhos dos casais Rh- x Rh- são, também, Rh-, enquanto que os casais discor<strong>da</strong>ntes quanto a<br />

reação <strong>de</strong> suas hemácias ao anti-soro anti-Rho (casais Rh+ × Rh-) geraram mais filhos Rh- (29,9%)<br />

do que os casais do tipo Rh+ × Rh+ (6,1 %). Po<strong>de</strong>-se, portanto, admitir que o fenótipo Rh- é<br />

recessivo em relação ao fenótipo Rh+ e supor a existência <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> alelos responsáveis pela<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>sses fenótipos. De acordo com a hipótese <strong>de</strong> <strong>transmissão</strong> monogênica tais alelos,<br />

que costumam ser representados pelas letras D,d, <strong>de</strong>vem ser autossômicos, porque os grupos<br />

sangüíneos Rh+ e Rh- não estão associados ao sexo. Ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com tal hipótese os indivíduos<br />

Rh- são os homozigotos dd, enquanto que os Rh+ incluem os homozigotos DD e os heterozigotos<br />

Dd .<br />

Essa hipótese encontra apoio nas comparações entre os números observados <strong>de</strong> filhos Rh+ e<br />

Rh- nos três tipos <strong>de</strong> famílias, e os esperados com base no conhecimento <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Populações.<br />

Como se po<strong>de</strong> constatar na Tabela 4.2, as diferenças entre esses números são tão pequenas que<br />

tornam <strong>de</strong>snecessário o uso <strong>de</strong> métodos estatísticos para <strong>de</strong>monstrar que elas na<strong>da</strong> mais representam<br />

que <strong>de</strong>svios casuais.<br />

Aqui é interessante assinalar que, atualmente, sabemos que o alelo d não existe. O que existe<br />

é um loco do gene D, <strong>de</strong>nominado RHD, responsável pela produção <strong>de</strong> antígeno D, bem como<br />

mutações que impe<strong>de</strong>m a produção <strong>de</strong>sse antígeno (D-negativo ou Rh-negativo). É, por isso, que o<br />

suposto antígeno d nunca foi encontrado. Entretanto, por ser o fenótipo D-negativo recessivo, seu<br />

genótipo po<strong>de</strong> continuar a ser representado por dd, o que equivale a dizer que os indivíduos D-<br />

positivo po<strong>de</strong>m continuar tendo seu genótipo representado por DD ou Dd, conforme sejam<br />

homozigotos ou heterozigotos.<br />

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