JOHREI - Charles Guimarães Filho
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Comigo é diferente, já que não sinto essa necessidade. Ao<br />
executar os Ohikari, não faço oração e, muito menos, assumo<br />
atitude de prece; apenas desenho rapidamente, levando em<br />
média três segundos para preparar cada um deles. Assim,<br />
produzo quinhentos por hora, com muita facilidade. Outro dia,<br />
como o missionário que iria levar os Ohikari estivesse com muita<br />
pressa, confeccionei quinhentos, em cinqüenta minutos.<br />
Faço tudo com muita naturalidade. Assim, quando faz<br />
muito calor, visto uma roupa confortável e leve. Pelo fato de ser<br />
tão monótono escrever uma única palavra seguidamente; ouço<br />
rádio. E quando trabalho muito rápido, permito que três pessoas<br />
me auxiliem. Alguém que olhasse de fora nem acreditaria na<br />
seriedade e na grandeza com que preparo o objeto.<br />
Ao terminar de escrevê-los, meus auxiliares dedicantes<br />
começam a dobrá-los, pois são feitos em folhas pouco maiores<br />
do que as do tamanho sulfite. Em seguida, organizam os<br />
pacotes, cada um deles contendo trinta unidades.<br />
O passo seguinte é de suma importância, pois cabe a mim<br />
colocar o espírito dentro de cada Ohikari. É um procedimento<br />
difícil, trabalhoso e desgastante e, mesmo que eu não precise<br />
fazer esforço físico, fico muito cansado.<br />
Mas a fixação da Luz, isto é, o estabelecimento do elo<br />
divino não pode ser efetivado de uma só vez para todos os<br />
Ohikari. Para cada grupo de trinta unidades, demoro mais ou<br />
menos cinco minutos, e realizo esse trabalho de amor em três<br />
seqüências, ou seja, em quinze minutos transformo noventa<br />
unidades escritas em Ohikari. É meu limite, e mais do que isso eu<br />
não suporto. Nesse momento sublime, mesmo no inverno, sinto<br />
muito calor, fico vermelho e quem está por perto é capaz de<br />
sentir a presença da Luz do Sol, e esse é um grande mistério que<br />
não pode ser explicado pela razão.<br />
A grande diferença existente entre mim e outros mestres<br />
na elaboração de objetos sagrados é que, para consagrá-los, eles<br />
precisam suplicar a Deus. Há uma separação entre eles e Deus,<br />
portanto, necessitam dessa mediação. No meu caso, entretanto,<br />
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