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especificida<strong>de</strong>, a prática médica exercida no Brasil e, sobretu<strong>do</strong> nas Minas colonial, guarda<br />
outras características peculiares: a rarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> médicos, cirurgiões e boticários e o sincretismo<br />
étnico ocorri<strong>do</strong> nas Minas , foram responsáveis pela formação <strong>de</strong> uma medicina multifacetada e<br />
afeita ao universo da magia.. A crença na intervenção <strong>do</strong> sobrenatural tanto na instalação quanto<br />
na extirpação da <strong>do</strong>ença prossegue pelos tempos e atravessa o século XVIII, a <strong>de</strong>speito <strong>do</strong>s<br />
avanços <strong>do</strong> conhecimento médico e da tecnologia, persistem as invocações ao divino, através<br />
<strong>do</strong>s santos e a crença em curan<strong>de</strong>iros, ao mesmo tempo em que se recorria à medicina<br />
científica. Exemplo <strong>de</strong>ssa incorporação <strong>do</strong> saber médico colonial é a trajetória <strong>do</strong> cirurgião<br />
português Luís Gomes Ferreira, que atuou em Minas Gerais no século XVIII, reunin<strong>do</strong> uma vasta<br />
experiência prática, publicada em 1735 sob o título Erário Mineral. Nesse trata<strong>do</strong> médico, o<br />
cirurgião revela um talento excepcional em incorporar as práticas curativas locais, professadas<br />
por brancos, índios e negros, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> principalmente a experiência, em <strong>de</strong>trimento da<br />
erudição acadêmica. As terapêuticas propostas por Luís Gomes Ferreira são algumas vezes<br />
consi<strong>de</strong>radas bizarras: acreditava-se nas proprieda<strong>de</strong>s curativas <strong>do</strong> pó <strong>de</strong> minhoca, <strong>do</strong> testículo<br />
<strong>de</strong> cavalo, <strong>do</strong> sangue menstrual, da terra <strong>de</strong> sepultura entre outros remédios miraculosos. De<br />
maneira geral, a farmacopéia colonial – assim como a arte médica e as praticas curativas<br />
populares – avizinhavam-se <strong>do</strong> terreno da magia e da feitiçaria, <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> que é possível<br />
i<strong>de</strong>ntificar nelas as mesmas receitas e substâncias. Excrementos, plantas, raízes, pedras, ossos,<br />
ratos, morcegos, partes <strong>do</strong> corpo humano e <strong>de</strong> animais eram ingredientes que compunham tanto<br />
os receituários tradicionais <strong>de</strong> médicos e cirurgiões quanto as formulas ministradas por<br />
curan<strong>de</strong>iros, feiticeiras e benze<strong>de</strong>iras, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> as afinida<strong>de</strong>s e convergências entre a magia<br />
e a ciência médica.<br />
MEMÓRIAS DO ADVENTISMO EM SOBRAL<br />
Lei<strong>de</strong>jane Araújo<br />
O Adventismo <strong>do</strong> Sétimo Dia surge e consolida-se como Igreja em Sobral, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
1971/82. Através da utilização da oralida<strong>de</strong> como principal fonte, tenho por objetivo a<br />
problematização das questões a cerca da auto-imagem adventista, exploran<strong>do</strong> suas<br />
representações simbólicas, e, sobretu<strong>do</strong>, suas práticas, refletin<strong>do</strong> sobre suas significações para<br />
conquista <strong>de</strong> espaço social e <strong>de</strong> uma “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>” para o grupo e suas implicações no cotidiano<br />
<strong>de</strong> cada membro. Importou-me também compreen<strong>de</strong>r como católicos e evangélicos viam e vêem<br />
o movimento, perceben<strong>do</strong> o contexto <strong>de</strong> inserção <strong>do</strong> adventismo e suas relações com esses<br />
grupos. Neste caminho, é possível apreen<strong>de</strong>r diferentes discursos e possibilida<strong>de</strong>s: adventistas<br />
apontan<strong>do</strong>, mesmo que involuntariamente, para a concepção <strong>de</strong> um grupo com uma<br />
consi<strong>de</strong>rável mutiplicida<strong>de</strong> nas formas <strong>de</strong> ver o mun<strong>do</strong> e <strong>de</strong> interpretar sua própria crença,<br />
enquanto os <strong>de</strong>mais entrevista<strong>do</strong>s os i<strong>de</strong>ntificaram sobretu<strong>do</strong> como sabatistas.<br />
SONHANDO SER JAMES DEAN? A JUVENTUDE TRANSVIADA<br />
NAS PÁGINAS DA IMPRENSA FORTALEZENSE. (1953-1963)<br />
Lidia Noemia Silva <strong>do</strong>s Santos<br />
Mestre em História - UFC<br />
Motivada pela leitura <strong>de</strong> algumas obras <strong>de</strong> memorialistas que escreveram sobre os anos 50, em<br />
Fortaleza, investiguei a presença <strong>de</strong> um suposto núcleo da juventu<strong>de</strong> transviada, na cida<strong>de</strong>.<br />
Nesta comunicação, preten<strong>do</strong> apresentar alguns resulta<strong>do</strong>s da pesquisa, discorren<strong>do</strong> e<br />
analisan<strong>do</strong> o noticiário da imprensa sobre a ação <strong>de</strong> rapazes, aponta<strong>do</strong>s como <strong>de</strong>linqüentes,<br />
transvia<strong>do</strong>s ou rebel<strong>de</strong>s “sem causa”. Priorizei os relatos da atuação <strong>do</strong>s rabos-<strong>de</strong>-burro, ti<strong>do</strong>s<br />
como uma apropriação local da nova relação entre pais e filhos (mais permissivos e menos<br />
autoritários), pre<strong>do</strong>minante na socieda<strong>de</strong> norte-americana, e representada e publicizada,<br />
especialmente, nos filmes que exploravam o universo juvenil, caso <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong> Transviada,<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 29