ÁREA TEMÁTICA[t1] Consumo Sustentável TÍTULO DO ... - Engema

Afonso, Carla Winter
Petroni, Liége Mariel
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2.2 A educação para o consumo consciente: uma lição de vida para os nossos jovens
Nos tempos que correm, as sociedades passam por transformações quase instantâneas. O clima
de permanente mudança é parte da vivência de um mundo frenético, onde o mercado
competitivo, e em grande medida excludente, impacta a ação e o comportamento de milhões de
jovens. De sua parte, a juventude marca presença expressiva nesse mercado, seja no papel de
compradores diretos ou influenciando as decisões de compras dos adultos.
A pesquisa realizada sobre os estilos sustentáveis de vida com jovens brasileiros no que se refere
ao local e ao modo como consomem reflete os próprios costumes da população em geral. Os
critérios utilizados para a compra estão voltados mais às questões de preço dos produtos e à sua
qualidade do que propriamente à preocupação com um consumo responsável. Preocupar-se em
saber se são produtos que não agridem o meio ambiente ou a sociedade, por exemplo, não foi
uma questão levantada de forma espontânea. Percebe-se que no dia a dia dos jovens ainda não
estão incorporados percepções e atos ecologicamente viáveis, o que não significa, por outro lado,
que esses jovens não estejam abertos à aceitação e à realização de práticas de vida sustentáveis
(AKATU, 2009).
Em outra pesquisa constatou-se que, existe uma grande a resistência do consumidor brasileiro,
quando se trata de não cuidar apenas de seus próprios atos, mas de agir para a mobilização de
outros. A cultura de isolamento, de foco exclusivo em trabalho, estudo e carreira, e de eliminação
ou desvalorização dos espaços de convivência e atuação pública, deixa essa sequela, de
dificuldades em interagir pró-ativamente com outros cidadãos, nos mais diversos âmbitos. O
exercício pleno da cidadania requer a interação com outros cidadãos e instituições diferentes e até
mesmo antagônicos. Será um importante desafio para o movimento do Consumo Consciente a
criação de formas pelas quais se possa estimular e dar efetividade a ações desse tipo (AKATU,
2010).
É perceptível, portanto que, a nossa sociedade se encaminha, diante das perspectivas
esboçadas, para a vivência de situações que empurram a juventude brasileira cada vez mais
para uma submissão conformada à lógica da sociedade de consumo. Diante de tal contexto,
em que novas subjetividades já se fazem presentes, onde o próprio mundo adulto se vê
envolvido pelos discursos pós-modernos nos quais prevalecem a incerteza e a ausência de
projetos de vida individuais, a construção de uma identidade estável e duradoura na
juventude encontra sérios obstáculos. A sensação de insegurança nos sujeitos, condenados a
viverem em uma lógica na qual o que importa realmente é a capacidade de se fazerem úteis para
o mercado de trabalho.
Dessa forma, os objetivos coletivos cedem lugar cada vez mais a um narcisismo e individualismo
que já caracterizam o sujeito contemporâneo, para quem a busca de um bem comum não possui
mais sentido. As identidades, nesta visão, se tornam fluidas, frágeis, em constante mutação, já
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XIV Encontro Nacional de Gestão Empresarial e Meio Ambiente - ENGEMA, São Paulo, 2012.
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