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o estudo da transmissão hereditária de caracteres freqüentes

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Os mesmos procedimentos empregados no <strong>estudo</strong> <strong>da</strong> <strong>transmissão</strong> <strong>hereditária</strong> <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> acetilação <strong>da</strong> INH foram aplicados, anteriormente, à investigação genética do caráter reação<br />

gustativa à fenil-tio-uréia ou PTC (Das, 1958). Eles permitiram consi<strong>de</strong>rar os indivíduos sensíveis à<br />

PTC como o fenótipo dominante, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> um gene autossômico principal, que po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>nominado T (inicial <strong>da</strong> palavra inglesa taster = <strong>de</strong>gustador) em homozigose (TT) ou heterozigose<br />

(Tt), e os insensíveis à PTC como o fenótipo <strong>de</strong>terminado pelo alelo t, quando em homozigose (tt).<br />

A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lactase intestinal avalia<strong>da</strong> em adultos por intermédio <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

absorção <strong>da</strong> lactose é outro caráter que tem distribuição bimo<strong>da</strong>l, permitindo, por isso, a distinção <strong>de</strong><br />

dois fenótipos: persistência e <strong>de</strong>ficiência <strong>da</strong> lactase intestinal do adulto. Os <strong>estudo</strong>s familiais <strong>de</strong>sse<br />

importante caráter <strong>da</strong> espécie humana permitiram estabelecer que a persistência <strong>da</strong> lactase intestinal<br />

é o fenótipo dominante em relação à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>ssa enzima, po<strong>de</strong>ndo sua distribuição familial ser<br />

explica<strong>da</strong>, também por um par <strong>de</strong> alelos autossômicos principais (Lisker et al., 1975; Sahi et al.,<br />

1973; Sahi e Launiala, 1977; Beiguelman, Sevá-Pereira e Sparvoli, 1992).<br />

A exposição feita neste tópico nos conduz a aceitar que, to<strong>da</strong> a vez que nos <strong>de</strong>pararmos com<br />

um caráter cuja distribuição é bimo<strong>da</strong>l, po<strong>de</strong>remos incluir, entre as hipóteses explicativas <strong>de</strong>ssa<br />

bimo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, aquela que consi<strong>de</strong>ra a existência <strong>de</strong> um fenótipo dominante e <strong>de</strong> outro recessivo.<br />

Contudo, <strong>de</strong>vemos ter sempre em mente que uma distribuição bimo<strong>da</strong>l também po<strong>de</strong> ser causa<strong>da</strong> por<br />

uma heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> origem não-<strong>hereditária</strong>, <strong>de</strong> sorte que o <strong>estudo</strong> familial é essencial para a<br />

aceitação ou rejeição <strong>da</strong> hipótese genética. De fato, a bimo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma distribuição nos indica<br />

apenas que estamos diante <strong>de</strong> suas populações, mas na<strong>da</strong> nos informa a respeito <strong>da</strong> etiologia <strong>da</strong><br />

mesma. Assim, por exemplo, em relação à estatura, uma amostra que reuna crianças e adultos<br />

mostrará, forçosamente, distribuição bimo<strong>da</strong>l, ain<strong>da</strong> que seja composta por indivíduos com gran<strong>de</strong><br />

similari<strong>da</strong><strong>de</strong> genética.<br />

Às vezes, a hipótese genética explicativa <strong>de</strong> uma distribuição bimo<strong>da</strong>l po<strong>de</strong> ser rejeita<strong>da</strong><br />

antes mesmo do <strong>estudo</strong> familial. Para ilustrar essa afirmação consi<strong>de</strong>remos um exemplo. Ao medir<br />

os níveis sangüíneos <strong>de</strong> diaminodifenilsulfona (DDS) <strong>de</strong> 36 hansenianos adultos do sexo masculino,<br />

caucasói<strong>de</strong>s, com função renal normal e sem diarréia ou emese, 6 horas após a ingestão <strong>de</strong> 100 mg<br />

<strong>de</strong>sse medicamento, Beiguelman, Pinto Jr., El-Guindy e Krieger (1974) constataram que esses níveis<br />

mostraram distribuição bimo<strong>da</strong>l. Os níveis sangüíneos <strong>de</strong> DDS não mostraram correlação com a<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> nem com o peso dos pacientes, ou com o tempo <strong>de</strong> duração <strong>da</strong> doença, os anos <strong>de</strong><br />

sulfonoterapia ou os níveis <strong>de</strong> hemoglobina, globulina e albumina. Havia, porém, correlação<br />

negativa significativa entre o nível sangüíneo <strong>de</strong> DDS e o valor do hematócrito.<br />

Diante <strong>da</strong> correlação encontra<strong>da</strong>, fez-se o ajustamento dos níveis <strong>de</strong> DDS para a média dos<br />

valores do hematócrito, por intermédio <strong>de</strong> ya = y + (x – x )b, on<strong>de</strong> ya é o valor ajustado do nível<br />

sangüíneo <strong>de</strong> DDS (y), x é a média dos valores do hematócrito (x) e b é o coeficiente <strong>de</strong> regressão<br />

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