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1 Processo de Formação de Estratégia em Tempos de Crise - Anpad

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esse momento até os dias atuais, adotando como postura a contínua negociação com órgãos <strong>de</strong><br />

interesse para articular uma situação favorável, seja para reduzir o lucro das <strong>em</strong>presas<br />

fornecedoras <strong>de</strong> combustível, incentivos fiscais e outras medidas que venham permitir a<br />

contínua qualida<strong>de</strong> nos serviços que a <strong>em</strong>presa se propõe a prestar.<br />

Trazendo à tona os argumentos discutidos acerca <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> recuperação, foi<br />

solicitado que os entrevistados avaliass<strong>em</strong> a conduta estratégica da <strong>em</strong>presa, quanto à<br />

ruptura e evolução:<br />

A primeira (crise), a da greve, certamente foi um momento <strong>de</strong> ruptura, porque foi<br />

um “tapa na cara” para acordarmos, porque a Itamaracá estava andando por um<br />

caminho que julgava mais a<strong>de</strong>quado, mas <strong>em</strong> um dado momento tiv<strong>em</strong>os que dar<br />

meia volta, não foi um <strong>de</strong>svio, tiv<strong>em</strong>os realmente que mudar, já outro, como a crise<br />

financeira e o que passamos com os clan<strong>de</strong>stinos, não. Isso foi a evolução natural<br />

do negócio já que seguimos o mesmo caminho que vínhamos buscando<br />

(Respon<strong>de</strong>nte).<br />

Como visto na segunda sessão <strong>de</strong>ste artigo, as estratégias <strong>em</strong>ergentes surg<strong>em</strong> s<strong>em</strong> que<br />

haja uma previsão preliminar, dada a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operacionalizar todas as variáveis<br />

necessárias. A primeira vista, estratégias <strong>de</strong> turnaround estariam ligadas àqueles momentos<br />

que surpreen<strong>de</strong>m a <strong>em</strong>presa porque caso contrário, elas agiriam antes, s<strong>em</strong> que houvesse<br />

prejuízo no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. No entanto, essa pr<strong>em</strong>issa não foi observada (tal como <strong>de</strong>stacado na<br />

revisão da literatura) no caso ora estudado. Ao ser<strong>em</strong> questionados, se os sinais referentes às<br />

crises po<strong>de</strong>riam ter sido captados <strong>de</strong> alguma forma e traduzidos <strong>em</strong> planos <strong>de</strong> ação:<br />

Sim, po<strong>de</strong>riam ser captados. Principalmente as crises financeiras. A <strong>de</strong> pessoal, a<br />

gente comodamente ‘achava’ que funcionário reclama s<strong>em</strong>pre, mas que ia chegar<br />

uma hora que ele ia baixar a cabeça. Não foi o que aconteceu, <strong>de</strong> fato nos<br />

surpreen<strong>de</strong>u. Quanto às financeiras, a gente sabia, mas ficava s<strong>em</strong>pre esperando que<br />

algum fato externo mudasse tudo; resultado, não aconteceu. Agora mesmo, a gente<br />

parece estar rumando para uma nova crise financeira. E aí? (Respon<strong>de</strong>nte).<br />

Analisando os períodos <strong>de</strong> crise <strong>de</strong>scritos, cabe ainda reforçar a instabilida<strong>de</strong> da<br />

política como complicador do estabelecimento <strong>de</strong> previsões e estratégias <strong>de</strong>liberadas. As<br />

estratégias impostas exig<strong>em</strong> que as organizações estejam ‘espertas’ para que as ações<br />

adaptativas surtam o efeito <strong>de</strong>sejado. Ações adaptativas r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> o pensamento para<br />

flexibilida<strong>de</strong> e aprendizado contínuo na formação <strong>de</strong> estratégias. Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>liberar que a<br />

organização aprenda com os erros. Para isso, é necessário um padrão que suporte, dê subsídio<br />

às ações no presente; o que não significa um comportamento linear, mas um comportamento<br />

que prepare as organizações para momentos <strong>de</strong> reorientação.<br />

Acho que a organização t<strong>em</strong> que se fortalecer com o que t<strong>em</strong> <strong>de</strong> bom. No nosso<br />

caso, a nossa equipe é boa, t<strong>em</strong>os competência para prestar um serviço <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>, nossa <strong>em</strong>presa é esperta. A gente se consi<strong>de</strong>ra pronto para enfrentar os<br />

probl<strong>em</strong>as. Nossa sobrevivência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das pessoas, por isso que flexibilida<strong>de</strong> do<br />

planejamento e fortalecimento da equipe são cruciais. Minha estratégia é estar<br />

preparado para mudar s<strong>em</strong>pre que for preciso (Respon<strong>de</strong>nte, grifo dos<br />

pesquisadores).<br />

Mesmo diante do cenário social <strong>de</strong>scrito, com ampla abertura para estratégias<br />

<strong>em</strong>ergentes especialmente <strong>em</strong> momentos <strong>de</strong> crise, os entrevistados ratificaram a importância<br />

do planejamento, como difusão <strong>de</strong> uma intenção, como que, na ausência <strong>de</strong>sta, a organização<br />

estivesse acéfala, s<strong>em</strong> direcionamento e objetivos. No entanto, reconhec<strong>em</strong> que variáveis<br />

subjetivas, comportamentais e ligadas ao aprendizado são amplamente consi<strong>de</strong>radas como<br />

insumo para a programação das ações.<br />

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