COMO ALAVANCAR A INOVAÇÃO COM UM MODELO ... - Redetec
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<strong><strong>COM</strong>O</strong> <strong>ALAVANCAR</strong> A <strong>INOVAÇÃO</strong> <strong>COM</strong> <strong>UM</strong> <strong>MODELO</strong> DE GESTÃO DE<br />
INCUBADORAS DE EMPRESAS?<br />
Tema 4: Modelo de Gestão<br />
Paulo Henrique Santos<br />
Renata Seldin<br />
Heitor Mansur Caulliraux<br />
Resumo: O presente artigo tem como objetivo principal apresentar uma<br />
proposta de modelo de gestão de incubadoras de empresas que seja capaz de<br />
suportar a estratégia da inovação. O movimento ascendente desse tipo de<br />
organização vem sendo acompanhado por diversos pontos de discussão,<br />
dentre eles: Como medir a inovação? Quais são os pilares que a sustentam?<br />
Há algum modelo de gestão que traduza essa estratégica de forma eficaz? É<br />
nesse sentido que esse trabalho mostrará como o modelo de gestão da Rede<br />
de Incubadoras de empresas do Rio de Janeiro (ReINC) é capaz de traduzir a<br />
estratégia da inovação, através de uma composição integrada de indicadores<br />
de desempenho, visão de processos e a filosofia de gestão de projetos, além<br />
de delinear alguns eixos conceituais que são responsáveis por sustentar a<br />
inovação nas incubadoras de empresas: os pilares da inovação . Por último,<br />
serão retratados os resultados obtidos em uma amostra de incubadoras de<br />
empresas da ReINC.<br />
Palavras-chave: Inovação, incubadoras de empresas, modelo de gestão,<br />
indicadores de desempenho.<br />
Paulo Henrique Santos (estudante de graduação), Heitor Mansur<br />
Caulliraux, D.Sc. e Renata Seldin, Msc.<br />
Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />
paulo@gpi.ufrj.br, heitor.caulliraux@gpi.ufrj.br e renata.seldin@gpi.ufrj.br<br />
Endereço: Laboratório de Manufatura Integrada por Computador - LabCIM<br />
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ<br />
Centro de Tecnologia - CT<br />
Bloco I - Fundos do Bloco D<br />
Cidade Universitária - Ilha do Fundão<br />
Rio de Janeiro - RJ - Brasil<br />
Caixa Postal: 68.569<br />
CEP: 21941-972<br />
Tel: +21 2562-7414<br />
Tel/Fax: +21 2562-7416
HOW TO ATTAIN INNOVATION USING A MANAGEMENT MODEL OF<br />
BUSINESS INCUBATORS?<br />
Theme 4: Management Models<br />
Paulo Henrique Santos<br />
Renata Seldin<br />
Heitor Mansur Caulliraux<br />
Abstract: This article has a main objective to present a proposition of a<br />
management model of business incubators that is able to support the innovation<br />
strategy. The increasing movement of this kind of organization is being followed<br />
by several discussion points, such as: How to measure innovation? What are<br />
the pillars that keep up innovation? Is there any management model able to<br />
support this strategy? Therefore, this text will show how the management<br />
model of business incubators network of Rio de Janeiro (ReINC) is able to lead<br />
the innovation strategy by an integrated framing of process view, strategic<br />
indicators and project management. Furthermore, it will also be introduced the<br />
concept of innovation pillars , which are the theme axles that can keep up<br />
innovation in this regarded organizations. At last, it will be presented the results<br />
of this implementation into ReINC.<br />
Key words: innovation, business incubators, management model and strategic<br />
indicators<br />
Paulo Henrique Santos (undergraduate student), Heitor Mansur<br />
Caulliraux, D.Sc. e Renata Seldin, Msc.<br />
Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />
paulo@gpi.ufrj.br, heitor.caulliraux@gpi.ufrj.br e renata.seldin@gpi.ufrj.br<br />
Endereço: Laboratório de Manufatura Integrada por Computador - LabCIM<br />
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Centro de Tecnologia - CT<br />
Bloco I - Fundos do Bloco D<br />
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INTRODUÇÃO<br />
Existem algumas perguntas para as quais que os gestores de organizações<br />
envolvidas com a inovação tecnológica ainda não acharam uma resposta<br />
concreta. Uma delas seria como medir a inovação, que é um ativo intangível,<br />
mas que está presente nos empreendimentos de natureza tecnológica. Dentre<br />
essas iniciativas desenvolvidas na tentativa de responder essa pergunta, que<br />
em grande parte apresentam uma ligação com governo e instituições de<br />
ensino, as incubadoras de empresas vêm cada vez ganhando mais espaço<br />
como organizações promotoras de inovação, articulando um ambiente propício<br />
ao desenvolvimento tecnológico e de formação empreendedora.<br />
Esse artigo tratará o tema da inovação sob uma ótica de medição de<br />
performance por indicadores de desempenho, que serão balizados em uma<br />
classificação por pilares da inovação , discutido mais detalhadamente adiante.<br />
Além disso, a proposta desse artigo é evidenciar como o Modelo de Gestão da<br />
Rede de Incubadoras de empresas do estado do Rio de Janeiro (ReINC) é<br />
capaz de traduzir essa estratégia voltada para a inovação nas incubadoras,<br />
através de uma composição integrada de indicadores de desempenho, visão<br />
de processos e a filosofia de gestão de projetos.<br />
1. CONTEXTO DA <strong>INOVAÇÃO</strong> E IMPORTÂNCIA DO TEMA<br />
O assunto inovação vem sendo ponto de pauta de grandes discussões tanto no<br />
nível das políticas de desenvolvimento do Governo Brasileiro quanto na<br />
estratégia de atuação dos países centrais no mercado internacional (FREIRE,<br />
2001). Dentro desse contexto, a Lei da Inovação dispõe diretrizes gerais para o<br />
incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica. Frente às mudanças<br />
normativas, os atores envolvidos na criação intelectual no país ou na produção<br />
técnico-científica inovadora à qual tenham contribuído passam a receber<br />
participação sobre os ganhos econômicos providos, o que estimula a criação<br />
intelectual inovadora.<br />
Em paralelo, constata-se, em um panorama mais histórico, a liderança que os<br />
países centrais mantêm no cenário internacional e o empenho em pesquisar e<br />
desenvolver a inovação tecnológica, nunca descuidando desse setor<br />
fundamental da vida econômica. FREIRE (2001), comentando uma pesquisa<br />
divulgada pela UNESCO (2001), comprova a existência de forte correlação<br />
entre desenvolvimento sócio-econômico de um país e seu investimentos em<br />
C&T (Ciência e Tecnologia): o bloco de países centrais, constituído por<br />
Estados Unidos, Japão, Europa e Austrália, investe acima de 1,8% de seu<br />
Produto Interno Bruto em C&T e apresenta renda per capita acima de 20 mil<br />
dólares, enquanto a mesma renda do bloco de países emergentes da América<br />
Latina, cujos investimentos em C&T não passam de 0,7% do PIB, se situa em<br />
torno de 5 mil dólares (FREIRE, 2001:01).<br />
Nesse sentido, percebe-se que a liderança que os países centrais vêm<br />
mantendo no cenário internacional decorre, em boa parte, do aprimoramento<br />
que eles vêm promovendo no âmbito legal para a área de C&T. Ao longo<br />
dessas mudanças, redefinem-se bases para construção de modelos de gestão
que levam as instituições de C&T a trabalharem voltadas para solucionar e<br />
responder as demandas da sociedade e do mercado, tornando cada vez mais<br />
ágeis e flexíveis suas máquinas de realizar pesquisa e, dessa forma,<br />
garantindo a permanente competitividade de seus setores produtivos.<br />
(FREIRE, 2001:01).<br />
Ao mesmo tempo, imersas nesse cenário político e econômico internacional, as<br />
incubadoras de empresas acabam assumindo importante papel na tentativa de<br />
estimular a inovação e promover o desenvolvimento tecnológico regional,<br />
sendo até mesmo incluídas no planejamento estratégico dos órgãos<br />
governamentais de fomento. Como estas organizações têm como principal<br />
objetivo transformar negócios em potencial em empresas, elas se confrontam<br />
com o desafio de estimular e induzir a inovação nos empreendimentos<br />
incubados, a fim de que eles aumentem suas chances no mercado que se<br />
mostra cada vez mais competitivo.<br />
Só no Brasil, segundo o panorama divulgado pela ANPROTEC (2004), há 283<br />
incubadoras de empresas, com 2114 empresas incubadas, 1580 graduadas,<br />
1367 associadas, em um total de 5061 empresas. Com esses números,<br />
entende-se que o Brasil está diante de um grande movimento, e que o mesmo<br />
não está dissociado da importância que a inovação tecnológica apresenta<br />
nessas organizações e para o país.<br />
Tendo em vista a magnitude do movimento de incubação de empresas no<br />
Brasil e a premência estratégica por gerar inovação, os gestores dessas<br />
organizações se deparam com questionamentos que decorrem de uma<br />
aparente intangibilidade desse conceito: Quais são os objetivos estratégicos,<br />
representados na estratégia organizacional, que envolvem o estímulo à<br />
inovação? Como medir se a incubadora de empresas está atingindo seus<br />
objetivos relacionados à inovação? Quais seriam as principais características<br />
do modelo de gestão que suportaria essa estratégia?<br />
Para essas perguntas, foram buscadas respostas através da elaboração de um<br />
Modelo de Gestão único, para as incubadoras de empresas da Rede do Rio de<br />
Janeiro, que analisa e propõe um conjunto de técnicas de gestão para<br />
incubadoras baseado em três eixos, a saber: mapeamento de processos,<br />
acompanhamento de indicadores de desempenho e gestão de projetos,<br />
discutidos a seguir.<br />
2. O <strong>MODELO</strong> DE GESTÃO DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS DO RIO<br />
DE JANEIRO OS TRÊS EIXOS DO <strong>MODELO</strong><br />
Para entender em que quadro a medição de performance de inovação vai<br />
atuar, é necessário ter em mente os eixos em que o modelo de gestão está<br />
alicerçado.<br />
3.1. GESTÃO DE PROJETOS<br />
Primeiramente, o objetivo desse modelo é que as incubadoras de empresas do<br />
Rio de Janeiro passassem a ver a incubação como um projeto de incubação ,<br />
seguindo toda a filosofia da gestão de projetos existente na literatura devido ao<br />
forte drive de gestão de projetos dessas organizações. Pode-se definir gestão
de projetos como uma aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas<br />
para projetar atividades que visem atingir os requerimentos do projeto (PMI,<br />
2002:06). Essa elucubração decorreu do perfil das etapas de atividades que as<br />
empresas passam quando entram na incubadora. Com exceção de casos<br />
especiais, de uma maneira geral a empresa é gerenciada pela incubadora<br />
nessa filosofia de projeto em três fases: pré-incubação, seleção e incubação. A<br />
visão por projetos faz sentido já que esses empreendimentos são de fases<br />
temporárias, o produto tem resultado único, assumem uma elaboração<br />
progressiva, são executadas por pessoas, possuem recursos limitados e são<br />
planejados, executados e controlados.<br />
Geralmente, o projeto de seleção possui uma WBS ( Work Breakdown<br />
Structure estrutura analítica de trabalho) que trata especificamente das<br />
seguintes atividades: elaboração e Lançamento do Edital, oficina de plano de<br />
negócios, avaliação tecnológica, mercadológica e financeira dos planos de<br />
negócios e, por último, avaliação dos empreendedores.<br />
Já o projeto de pré-incubação procura atender, principalmente, às<br />
necessidades de formação empreendedora dos empresários, por meio de uma<br />
difusão do empreendedorismo, pela captação de recursos para as préincubadas<br />
e por um apoio no desenvolvimento de parcerias.<br />
O projeto de incubação, por conseguinte, é a fase mais importante para a<br />
empresa do ponto de vista das atividades fins da incubadora. Nesse projeto,<br />
são contempladas atividades de estruturação estratégica, P&D (Pesquisa e<br />
Desenvolvimento), desenvolvimento organizacional, planejamento financeiro,<br />
projeto de produto, plano comercial e desenvolvimento de recursos humanos,<br />
além da resolução de aspectos jurídicos fundamentais e da busca por um<br />
eficiente mix de marketing.<br />
3.2. MEDIÇÃO DE PERFORMANCE <strong>COM</strong> A METODOLOGIA BSC -<br />
BALANCED SCORECARD<br />
Além da gestão de projetos, o modelo também contempla a metodologia do<br />
BSC Balanced Scorecard para a medição da performance da incubadora<br />
por indicadores de desempenho segundo seus objetivos estratégicos. As<br />
quatro vistas do Scorecard (processos internos, clientes, financeiro e<br />
aprendizado e crescimento) permitiram montar um mapa de indicadores que<br />
traduzissem os objetivos estratégicos das incubadoras de empresas, ou seja,<br />
permitiu medir aquilo que se pretendia alcançar por essas organizações. Por<br />
conseguinte, a partir da definição dos indicadores próprios da medição dos<br />
objetivos estratégicos, foram traçadas metas para esses indicadores seguindo<br />
uma periodicidade de medição, que deve ser coerente com a realidade<br />
estratégica da incubadora. Portanto, esses limites onde se interpolam as metas<br />
precisam ser planejados para serem atingidos, o que compreende a lógica dos<br />
planos de ação, que são projetos que visam justamente obter os resultados<br />
estratégicos esperados.<br />
Estratégia é um conjunto de hipóteses sobre causa e efeito (KAPLAN,<br />
1997:30). Usando essa idéia para o mapa de indicadores, foi pensada uma<br />
maneira de se associá-los logicamente, uma vez que é natural que haja uma<br />
influência mútua (positiva ou negativa, direta ou indiretamente) entre os
mesmos. Com isso, construiu-se um mapa de relacionamento de indicadores,<br />
o que tornou possível perceber o quanto um impactava no outro sob a ótica dos<br />
gestores das incubadoras. Obteve-se, portanto, quais eram os indicadores<br />
críticos , ou seja, quais os que impactavam em maior grau no outros<br />
indicadores. Esses seriam os mais priorizados nos já mencionados planos de<br />
ação.<br />
3.3. VISÃO POR PROCESSOS<br />
Por último, o modelo contempla uma visão por processos . Por processos<br />
entende-se uma cooperação de atividades distintas para a realização de um<br />
objetivo global, orientado para o cliente final que lhes é comum, repetido de<br />
maneira recorrente dentro da empresa (SALERNO, 1999:105). Nesse modelo,<br />
foram estabelecidos os seguintes processos:<br />
Figura 1 - Macroprocesso da Incubadora de empresas<br />
A incubadora de empresas dispara os seus processos quando ocorre o seu<br />
Planejamento Estratégico para um dado período, definindo seus principais<br />
objetivos e metas. Assim, a incubadora pode realizar o seu Planejamento<br />
Anual, criando indicadores de desempenho de acordo com a metodologia BSC,<br />
relacionando-os com os objetivos estratégicos e definindo as relações de causa<br />
e efeito, possibilitando uma apresentação do seu plano para os principais<br />
stakeholders da incubadora.<br />
Em seguida, a incubadora deve estar apta a realizar a Gestão da Carteira, ou<br />
seja, elabora uma programação para as empresas residentes, definindo um<br />
cronograma de graduação e articulando um mecanismo de apoio às empresas<br />
em seus objetivos e metas. Por conseguinte, a pré-incubação constitui uma<br />
etapa onde os empresários estarão recebendo fortemente uma formação<br />
empreendedora, estando mais preparados para elaborar o plano de negócios<br />
de forma mais consistente.<br />
A seguir, as empresas são selecionadas e começam o seu processo de<br />
incubação propriamente dito, em que terão todo um apoio da incubadora para
consolidar o seu negócio em potencial em uma empresa efetiva e capaz de ser<br />
competitiva no mercado. Quando a empresa se gradua e entra no mercado, ela<br />
ainda é acompanhada pela incubadora por um período de tempo determinado,<br />
sendo avaliada e monitorada. Espera-se que com a gestão da carteira e o<br />
planejamento anual, a incubadora efetue uma avaliação própria, verificando as<br />
principais falhas de cumprimento das metas estabelecidas para que o novo<br />
planejamento estratégico contemple uma reação às principais falhas.<br />
Mas como esses três eixos (gestão de projetos, visão por processos e<br />
indicadores de desempenho) se conectam? Esse modelo possui uma estrutura<br />
lógica de interconexão entre esses eixos, o que cria uma integração na gestão<br />
da incubadora. A um processo corresponde um desempenho (performance),<br />
que formaliza o seu entendimento global (SALERNO, 1999:105). Com isso, os<br />
indicadores de desempenho estarão justamente medindo os objetivos<br />
estratégicos que, por sua vez, estão intrinsecamente conectados com os seus<br />
processos internos.<br />
Por isso se entende que o sucesso das incubadoras é, em grande parte,<br />
definido pelo sucesso das suas residentes. O que é percebido pelo cliente final<br />
é o sucesso das empresas residentes, fato esse que é decorrência direta do<br />
processo de incubação (CAULLIRAUX, 2001:34). Nota-se a relação explícita<br />
processo<br />
estratégia<br />
indicadores , pois será através do sucesso do<br />
processo de incubação, cuja performance será medida pelos indicadores, que<br />
a estratégia da incubadora será alcançada.<br />
Por outro lado, a filosofia de projetos é suportada pelos processos. Esses<br />
processos são, em sua maioria, etapas de planejamento e controle dos<br />
projetos de pré-incubação, seleção e incubação. Com isso está fechado o ciclo<br />
dos três eixos do modelo .<br />
4. OS PILARES DA <strong>INOVAÇÃO</strong><br />
Os pilares da inovação são temas estratégicos em que a estratégia da<br />
inovação é configurada. Os indicadores de desempenho que mensuram a<br />
inovação estão distribuídos em alguns aspectos temáticos, que são:<br />
Gastos em inovação Investimentos em inovação<br />
Retorno de vendas devido à inovação<br />
Redução de gastos devido à inovação<br />
Criação de patentes Desenvolvimento tecnológico<br />
Inovação no tocante do ciclo de vida do produto<br />
Inovação no produto Inovação de produto<br />
Inovação no processo Inovação de processo<br />
Conhecimentos preparatórios para inovação Base de conhecimento da<br />
inovação<br />
Inovação organizacional<br />
Marketing e difusão da inovação<br />
Integração universidade / empresa<br />
Uma premissa importante que o deve ser considerada para a mensuração da<br />
inovação na perspectiva desses pilares é que uma mudança só pode ser<br />
considerada inovação se aumentar significativamente a eficiência ou a venda.
Ou seja, de nada adiantaria um produto extremamente diferente, mas que não<br />
vendesse. Tal como se observa na figura abaixo, todas as etapas do<br />
desenvolvimento tecnológico se afunilam no atendimento da demanda do<br />
mercado:<br />
Nova<br />
Necessidade<br />
Geração de<br />
Idéias<br />
Nova<br />
Tecnologia<br />
P&D e<br />
Design<br />
Necessidades da Sociedade e do Mercado<br />
Protótipo Manufatura<br />
Estado da Arte da Tecnologia e da Produção<br />
Marketing e<br />
Vendas<br />
Mercado<br />
Figura 2 - Modelo de Inovação de Terceira Geração. Fonte: ROTHWELL<br />
(1992:222)<br />
Dessa forma, fica articulada a lógica de inovação orientada às necessidades do<br />
mercado. A definição de inovação a ser adotada nesse artigo será a seguinte:<br />
A inovação é a criação de mudança intencional, informada e dirigida no<br />
potencial econômico ou social de uma empresa (ALVES, 2004:38).<br />
Com isso, a incubadora de empresas, sendo uma entidade de indução da<br />
inovação, deve apresentar em sua estratégia uma preocupação em aumentar a<br />
inovação em suas incubadas, entendendo que a inovação é, atualmente, um<br />
diferencial competitivo. Essa preocupação deve ser traduzida em indicadores<br />
de desempenho, que podem ser suportados pelo modelo de gestão proposto<br />
nesse artigo.<br />
Para fins de referência, será proposta uma lista de indicadores de desempenho<br />
(por pilar de inovação) que é fruto tanto da implantação do modelo de gestão<br />
da Rede de incubadoras de empresas do Rio de Janeiro quanto do Manual de<br />
Oslo de Inovação Tecnológica da OECD (1997). Vale ressaltar que os<br />
indicadores a seguir são adaptações de indicadores de inovação para<br />
organizações do tipo incubadoras de empresas.<br />
O pilar de gastos em inovação pode ser medido pelos seguintes indicadores:<br />
GASTOS EM <strong>INOVAÇÃO</strong><br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Total acumulado de gastos da incubadora em<br />
Financeira<br />
atividades<br />
incubadas<br />
de inovação para as suas<br />
Total de gastos da incubadora em atividades<br />
de inovação no ano para as incubadas<br />
Financeira
Taxa de gastos da incubadora em atividades<br />
de inovação para as incubadas no ano em<br />
relação ao anterior<br />
Volume de capital investido em infra-estrutura<br />
para desenvolvimento de produto inovador<br />
pela incubadora<br />
Total acumulado de gastos das incubadas em<br />
atividades de inovação<br />
Total de gastos da incubada em atividades de<br />
inovação no ano<br />
Taxa de gastos das incubadas em atividades<br />
de inovação no ano em relação ao anterior<br />
Volume de capital investido em infra-estrutura<br />
para desenvolvimento de produto inovador<br />
pelas incubadas<br />
Tabela 1<br />
Financeira<br />
Financeira<br />
Financeira<br />
Financeira<br />
Financeira<br />
Financeira<br />
Indicadores de inovação do pilar Gastos em inovação<br />
segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Retorno de vendas devido à inovação pode ser medido pelos<br />
seguintes indicadores:<br />
RETORNO DE VENDAS DEVIDO À <strong>INOVAÇÃO</strong><br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Percentual de venda (em volume de capital)<br />
Financeira<br />
dos produtos tecnologicamente novos das<br />
incubadas em relação ao total de vendas das<br />
incubadas<br />
Percentual de venda (em volume de capital)<br />
dos produtos tecnologicamente mais<br />
aprimorados das incubadas em relação ao<br />
total de vendas das incubadas<br />
Tabela 2<br />
Financeira<br />
Indicadores de inovação do pilar Retorno de vendas devido à<br />
inovação segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Redução de gastos devido à inovação pode ser medido pelos<br />
seguintes indicadores:<br />
REDUÇÃO DE GASTOS DEVIDO À <strong>INOVAÇÃO</strong><br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Percentual de gasto reduzido com mão de<br />
Cliente<br />
obra das incubadas devido a novos processos<br />
implantados nas incubadas<br />
Percentual de gasto reduzido com consumo<br />
Cliente<br />
de energia devido a novos processos
Percentual de gasto reduzido com consumo<br />
de materiais devido a novos processos nas<br />
incubadas<br />
Tabela 3<br />
Cliente<br />
Indicadores de inovação do pilar Redução de gastos devido à<br />
inovação segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Criação patentes pode ser medido pelos seguintes indicadores:<br />
CRIAÇÃO DE PATENTES<br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Número de patentes solicitadas pelo total de<br />
Aprendizado e Crescimento<br />
incubadas<br />
Número de patentes concedidas Aprendizado e Crescimento<br />
Número de patentes criadas em relação ao<br />
ano anterior<br />
Índice de transferência de tecnologia<br />
(contratos com a universidade, spin-off)<br />
Tabela 4<br />
Aprendizado e Crescimento<br />
Cliente<br />
Indicadores de inovação do pilar Redução de gastos devido à<br />
inovação segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Inovação no tocante do ciclo de vida dos produtos pode ser medido<br />
pelos seguintes indicadores:<br />
<strong>INOVAÇÃO</strong> NO TOCANTE DO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS<br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Número de inovações de produto<br />
Processos Internos<br />
tecnologicamente novo - para substituição de<br />
produtos do total de incubadas que estejam<br />
sendo descontinuados pelo fim do ciclo de<br />
vida<br />
Número de inovações de produtos<br />
Processos Internos<br />
tecnologicamente mais aprimorados para<br />
substituição de produtos do total de incubadas<br />
que estejam sendo descontinuados pelo fim<br />
do ciclo de vida<br />
Tabela 5<br />
Indicadores de inovação do pilar Inovação no tocante do ciclo<br />
de vida dos produtos segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Inovação no produto pode ser medido pelos seguintes indicadores:<br />
<strong>INOVAÇÃO</strong> NO PRODUTO<br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Número de inovações de produto - Processos Internos
tecnologicamente novos<br />
incubadas<br />
no total de<br />
Número de inovações de produto -<br />
tecnologicamente mais aprimorados<br />
de incubadas<br />
no total<br />
Número de construções de protótipos de<br />
produtos inovadores<br />
Tabela 6<br />
Processos Internos<br />
Processos Internos<br />
Indicadores de inovação do pilar Inovação no produto<br />
segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Inovação no processo pode ser medido pelos seguintes<br />
indicadores:<br />
<strong>INOVAÇÃO</strong> NO PROCESSO<br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Número de inovações de processo (métodos<br />
Processos Internos<br />
de produção)- tecnologicamente novos no<br />
total de incubadas<br />
Número de inovações de processo (métodos<br />
de entrega) - tecnologicamente novos no<br />
total de incubadas<br />
Número de inovações de processo (método de<br />
produção) - tecnologicamente mais<br />
aprimorados no total de incubadas<br />
Número de inovações de processo (método de<br />
entrega) - tecnologicamente mais aprimorados<br />
no total de incubadas ( just in time , por<br />
exemplo)<br />
Número de inovações em atividades ancilares<br />
no total de incubadas<br />
Número de novas fontes de suprimento de<br />
matéria prima para o total de incubadas<br />
Tabela 7<br />
Processos Internos<br />
Processos Internos<br />
Processos Internos<br />
Processos Internos<br />
Processos Internos<br />
Indicadores de inovação do pilar Inovação no processo<br />
segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Conhecimentos preparatórios para a inovação pode ser medido<br />
pelos seguintes indicadores:<br />
CONHECIMENTOS PREPARATÓRIOS PARA A <strong>INOVAÇÃO</strong><br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Número de treinamentos organizados pela<br />
Aprendizado e Crescimento<br />
incubadora para preparação de novos<br />
processos para as incubadas
Número de treinamentos organizados pela<br />
incubadora para preparação novos produtos<br />
para as incubadas<br />
Número de atividades promovidas pela<br />
incubadora com o fim de aumentar o<br />
comportamento inovador dos incubados<br />
Número de contratações pela incubadora de<br />
consultorias com enfoque em inovação<br />
Número de contratações pelas incubadas de<br />
consultorias com enfoque em inovação<br />
Aprendizado e Crescimento<br />
Aprendizado e Crescimento<br />
Aprendizado e Crescimento<br />
Aprendizado e Crescimento<br />
Tabela 8 Indicadores de inovação do pilar Conhecimentos<br />
preparatórios para a inovação segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Inovação Organizacional pode ser medido pelos seguintes<br />
indicadores:<br />
<strong>INOVAÇÃO</strong> ORGANIZACIONAL<br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Número de inovações em estrutura<br />
Cliente<br />
organizacional no total de incubadas<br />
Número de implantações de normas de<br />
qualidade no total de incubadas<br />
Número de implantações de novas técnicas de<br />
gerenciamento da incubadora<br />
Número de implantações de novas técnicas de<br />
gerenciamento do conjunto de incubadas<br />
Número de mudanças na orientação<br />
estratégica do conjunto de incubadas<br />
Tabela 9<br />
Cliente<br />
Processos internos<br />
Cliente<br />
Cliente<br />
Indicadores de inovação do pilar Inovação Organizacional<br />
segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Marketing e Difusão da Inovação pode ser medido pelos seguintes<br />
indicadores:<br />
MARKETING E DIFUSÃO DA <strong>INOVAÇÃO</strong><br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Número de pesquisas de demandas de<br />
Cliente<br />
mercado para prospecção de oportunidades<br />
pelas incubadas<br />
Número de testes de mercado de produtos<br />
inovadores pelas incubadas<br />
Cliente
Número de iniciativas de propagandas de<br />
lançamento do novo produto pelas incubadas<br />
Volume de dinheiro investido em propaganda<br />
de novos produtos pelas incubadas<br />
Número de publicações decorrentes de<br />
inovação no conjunto de incubadas e pela<br />
equipe da incubadora<br />
Tabela 9<br />
Cliente<br />
Cliente<br />
Cliente<br />
Indicadores de inovação do pilar Marketing e Difusão da<br />
Inovação segundo as vistas do BSC<br />
O pilar de Integração Universidade - empresa pode ser medido pelos<br />
seguintes indicadores:<br />
INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE - EMPRESA<br />
INDICADOR DE <strong>INOVAÇÃO</strong> VISTA DO BSC<br />
Número<br />
gerados<br />
de estágios para universitários<br />
Cliente<br />
Número de projetos desenvolvidos em<br />
parceria com a universidade<br />
Freqüência de uso de laboratórios e<br />
dependências da universidade<br />
Cliente<br />
Cliente<br />
Tabela 10 Indicadores de inovação do pilar Integração Universidadeempresa<br />
segundo as vistas do BSC<br />
5. O caso da Rede de Incubadoras do Rio de Janeiro<br />
A Rede de Incubadoras de Empresas do Rio de Janeiro realizou, em 2004 e<br />
início de 2005, a implantação do Modelo de Gestão de incubadoras de<br />
empresas que aplica esses 3 eixos abordados nesse artigo: gestão de projetos,<br />
visão por processos e medição de performance com a metodologia BSC. Esse<br />
projeto de implantação teve como escopo um total de 8 incubadoras.<br />
Em geral, as incubadoras de empresas seguiram um perfil parecido de<br />
objetivos estratégicos de inovação. Poderia-se sintetizá-lo em: estimular a<br />
pesquisa, o desenvolvimento e a inovação . Esse objetivo se dividiu, ao longo<br />
das incubadoras de uma forma heterogênea. Assim, obtiveram-se, com a<br />
aplicação do modelo de gestão nessas incubadoras, os seguintes objetivos:<br />
Aumentar o número de patentes geradas;<br />
Aumentar o desenvolvimento de produtos (bens ou serviços);<br />
Estimular P&D.<br />
O resultado da aplicação do modelo nessas incubadoras foi o seguinte<br />
conjunto de indicadores:
INDICADORES RELACIONADOS <strong>COM</strong> A ESTRATÉGIA DA <strong>INOVAÇÃO</strong><br />
CLIENTES<br />
Número de patentes (graduada)<br />
Investimento em P&D (graduadas)<br />
Número de produtos / serviços<br />
Participação da Incubadora no mercado de spin-offs incubados no RJ (%)<br />
Taxa de Planos de spin-offs selecionados<br />
Percentual de trabalhadores capacitados<br />
Número de projetos inovadores selecionados<br />
Taxa anual de produtos gerados por empresa<br />
Taxa anual de patentes geradas por empresas<br />
PROCESSOS INTERNOS<br />
Percentual de postos de trabalho (mestrado e doutorado) nas empresas residentes<br />
Percentual de postos de trabalho (mestrado e doutorado) nas graduadas<br />
Percentual de postos de trabalho (3º grau) nas empresas residentes<br />
Percentual de postos de trabalho (3º grau) nas graduadas<br />
Média de produtos / serviços gerados por Incubada<br />
Percentual de incubadas que possuem patentes<br />
Percentual de empresas incubadas certificadas<br />
Geração de Difusão do conhecimento<br />
Número de novos produtos inovadores gerados pelas empresas incubadas<br />
Número de entradas de pedidos de patentes no INPI<br />
FINANCEIRO<br />
Taxa de crescimento de recursos de fomento (%)<br />
Taxa de crescimento das fontes de fomento (%)<br />
APRENDIZADO E CRESCIMENTO<br />
Quantidade de horas de estudo dedicada para os spin-offs incubados<br />
Quantidade de treinamentos recebidos pela equipe da incubadora<br />
Tempo Médio Investido em Capacitação da Equipe Gestora da Incubadora<br />
Taxa de geração de patentes no ano<br />
Investimento em Capacitação das Empresas Incubadas, pela incubadora<br />
Nº de empresas incubadas que participaram de eventos de capacitação<br />
Nº de empreendedores UFF que participaram de eventos de capacitação promovidos pela<br />
incubadora<br />
Número de pessoas envolvidas em processos de capacitação por ano<br />
Número de participações de componentes da equipe em eventos de capacitação por ano<br />
Taxa de investimento em treinamento da equipe por ano<br />
Tabela 11 Resultado dos Indicadores de desempenho com a<br />
implantação do Modelo de Gestão da Rede de Incubadoras de empresas<br />
do Rio de Janeiro uma visão pelas vistas do BSC<br />
Existe um limite conceitual entre investimento em inovação e em P&D.<br />
Contudo, nas incubadoras de empresas, essa distinção possui uma fronteira<br />
muito difusa, de tal maneira que se unem em um só objetivo estratégico. Com<br />
isso, verificou-se uma correlação positiva entre os indicadores de P&D e os de<br />
inovação, ou seja, quando um indicador de P&D aumenta, o de inovação não é<br />
impactado por isso ou é impactado positivamente.<br />
Nesse sentido, analisando a tabela de composição dos indicadores obtidos,<br />
verifica-se que os indicadores se distribuíram nos pilares da seguinte maneira:
Proporção dos indicadores por pilares de inovação da Rede de Incubadoras<br />
do Rio de Janeiro<br />
Conhecimentos para<br />
inovação<br />
46%<br />
Gastos em inovação<br />
13%<br />
Criação de patentes<br />
19%<br />
Inovação no produto<br />
16%<br />
Inovação no processo<br />
6%<br />
Figura 3 Proporção dos Indicadores de desempenho de inovação<br />
apresentada na amostra de incubadoras da Rede de Incubadoras do Rio<br />
de Janeiro<br />
6. CONCLUSÕES<br />
Percebe-se, portanto, que o movimento de incubadoras de empresas no Brasil<br />
apresenta magnitudes significativas no cenário de desenvolvimento tecnológico<br />
nacional. Dada a importância que essas organizações assumem do ponto de<br />
vista da indução da inovação, pode-se considerar efetivamente que as<br />
incubadoras de empresas são instrumentos indutores de inovação . Contudo,<br />
para que essas entidades alcancem com eficácia essa característica<br />
fundamental, torna-se necessária uma estratégia que seja coerente com esses<br />
objetivos, ou seja, seu modelo de gestão deve traduzir essa estratégia.<br />
Esse artigo pretendeu demonstrar como que o modelo de gestão de<br />
incubadoras de empresas que foi aplicado na Rede de Incubadoras de<br />
Empresas do Rio de Janeiro traduz a estratégia da inovação, olhando as suas<br />
incubadas sob 3 eixos: gestão de projetos, visão por processos e medição de<br />
performance com a metodologia BSC Balanced ScoreCard.<br />
Para que se pudesse entender de uma forma geral como que a estratégia da<br />
inovação pode ser implantada em um modelo de gestão como esse, foi<br />
apresentada uma conceituação sobre o que se tratam os pilares da inovação<br />
em que as incubadoras de empresas se alicerçam, sobre os quais se projeta o<br />
mapa estratégico com os indicadores de performance de inovação. Dessa<br />
forma, chegou-se a uma lista de indicadores de desempenho que pode<br />
contribuir para a literatura do tema da inovação para incubadoras de empresas.<br />
A grande importância de se ter alcançado esse resultado se deve ao fato de a<br />
inovação ser, de certa forma, um resultado intangível, mas seus efeitos, por<br />
outro lado, são mensuráveis, como por exemplo, uma patente criada.<br />
Algumas conclusões podem ser tiradas dos resultados obtidos na Rede de<br />
Incubadoras de empresas do Rio de Janeiro:<br />
Nessa amostra de incubadoras, há um desequilíbrio de indicadores por<br />
pilares de inovação. A grande maioria está concentrada em
Conhecimentos para inovação (46%), Criação de patentes (19%) e<br />
Inovação do produto (16%). Isso reflete que as incubadoras entendem<br />
que a inovação é um trabalho, e não um lampejo de gênio, e exige<br />
conhecimento, imaginação e concentração. A estratégia dessas<br />
incubadoras dá uma grande importância em fazer dessas organizações<br />
um ambiente indutor , por meio de cursos, workshops e outros eventos<br />
de difusão do conhecimento. A incubadora, por si só, ao concentrar em<br />
um mesmo local diferentes empresas, cria um ambiente de sinergia que<br />
favorece a inovação.<br />
Os indicadores mais tradicionais de mensuração direta da inovação<br />
giram em torno da quantidade de patentes concedidas para as<br />
empresas. Contudo, essa medida quantitativa precisa estar sempre<br />
conectada com a premissa de inovação, ou seja, deve estar orientada<br />
para uma necessidade do mercado. Para que uma inovação seja bem<br />
sucedida, não basta ser eficiente, deve ser também eficaz e, portanto,<br />
efetiva. Assim, os gestores das incubadoras devem sempre orientar os<br />
empresários nesse sentido da efetividade qualitativa da inovação.<br />
Existe um indicador apresentado bastante interessante que pode<br />
representar resultados satisfatórios de inovação: Percentual de<br />
empresas com mestres e / ou doutores . Isso pode realmente<br />
potencializar uma inovação que seja efetiva qualitativamente.<br />
Nessa amostra de incubadoras de empresas, é possível expandir os<br />
horizontes de inovação para um conjunto mais completo de pilares. Por<br />
exemplo, poderiam ser implantados indicadores nos mapas estratégicos<br />
que contemplassem retornos de venda decorrentes de inovação,<br />
redução de gastos devido à inovação, inovação no ciclo de vida do<br />
produto, inovação organizacional, marketing da inovação e integração<br />
empresa universidade.<br />
Algumas sugestões de estudos a respeito de inovação em incubadoras de<br />
empresas seriam pertinentes de se fazer. Como construir uma cultura e um<br />
clima organizacional que favoreça a indução de inovação? Quais são as<br />
habilidades de gerenciamento que são mais importantes para se inovar? Que<br />
critérios devem ser observados para montar mapas estratégicos de inovação<br />
para empresas inseridas em diferentes indústrias? Como induzir inovações no<br />
grau de novidade (inovação radical ou incremental, imitação e difusão) ideal?<br />
7. REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS<br />
ALVES, Jorge. Fórum APCER, 2004. Disponível em : www.apcer.pt/downloads/<br />
forumvii JorgeAlves.pdf<br />
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R&D Management, vol.22, no 3, pp.221-239, July 1992.<br />
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Corporate Governance, vol. 2, no 1, Bradford, UK, pp. 27-36, 2002.<br />
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do<br />
Trabalho Científico. 6ª edição. Ed. Atlas. São Paulo, 2001.
CAULLIRAUX, Heitor Mansur. Modelo de Gestão para incubadoras de<br />
empresas uma estrutura de indicadores de desempenho. Rede de<br />
Incubadoras do Rio de Janeiro Reinc. Rio de Janeiro, E-papers Serviços<br />
Editoriais Ltda, 2001.<br />
CRISTENSEN, Clayton M. O Dilema da Inovação Quando novas tecnologias<br />
levam empresas ao fracasso. Makron Books. São Paulo, 2001<br />
PMI - Project Management Institute. PMBOK 2000 (Project Management Body<br />
Kowledge), Versão traduzida para o português pelo PMI-MG, Minas Gerais,<br />
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FREIRE, Roberto. Fórum Brasil-França de Inovação e Cooperação<br />
Tecnológica, 2001), disponível em: www.foruminovacao.ufrgs.br/Leinova.htm<br />
KAPLAN, Robert S., NORTON, David P. The Strategy focused Organization:<br />
how balanced scorecard companies thrive in the new business environment.<br />
Boston: Harvard Business School Press, 2001.<br />
KAPLAN, Robert S. A Estratégia em Ação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.<br />
Manual para a implantação de Incubadoras de Empresas. Ministério da Ciência<br />
e Tecnologia. PNI Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas,<br />
2004<br />
SALERNO, M., Projeto de Organizações Integradas e Flexíveis: processos,<br />
grupos e gestão democrática via espaços de comunicação negociação. 1ª<br />
edição. São Paulo, Atlas, 1999.<br />
Manual de Oslo de Inovação Tecnológica da OECD (Organização para a<br />
Cooperação Econômica e Desenvolvimento, 1997)<br />
ANPEI Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia da<br />
Empresas Inovadoras. Como Alavancar a inovação tecnológica nas empresas.<br />
São Paulo, 2004.<br />
STOCKDALE, Brian. UK Innovation Survey 2001. Department of Trade and<br />
Industry, Londres, 2001. Disponível em www.nbia.org (National Business<br />
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www.unesco.org (UNESCO - United Nations Educational, Scientific and<br />
Cultural Organization, 2001)<br />
www.anprotec.org.br (Anprotec Associação Nacional de Entidades<br />
Promotoras de Empreendimentos Inovadores). Panorama Anprotec 2004.
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