Baixar material educativo em PDF - Arte na Escola
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6<br />
Na Itália do século 20, este fantástico artista se expressa <strong>na</strong>s<br />
linguagens da pintura e escultura, mostrando a monumentalidade<br />
da arquitetura das cidades por onde passa. Sua obra causa mistério.<br />
Enigma a ser decifrado pelo nosso olhar.<br />
Os olhos da arte<br />
Tenho interesse <strong>em</strong> trabalhar com o que está fora do quadro. É algo<br />
que possibilita alargar a percepção. Pasolini dizia que o cin<strong>em</strong>a de<br />
poesia é aquele <strong>em</strong> que você percebe a câmera. A valorização do que<br />
está fora do quadro me possibilita fazer vigorar o t<strong>em</strong>po da m<strong>em</strong>ória,<br />
numa tentativa de alcançar uma certa transcendência. Acho ainda que<br />
a poesia pulveriza os gêneros.<br />
Joel Pizzini 6<br />
Enigma de um dia: um mergulho <strong>na</strong> experiência estética de um vigia<br />
de museu. Provocação à percepção do espectador que está acostumado<br />
a uma linguag<strong>em</strong> cin<strong>em</strong>atográfica feita pela <strong>na</strong>rrativa <strong>em</strong><br />
t<strong>em</strong>po linear e ao drama próprio dos romances do século 19.<br />
Enigma de um dia é identificado como cin<strong>em</strong>a de poesia. O termo<br />
foi usado pela primeira vez <strong>em</strong> uma conferência do cineasta Pier<br />
Paolo Pasolini7 , depois publicada no livro Empirismo herege.<br />
Dizia ele que, assim como <strong>na</strong> literatura, o cin<strong>em</strong>a possui várias<br />
formas de expressão. A mais “convencio<strong>na</strong>l” seria a prosa presente<br />
no cin<strong>em</strong>a <strong>na</strong>rrativo, cuja preocupação centra-se <strong>em</strong><br />
contar histórias e apresentar os acontecimentos da trama <strong>em</strong><br />
ord<strong>em</strong> lógica, observando relações de causa e efeito. Na prosa,<br />
o importante é o t<strong>em</strong>a, o objeto, aquilo que está sendo<br />
mostrado. Por outro lado, <strong>na</strong> poesia, não importa tanto o que<br />
se fala, mas “como” se fala. O estilo se tor<strong>na</strong> protagonista e as<br />
escolhas do realizador, seja ele poeta ou diretor de cin<strong>em</strong>a, ficam<br />
mais evidentes ao espectador, apesar de seus significados<br />
permanecer<strong>em</strong> mais abertos ou até misteriosos.<br />
Mas o cin<strong>em</strong>a de poesia fala “como”? Qual a feitura <strong>na</strong> sua<br />
linguag<strong>em</strong> cin<strong>em</strong>atográfica? Os el<strong>em</strong>entos principais dessa<br />
linguag<strong>em</strong> pod<strong>em</strong> ser resumidos <strong>em</strong> enquadramentos,<br />
planos, ângulos, movimentos da câmera e montag<strong>em</strong>. Além<br />
desses, há, evident<strong>em</strong>ente, os trabalhos de sonoplastia,