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1 Processo de Formação de Estratégia em Tempos de Crise - Anpad

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Gostaria <strong>de</strong> acrescentar que há um sentimento e uma certeza na <strong>em</strong>presa da<br />

importância do planejamento estratégico. Uma <strong>em</strong>presa <strong>de</strong> quarenta e oito anos no<br />

mercado, como a nossa é mais fácil medir isso, até seis ou sete anos atrás, não<br />

trabalhávamos com esse tipo <strong>de</strong> ferramenta, a <strong>em</strong>presa era menor com uma gestão<br />

muito familiar, ia b<strong>em</strong>, mas o padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong> excelência<br />

que t<strong>em</strong>os hoje é superior <strong>de</strong>pois que passamos a trabalhar com ferramentas como<br />

essa (Respon<strong>de</strong>nte).<br />

...quanto à mudança, foi só por causa do planejamento estratégico? Não. Existiu<br />

também toda uma mudança cultural, base histórica, aprendizado, informações <strong>de</strong><br />

todas as áreas, uma mudança <strong>de</strong> políticas e procedimentos (Respon<strong>de</strong>nte).<br />

A intenção também fornece pistas que permit<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificar preceitos do<br />

Incr<strong>em</strong>entalismo Lógico na Itamaracá. O planejamento estratégico é feito <strong>de</strong> forma ampla,<br />

com as priorida<strong>de</strong>s da <strong>em</strong>presa, para <strong>em</strong> seguida, i<strong>de</strong>ntificar como as áreas po<strong>de</strong>m contribuir<br />

para o alcance dos objetivos maiores. Essa i<strong>de</strong>ntificação ocorre a partir da perspectiva do<br />

incr<strong>em</strong>entalismo progressivo, não rompendo bruscamente com as formas <strong>de</strong> como a<br />

organização se adapta ao seu meio ambiente (MOTTA, 2001). As margens, ou limites, são<br />

construídos e apresentados formalmente no plano. Cada setor, r<strong>em</strong>etendo o pensamento aos<br />

subsist<strong>em</strong>as revisados na literatura (QUINN, 1978), se articula e inter-relaciona com os<br />

<strong>de</strong>mais, permitindo que a <strong>em</strong>presa reoriente sua meta, alargando ou estreitando suas margens.<br />

Os respon<strong>de</strong>ntes afirmam que estratégias são formadas também a partir do reconhecimento <strong>de</strong><br />

idéias e conseqüentes rea<strong>de</strong>quações no planejamento. Nessa linha, as áreas que são voltadas<br />

mais para o público interno, como a administração, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m mais da <strong>em</strong>presa que do setor e<br />

há uma facilida<strong>de</strong> maior <strong>em</strong> impl<strong>em</strong>entação dos planos <strong>de</strong> ação. Mas aquelas áreas <strong>de</strong> maior<br />

interface com o ambiente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da sist<strong>em</strong>ática da EMTU e outros agentes externos.<br />

O monitoramento do planejamento estratégico é uma das priorida<strong>de</strong>s centrais da<br />

<strong>em</strong>presa. Por meio <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho e cronogramas, a <strong>em</strong>presa acompanha<br />

variáveis que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o consumo médio dos veículos até a satisfação do funcionário. Os<br />

sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> medida são <strong>de</strong>senvolvidos internamente e avaliados s<strong>em</strong>estralmente, mesmo<br />

havendo flexibilida<strong>de</strong> para que este seja revisado s<strong>em</strong>pre que a conjuntura apresentar algo<br />

novo. Consi<strong>de</strong>rando o período <strong>de</strong> 2000 a 2004, documentos internos <strong>de</strong>monstram que,<br />

estatisticamente, a organização atinge cerca <strong>de</strong> 50% (cinqüenta por cento) das metas<br />

estipuladas, <strong>em</strong> torno da vigência do planejamento, o que, concebendo estratégia como um<br />

plano, já é excelente diante do quadro ambiental hostil e instável traçado pelos entrevistados.<br />

As <strong>de</strong>mais estratégias não realizadas são atribuídas às causas internas e às externas, com esta<br />

última superando a primeira.<br />

Quanto à avaliação dos resultados associada à orig<strong>em</strong> das estratégias (se<br />

majoritariamente <strong>de</strong>liberadas ou <strong>em</strong>ergentes), os entrevistados discorreram amplamente<br />

acerca <strong>de</strong> variações no contínuo discutido na sessão dois <strong>de</strong>ste artigo. O padrão <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> estratégias da Itamaracá Transportes, entre 2000 e 2004, é largamente disforme, quanto à<br />

consistência homogênea das ações.<br />

L<strong>em</strong>bro dos casos <strong>em</strong> que não havia um planejamento estratégico e a gente teve que<br />

agir <strong>de</strong> forma estratégica, teve que fazer um projeto, dando um resultado bom ou<br />

ruim. Teve casos <strong>em</strong> que tava tudo planejado e que mesmo assim a gente não<br />

conseguiu um resultado. [...] é muito comum termos ações, termos projetos que não<br />

entraram no planejamento estratégico, pela <strong>em</strong>ergência da ativida<strong>de</strong> (Respon<strong>de</strong>nte).<br />

Durante a coleta e a análise dos dados, foi possível perceber a ocorrência freqüente <strong>de</strong><br />

ações adaptativas, apregoadas pelos preceitos <strong>em</strong>ergentes na Itamaracá Transportes. B<strong>em</strong> é<br />

verda<strong>de</strong> que isso foi mais evi<strong>de</strong>nte nos períodos <strong>de</strong> crise e reorientação; contudo, mesmo<br />

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