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O vermelho e o negro: raça e gênero na universidade brasileira

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Comércio e Administração, Direito; Ciências, Matemática e Computação — Ciências<br />

da Vida, Ciências Físicas, Matemática e Estatística, Computação; Engenharia,<br />

Produção e Construção — Engenharia e Profissões Correlatas, Produção e<br />

Processamento, Arquitetura e Construção; Agricultura e Veterinária — Agricultura,<br />

Silvicultura e Recursos Pesqueiros, Veterinária; Saúde e Bem-Estar Social — Saúde,<br />

Serviço Social; Serviços — Serviços Pessoais, Serviços de Transporte, Preservação<br />

Ambiental, Serviços de Segurança; Área de formação mal definida. No entanto, a lista<br />

de cursos superiores concluídos (ver Anexo) se diferencia da lista de 1991,<br />

principalmente pela inclusão de novas categorias referentes a mestrado e doutorado.<br />

3 EVOLUÇÃO DOS CURSOS SUPERIORES NO BRASIL<br />

Segundo Soares (2002) o ensino superior brasileiro pode ser dividido em cinco<br />

etapas:<br />

a) Século XIX — Ao contrário das colônias da coroa espanhola, <strong>na</strong>s colônias<br />

portuguesas a educação superior não foi uma prioridade. As elites eram educadas em<br />

Portugal mesmo (Coimbra) em um plano de unificação cultural do império<br />

português dentro de um espírito de “contra-reforma”. Só com a chegada da família<br />

real e a ascensão do Brasil à qualidade de Reino Unido a Portugal e Algarves é que os<br />

primeiros cursos são criados. O curso de Medici<strong>na</strong>, em Salvador, e mais tarde, com a<br />

vinda da família real para o Rio <strong>na</strong> nova capital, foi o primeiro. Depois foram criados<br />

cursos de Direito em Olinda e em São Paulo e a Escola de Mi<strong>na</strong>s em Ouro Preto. As<br />

primeiras faculdades <strong>brasileira</strong>s (Medici<strong>na</strong>, Direito e Politécnica) eram instituições<br />

isoladas, com orientação profissio<strong>na</strong>lizante no modelo francês, localizadas em grandes<br />

centros.<br />

b) A República Velha (1889-1930) — Só em 1920, perto das comemorações do<br />

centenário da independência do Brasil, foi criada a primeira <strong>universidade</strong> no país.<br />

Parte do atraso se deve a concepções positivistas dos militares que proclamaram a<br />

república, que consideravam a <strong>universidade</strong> uma instituição ultrapassada e<br />

i<strong>na</strong>propriada para um jovem país.<br />

c) A Nova República (1930-1964) — No Governo do Presidente Vargas foi<br />

criado o Ministério de Educação e Saúde e aprovado o Estatuto das Universidades<br />

Brasileiras. O estatuto definia que as <strong>universidade</strong>s poderiam ser públicas, de<br />

qualquer das três esferas, ou privadas, e deveriam oferecer ao menos três dos seis<br />

cursos considerados principais à época: Direito, Medici<strong>na</strong>, Engenharia, Educação,<br />

Ciências e Letras. A ênfase <strong>na</strong> faculdade de Educação visava à formação de educadores<br />

para o nível médio, prioridade do então ministro. As três <strong>universidade</strong>s criadas no<br />

curto período que se seguiu expressavam os diferentes pontos de vista dos educadores,<br />

políticos e líderes religiosos da época: Anísio Teixeira, como educador, criou a<br />

Universidade do Distrito Federal voltada à cultura e à pesquisa, que foi extinta quatro<br />

anos depois por falta de apoio político; Gustavo Capanema, ministro da Educação e<br />

Saúde no período autoritário do Estado Novo, criou a Universidade do Brasil, que<br />

deveria servir como paradigma de todas as <strong>universidade</strong>s do país; e os jesuítas,<br />

seguindo as diretrizes do primeiro Congresso Católico de Educação, realizado em<br />

1934, que pretendia reintroduzir os princípios morais da religião cristã <strong>na</strong>s elites<br />

<strong>brasileira</strong>s, criaram a primeira <strong>universidade</strong> católica em 1946. São Paulo, como parte<br />

8 texto para discussão | 1052 | out 2004

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