o estudo da transmissão hereditária de caracteres freqüentes
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Em situações como essas, em que um par <strong>de</strong> alelos qualquer A,a se associa em genótipos AA<br />
e Aa, impossíveis <strong>de</strong> serem distinguidos, o que <strong>de</strong>termina a classificação dos indivíduos em duas<br />
classes fenotípicas, A (genótipos AA e Aa) e não-A (genótipo aa), diz-se que o fenótipo A é<br />
dominante e o não-A é recessivo. Nesses casos, o genótipo <strong>de</strong>sconhecido dos indivíduos com<br />
fenótipo dominante costuma ser expresso pela notação genérica A_ , na qual o traço significa que o<br />
alelo do gene A po<strong>de</strong> ser idêntico a ele ou <strong>de</strong>le diferir, isto é, o genótipo A_ po<strong>de</strong> ser AA ou Aa. Na<br />
ausência <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> dominância e recessivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os fenótipos, como no caso dos grupos<br />
sangüíneos M, MN e N, diz-se que há codominância.<br />
Usando os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Tabela 1.2 po<strong>de</strong>mos verificar como seria a distribuição <strong>de</strong> famílias<br />
coleta<strong>da</strong>s aleatoriamente segundo os grupos sangüíneos do sistema MN se não tivéssemos à<br />
disposição o anti-soro anti-N (Tabela 3.2). A simples observação dos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Tabela 3.2 nos<br />
revela, sem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> testes estatísticos, que o caráter em <strong>estudo</strong> apresenta uma associação<br />
familial, pois a proporção <strong>de</strong> indivíduos M entre os filhos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong>sse fenótipo nos<br />
genitores. De fato, 100% dos filhos dos casais M- × M- também foram M-, enquanto que entre os<br />
casais M+ × M- a proporção <strong>de</strong> filhos M- baixou para 33%, diminuindo para 10% entre os casais<br />
M+ × M+. Aqui parece pertinente assinalar que os casais M+ × M- não foram separados segundo o<br />
sexo dos cônjuges porque as proporções <strong>de</strong> indivíduos M+ e M- entre os filhos dos casais formados<br />
por marido M+ e mulher M- não diferiu significativamente <strong>da</strong>quelas observa<strong>da</strong>s entre os filhos <strong>de</strong><br />
casais compostos por marido M- e mulher M+.<br />
Tabela 3.2. Como seria a distribuição <strong>da</strong>s 529 famílias <strong>da</strong> Tabela 1.2 se as hemácias <strong>de</strong> seus<br />
componentes tivessem sido tipa<strong>da</strong>s apenas com o anti-soro anti-M. Entre parênteses estão<br />
assinalados os números esperados <strong>de</strong> acordo com a teoria genética.<br />
Casal Filhos<br />
Tipo No. M+ M- Total<br />
M+ × M+ 326 683 (684) 79 (78) 762<br />
M+ × M- 173 248 (252) 122(118) 370<br />
M- × M- 30 - 67 (67) 67<br />
Total 529 931 268 1199<br />
Essa associação familial é, evi<strong>de</strong>ntemente, uma indicação <strong>de</strong> que esses grupos sangüíneos<br />
po<strong>de</strong>m ser hereditários, mormente porque, como já se mencionou no tópico anterior, não foram<br />
<strong>de</strong>tectados fatores do ambiente capazes <strong>de</strong> influenciar a sua manifestação. Assim, ao notar que um<br />
dos tipos <strong>de</strong> casais (M- × M-) tem 100% <strong>de</strong> seus filhos com o mesmo fenótipo M, passa a ser<br />
permissível supor que tal fenótipo é recessivo e <strong>de</strong>terminado por um gene a em homozigose<br />
(genótipo aa). Tal gene <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado autossômico porque os grupos M+ e M- não estão<br />
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