Baixar material educativo em PDF - Arte na Escola
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Trama inventiva<br />
Falar s<strong>em</strong> palavras. Falar a si mesmo, ao outro. <strong>Arte</strong>, linguag<strong>em</strong><br />
não-verbal de força estranha que ousa, se aventura a tocar assuntos<br />
que pod<strong>em</strong> ser muitos, vários, infinitos, dos mundos das<br />
coisas e das gentes. São invenções do persistente ato criador<br />
que elabora e experimenta códigos imantados <strong>na</strong> articulação de<br />
significados. Sua riqueza: ultrapassar limites processuais, técnicos,<br />
formais, t<strong>em</strong>áticos e poéticos. Sua ressonância: provocar,<br />
incomodar, abrir fissuras <strong>na</strong> percepção, arranhar a sensibilidade.<br />
A obra, o artista, a época geram linguagens ou cruzamentos e<br />
hibridismo entre elas. Na cartografia, este curta-metrag<strong>em</strong> é<br />
impulsio<strong>na</strong>do para o território das Linguagens Artísticas como<br />
possibilidade de desvendar como elas se produz<strong>em</strong>.<br />
O passeio da câmera<br />
Num dia de exposição <strong>em</strong> um museu, pessoas transitam, passam<br />
e olham as obras. A câmera nos mostra a reação dos espectadores<br />
diante de um quadro que não v<strong>em</strong>os. Desperta nossa<br />
curiosidade: para qual quadro olham? Alguns olham distraidamente,<br />
outros teorizam. Um vigia (<strong>na</strong> pele de Leo<strong>na</strong>rdo Villar)<br />
passa pela frente do quadro. Pára, olha, se espanta, sorri e é,<br />
literalmente, captado por ele.<br />
O que v<strong>em</strong>os, <strong>em</strong> seguida, é uma sucessão de planos <strong>em</strong> que<br />
aparec<strong>em</strong> as torres, as portas <strong>em</strong> forma de arco, os imensos<br />
espaços vazios, estranhas frutas colocadas <strong>em</strong> primeiro plano,<br />
cavalos, descampados, estátuas e texturas. No universo de De<br />
Chirico, o vigia, como um caminhante, vagueia num passeio<br />
onírico, atravessando espaços silenciosos, entre luz e sombra.<br />
A imag<strong>em</strong> do tr<strong>em</strong> estático, numa estação s<strong>em</strong> nome, parece<br />
perdida <strong>em</strong> fragmentos da m<strong>em</strong>ória do perso<strong>na</strong>g<strong>em</strong>. O t<strong>em</strong>po<br />
se inverte, subverte. Torres gigantescas, rampas infinitas. Paisagens<br />
urba<strong>na</strong>s no inconsciente, ao pé de chaminés. Sons acompanham<br />
esta caminhada, ruídos da cidade e do tr<strong>em</strong>, músicos<br />
dão o ritmo da viag<strong>em</strong>.