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PROPOSTAS DAS COOPERATIVAS<br />
AOS CANDIDATOS AO GOVERNO DO<br />
PARANÁ<br />
C U R I T I B A , J U L H O D E 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
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SUMÁRIO<br />
Diretriz 1 Políticas Setoriais .................................................................................... 04<br />
1.1 Desenvolvimento Econômico ......................................................................... 04<br />
1.2 Desenvolvimento setorial ............................................................................... 06<br />
Diretriz 2 Infraestrutura ...........................................................................................15<br />
2.1 Demandas......................................................................................................15<br />
2.2 Modal Rodoviário ...........................................................................................16<br />
2.3 Modal Ferroviário ...........................................................................................22<br />
2.4 Modal Marítimo e Hidroviário..........................................................................20<br />
2.5 Modal Aeroviário ............................................................................................21<br />
2.6 Pedágio ..........................................................................................................22<br />
Diretriz 3 Capacidade de Inovação..............................................................................25<br />
3.1. Assistência técnica e pesquisa.......................................................................25<br />
3.2 Ensino superior..................................................................................................26<br />
Diretriz 4 Políticas Sociais ..........................................................................................31<br />
4.1 Desenvolvimento Humano.................................................................................31<br />
4.2 Saúde ................................................................................................................32<br />
4.3 Habitação..........................................................................................................33<br />
4.4 Qualidade de Vida .............................................................................................34<br />
4.5 Turismo..............................................................................................................32<br />
4.6 Segurança pública .............................................................................................32<br />
Diretriz 5 Cooperativismo ...........................................................................................34<br />
Diretriz 6 Administração Pública.................................................................................41<br />
6.1 Reorganização Administrativa ...........................................................................41<br />
6.2 Política Estratégica ............................................................................................42
METAS PARA OS PRÓXIMOS QUATRO ANOS<br />
1. Criar uma Agência de Desenvolvimento Econômico liderada<br />
pelo gover<strong>na</strong>dor.<br />
2. Apoiar as ações do cooperativismo, nos seus diferentes ramos,<br />
para alavancar o desenvolvimento econômico do Estado.<br />
3. Promover o crescimento do PIB do Paraná de R$ 180 para R$<br />
220 bilhões.<br />
4. Aumentar a produção de grãos do Estado de 32 para 37<br />
milhões de toneladas e incrementar em 25% a capacidade de<br />
industrialização da produção para<strong>na</strong>ense.<br />
5. Criar um milhão de novos empregos e requalificar um milhão<br />
de trabalhadores.<br />
6. Elevar as exportações do Paraná de 11 para US$ 18 bilhões.<br />
7. Realizar obras de infraestrutura para redução dos custos de<br />
logística em no mínimo 15%.<br />
8. Ampliar a defesa sanitária e obter “status” de estado livre de<br />
febre aftosa.<br />
9. Implantar um programa de estímulo ao desenvolvimento<br />
industrial, comercial, serviços e agroindustrial e organizar as<br />
cadeias produtivas.<br />
10. Modernizar e profissio<strong>na</strong>lizar a administração pública, com<br />
ênfase <strong>na</strong> qualidade dos serviços prestados pelo Estado.<br />
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Diretriz 1 Políticas Setoriais<br />
“Implementar ações voltadas ao aumento da competitividade dos<br />
diferentes setores da economia para<strong>na</strong>ense” .<br />
1.1 Desenvolvimento Econômico<br />
A falta de uma política de maior apoio ao desenvolvimento econômico do<br />
Paraná e a falta de investimentos <strong>na</strong> infraestrura rodoviária, ferroviária, aeroviária e<br />
portuária desestimulam a implantação de novas empresas e provocam a saída de<br />
outras. Diversas empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is deixaram o Paraná como<br />
destino preferencial para seus investimentos.<br />
O Paraná precisa colocar novamente em sua agenda as macropolíticas<br />
necessárias à resolução dos problemas de competitividade e a atração de<br />
investimentos, especialmente voltadas às empresas <strong>aqui</strong> instaladas, voltando a ser<br />
um importante polo de atração de investimentos privados.<br />
É fundamental a revisão da atual política, de forma a criar dispositivos para<br />
chamar a atenção dos investidores para as oportunidades que o estado apresenta,<br />
atrelado a um programa de incentivo creditício e tributário. O Paraná juntamente com<br />
Santa Catari<strong>na</strong>, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul têm o BRDE como principal<br />
agente de fomento ao desenvolvimento, que é um diferencial importante em relação<br />
aos demais estados, que poderá ser transformado no grande alavancador de novos<br />
investimentos.<br />
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Propostas<br />
• Criar uma Agência de Desenvolvimento liderada pelo gover<strong>na</strong>dor.<br />
• Promover a adequação da legislação tributária do Paraná em relação aos<br />
demais estados, de forma a viabilizar maior competitividade diante da guerra<br />
fiscal dos estados e estudar uma política comum <strong>na</strong> área tributária envolvendo<br />
os estados da Região Sul.<br />
• Estabelecer um plano de investimentos com a utilização dos créditos tributários<br />
retidos pelo estado, com a fi<strong>na</strong>lidade de ampliar a capacidade produtiva no<br />
Paraná.<br />
• Adotar um programa de estímulo fiscal para investimento em novas unidades<br />
industriais e agroindustriais.<br />
• Fazer análises dos aspectos sociais e econômicos das regiões com menor<br />
índice de desenvovimento e de suas potencialidades, definindo-se as áreas mais<br />
deprimidas como regiões a serem favorecidas para investimentos produtivos.<br />
• Fortalecer o BRDE através da ampliação do processo de capitalização para que<br />
o banco possa desti<strong>na</strong>r maiores volumes de recursos para os investimentos<br />
necessários ao setor produtivo.<br />
• Fortalecer a Agência de Fomento para que ela seja transformada em uma<br />
agência agluti<strong>na</strong>dora e alavancadora de investimentos. A Agência poderá ser<br />
um excelente instrumento de funding para suporte às cooperativas de crédito.<br />
• Criar programa de fomento ao crédito e microcrédito, usando-se a capilariedade<br />
das cooperativas de crédito como repassadoras de recursos, integradas à<br />
Agência de Fomento e ao BRDE.<br />
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1.2 Desenvolvimento setorial<br />
1.2.1 Agronegócio<br />
Direito de propriedade<br />
As invasões de propriedades rurais no Paraná tem sido toleradas pelo estado,<br />
mediante o não cumprimento das ordens judiciais para reitegração de posse. Essa<br />
forma de atuação tem incentivado as invasões, causando prejuízos aos proprietários<br />
rurais e ferindo o direito de propriedade consagrado no inciso XXII, do artigo 5º, da<br />
Constituição Federal, além de se tor<strong>na</strong>r um inibidor para atração de novos<br />
empreendimentos.<br />
Propostas<br />
• Garantir o direito de propriedade urba<strong>na</strong> e rural, constantemente ameaçadas<br />
pelas invasões.<br />
• Adotar como política de governo a imediata reintegração de posse de terras<br />
invadidas.<br />
• Fazer um inventário das propriedades que estão ocupadas e que não tiveram<br />
seus mandados de reintegração cumpridos, promovendo-se o cumprimento<br />
dos mesmos e a legalização da situação jurídica das propriedades.<br />
• Adotar medidas para consolidação e emancipação dos assentamentos rurais.<br />
Defesa Agropecuária<br />
Esta é uma área vital para o desenvolvimento do Paraná e precisa ser tratada<br />
como prioritária.<br />
Foi promovida reestruturação do aparato da defesa sanitária animal nos<br />
últimos anos. Essa reestruturação teve por objetivo manter e reforçar o sistema de<br />
defesa sanitária da agropecuária e de dotar o Paraná de um padrão de qualidade<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em carnes, lácteos e produtos vegetais. Houve renovação da frota de<br />
veiculos, compra de mobiliário e equipamentos de informática desti<strong>na</strong>dos para as<br />
unidades veterinárias e contratação de pessoal.<br />
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Propostas<br />
• Implementar uma política que contemple a participação efetiva de todos os entes<br />
que tem interesse <strong>na</strong> área.<br />
• Dar continuidade ao programa de sanidade com objetivo de se obter o “status” de<br />
estado livre de febre aftosa.<br />
• Articular junto aos demais estados da Região Sul buscando a adoção de medidas<br />
efetivas e uniformes de defesa sanitária.<br />
• Readequar as unidades de fiscalização <strong>na</strong>s fronteiras entre estados.<br />
Programa de agroindustrialização do Estado<br />
O setor cooperativo e empresas privadas vêm investindo largamente <strong>na</strong><br />
agregação de valor às matérias-primas com o objetivo de gerar renda e emprego e<br />
exportar produtos prontos para o consumo, em vez de commodities.<br />
Bovinos<br />
O setor ressente-se de uma ação de coorde<strong>na</strong>ção do estado, definindo políticas<br />
e diretrizes para si<strong>na</strong>lizar e direcio<strong>na</strong>r as ações de apoio para o desenvolvimento e<br />
profissio<strong>na</strong>lização do setor.<br />
Atualmente a bovinocultura para<strong>na</strong>ense conta com um rebanho de<br />
aproximadamente 10 milhões de cabeças, distribuído por todo o estado. O Paraná<br />
possui sessenta e nove estabelecimentos para abate de bovinos sob a chancela da<br />
fiscalização do Serviço de Inspeção Federal, com capacidade para abate de 2.000<br />
bovinos dia. Em 2009 o estado abateu 1,2 milhões de animais, e exportou 18 mil<br />
toneladas atingindo o valor de US$ 53,8 milhões, tendo operado com ociosidade<br />
devido aos baixos investimentos <strong>na</strong> melhoria e ampliação do rebanho.<br />
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Aves<br />
A avicultura está distribuída em todas as regiões do estado. A produção conta<br />
com cerca de 11.465 aviários cadastrados. O estado possui mais de 40 indústrias que<br />
atuam no setor, sendo que em 2009 foram abatidas 1,3 bilhão de cabeças. O Paraná<br />
é o principal produtor <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e o segundo exportador de carne de frango, sendo que<br />
em 2009 foram exportadas 955 mil toneladas com uma receita de US$ 1,5 bilhão.<br />
Três novas indústrias deverão entrar em funcio<strong>na</strong>mento no próximo ano.<br />
Suínos<br />
O Paraná é o 4º maior produtor brasileiro de suínos. O rebanho de matrizes<br />
suí<strong>na</strong>s é de cerca de 255 mil animais, sendo que em 2009 foram abatidos 5,2 milhões<br />
de cabeças. Em relação as exportação o estado enviou ao mercado externo 55,2 mil<br />
toneladas de carne suí<strong>na</strong> atingindo a receita de US$ 105 milhões.<br />
Lácteos<br />
A pecuária de leite do estado é bem desenvolvida, com importantes bacias<br />
leiteiras <strong>na</strong>s regiões dos campos gerais, e mais recentemente <strong>na</strong>s regiões oeste e<br />
sudoeste. No cenário <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l o Paraná é o quarto produtor de leite com uma<br />
produção anual de 2,8 bilhões de litros. O estado possui um rebanho leiteiro de 2,6<br />
milhões de animais, distribuídos em cerca de 120 mil propriedades rurais.<br />
Frutas<br />
No Paraná o cultivo de frutíferas é desenvolvido em todas as regiões do estado<br />
e, por estar localizado em área de transição climática e com vários tipos de solo, as<br />
mais variadas espécies são cultivadas.<br />
As principais frutíferas produzidas são: laranja, limão, tangeri<strong>na</strong>, pêssego,<br />
ameixa, nectari<strong>na</strong>, uva, manga, abacate, abacaxi, c<strong>aqui</strong>, maracujá, maça, morango,<br />
ba<strong>na</strong><strong>na</strong> e melancia. Estas frutíferas representam 97% da produção para<strong>na</strong>ense e<br />
totalizam 1,5 milhão de toneladas produzidas em 67,5 mil hectares.<br />
Hortaliças<br />
As hortaliças são produzidas em todas as regiões, no entanto, a maior<br />
produção está concentrada <strong>na</strong> região metropolita<strong>na</strong> de Curitiba que nos trinta<br />
municípios cultiva 35,5 mil hectares com produção de 335,90 mil toneladas,<br />
respondendo por 48% da produção estadual.<br />
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Propostas<br />
• Implementar programa para fomentar o desenvolvimento da agroindustria do<br />
Paraná, com participação ativa dos setores e com respaldo de recursos<br />
advindos do BNDES e Agência de Fomento.<br />
• Estabelecer incentivos às indústrias já existentes que apresentarem projetos de<br />
modernização e expansão de suas estruturas.<br />
• Instituir programa de saneamento ambiental para o setor de criação de animais,<br />
compreendendo o desenvolvimento e difusão das tecnologias voltadas ao<br />
aproveitamento de resíduos, compostagem, geração de energia e mecanismos<br />
de desenvolvimento limpo.<br />
• Implantar programa de estímulo a produção de fruticultura integrada com<br />
indústrias.<br />
1.2.2 Setor Energético<br />
O Paraná possui uma das melhores matrizes energéticas do País. Atua <strong>na</strong><br />
geração de energia elétrica, no refino do petróleo, <strong>na</strong> produção de etanol de ca<strong>na</strong> de<br />
açúcar, <strong>na</strong> produção de biodiesel e energia de biodigestores. Entretanto, o setor<br />
apresenta ainda alguns desafios, que devem ser abordados pela política pública para<br />
atingir metas de desenvolvimento econômico nos próximos anos:<br />
• O estado é um grande consumidor de madeira para geração de energia,<br />
mas o plantio de florestas não vem acompanhando a demanda da<br />
indústria.<br />
• Em face de dispositivo constitucio<strong>na</strong>l (CF 1988), a incidência do ICMS<br />
ocorre no consumo, com isso, o estado deixa de arrecadar sobre a<br />
energia vendida para outros estados.<br />
• O Paraná ainda apresenta grande potencial para a expansão do setor<br />
energético. Foram incluídas no Programa de Aceleração do<br />
Crescimento (PAC) a construção das usi<strong>na</strong>s de Tijuco Alto, Mauá (já<br />
em construção), Telêmaco Borba, Baixo Iguaçu (já licitada) e Salto<br />
Grande. Além dessas usi<strong>na</strong>s há potencial para expansão da energia da<br />
biomassa e pelas PCH’s.<br />
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Propostas<br />
• Incentivar os projetos de co-geração de energia para o aproveitamento da<br />
biomassa da ca<strong>na</strong> de açúcar e dos biodigestores.<br />
• Liberar as licenças ambientais para instalação de Peque<strong>na</strong>s Centrais<br />
Hidrelétricas (PCH’s). No estado existem cerca de 200 projetos cadastrados <strong>na</strong><br />
ANEEL com potencial de mais de 4.000 MW.<br />
• Criar programa de incentivo ao plantio de florestas para fins energéticos com<br />
objetivo de substituir totalmente a queima de lenha de florestas <strong>na</strong>tivas.<br />
• Agilizar a realização das obras de geração de energia contempladas no PAC,<br />
bem como solicitar a inclusão das obras consideradas prioritárias e que não<br />
estão incluídas no PAC, a exemplo do Alcoolduto Maringá – Para<strong>na</strong>guá.<br />
• Incentivar a expansão e modernização da indústria sucroalcooleira.<br />
1.2.3 Indústria<br />
As regiões que se organizaram e formaram pólos de desenvolvimento<br />
conseguiram alavancar a economia regio<strong>na</strong>l, formando grandes arranjos tecnológicos<br />
e produtivos, como por exemplo, o setor moveleiro de Arapongas, de confecções e da<br />
moda em várias cidades do noroeste e oeste que teve Cianorte como pioneiro, de<br />
metais sanitários de Loanda, dentre outros.<br />
Esses pólos surgiram graças ao espírito de alguns empreendedores e o apoio<br />
das instituições públicas, das entidades do Sistema S (Sebrae e Se<strong>na</strong>i), das<br />
universidades regio<strong>na</strong>is, dentre outros, num trabalho conjunto visando a viabilização<br />
de recursos fi<strong>na</strong>nceiros e trei<strong>na</strong>mento de recursos humanos, maximizando a oferta de<br />
soluções para os empreendedores.<br />
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Esse modelo de arranjos produtivos como instrumento indutor do<br />
desenvolvimento regio<strong>na</strong>l se mostrou eficaz a conseguiu transformar regiões<br />
deprimidas, como o caso de Cianorte que tinha sua economia voltada para o café,<br />
mas com a grande geada de 1975 perdeu sua principal fonte de geração de emprego<br />
e renda. Com a criação do pólo de confecções e moda, Cianorte conseguiu mudar<br />
sua economia de forma exuberante se transformando num dos principais pólos do<br />
genero do País. Em seu entorno foram constituídas várias unidades industriais e de<br />
serviços, exigindo das universidades e faculdades a criação de novas expertises.<br />
Com relação a diversificação da matriz economica do estado, ocorreram<br />
avanços importantes através de incentivos para atração de investimentos e novas<br />
indústrias vieram para o Paraná. Criou-se um parque automobilistico; a agroindústria<br />
foi incentivada, porém nos últimos anos houve interrupção desse trabalho. Outros<br />
estados que adotaram políticas semelhantes avançaram no processo de<br />
industrialização e ultrapassaram o Paraná.<br />
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Propostas<br />
• Fortalecer as estruturas públicas de apoio à indústria com políticas de incentivos<br />
às empresas <strong>aqui</strong> instaladas e para atração de novas indústrias, modernização<br />
das plantas existentes e geração de alta tecnologia.<br />
• Incentivar os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e Agro-pólos como instrumentos<br />
indutores do desenvolvimento regio<strong>na</strong>l.<br />
• Formatar programa de apoio fi<strong>na</strong>nceiro para investimentos industriais com<br />
recursos do BNDES, tendo o BRDE como agente repassador e Agência de<br />
Fomento assumindo a função de captação de recursos para alavancar os<br />
investimentos.<br />
• Usar os créditos de ICMS repassados pelo estado para fomentar a<br />
industrialização.<br />
• Promover adequação da legislação tributária do estado para restabelecer a<br />
competitividade dos produtos para<strong>na</strong>enses.<br />
• Implementar e reconhecer o Comitê de Gestão Tributária como órgão consultivo<br />
do Governo visando elaboração de estudos e propostas para adoção de<br />
mecanismos de estímulo em matéria econômica, tributária e fiscal para o setor<br />
produtivo para<strong>na</strong>ense.<br />
• Desonerar a produção agrícola primária, os serviços, os insumos, as<br />
exportações e o investimento da incidência de tributos.<br />
1.2.4 Comércio<br />
Os empresários do estado vêm enfrentado dificuldades para realização de<br />
suas operações de exportação e importação, tendo em vista problemas operacio<strong>na</strong>is<br />
dos portos do Paraná, parte das mercadorias para<strong>na</strong>enses acabam sendo<br />
embarcadas pelos portos de Santa Catari<strong>na</strong> e Santos.<br />
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Propostas<br />
• Implantar um centro de apoio ao exportador para<strong>na</strong>ense.<br />
• Utilizar as universidades estaduais para formação de profisssio<strong>na</strong>is<br />
especializados em comércio exterior.<br />
• Modernizar o sistema de comercialização das “Ceasas”, transformando-as em<br />
centros de distribuição e logística de alimentos.<br />
• Incentivar a realização das feiras e exposição e a organização de missões<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
• Estimular a formação de centros regio<strong>na</strong>is de negócios.<br />
1.2.5 Meio Ambiente<br />
A falta de uma política ambiental clara e coorde<strong>na</strong>da com outras políticas de<br />
desenvolvimento regio<strong>na</strong>l é um dos principais entraves ao desenvolvimento rural<br />
sustentável no Paraná. Um fator limitante é o escopo da política ambiental,<br />
caracterizada pela complexidade da legislação ambiental, pela falta de uma<br />
orientação equilibrada à conservação ambiental e à produção rural e pela falta de<br />
uniformidade <strong>na</strong>s prerrogativas dos órgãos e escritórios ambientais do governo.<br />
Em primeiro lugar, há no Brasil e no Paraná uma complexa legislação<br />
ambiental, que dificulta a sua aplicação no meio rural. O Produtor rural se defronta<br />
com um número crescente de obrigações legais, sobre os quais com frequência não<br />
tem conhecimento e nem tempo necessário para se adequar. Outras vezes, o<br />
produtor rural não tem condições fi<strong>na</strong>nceiras para realizar as adequações definidas<br />
pela lei. O que chama também a atenção é a falta de um vínculo claro entre a política<br />
ambiental com um zoneamento regio<strong>na</strong>l, de forma de conciliar a conservação<br />
ambiental com a sustentação fi<strong>na</strong>nceira do produtor rural dentro das especificidades<br />
de cada região do Estado. A legislação ambiental e a estrutura para a sua aplicação<br />
ainda não oferecem os instrumentos necessários para a realização de uma gestão<br />
ambiental regio<strong>na</strong>lizada no meio rural.<br />
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Um exemplo de distorção <strong>na</strong> execução das políticas ambientais se dá, por<br />
exemplo, <strong>na</strong> criação de unidades de conservação (UC’s). Com frequência UC´s são<br />
criadas sem o devido planejamento, dotação orçamentária e consulta aos produtores<br />
rurais, causando instabilidade e insegurança para o campo. Primeiro, a criação de tais<br />
unidades presume a desapropriação das propriedades rurais. No entanto, com<br />
frequência os proprietários não recebem devidamente as indenizações que lhes<br />
cabem. Segundo, a criação de unidades de conservação gera também restrições para<br />
o uso da terra no entorno das mesmas, causando insegurança e prejuízo <strong>na</strong> produção<br />
agrícola.<br />
Outro aspecto que colabora para a insegurança no campo é a falta de uma<br />
estratégia clara e única dos órgãos ambientais. Por exemplo, os diversos escritórios<br />
regio<strong>na</strong>is do órgão ambiental para<strong>na</strong>ense acabam usando prerrogativas diferentes <strong>na</strong><br />
interpretação e execução das normas ambientais. Por outro lado, com frequência se<br />
observa concorrência de competências entre o órgão ambiental estadual e o federal.<br />
Enfim, a atualização constante da agricultura é um requisito para que ela se<br />
mantenha competitiva nos mercados modernos. Isso se aplica também a aspectos<br />
ambientais, como por exemplo, no uso de técnicas produtivas conservacionistas e de<br />
proteção do meio ambiente. No entanto, estratégias de atualização requerem o<br />
desenvolvimento e aplicação de tecnologias adequadas, para que o produtor rural<br />
possa produzir com segurança e possa fazer frente aos desafios dos sistemas<br />
produtivos modernos, conciliando segurança econômica, proteção ambiental e<br />
responsabilidade social.<br />
Propostas<br />
• Aprovar uma lei ambiental para o Paraná levando em consideração o zoneamento<br />
ecológico e econômico e o plano de bacias hidrográficas.<br />
• Estabelecer programa ambiental que contemple toda sociedade e não ape<strong>na</strong>s<br />
os produtores rurais.<br />
• Desenvolver ações educativas ao invés de punitivas.<br />
• Apoiar a aprovação do novo Código Florestal<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d11 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
14
Estímulo à produção de matéria-prima florestal<br />
O Estado do Paraná é um dos pioneiros <strong>na</strong> produção de florestas plantadas<br />
no Brasil. O setor de silvicultura pode também ser considerado como um caso de<br />
sucesso <strong>na</strong> agregação de valor regio<strong>na</strong>l, uma vez que não somente o cultivo de<br />
árvores, mas significativa parte da industrialização acontece dentro do estado do<br />
Paraná. Nesse sentido as indústrias de papel e celulose e de painéis de madeira são<br />
reconhecidas como fomentadores das cadeias de valor florestais do Paraná.<br />
Vale lembrar que o setor de produção florestal se desenvolveu no Brasil<br />
através dos incentivos fiscais iniciados em 1964, que fi<strong>na</strong>lizaram no fi<strong>na</strong>l da década<br />
de 80. Investidores privados podiam descontar em seu imposto de renda<br />
investimentos em plantios florestais. Essa estratégia permitiu o desenvolvimento da<br />
produção florestal e da indústria de transformação no estado. No entanto, os<br />
benefícios dessa política vão além do desenvolvimento das cadeias produtivas. À<br />
medida que a indústria e a sociedade se abastecem com matéria prima advinda de<br />
plantios florestais altamente produtivos, diminui-se também a demanda por matérias<br />
primas das florestas <strong>na</strong>tivas.<br />
A produção florestal no estado do Paraná está concentrada principalmente<br />
nos maciços florestais industriais. Outros setores utilizadores da matéria prima<br />
florestal dependem então da oferta de poucos fornecedores. Já se observa um déficit<br />
<strong>na</strong> oferta de madeira para diversos setores. Falta no estado do Paraná uma estrutura<br />
de produção florestal em peque<strong>na</strong> escala, em que regiões demandadoras de matériaprima<br />
possam produzir a matéria prima que necessitam.<br />
Proposta<br />
• Implementar programa de estímulo à produção de matéria-prima florestal, com<br />
objetivo de criar uma nova opção de renda para os produtores e suprir a<br />
demanda industrial, bem como de redução do consumo de lenha de florestas<br />
<strong>na</strong>tivas para carvão e para queima em fornos e caldeiras.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d12 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
15
Recuperação das <strong>na</strong>scentes<br />
Esse programa foi lançado no início de 2010 e tem como objetivo recuperar<br />
as <strong>na</strong>scentes, dando aos agricultores a possibilidade do aproveitamento sobre da<br />
água, e, ao mesmo tempo, promover a recuperação da mata ciliar no seu entorno.<br />
O programa necessita de impulsos para sua divulgação e integração dos<br />
órgãos ambientais e de extensão rural para que as ações delineadas cheguem aos<br />
agricultores.<br />
Proposta<br />
• Agilizar a implementação do Programa “Nascentes Protegidas” mediante ações<br />
de divulgação e de integração de ações dos órgãos e entidades envolvidos com<br />
a extensão rural, cooperativas e produtores.<br />
Unidades de Conservação<br />
Existem no Paraná cerca de 66 unidades de conservação estaduais, que<br />
somam mais de 1,2 milhão de hectares. A despeito da importância dessas unidades<br />
para proteção do patrimônio <strong>na</strong>tural, o processo de criação das mesmas tem ocorrido<br />
de forma pouco planejada e a revelia dos proprietários rurais.<br />
Propostas<br />
• Regulamentar e dar segurança com relação à possibilidade de uso das áreas<br />
das unidades de conservação para efeito de compensação de reserva legal,<br />
bem como se adote como norma o envolvimento dos proprietários e dos<br />
confrontantes para criação de novas unidades.<br />
• Reduzir as restrições de uso <strong>na</strong>s áreas no entorno das unidades de conservação<br />
e dos parques.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d13 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
16
Corredores de biodiversidade<br />
A Portaria conjunta SEMA/IAP de 2009 criou áreas prioritárias para a<br />
conservação ambiental e corredores de biodiversidade no Paraná. Essa resolução<br />
pode afetar significativamente a produção agrícola, visto que as áreas definidas como<br />
prioritárias pela referida resolução, abrangem extensos cinturões de produção<br />
agrícola, impondo aos produtores dessas áreas restrições de uso do solo e de<br />
utilização de insumos.<br />
Propostas<br />
• Rever os corredores de biodiversidades criados pelo estado promovendo-se<br />
discussões com os produtores rurais atingidos.<br />
• Regulamentar o programa de pagamento por serviços ambientais previsto <strong>na</strong>s<br />
normas que criaram os corredores de biodiversidade.<br />
Ações no Âmbito Federal<br />
O Paraná também deve buscar ação coorde<strong>na</strong>da para a resolução das<br />
pendências relacio<strong>na</strong>das às legislações ambientais federais, de modo a defender os<br />
interesses de população rural e urba<strong>na</strong> do Estado.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d14 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
17
Diretriz 2 Infraestrutura<br />
“Realizar e fomentar as obras de infraestrutura necessárias ao<br />
desenvolvimento das diversas regiões do Estado bem como atuar<br />
firmemente para a realização das obras de infraestrutura federais.”<br />
O Paraná é o maior produtor <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de grãos e um grande exportador de<br />
bens industrializados. Apesar de ser essa uma ferramenta importante ao crescimento<br />
econômico, o estado esbarra em sérios problemas de infraestrutura e logística.<br />
Rodovias deficitárias, malha ferroviária aquém das necessidades, baixa capacidade<br />
portuária e aeroportuária, entre outros gargalos que prejudicam o escoamento da<br />
produção, geram custos desnecessários e afetam a competitividade. Isso gera um<br />
“Custo Paraná” que tor<strong>na</strong> o estado pouco atrativo para novos investimentos.<br />
Sabe-se que o estado não tem condições fi<strong>na</strong>nceiras de bancar as obras<br />
necessárias ao seu desenvolvimento, e nesse sentido, os recursos disponibilizados<br />
pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são atualmente a única<br />
alter<strong>na</strong>tiva para mudar esse cenário. O Ministério do Planejamento baixou<br />
recentemente portaria determi<strong>na</strong>ndo que as obras do PAC tenham prioridade <strong>na</strong><br />
liberação dos recursos, mas a maioria das obras do Paraná incluídas no PAC não tem<br />
projetos, em consequência, o estado não está podendo se beneficiar desses<br />
recursos.<br />
2.1 Demandas<br />
O Paraná necessita de investimentos de curto prazo da ordem de R$ 7<br />
bilhões para obras de infraestrutura, sendo que cerca de R$ 4 bilhões foram incluídos<br />
no PAC, mas não basta ape<strong>na</strong>s ter dinheiro, é preciso ter projetos, licenciamento<br />
ambiental e licitações. Em alguns casos, esse processo pode levar um ano e meio,<br />
mas pode chegar a dois anos. Por outro lado, conforme se apresenta a seguir,<br />
algumas obras fundamentais para o estado não foram incluídas no PAC, é preciso<br />
buscar a sua inclusão.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i15 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
18
2.2 Modal Rodoviário<br />
a) BR 163 e BR 153<br />
Obras incluídas no PAC<br />
• BR 153 - Asfaltamento do trecho de Imbituva a Alto Amparo<br />
• BR 163 - Duplicação do trecho rodoviário de Guaíra a Cascavel (Toledo –Cascavel<br />
já foi realizada)<br />
Obras NÃO incluídas no PAC<br />
• BR 153 - Asfaltamento do trecho de Paula Freitas a Paulo Frontin<br />
• BR 163 - Adequação de trecho rodoviário de Cascavel a Barracão<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d16 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
19
) BR 487, BR 158 e BR 476<br />
Obras incluídas no PAC<br />
• BR 158 - Pavimentação de trecho de Palmital a Campo Mourão<br />
• BR 487 - Pavimentação de trecho de Porto Camargo a Cruzeiro do Oeste e<br />
Pavimentação de trecho de Tuneiras do Oeste a Guaritava<br />
Obras NÃO incluídas no PAC<br />
• BR 487 - Adequações e pavimentação no trecho de Três Bicos a Ivaí e de Bom Jardim do<br />
Sul a Ipiranga<br />
• BR 476 e 277:<br />
• Recuperação da BR 476 no trecho entre Lapa e São Mateus do SulConstrução de<br />
uma nova ligação da BR 277 até Antoni<strong>na</strong> (Porto).<br />
• Ponte Matinhos – Guaratuba.<br />
• Asfaltamento da estrada de Antoni<strong>na</strong> a Guaraqueçaba.<br />
• Conclusão da duplicação da pista de acesso ao aeroporto de Foz do Iguaçu.<br />
• Asfaltamento da estrada de Cerro Azul a Dr. Ulisses.<br />
• Conclusão do asfaltamento da estrada do Cerne.<br />
• Construção de estrada/parque para ligação do sudoeste a Foz do Iguaçu (Estrada<br />
do Colono).<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d17 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
20
c) Estradas Municipais<br />
• Estimular a formação de consórcios intermunicipais para compra de máqui<strong>na</strong>s e<br />
equipamentos para manutenção das estradas municipais.<br />
• Interceder junto ao PAC para agilizar as licitações para <strong>aqui</strong>sição de máqui<strong>na</strong>s e<br />
equipamentos para os municípios.<br />
• Criar um programa de apoio aos municípios para manutenção e readequação das<br />
estradas rurais.<br />
• Asfaltamento da estrada entre Ramilândia e Santa Hele<strong>na</strong>.<br />
d) Outras obras<br />
• Estender o Contorno Norte de Curitiba em 12 km, obra de responsabilidade da<br />
concessionária OHL.<br />
• Duplicar 70 km da BR 277, entre Medianeira a Cascavel, obra de responsabilidade<br />
da EcoCataratas.<br />
• Duplicar 28 km da BR-116 <strong>na</strong> Serra do Cafezal em São Paulo, sob<br />
responsabilidade da OHL.<br />
• Construção de pátio de atendimento aos caminhoneiros <strong>na</strong>s cidades de Cascavel,<br />
Guarapuava, Maringá e Curitiba<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i18 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
21
2.3 Modal Ferroviário<br />
Obras incluídas no PAC<br />
• Corredor ferroviário Norte-Sul<br />
• Corredor ferroviário Dourados (MS) – Cascavel (PR)<br />
• Corredor Curitiba - São Paulo<br />
• Construção de trincheira ferroviária em Maringá<br />
Obras Não incluídas no PAC<br />
• Contorno ferroviário de Curitiba<br />
• Construção de trecho Curitiba – Para<strong>na</strong>guá<br />
• Ligação ferroviária Campo Mourão – Jussara<br />
• Novo Trecho: Guarapuava – Ponta Grossa/Ipiranga ou via Irati/Lapa<br />
• Ramal ferroviário Cascavel – Foz do Iguaçu<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a19 t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
22
2.4 Modal Marítimo e Hidroviário<br />
Obras incluídas no PAC<br />
• Construção do silo graneleiro do Porto de Para<strong>na</strong>guá<br />
• Dragagem de manutenção e aprofundamento dos berços do Porto de Para<strong>na</strong>guá<br />
• Dragagem e derrocagem <strong>na</strong> Hidrovia Paraná – Tietê<br />
Obras NÃO incluídas no PAC<br />
• Construção do termi<strong>na</strong>l marítimo de passageiros e do Cais Oeste do Porto de<br />
Para<strong>na</strong>guá<br />
• Construção do Porto de Pontal do Paraná<br />
• Implantação da Hidrovia Dr. Camargo – Ivaí<br />
• Revitalização do Porto de Antoni<strong>na</strong> e Ca<strong>na</strong>l de acesso ao Porto Ponta do Felix.<br />
• Ampliação do pátio de triagem de caminhões no Porto de Para<strong>na</strong>guá<br />
• Construção de pátio de espera de carregamentos no Porto de Para<strong>na</strong>guá<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d20 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
23
2.5 Modal Aeroviário<br />
Obras incluídas no PAC<br />
• Ampliação do Termi<strong>na</strong>l de Passageiros de Foz do Iguaçu<br />
• Construção da nova pista do Aeroporto Afonso Pe<strong>na</strong>, com 3.400 metros de<br />
extensão e ampliação do termi<strong>na</strong>l de cargas.<br />
Obras não incluídas no PAC<br />
• Construção do Aeroporto Regio<strong>na</strong>l do Oeste e Sudoeste<br />
• Ampliação da pista do Aeroporto de Maringá em mais 1.100 metros para atingir<br />
3.200 metros e solicitar sua inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização.<br />
• Instrumentalização do aeroporto Afonso Pe<strong>na</strong> para operação 24 horas.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d21 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
24
Propostas<br />
• Atribuir à Agência de Desenvolvimento a função de coorde<strong>na</strong>r as ações para<br />
execução e implantação das obras de infraestrutura.<br />
• Transformar a Secretaria de Transportes em Secretaria de Infraestrutura,<br />
atribuindo a ela funções <strong>na</strong> área de transportes ( rodoviário, ferroviário, marítimo<br />
e aeroviário), energia e saneamento básico.<br />
• Atuar junto ao governo federal para a realização das obras do PAC e para incluir<br />
obras não incluídas e essenciais para o desenvolvimento estadual.<br />
• Revitalizar a equipe de projetistas do estado ou contratar empresas<br />
especializadas para realização dos projetos.<br />
• Revitalizar a estrutura portuária buscando sua modernização com implantação<br />
das obras de infraestrutura e articulação da gestão com os usuários.<br />
• Solicitar a inclusão no PAC das obras não incluídas.<br />
• Reivindicar para que o PAC destine recursos para elaboração dos projetos.<br />
2.6 Pedágio<br />
O pedágio foi implantado em 1997 com prazo de 23 anos e 11 meses de<br />
concessão, portanto, já passaram quase 13 anos, faltando ainda 10 anos para o seu<br />
término. Dentre os principais problemas enfrentados com o pedágio, destaca-se o<br />
elevado preço cobrado, que tem como consequencia uma elevação nos custos de<br />
transporte da produção agrícola do estado.<br />
O atual governo manifestou interesse em negociar com as concessionárias<br />
um desconto <strong>na</strong>s tarifas de pedágio em troca de uma prorrogação no prazo da<br />
concessão. Mas essa redução de tarifa em troca da ampliação do prazo da<br />
concessão não poderá ser aceita, pois isso seria ilegal de acordo com a legislação e<br />
<strong>na</strong>s licitações mais recentes os valores negociados já foram menores.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d22 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
25
A ação ordinária nº 1998.0017501-6, proposta em 12 de agosto de 1998,<br />
onde são autoras as concessionárias e réus os poderes concedentes, apresentava<br />
grande possibilidade de ganho de causa para os consumidores, entretanto, a<br />
Procuradoria Geral do Estado e o DER, intimados pela Justiça Federal, decli<strong>na</strong>ram<br />
por falta de interesse e a ação foi arquivada.<br />
A melhor opção para resolver os impasses dos custos é aguardar os 10 anos<br />
restantes dos contratos e então fazer novas licitações com condições mais<br />
adequadas ao Paraná.<br />
Além do problema relacio<strong>na</strong>do aos preços elevados de pedágios, um outro<br />
problema é o cronograma de obras fixado nos contratos de concessão, que não<br />
estão sendo cumpridos.<br />
Propostas<br />
• Atribuir à Agência de Desenvolvimento funções de coorde<strong>na</strong>ção para discussão<br />
das concessões.<br />
• Não prorrogar o prazo das atuais concessões sem consulta pública onde se dê<br />
ampla liberdade para os usuários opi<strong>na</strong>rem e questio<strong>na</strong>rem a cobrança de<br />
tarifas e a realização de obras constantes nos atuais contratos.<br />
• Realizar uma auditoria sobre a situação que se encontram as execuções das<br />
obras que fazem parte dos contratos de concessão e caso haja<br />
descumprimento, fazer cumprir o contratado.<br />
• Negociar com as concessionárias as ações judiciais em andamento e o<br />
destravamento da execução das obras.<br />
Além das propostas acima mencio<strong>na</strong>das, o estado necessita investir em obras<br />
desti<strong>na</strong>das à integração regio<strong>na</strong>l de vários municípios do Paraná, tais como:<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d23 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
26
Acesso aos Municípios<br />
Proposta<br />
• Asfaltar as estradas de acesso aos municípios que ainda estão pendentes, a<br />
exemplo de Dr. Ulisses e Guaraqueçaba.<br />
Revitalização do Litoral<br />
Propostas<br />
• Concluir o processo de saneamento do litoral com a conclusão do sistema de<br />
coleta de esgoto sanitário e ampliação da oferta de água tratada.<br />
• Realização de obras para contenção da erosão no município de Matinhos.<br />
Eixo Norte – Jacarezinho/Maringá<br />
Propostas<br />
• Implantar o sistema de sistema de ônibus ligeirinho para fazer as ligações entre<br />
as cidades.<br />
• Adotar medidas para restauração do di<strong>na</strong>mismo dos centros regio<strong>na</strong>is de<br />
comércio.<br />
Eixo Oeste – Cascavel/Foz do Iguaçu<br />
Propostas<br />
• Adotar medidas para restauração do di<strong>na</strong>mismo dos centros regio<strong>na</strong>is de<br />
comércio.<br />
• Duplicar a via de acesso ao aeroporto de Foz do Iguaçu.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i24 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
27
Diretriz 3 Capacidade de Inovação<br />
“O estado deve usar a sua capacidade administrativa para<br />
melhorar a capacitação tecnológica e científica dos agentes do<br />
estado, do setor produtivo e das comunidades para fazer frente aos<br />
desafios do desenvolvimento.”<br />
3.1. Assistência técnica e pesquisa<br />
O sistema público de apoio a agropecuária estadual é formado pela<br />
Secretaria da Agricultura e do Abastecimento que congrega os Institutos Emater e<br />
Iapar e as empresas Claspar, Ceasa e Codapar. Essas empresas, institutos e a SEAB<br />
operam de forma independente com pessoal e estruturas próprias, sem haver<br />
compartilhamento e complementaridade de ações, em conseqüência, há<br />
sobreposição de funções com ônus elevado para o estado. Dentre os principais<br />
entraves encontrados com essas organizações, destacam-se:<br />
• A pesquisa desenvolvida pelo IAPAR tem gerado bons resultados,<br />
especialmente <strong>na</strong> pesquisa básica, mas há necessidade de uma maior<br />
integração para que seus resultados cheguem mais rapidamente aos<br />
agricultores.<br />
• A Codapar opera <strong>na</strong> armaze<strong>na</strong>gem de grãos e <strong>na</strong> mecanização. Essas<br />
atividades tiveram importância no passado, mas hoje estão sendo supridas<br />
pela iniciativa privada com qualidade e agilidade.<br />
• A Claspar, desde sua constituição, mais de 40 anos, executa as mesmas<br />
atividades. O mercado se modernizou e exige certificação de qualidade,<br />
mas a Claspar continua fazendo somente a classificação e o ingresso de<br />
produtos no Porto de Para<strong>na</strong>guá. Vale ressaltar, que esse trabalho de<br />
classificação no porto não tem valor <strong>na</strong> expedição, pois o certificado da<br />
Claspar não tem reconhecimento inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i25 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
28
Propostas<br />
• Centralizar as ações da SEAB, institutos e empresas em nível estadual e<br />
regio<strong>na</strong>l, criando-se subsecretárias regio<strong>na</strong>is com todos os serviços<br />
proporcio<strong>na</strong>dos pelo sistema de agricultura em um único local, com diretrizes<br />
comuns, facilitando a operacio<strong>na</strong>lização.<br />
• Integrar as atividades da Claspar, Codapar e Ceasa em uma única empresa com<br />
gerenciamento único.<br />
• Integrar os dois institutos (IAPAR e Emater), com revisão de suas prioridades e<br />
retomada de suas funções de planejamento, discussão e transferência dos<br />
resultados da pesquisa.<br />
3.2 Ensino superior<br />
O Paraná dispõe de ótima estrutura pública de ensino superior com 4<br />
instituições federais (UFPR, UFTPR, UNILA, Fronteiras - campos de Laranjeiras do<br />
Sul e Realeza) com vários campus, complementada por uma rede de universidades<br />
estaduais (UEL, Unioeste, UEPG, Unicentro, UEM, Norte Pioneiro) e a rede de ensino<br />
privada, que também conta com boas universidades e faculdades. O tesouro estadual<br />
gasta anualmente mais de R$ 1,0 bilhão para manter o ensino superior, sem que haja<br />
qualquer contrapartida do governo federal.<br />
Com relação ao ensino fundamental que por força constitucio<strong>na</strong>l é realizado<br />
pelos municípios, muitas prefeituras realizam um trabalho de excelente qualidade, que<br />
inclui em vários casos a possibilidade de educação em período integral. Todavia, os<br />
maiores entraves para o desenvolvimento educacio<strong>na</strong>l no estado encontra-se no<br />
ensino médio, que é de responsabilidade do estado. A maioria das escolas estaduais<br />
ainda apresentam deficiências de estrutura, qualidade de ensino e desmotivação do<br />
corpo de docentes.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d26 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
29
Propostas<br />
• Buscar junto ao governo federal a federalização das universidades estaduais<br />
ou exigir uma contrapartida para bancar seus custos.<br />
• Aperfeiçoar a gestão das Universidades Estaduais e buscar o desenvolvimento<br />
de pesquisas voltadas às necessidades práticas do setor privado.<br />
• Incluir <strong>na</strong>s grades curriculares do ensino público discipli<strong>na</strong>s sobre cidadania,<br />
empreendedorismo, associativismo e cooperativismo e incluir a discipli<strong>na</strong><br />
“Cooperativismo” no currículum das escolas técnicas agropecuárias e nos<br />
cursos de ciências agrárias das universidades estaduais.<br />
• Apoiar as cooperativas educacio<strong>na</strong>is formadas por pais de alunos e a formação<br />
de cooperativas educacio<strong>na</strong>is em escolas profissio<strong>na</strong>lizantes.<br />
• Desenvolver programas de educação direcio<strong>na</strong>dos para as potencialidades<br />
locais e regio<strong>na</strong>is com a implantação <strong>na</strong>s escolas públicas profissio<strong>na</strong>lizantes.<br />
• Reformar a grade curricular adaptando-a para atender as demandas regio<strong>na</strong>is.<br />
• Implantar um programa com objetivo de preparar os jovens para o exercício <strong>na</strong><br />
atividade urba<strong>na</strong> e rural, levando para as novas gerações a preocupação com<br />
o meio ambiente e cidadania.<br />
• Ampliar a desti<strong>na</strong>ção de recursos da Fundação Araucária para os projetos de<br />
pesquisa contemplando as entidades privadas e cooperativas de pesquisa e<br />
desenvolvimento tecnológico.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d27 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
30
Diretriz 4 Políticas Sociais<br />
“Fomentar atividades econômicas que contribuam para a melhoria<br />
de qualidade de vida das comunidades pobres do estado.”<br />
4.1 Desenvolvimento Humano<br />
De acordo com estudos do IPARDES, existem no Paraná 115 municípios com<br />
indice de desempenho <strong>na</strong> área de renda e emprego inferiores a 0,2605. (Figura 1)<br />
Ape<strong>na</strong>s 9 municípios apresentam indicadores acima de 0,5379, sendo esses os<br />
únicos municípios que podem ser considerados de grau de desenvolvimento e<br />
qualidade de vida satisfatórias. Várias ações foram implementadas por governos<br />
anteriores, porém, o quadro de pobreza no Estado não alterou.<br />
As razões que levaram ao fracasso das políticas adotadas são diversas,<br />
dentre elas, restrições para o uso dos recursos <strong>na</strong>turais, falta de investimentos em<br />
obras de infraestrutura, municípios que não possuem estradas de acesso<br />
pavimentadas, falta de adoção de políticas de apoio ao empreendedorismo com<br />
aproveitamento das potencialidades locais.<br />
Figura 1 – Mapa de índice de desemplenho da renda e emprego no Estado do Paraná (2002)<br />
Fonte: Ipardes<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d28 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
31
Propostas<br />
• Fortalecer a economia local dos municípios com o fomento à modernização dos<br />
setores primário, secundário e terciário, mediante a oferta de crédito aos<br />
empresários e empreendedores.<br />
• Subsidiar o investimento da infraestrutura nos municípios menos favorecidos,<br />
com asfaltamento das estradas de acesso e melhoria das estradas rurais.<br />
• Criar um programa de “informática no campo”, contemplando o acesso do<br />
produtor à internet de banda larga e o fi<strong>na</strong>nciamento de hardwares e softwares<br />
com recursos do Pro<strong>na</strong>f.<br />
• Criar novos pólos de desenvolvimento regio<strong>na</strong>l – APL’s com base em estudos de<br />
vocações, envolvendo as universidades e institutos de pesquisa para<br />
estruturação de incubadoras.<br />
4.2 Saúde<br />
A formulação de um plano estratégico para a área de saúde do estado é<br />
fundamental. Muito tem sido feito <strong>na</strong> área, tanto pelo estado como pelas prefeituras e<br />
entidades privadas, mas ainda se tem problemas de falta de leitos e de UTI’s nos<br />
hospitais. Há grande circulação de pacientes com destino a Curitiba que acabam<br />
congestio<strong>na</strong>ndo a rede pública da capital.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d29 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
32
Propostas<br />
• Fortalecer a rede integrada de saúde do estado e dar continuidade ao programa<br />
de regio<strong>na</strong>lização das ações de saúde.<br />
• Interiorizar os centros de especialidades, utilizando-se inclusive da rede de<br />
cooperativas de saúde.<br />
• Criar um programa para atendimento às gestantes<br />
• Implantar um sistema de saúde preventiva para os trabalhadores rurais e para os<br />
idosos.<br />
• Realizar parceria entre a Secretaria da Saúde e as cooperativas de saúde para o<br />
desenvolvimento de ações de prevenção à saúde.<br />
• Contemplar as cooperativas da área de saúde nos programas voltados ao<br />
atendimento da população para<strong>na</strong>ense.<br />
• Implantar um programa de “saúde <strong>na</strong> escola” com ações de medici<strong>na</strong>, odontologia<br />
e hábitos de alimentação e higiene.<br />
4.3 Habitação<br />
O Paraná tem cerca de 10% de sua população que vive em condições<br />
precárias de moradia. Somente em Curitiba e região metropolita<strong>na</strong> existem mais de<br />
200 aglomerados urbanos caracterizados como favelas. No meio rural a situação não<br />
é diferente, principalmente próximas às cidades.<br />
O programa do governo federal “Minha Casa Minha Vida” tem como objetivo<br />
mudar esse cenário, mas há limitação quanto ao número de casas a serem<br />
contempladas para cada município. O limite é de 20 unidades para cada pequeno<br />
município.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d30 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
33
Propostas<br />
• Revitalizar o programa de saneamento básico desenvolvido pela Sanepar tendo<br />
como meta atingir 100% da coleta de esgoto sanitário em 15 anos.<br />
• Conceder estímulo para as empresas constituírem “condomínios habitacio<strong>na</strong>is”<br />
para seus trabalhadores, mediante a inclusão no programa “Minha Casa Minha<br />
Vida” ou fi<strong>na</strong>nciamento pela COHAPAR.<br />
• Instituir pela Cohapar um programa de consórcio habitacio<strong>na</strong>l para baixa renda.<br />
• Instituir um programa de apoio à habitação voltada ao meio rural.<br />
4.4 Qualidade de Vida<br />
Existem muitas disparidades <strong>na</strong> qualidade de vida dos para<strong>na</strong>enses. A capital e<br />
alguns municípios do interior apresentam todas as condições, porém, a maioria dos<br />
municípios não tem recursos para investimentos para melhoria da qualidade de vida<br />
de seus municípios.<br />
Proposta<br />
• Estimular e apoiar os municípios a criarem “centros de convivência e atividades<br />
de esportes e de lazer”.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i31 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
34
4.5 Turismo<br />
O Paraná dispõe de várias regiões com potenciais turísticos não explorados ou<br />
que se encontram em condições i<strong>na</strong>dequadas.<br />
Propostas<br />
• Litoral<br />
• Asfaltamento da rodovia Antoni<strong>na</strong>-Guaraqueçaba.<br />
• Concluir o sistema de saneamento básico e de abastecimento de água no<br />
litoral.<br />
• Realizar as obras de contenção para revitalizar a orla no município de<br />
Matinhos.<br />
• Construir a ponte Matinhos-Guaratuba.<br />
• Desenvolver o turismo ecológico <strong>na</strong> região de Guaraqueçaba e Superaguí.<br />
• Costa Leste<br />
• Apoiar as prefeituras do entorno do lago de Itaipu para a ampliação de<br />
opções de turismo e lazer.<br />
• Rotas dos imigrantes e canions<br />
• Apoiar e estimular as cooperativas de turismo e lazer.<br />
• Estimular os investimentos em equipamentos e melhorias <strong>na</strong>s rotas e<br />
estações.<br />
• Colocar a rota dos imigrantes nos programas de promoção do turismo do<br />
estado.<br />
4.6 Segurança pública<br />
A população padece de uma atuação mais efetiva de ação do estado <strong>na</strong> área<br />
de segurança pública, para coibir os frequentes assaltos <strong>na</strong>s cooperativas de crédito e<br />
arrombamentos de propriedades e depósitos de insumos das cooperativas<br />
agropecuárias. Verdadeiras quadrilhas agem no interior do estado, sem que haja uma<br />
ação efetiva para captura dos margi<strong>na</strong>is e repressão ao crime organizado.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d32 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
35
O Paraná se tornou um dos estados de maior índice de violência do País, rota<br />
estratégica para o cotrabando de drogas, roubo de carros e de cargas. As quadrilhas<br />
se proliferam e o estado tem se mostrado impotente no combate ao crime organizado,<br />
à violência urba<strong>na</strong> e ao tráfico de drogas.<br />
Propostas<br />
• Reestruturar o setor de segurança pública estadual.<br />
• Integrar as ações das polícias militar e civil com a polícia federal <strong>na</strong> fronteira,<br />
mediante a implantação de ações de ajuda mútua com as polícias dos estados<br />
vizinhos.<br />
• Criar cordão de segurança <strong>na</strong> fronteira do Estado para combate ao contrabando<br />
de cargas, carros, tratores agrícolas, agrotóxicos e drogas.<br />
• Reestruturar todo o sistema de segurança do estado com a revisão da logística<br />
de combate ao crime organizado, integrando ações das policias civil e militar,<br />
rodoviaria e federal.<br />
• Constituir no entorno das delegacias uma rede interligada de postos policiais<br />
amparados por equipes móveis.<br />
• Fazer um mapeamento dos pontos de maior concentração do crime com a<br />
adoção de práticas de repressão ostensiva e ações comunitárias de inclusão<br />
social de jovens margi<strong>na</strong>lizados.<br />
• Adotar sistema de cordão de vigilância no entorno das escolas para combater o<br />
tráfico de drogas.<br />
• Estimular as cidades a usarem sistemas de vigilância eletrônica.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d33 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
36
Diretriz 5 Cooperativismo<br />
O cooperativismo para<strong>na</strong>ense, representado pela OCEPAR, é composto por<br />
240 cooperativas, estruturadas nos termos da Lei 5.764/71, que associam 590 mil<br />
cooperados oriundos dos diversos ramos de atividades, ligados à agropecuária,<br />
assistência à saúde, crédito, infraestrutura, transporte, educação, turismo, trabalho e<br />
mineral, gerando 1,4 milhão de postos de trabalho, a maioria <strong>na</strong>s comunidades do<br />
interior do estado.<br />
As cooperativas têm uma movimentação economia equivalente a 27,5 bilhões<br />
de reais e empregam 63.500 funcionários, dentre os quais, mais de 1.400<br />
profissio<strong>na</strong>is de assistência técnica: engenheiros agrônomos, médicos veterinários,<br />
zootecnistas, biólogos, engenheiros florestais e Técnicos Agrícolas, que atuam no<br />
assessoramento dos cooperados em suas atividades produtivas.<br />
São elas, portanto, fortes agentes de desenvolvimento <strong>na</strong>s regiões onde<br />
atuam, com presença em quase todos os municípios para<strong>na</strong>enses, onde recolhem<br />
RS$ 1,11 bilhão em impostos e contribuições. Na área social e ambiental, as<br />
cooperativas investem 11% das suas receitas. A cada ano, mais de 100 mil pessoas,<br />
entre funcionários, lideranças, colaboradores, cooperados e seus familiares recebem<br />
trei<strong>na</strong>mentos fi<strong>na</strong>nciados pelo com recursos do Serviço Nacio<strong>na</strong>l de Aprendizagem do<br />
Cooperativismo – SESCOOP Pr.<br />
Tradicio<strong>na</strong>lmente, as cooperativas têm participado ativamente em parcerias<br />
com o governo estadual <strong>na</strong> concepção e implantação de programas de<br />
desenvolvimento e de apoio ao setor produtivo, a exemplo dos programas de plantio<br />
direto, pesquisa e experimentação, micro-bacias, coleta de embalagens de<br />
agroquímicos, de sanidade agropecuária, recomposição das matas ciliares e tantos<br />
outros para atender as normas legais, o mercado consumidor e as boas práticas de<br />
produção.<br />
As ações propostas pelo cooperativismo, <strong>na</strong> maioria das vezes, ultrapassam o<br />
âmbito de atuação das suas cooperativas, refletindo em melhorias sociais e<br />
econômicas para toda a comunidade onde atuam, portanto, se forem realizadas em<br />
sintonia com o governo, poderão beneficiar toda a comunidade.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d34 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
37
Proposta 1<br />
• Ampliar a capitalização do BRDE para permitir que o banco possa atender as<br />
demandas das cooperativas e empresas que atuam no estado.<br />
Justificativas:<br />
Em 2010, as cooperativas irão realizar investimentos da ordem de 1,0 bilhão<br />
de reais e o BRDE tem sido o maior agente fi<strong>na</strong>nciador dos empreendimentos das<br />
cooperativas. Consideramos que é importante que isso permaneça e e ainda seja<br />
ampliado, pois, o banco tem vocação para as atividades ligadas ao agronegócio.<br />
Ocorre, todavia, que o BRDE necessita ser capitalizado para poder atender as<br />
demandas das cooperativas e das empresas. Para isso, é necessário que o Estado<br />
do Paraná, um dos seus controladores, amplie sua participação no patrimônio líquido<br />
do banco, mediante integralização de capital, para aumentar sua capacidade de<br />
captação de recursos junto ao BNDES e passar a atrair capitais inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
Proposta 2<br />
• Formatar programa através do BRDE e Agência de Fomento para:<br />
a. Aumentar o montante de recursos para as cooperativas de crédito que<br />
atuam no estado.<br />
b. Ser agente <strong>na</strong> concessão de “Funding” para as cooperativas de crédito.<br />
c. Apoiar programas específicos voltados ao desenvolvimento do estado, que<br />
tenham interesse e participação das cooperativas de todos os ramos.<br />
d. Ampliar ainda mais o apoio creditício concedido às cooperativas<br />
agropecuárias.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d35 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
38
Justificativas:<br />
As cooperativas de crédito, em parceria com o BRDE, podem ampliar o<br />
alcance do crédito a todos os municípios para<strong>na</strong>enses onde têm unidades de<br />
atendimento, constituindo ampla rede de aplicação dos recursos junto aos<br />
cooperados e empreendedores no campo e <strong>na</strong>s cidades.<br />
Através da Agência de Fomento do Governo do Paraná poderia ser<br />
organizado programa de fi<strong>na</strong>nciamento de capital social aos cooperados junto a suas<br />
cooperativas, principalmente das cooperativas de crédito que poderiam atuar em<br />
programas de micro crédito e de complementação aos fi<strong>na</strong>nciamentos oficiais aos<br />
setores produtivos, tanto aos produtores rurais como às populações urba<strong>na</strong>s,<br />
mediante o lançamento do “crédito ao empreendedor” com apoio das entidades<br />
representativas do empresariado e dos serviços de aprendizagem.<br />
Proposta 3<br />
• Contemplar as cooperativas, especialmente aquelas que realizam pesquisa e<br />
experimentação, com recursos do Fundo Paraná para investimentos voltados a<br />
ampliar o trabalho no estado.<br />
Justificativas:<br />
O Fundo Paraná, constituído por 2% da receita de ICMS do Estado, é<br />
desti<strong>na</strong>do ao desenvolvimento científico e tecnológico, para dissemi<strong>na</strong>ção científica e<br />
tecnológica; fomento à produção científica e tecnológica e formação de<br />
pesquisadores. Atualmente, esses recursos estão sendo aplicados quase <strong>na</strong> sua<br />
totalidade pelo Poder Público. Parte dos recursos poderia ser desti<strong>na</strong>do para<br />
aplicação em programas específicos de pesquisa de novas variedades e novos<br />
produtos e serviços que demandem grau elevado de tecnologia.<br />
No caso do setor cooperativo, os recursos poderiam ser utilizados para<br />
aperfeiçoar a integração da pesquisa realizada pelos institutos oficiais de pesquisa –<br />
IAPAR, EMBRAPA - com os órgãos de pesquisa agropecuária das cooperativas<br />
(COODETEC, FUNDAÇÃO ABC, FAPA e outros centros de pesquisa e<br />
experimentação de cooperativas existentes em várias regiões do Paraná).<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d36 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
39
Os resultados das pesquisas seriam utilizados pelos produtores e<br />
cooperados, mediante ação das cooperativas e do Instituto EMATER que poderia<br />
estabelecer parcerias <strong>na</strong> difusão de tecnologia, <strong>na</strong> organização dos pequenos<br />
produtores e no suporte a comercialização da produção.<br />
Proposta 4<br />
• Inserir as cooperativas da área da saúde como parceiras em programas,<br />
campanhas e ações que visem melhorar o atendimento à saúde, mediante:<br />
a. Utilização dos serviços prestados pelas cooperativas de saúde para o<br />
Justificativas:<br />
atendimento das “especialidades”.<br />
b. Contemplar as cooperativas de saúde em campanhas e ações coletivas<br />
voltadas a prevenção de doenças.<br />
c. Apoiar o trabalho das cooperativas para o reconhecimento do “Ato<br />
Cooperativo” tanto em nível municipal, como estadual e federal.<br />
As 33 cooperativas do ramo saúde existentes no Paraná congregam mais de<br />
uma deze<strong>na</strong> de profissio<strong>na</strong>is de medici<strong>na</strong> e odontologias, atendendo cerca de 1,25<br />
milhão de para<strong>na</strong>enses. Elas podem contribuir com o estado <strong>na</strong> assistência aos<br />
funcionários públicos, em campanhas de saúde em parceria com a Secretaria da<br />
Saúde e em ações de prevenção e educação da saúde pública, bem como <strong>na</strong><br />
prestação de serviços de “especialidades”.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d37 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
40
Proposta 5<br />
• Apoio da concessionária de energia, das secretarias e do próprio gover<strong>na</strong>dor, <strong>na</strong><br />
viabilização de projetos e ações de infraestrutura <strong>na</strong>s áreas de geração de<br />
energia e prestação de serviços especializados, contemplando:<br />
a. O reconhecimento do importante trabalho das cooperativas <strong>na</strong>s suas áreas<br />
de atuação.<br />
b. Apoio e agilização <strong>na</strong> viabilização de projetos de geração de energia para as<br />
cooperativas de infraestrutura e também para as agropecuárias.<br />
c. Realização de parcerias com a Copel e Itaipu <strong>na</strong> implementação de projetos<br />
de produção de energia a partir da biomassa.<br />
d. Alteração nos critérios de fixação de tarifa de compra de energia pelas<br />
cooperativas da concessionária, estudando condições para que as mesmas<br />
Justificativa:<br />
atuem de forma complementar à concessionária, bem como assegurar às<br />
cooperativas, tratamento isonômico em relação aos consumidores diretos da<br />
Copel.<br />
As cooperativas de infraestrutura podem contribuir <strong>na</strong> geração de energia<br />
(PCHs e energia distribuída), <strong>na</strong> manutenção e distribuição de energia elétrica e <strong>na</strong>s<br />
áreas de abastecimento de água e coleta de esgoto <strong>na</strong>s comunidades do interior do<br />
Paraná. Podendo atuar em parceria com a Copel e a Itaipu <strong>na</strong> implantação de<br />
projetos de produção de energia a partir da biomassa e dejetos de animais.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d38 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
41
Proposta 6<br />
• As cooperativas que atuam <strong>na</strong> área do transporte necessitam do apoio do<br />
governo estadual para:<br />
a. Solucio<strong>na</strong>r o problema de tributação imposta pelo Governo Federal.<br />
b. Permissão par apagamento do pedágio dinheiro e não ape<strong>na</strong>s com vale<br />
pedágio.<br />
c. Criar junto ao BRDE uma linha de crédito para renovação da frota de<br />
caminhões e dos cooperados das cooperativas de transporte.<br />
Justificativa:<br />
As 21 cooperativas existentes no Paraná congregam cente<strong>na</strong>s de<br />
caminhoneiros autônomos de cargas e de passageiros, sendo uma alter<strong>na</strong>tiva de<br />
valorização profissio<strong>na</strong>l e de melhor remuneração. Enfrentam dificuldades <strong>na</strong><br />
renovação da frota de seus veículos em função de que o resultado do trabalho com o<br />
caminhão não é suficiente para o pagamento da prestação do fi<strong>na</strong>nciamento do<br />
mesmo veículo. Para esse público, é necessário que se molde um programa<br />
adequado à sua realidade para ampliação da frota.<br />
Proposta 7<br />
• Estimular e apoiar as ações das cooperativas educacio<strong>na</strong>is mediante:<br />
a. Maior atenção da Secretaria de Educação às cooperativas educacio<strong>na</strong>is,<br />
Justificativa:<br />
visando estabelecer parcerias para a melhoria do ensino.<br />
b. Inserção da discipli<strong>na</strong> “Cooperativismo” no currículo das escolas técnicas e<br />
nos cursos das Universidades Estaduais.<br />
As cooperativas educacio<strong>na</strong>is, formadas por alunos das escolas técnicas e<br />
profissio<strong>na</strong>lizantes, podem se tor<strong>na</strong>r importantes instrumentos para proporcio<strong>na</strong>r a<br />
formação e a difusão da prática no modelo do cooperativismo.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d39 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
42
A inclusão da discipli<strong>na</strong> “cooperativismo” no currículo das escolas técnicas e<br />
nos cursos de graduação em ciências agrárias <strong>na</strong>s Universidades Estaduais será<br />
importante para a formação de profissio<strong>na</strong>is com vocação para o cooperativismo.<br />
Proposta 8<br />
• As cooperativas de trabalho são a grande alter<strong>na</strong>tiva de emprego e distribuição<br />
de renda e devem ser apoiadas pelo estado para:<br />
a. Di<strong>na</strong>mizar a atuação das cooperativas de trabalho.<br />
b. Em parcerias <strong>na</strong>s ações com o estado objetivando a proteção de serviços<br />
em suas áreas de atuação.<br />
Justificativas:<br />
As cooperativas de serviços profissio<strong>na</strong>is <strong>na</strong>s áreas de assistência técnica,<br />
engenharia, meio ambiente, turismo, produção industrial e prestação de serviços <strong>na</strong>s<br />
diversas áreas no setor urbano, são importante forma de organizar o trabalho para os<br />
trabalhadores que não encontram opções adequadas no mercado de trabalho.<br />
Proposta 9<br />
• Estimular e apoiar as ações das cooperativas e fundações que atuam <strong>na</strong><br />
pesquisa e experimentação mediante:<br />
a. Buscar integração das atividades de pesquisa e geração de conhecimento<br />
entre as cooperativas e fundações com o IAPAR e a EMATER,<br />
Justificativa:<br />
estabelecendo parcerias <strong>na</strong> difusão de tecnologia e <strong>na</strong> organização dos<br />
produtores.<br />
As cooperativas agropecuárias do estado dispõem de um contingente de mais<br />
de 1.400 profissio<strong>na</strong>is de agronomia que atuam diretamente no campo prestando<br />
assistência técnica aos produtores e <strong>na</strong> difusão de tecnologias, apoiados pelos<br />
trabalhos das instituições de pesquisa das cooperativas e pelas estações<br />
experimentais.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d40 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
43
Diretriz 6 Administração Pública<br />
“Resgatar a capacidade do governo de coorde<strong>na</strong>r as políticas<br />
públicas necessárias ao desenvolvimento do Estado, com ple<strong>na</strong><br />
participação do setor produtivo.”<br />
6.1 Reorganização Administrativa<br />
A estrutura administrativa do Governo do Estado do Paraná sofreu ao longo<br />
dos anos modificações que provocaram aumento do número de secretarias, institutos<br />
e órgãos. O quadro funcio<strong>na</strong>l ficou difícil de gerenciar, devido sobreposições de<br />
funções, salários achatados e baixa renovação dos quadros. Muitas dessas estruturas<br />
foram replicadas no interior do estado, copiando o modelo do sistema instalado <strong>na</strong><br />
capital, sem haver uma conexão entre as diversas instituições.<br />
A centralização das decisões <strong>na</strong> capital e a formação de estruturas<br />
administrativas regio<strong>na</strong>is enfraquecidas provocou a desarticulação regio<strong>na</strong>l, tirando-se<br />
a capacidade de organização das regiões para solução dos problemas de forma<br />
integrada.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i41 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
44
Propostas<br />
• Promover uma reforma administrativa com a redução de estruturas mediante<br />
fusões de secretarias, empresas e instituições que apresentam sombreamentos.<br />
• Descentralizar a administração pública com a agluti<strong>na</strong>ção das estruturas<br />
públicas regio<strong>na</strong>is, em centros administrativos regio<strong>na</strong>is com atribuições de<br />
fazer a coorde<strong>na</strong>ção e gerenciamento dos programas e serviços e de<br />
interligação com as prefeituras.<br />
• Implantar programa de renovação e profissio<strong>na</strong>lização do serviço público.<br />
• Estimular as prefeituras a terem uma participação ativa <strong>na</strong>s regiões<br />
administrativas, buscando integração para discussão, solução de problemas e<br />
encaminhamento de ações de forma integrada.<br />
• Implantar o sistema de audiências públicas regio<strong>na</strong>lmente para discutir os<br />
problemas, políticas e programas de governo.<br />
• Promover a integração de regiões metropolita<strong>na</strong>s, através da criação de<br />
consórcios intermunicipais ou outros modelos de intregração, unificando os<br />
planos diretores, transporte urbano, coleta de lixo e outros serviços.<br />
6.2 Política Estratégica<br />
Por volta dos anos 1960, o governo do Estado do Paraná criou a Companhia de<br />
Desenvolvimento do Paraná (Codepar), que deu origem ao Banco de Desenvolvimento<br />
do Paraná (Badep), com objetivo de fazer o planejamento e fomento industrial do estado.<br />
Seguindo o modelo da Codepar, o Município de Curitiba, criou em 1970 a CIC, que<br />
desempenhou um papel fundamental no planejamento da Cidade Industrial de Curitiba,<br />
agindo como agente de fomento junto e de planejamento e elo entre governo, setor<br />
fi<strong>na</strong>nceiro e empresários.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d42 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
45
Com a extinção do BADEP, nenhum órgão assumiu a função de<br />
planejamento, estudos e coorde<strong>na</strong>ção de ações de desenvolvimento do Paraná e o<br />
estado perdeu a capacidade de planejar e atrair investidores. Em parte, <strong>na</strong> área do<br />
fi<strong>na</strong>nciamento o BRDE representa um bom parceiro, mas como o banco pertence aos<br />
três estados do sul, existem dificuldades institucio<strong>na</strong>is para o banco conduzir um<br />
processo mais pró-ativo.<br />
Ao mesmo tempo em que se desestruturou a capacidade de planejamento do<br />
Estado, implementou-se uma política ambiental punitiva que ao invés de educativo<br />
i<strong>na</strong>dequada que atravancou o seu desenvolvimento. Foram instituídas várias<br />
unidades de conservação, corredores de biodiversidade e parques ambientais,<br />
impondo restrições ao desenvolvimento das atividades agrícolas. Não foram<br />
consideradas as pessoas e comunidades que vivem nessas áreas e no seu entorno,<br />
como conseqüência, formaram-se regiões sem perspectivas de renda e diversos<br />
municípios tor<strong>na</strong>ram-se econômica e socialmente inviáveis.<br />
Portanto, faz-se necessário que o governo do estado retome a função de<br />
planejamento de forma a criar sinergias entre o poder público e o setor produtivo, com<br />
vistas à construção de uma política de desenvolvimento de médio e longo prazo que<br />
contemple as diversas regiões e as peculiaridades locais. e em especial, com planos<br />
de desenvolvimento às regiões com baixo índice de desenvolvimento humano (IDH).<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d43 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
46
Propostas<br />
• Transformar a “Secretaria da Indústria, Comércio e Mercosul” em “Secretaria de<br />
Desenvolvimento Econômico” como braço executivo da Agência de<br />
Desenvolvimento com o objetivo de planejar, coorde<strong>na</strong>r e fazer a interação com<br />
investidores e agentes fi<strong>na</strong>nceiros para a atração de investimentos.<br />
• Resgatar a capacidade do estado de planejar, elaborar projetos e oferecer<br />
oportunidades de investimentos.<br />
• Desenvolver programas para atrair investimentos e buscar recursos para as<br />
regiões de baixo IDH, adotando-se para isso políticas de incentivos fiscais<br />
agressivas.<br />
• Elaborar política de desenvolvimento setorial e regio<strong>na</strong>l, que contemple a<br />
ampliação de pólos produtivos regio<strong>na</strong>is existentes e a formação de novos, bem<br />
como a descentralização dos investimentos para di<strong>na</strong>mizar todas as regiões do<br />
Estado.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d44 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
47
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48
Propostas para<br />
Aperfeiçoamento da<br />
Legislação Ambiental<br />
Brasileira<br />
Toda a sociedade<br />
tem direito ao<br />
meio ambiente<br />
ecologicamente<br />
equilibrado,<br />
sendo imposto à<br />
coletividade o dever<br />
de preservá-lo.<br />
(Constituição<br />
Federal, art. 225).<br />
As atividades agrícolas sempre foram<br />
orientadas à produção de alimentos,<br />
atendendo a crescente necessidade da<br />
população, proporcio<strong>na</strong>ndo a formação<br />
de empregos e fomentando o desenvolvimento<br />
da <strong>na</strong>ção.<br />
O Código Florestal, por sua vez, vigente<br />
a mais de quarenta anos, apesar<br />
das alterações, defende conceitos, como<br />
a Reserva Legal, que não mais se amolda<br />
a atual realidade.<br />
♦ Adoção do Sistema de Plantio Direto<br />
em 25 milhões de ha evitando perda<br />
de solo (20 a 40 ton/ha/ano), e contribuindo<br />
<strong>na</strong> redução da emissão de<br />
CO2 (29 a 40 milhões ton/ano).(Fed.<br />
Bras. de Plantio Direto).<br />
♦ Criação do Programa de Recolhimento<br />
de Embalagens Vazias de Defensivo<br />
Agrícola já recolheu mais de<br />
100 mil toneladas de embalagens e a<br />
taxa de retorno no ano passado foi de<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
49<br />
A agricultura brasileira passou por<br />
uma modernização tecnológica, incorporando<br />
novos conceitos <strong>na</strong> adequação<br />
dos sistemas produtivos, adequando-os<br />
à minimização dos impactos ao meio<br />
ambiente.<br />
Desta forma, as atividades passaram<br />
a ser direcio<strong>na</strong>das para o uso sustentável,<br />
conciliando a preservação dos recursos<br />
<strong>na</strong>turais à viabilidade econômica das<br />
atividades.<br />
Ações Positivas do Setor Rural:<br />
95% (INPEV).<br />
♦ Maior contribuição <strong>na</strong> Matriz<br />
Energética Renovável, sendo<br />
30% proveniente de biomassa, da<br />
qual 16% é com base <strong>na</strong> cultura<br />
da ca<strong>na</strong> de açúcar, 11% de lenha<br />
e carvão vegetal e 3% de outros<br />
(ANEEL).<br />
♦ No Brasil a substituição da gasoli<strong>na</strong><br />
pelo etanol pode reduzir em 73% as<br />
emissões de CO2 (EMBRAPA).<br />
Encarte Especial
A concentração demográfica nos espaços urbanos tem ocorrido<br />
de forma rápida e desorganizada, favorecendo o surgimento<br />
das invasões, fragilizando os serviços públicos, como a<br />
infraestrutura básica de saneamento e de coleta de lixo,<br />
potencializando os impactos ambientais.<br />
Impactos gerados <strong>na</strong>s Cidades:<br />
♦ Atualmente 82% da população está concentrada <strong>na</strong>s áreas urba<strong>na</strong>s (IBGE).<br />
♦ A poluição e mau uso dos recursos hídricos reduziram a qualidade da água em<br />
21% dos rios, principalmente <strong>na</strong>s áreas mais povoavas (ANA, 2009).<br />
♦ Estima-se que 48% da população têm coleta de esgoto (ANA, 2009).<br />
♦ A geração diária de lixo <strong>na</strong>s cidades brasileiras é superior a 125 mil toneladas,<br />
sendo que 30% é desti<strong>na</strong>do para os lixões, depósitos a céu aberto, sem nenhum<br />
tipo de tratamento (PNSB, 2000).<br />
♦ A maior fonte de poluição atmosférica é proveniente dos veículos (IBGE, 2008).<br />
Somente no Paraná são 3,9 milhões rodando <strong>na</strong>s ruas e destes, um milhão, está<br />
concentrado <strong>na</strong> Capital (FENABRAVE/PR).<br />
Premissas:<br />
♦ As cooperativas e os produtores são<br />
favoráveis à recuperação e a preservação<br />
do Meio Ambiente<br />
♦ A legislação ambiental brasileira necessita<br />
sofrer adequação visando sua<br />
modernização e flexibilização.<br />
♦ O meio rural e urbano, em conjunto,<br />
irão contribuir <strong>na</strong> recuperação e<br />
a preservação da reserva ambiental.<br />
Conceitos<br />
♦ Reserva Ambiental (RA): é a área de<br />
cobertura florestal do estado sob responsabilidade<br />
de toda a sociedade,<br />
sendo constituída pela soma das Áreas<br />
de Preservação Permanente (APP)<br />
com a Reserva Ambiental Coletiva<br />
(RAC), devendo compor no mínimo<br />
20% do território estadual.<br />
♦ Área de Preservação Permanente<br />
(APP): é a área protegida por vege-<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
50<br />
tação <strong>na</strong>tiva dentro da propriedade<br />
rural, com a função ambiental de preservar<br />
os recursos hídricos, a paisagem,<br />
a estabilidade geológica, a biodiversidade,<br />
o fluxo gênico de fau<strong>na</strong><br />
e flora, proteger o solo e assegurar o<br />
bem-estar das populações huma<strong>na</strong>s.<br />
As Áreas de Preservação Permanente<br />
são compostas por vegetações ao<br />
longo dos rios, <strong>na</strong>scentes, topos de<br />
morro, encostas, restingas, bordam<br />
de tabuleiros e altitudes superiores a<br />
1.800 metros.<br />
♦ Reserva Ambiental Coletiva (RAC): é a<br />
área de vegetação florestal, inclusive<br />
campos <strong>na</strong>tivos, localizada tanto no<br />
interior, quanto fora das propriedades<br />
rurais, necessária para compor o índice<br />
de Reserva Ambiental do Estado.<br />
Quando, no interior da propriedade,<br />
não serão consideradas como RAC, as<br />
áreas de preservação permanente. Por<br />
outro lado, quando fora das propriedades,<br />
serão consideradas como RAC as<br />
Unidades de Conservação, públicas<br />
ou privadas, Áreas Quilombolas, além<br />
de Terras Indíge<strong>na</strong>s.<br />
♦ Mata Ciliar: área coberta por vegetação<br />
<strong>na</strong>tiva ao longo dos rios ou de<br />
qualquer curso de água <strong>na</strong>tural.<br />
♦ Zoneamento Ecológico Econômico<br />
(ZEE): é um instrumento para planejar<br />
e orde<strong>na</strong>r o uso do território brasileiro,<br />
harmonizando a incidência das<br />
relações econômicas, sociais e ambientais,<br />
determi<strong>na</strong>ndo-se assim, o<br />
potencial agrícola por região.
A existência do ser humano, por si<br />
só, gera algum tipo de impacto ambiental<br />
ao planeta, sendo responsabilidade<br />
do mesmo, buscar o equilíbrio entre sua<br />
sobrevivência e o consumo sustentável<br />
dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />
Com foco no equilíbrio acima mencio<strong>na</strong>do,<br />
o legislador expressou <strong>na</strong> Constituição<br />
Federal Brasileira que toda a sociedade<br />
tem direito ao meio ambiente ecologicamente<br />
equilibrado, impondo à mesma o<br />
dever de preservá-lo (CF, Art. 225).<br />
No entanto, apesar do princípio constitucio<strong>na</strong>l<br />
indicado, <strong>na</strong> relação de uso e<br />
preservação dos recursos <strong>na</strong>turais - direito<br />
e dever de toda a sociedade - a legislação<br />
vigente quando não inviabiliza, em<br />
muito prejudica, o setor agropecuário.<br />
A normatização infraconstitucio<strong>na</strong>l<br />
atual, impõem aos produtores rurais,<br />
tanto a conservação das áreas de preservação<br />
permanente, quanto a manutenção<br />
do percentual referente à reserva legal,<br />
restringindo, desta maneira, o direito<br />
Constitucio<strong>na</strong>l da propriedade privada,<br />
limitando sua exploração.<br />
Por outro lado, o setor urbano não<br />
possui, proporcio<strong>na</strong>lmente ao rural, o<br />
mesmo ônus de preservar o meio ambiente,<br />
dever de toda a sociedade, previsto<br />
<strong>na</strong> Constituição Federal.<br />
Na relação entre o campo e a cidade,<br />
o urbano sempre mostrou uma<br />
dependência direta do meio rural, principalmente<br />
após a segunda guerra mundial,<br />
com o advento da industrialização.<br />
Neste sentido, para atender as crescentes<br />
necessidades sociais e econômicas da<br />
população urba<strong>na</strong>, o meio rural passou<br />
a orientar sua produção para satisfazer<br />
I. Ações positivas desenvolvidas pelo<br />
setor rural para preservação ambiental<br />
Nos campos de cultivo, para atender a crescente demanda da população pela<br />
produção de alimentos, tecnologias e novos conceitos foram adotados, visando<br />
adequar os sistemas produtivos a minimização dos impactos ao meio ambiente.<br />
Entre as principais ações que o setor rural vem adotando nos últimos anos,<br />
alterando o cenário econômico do campo e a forma de uso dos recursos <strong>na</strong>turais,<br />
destacam-se as seguintes:<br />
1<br />
Sistema de plantio<br />
direto <strong>na</strong> palha<br />
A adoção do sistema de plantio direto<br />
<strong>na</strong> palha tem sido reconhecido como<br />
um dos mais importantes programas<br />
ambientais adotados pelo setor produtivo,<br />
trazendo benefícios <strong>na</strong> conservação e<br />
manejo de solo e no desenvolvimento de<br />
uma agricultura sustentável.<br />
A tecnologia já é utilizada em mais<br />
de 25 milhões de hectares de terras produtivas,<br />
contribuindo para o manejo racio<strong>na</strong>l<br />
das bacias hidrográficas, evitando<br />
o assoreamento dos rios, com reflexos<br />
positivos <strong>na</strong> melhoria da qualidade e<br />
<strong>na</strong> disponibilidade da água para consumo.<br />
O sistema de plantio direto reduz a<br />
erosão lami<strong>na</strong>r em até 90%, evitando a<br />
perda de 20 a 40 toneladas de solo por<br />
hectare por ano (Federação Brasileira de<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
51<br />
as cidades, seja através da produção de<br />
itens para a exportação, matérias primas<br />
para o setor industrial, ou ainda, pela<br />
produção de alimentos.<br />
Plantio Direto <strong>na</strong> Palha).<br />
Nas usi<strong>na</strong>s hidrelétricas, constata-se<br />
outra conseqüência direta dos aspectos<br />
positivos resultantes da adoção do sistema<br />
de plantio direto. Na bacia hidrográfica<br />
que forma o lago de Itaipu a expectativa<br />
de vida útil da barragem, antes estimada<br />
entre 25 a 30 anos, passou para 65 a 70<br />
anos, devido à melhoria da qualidade da<br />
água e redução significativa de partículas<br />
sólidas dispersas <strong>na</strong> água do lago.<br />
A adoção do sistema de plantio direto<br />
<strong>na</strong> palha, também, contribui para<br />
a redução de gás carbônico lançado <strong>na</strong><br />
atmosfera. Na substituição ao sistema de<br />
plantio convencio<strong>na</strong>l, há uma redução de<br />
40% a 50% do uso de combustíveis fósseis,<br />
por conta da redução no número de<br />
operações, além de que, o novo modelo<br />
propicia incremento no teor de matéria orgânica<br />
<strong>na</strong>s camadas superficiais do solo<br />
Encarte Especial
(Federação Brasileira de Plantio Direto <strong>na</strong><br />
Palha). No mesmo sentido, segundo estudo<br />
desenvolvido pela EMBRAPA - Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária-,<br />
a adoção do sistema de plantio direto <strong>na</strong><br />
palha contribui <strong>na</strong> redução de 29 a 40 milhões<br />
de toneladas de CO2 por ano.<br />
2<br />
Programa de<br />
recolhimento de<br />
embalagens vazias de<br />
defensivos agrícolas<br />
Através do Programa de Recolhimento<br />
de Embalagens Vazias, que entrou em<br />
operação em março de 2002, no Brasil foram<br />
recolhidas mais de 100 mil toneladas<br />
de embalagens de defensivos agrícolas. A<br />
taxa de retorno (percentual de embalagens<br />
recolhidas), no ano de 2008, alcançou o<br />
patamar de 95%, tor<strong>na</strong>ndo o programa<br />
brasileiro o mais bem sucedido do mundo.<br />
Como comparativo, cita-se países<br />
desenvolvidos como Ca<strong>na</strong>dá, Japão e Estados<br />
Unidos em que a taxa de retorno não<br />
passa de 30% das embalagens.<br />
As embalagens recolhidas são direcio<strong>na</strong>das<br />
para reciclagem, sendo parte incinerada<br />
em local apropriado. O ganho ambiental,<br />
nos seis anos de existência do programa<br />
equivale, segundo o INPEV (Instituto Nacio<strong>na</strong>l<br />
de Processamento de Embalagens<br />
Vazias), ao plantio de 491 mil árvores, ou<br />
ainda, a 98 mil toneladas de CO2 (gás carbônico)<br />
a menos <strong>na</strong> atmosfera, principal gás<br />
responsável pelo efeito estufa. O programa,<br />
ainda, atende o viés social, proporcio<strong>na</strong>ndo<br />
a geração de aproximadamente 2,5 mil empregos<br />
diretos e indiretos.<br />
O programa, portanto, é um exemplo<br />
de sustentabilidade e trabalho onde todos<br />
da cadeia (agricultor – centrais de recepção<br />
– indústria) participam, transformando<br />
o que era lixo rural – contami<strong>na</strong>dor<br />
do meio ambiente-, em mercadoria útil,<br />
como a produção de tubos para fibra ótica,<br />
recipientes plásticos para lubrificantes<br />
e defensivos agrícolas, tubos para uso <strong>na</strong><br />
construção civil, dentre outras utilidades.<br />
3<br />
Matriz Energética<br />
Renovável<br />
Enquanto, por um lado, o desenvolvimento<br />
mundial está centrado, em grande<br />
parte, <strong>na</strong> dependência da energia fóssil,<br />
aproximadamente 80%, (reserva energética<br />
não renovável, comprometida a médio<br />
prazo e que contribui significativamente<br />
para o aumento da concentração de dióxido<br />
de carbono (CO2) <strong>na</strong> atmosfera), o Brasil,<br />
por sua vez, se destaca pela elevada participação<br />
das fontes renováveis, em torno de<br />
45%, em sua matriz energética, o percentual<br />
mais alto do mundo.<br />
O uso de fontes renováveis está diretamente<br />
ligado ao fato do Brasil possuir<br />
privilégios <strong>na</strong>turais em recursos hídricos,<br />
além de ser um grande país tropical,<br />
situação propicia, deste modo, para<br />
que as áreas rurais forneçam energia de<br />
biomassa (30%) para o desenvolvimento<br />
do país.<br />
A energia de biomassa produzida<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
52<br />
nos campos de cultivo do país, não está<br />
diretamente ligada à produção e consumo<br />
de alimentos, como é o caso dos<br />
EUA, <strong>na</strong>ção em que a produção de etanol<br />
tem como base a cultura do milho,<br />
principal fonte de carboidratos <strong>na</strong> alimentação<br />
huma<strong>na</strong> e animal. No Brasil,<br />
o consumo de energia proveniente de<br />
biomassa, segundo dados do Ministério<br />
de Mi<strong>na</strong>s e Energia, é proveniente da ca<strong>na</strong>-de-açúcar<br />
(16%), da lenha e carvão<br />
vegetal (11%) e de outros (3%).<br />
O cultivo da ca<strong>na</strong>-de-açúcar gera<br />
não só energia como combustível automotivo,<br />
mas também energia elétrica<br />
proveniente de bagaço da ca<strong>na</strong>. Como<br />
combustível automotivo, a substituição<br />
da gasoli<strong>na</strong> pelo etanol de ca<strong>na</strong>-de-açúcar,<br />
proporcio<strong>na</strong> a redução de 73% em<br />
emissões de CO2 <strong>na</strong> atmosfera. Em relação<br />
ao diesel, a redução seria de 68%<br />
das emissões (EMBRAPA AGROBIO-<br />
LOGIA, 2009). Tratando-se de energia<br />
elétrica proveniente do bagaço, já existe<br />
um potencial técnico de co-geração de<br />
excedente de energia elétrica de 3.851<br />
MW, no setor sucroalcooleiro do Brasil<br />
(CENBIO - Centro Nacio<strong>na</strong>l de Referência<br />
em Biomassa e ANEEL, 2002).<br />
A modernização da industrialização<br />
da ca<strong>na</strong>-de-açúcar permite a utilização<br />
dos resíduos e efluentes desta fonte<br />
energética, visando a geração de energia<br />
e fertilização do solo. Para se ter<br />
idéia, <strong>na</strong> década de 80, quando foram<br />
implantadas as primeiras indústrias de<br />
produção de etanol, para cada litro de
etanol produzido eram gerados 16 litros<br />
de vinhaça, que pelo seu grande volume<br />
era de difícil utilização como fertilizante<br />
e acabava sendo lançado nos rios. Atualmente,<br />
a produção de vinhaça reduziu<br />
em 50%.<br />
Em 1990 para cada tonelada de ca<strong>na</strong><br />
processada era captado 5,6 m3 de água,<br />
consumido 1,8 m3 e lançado 3,8 m3. Em<br />
2008, a meta é de captação de 1,0 m3/<br />
tonelada, consumo de 1,0 m3 e lançamento<br />
de zero.<br />
4<br />
Recuperação de<br />
Nascentes e Matas<br />
Ciliares<br />
A água, além de ser o principal recurso<br />
<strong>na</strong>tural utilizado <strong>na</strong> produção dos<br />
alimentos, é imprescindível para o consumo<br />
doméstico, a manutenção de atividades<br />
econômicas e o equilíbrio dos<br />
ecossistemas <strong>na</strong>turais.<br />
Visando a tutela deste recurso, existem<br />
diversos projetos que objetivam a<br />
preservação e a recuperação de <strong>na</strong>scentes,<br />
considerando tanto o volume, quanto<br />
a qualidade, da água disponível. Esses<br />
programas beneficiam toda a sociedade,<br />
proporcio<strong>na</strong>ndo a recuperação e a manutenção<br />
das <strong>na</strong>scentes e matas ciliares, o<br />
tratamento dos efluentes além da conservação<br />
das florestas.<br />
Alguns Estados da Federação, também<br />
<strong>na</strong> intenção de preservar, trabalham<br />
<strong>na</strong> recuperação da vegetação às margens<br />
de rios. Como exemplo, no Paraná foram<br />
plantadas mais de 80 milhões de mudas,<br />
garantindo, desta forma, a recomposição<br />
florestal e a qualidade da água à população<br />
e ao meio ambiente.<br />
A recuperação da vegetação às margens<br />
de rios no Estado do Paraná, ocorre<br />
através do plantio de mudas <strong>na</strong>tivas e pelo<br />
abandono das áreas para que a vegetação<br />
se recomponha <strong>na</strong>turalmente (Secretaria<br />
de Estadual de Meio Ambiente e Recursos<br />
Hídricos). A iniciativa, em razão da repercussão<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, recebe apoio da<br />
Convenção da Diversidade Biológica da<br />
Organização das Nações Unidas (ONU).<br />
5<br />
Pagamento por<br />
Serviços Ambientais<br />
O pagamento por serviços ambientais<br />
é um instrumento de gestão, fundamentado<br />
<strong>na</strong> compensação fi<strong>na</strong>nceira, que visa,<br />
sobretudo, a conservação das florestas e<br />
fontes de água, assim como, uma maior<br />
sustentabilidade socioambiental <strong>na</strong>s<br />
propriedades rurais. A alter<strong>na</strong>tiva é para<br />
que os agricultores, vistos como produtores<br />
de alimentos, passem também a ser<br />
produtores de água e biodiversidade.<br />
No Brasil o Projeto “Conservador<br />
das Águas”, implantado pela Prefeitura<br />
Municipal de Extrema - MG, tem sido um<br />
exemplo para outras cidades. O programa<br />
compensa fi<strong>na</strong>nceiramente os produtores<br />
rurais que praticam ações de conservarão<br />
das matas ciliares, protegendo,<br />
desta forma, os recursos hídricos que<br />
fornecem água para o sistema Cantareira<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
53<br />
que é responsável pelo abastecimento<br />
de 50% da população de São Paulo. O<br />
Programa tem como parceiros a SABESP,<br />
a Agência Nacio<strong>na</strong>l de Águas e a TNC –<br />
The Nature Conservancy. Com esta iniciativa,<br />
a prefeitura almeja a implementação<br />
de micro-corredores ecológicos e a<br />
proteção dos recursos hídricos da bacia,<br />
através da redução, tanto da poluição decorrente<br />
dos processos erosivos, quanto<br />
da falta de saneamento ambiental.<br />
No Paraná, o pagamento por serviços<br />
ambientais também já é realidade. A<br />
prefeitura Municipal de Apucara<strong>na</strong>, em<br />
parceria com a SANEPAR, implantou o<br />
Projeto denomi<strong>na</strong>do OÁSIS. O objetivo do<br />
programa é atingir as três bacias (Pirapó,<br />
Tibagi e Ivaí) que passam pelo Município.<br />
Nesta fase, o projeto beneficiará 550 propriedades,<br />
protegendo as <strong>na</strong>scentes em<br />
uma área de 170 quilômetros quadrados<br />
da bacia do Pirapó. Para a viabilidade do<br />
projeto, a SANEPAR repassa mensalmente<br />
ao Fundo Municipal de Meio Ambiente<br />
de Apucara<strong>na</strong>, 0,8% do que é faturado<br />
<strong>na</strong> cidade. O repasse fi<strong>na</strong>nceiro é uma<br />
retribuição para aqueles que deixaram de<br />
produzir em uma determi<strong>na</strong>da área, uma<br />
vez que esta foi preservada em benefício<br />
de toda a coletividade.<br />
Neste sentido, o Estado do Espírito<br />
Santo, também passou a remunerar o<br />
produtor rural que preserva as florestas,<br />
através do Projeto Produtores de Água.<br />
Os valores desti<strong>na</strong>dos aos agricultores<br />
são provenientes, tanto de royalties de petróleo<br />
e gás, quanto de compensação fi-<br />
Encarte Especial
<strong>na</strong>nceira do setor hidroelétrico.<br />
6<br />
Transferência de<br />
Tecnologias<br />
O setor cooperativista do Paraná é<br />
referência no fomento de moder<strong>na</strong>s tecnologias<br />
de produção, <strong>na</strong> transferência de<br />
novos conhecimentos e experiências, <strong>na</strong><br />
melhoria dos sistemas de produção, no<br />
uso adequado de insumos, no manejo integrado<br />
de pragas e especialmente, no uso de<br />
tecnologias, tanto de cultivo mínimo, quanto<br />
de conservação e melhoria dos solos.<br />
A transferência de tecnologia é realizada<br />
por uma equipe técnica composta<br />
por mais de 1.300 profissio<strong>na</strong>is, que<br />
atendem a 125.000 produtores rurais no<br />
Paraná (OCEPAR, 2008).<br />
As cooperativas possuem, ainda, profissio<strong>na</strong>is<br />
especializados <strong>na</strong> área ambiental,<br />
que levam aos agricultores, tecnologias<br />
para o aperfeiçoamento dos sistemas<br />
de produção, informações sobre a adequação<br />
das propriedades rurais ao meio<br />
ambiente, além de desenvolver ações de<br />
educação ambiental junto à comunidade.<br />
7<br />
Mecanismo de<br />
Desenvolvimento<br />
Limpo<br />
Na linha do gerenciamento climático,<br />
o setor produtivo rural adota novos<br />
modelos de desenvolvimento, viabilizando<br />
a implementação de práticas sustentáveis.<br />
O objetivo é implantar Mecanis-<br />
mos de Desenvolvimento Limpo (MDL)<br />
que reduzam a poluição atmosférica e o<br />
desequilíbrio climático.<br />
Várias cooperativas e agroindústrias<br />
no Paraná desenvolvem Mecanismos<br />
de Desenvolvimento Limpo (MDL), que<br />
visam não só a redução da emissão de<br />
gases responsáveis pelo efeito estufa,<br />
mas também, a geração de energia, para<br />
pequeno consumo, através do tratamento<br />
dos dejetos de animais.<br />
O crescimento exagerado das cidades<br />
é um fenômeno que vem aumentando<br />
década após década. Nos anos cinqüenta,<br />
os centros urbanos, respondiam por<br />
ape<strong>na</strong>s 36% da população total do país,<br />
enquanto que <strong>na</strong> atualidade, atingem 82%<br />
da população brasileira, já ultrapassando<br />
os 137 milhões de pessoas (Censo IBGE).<br />
No âmbito global, segundo projeções da<br />
Organização das Nações Unidas a população<br />
urba<strong>na</strong> poderá chegar a 93% da<br />
população até 2050, chegando a aproximadamente:<br />
237 milhões de pessoas morando<br />
<strong>na</strong>s cidades. (ONU, 2005).<br />
A alteração <strong>na</strong> distribuição da população,<br />
do meio rural para o setor urbano,<br />
acarretando a concentração da densidade<br />
demográfica <strong>na</strong>s cidades, tem ocorrido de<br />
forma rápida e desorganizada. Este fenômeno<br />
(êxodo rural) favorece a formação<br />
de favelas nos morros e às invasões <strong>na</strong>s<br />
regiões metropolita<strong>na</strong>s, sobrecarregando,<br />
em muito, a gestão dos serviços públicos,<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
54<br />
Do mesmo modo, o uso da floresta<br />
no aproveitamento de créditos de carbono<br />
é considerado um Mecanismo de<br />
Desenvolvimento Limpo. Dentre as metodologias<br />
possíveis, atualmente cita-se<br />
a recuperação das áreas de mata ciliares.<br />
O projeto, ainda em fase de implantação,<br />
proporcio<strong>na</strong>rá aos produtores rurais um<br />
relevante incentivo econômico, visando<br />
à recuperação das matas ciliares presentes<br />
em suas propriedades.<br />
II. Impactos provocados pelo meio<br />
urbano <strong>na</strong> preservação ambiental<br />
como o saneamento básico e a coleta de<br />
resíduos dos centros urbanos, potencializando,<br />
desta forma, os impactos negativos<br />
ao meio ambiente.<br />
A<strong>na</strong>lisando a situação de todas as<br />
bacias hidrográficas brasileiras, há a<br />
constatação de que a poluição e mau<br />
uso dos recursos hídricos reduziram<br />
a qualidade das águas em 21% dos<br />
rios do País. Os piores índices concentram-se<br />
justamente <strong>na</strong>s áreas mais<br />
populosas. Em São Paulo, a Bacia do<br />
Alto Tietê e os cinco rios, estão entre<br />
os que têm a pior qualidade. Na região<br />
metropolita<strong>na</strong> de Porto Alegre, a bacia<br />
do Gravataí e dos Sinos são as que<br />
apresentam maior grau de poluição<br />
(ANA - Conjuntura dos Recursos Hídricos<br />
no Brasil, 2009).<br />
Um dos grandes fatores de contami<strong>na</strong>ção<br />
dos recursos hídricos tem sido<br />
a falta de coleta de esgoto doméstico. No<br />
Brasil, estima-se que 48% da população
têm coleta de esgoto, sendo que 21%<br />
utilizam fossa séptica. Considerando o<br />
total de esgoto coletado, ape<strong>na</strong>s 20% recebem<br />
algum tipo de tratamento, sendo<br />
o restante jogado diretamente nos rios.<br />
As zo<strong>na</strong>s metropolita<strong>na</strong>s de São Paulo,<br />
Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e<br />
Vitória são as que estão hoje em situação<br />
preocupante (ANA - Conjuntura dos Recursos<br />
Hídricos no Brasil, 2009).<br />
Em contrapartida, iniciativas tímidas<br />
têm sido adotadas para despoluir e melhorar<br />
as condições dos rios urbanos.<br />
Como exemplo em Curitiba, no Rio Belém,<br />
tem-se desenvolvido atividades junto<br />
à população local, conscientizando-os<br />
sobre a importância de não poluir o rio.<br />
Pelo projeto, estima-se que, deixando a<br />
população de poluir, o rio Belém poderá<br />
voltar a ter águas cristali<strong>na</strong>s e animais<br />
aquáticos em um período de 04 anos<br />
(Jor<strong>na</strong>l Estado do Paraná).<br />
A SABESP (Companhia de Saneamento<br />
Básico do Estado de São Paulo)<br />
coleta 84% do esgoto produzido <strong>na</strong> região<br />
metropolita<strong>na</strong> de São Paulo, tratando<br />
ape<strong>na</strong>s 68% deste volume, portanto,<br />
ainda são despejados, diariamente, nos<br />
rios Pinheiros e Tiête, cerca de 1,67<br />
bilhão de litros de esgoto. Não obstante,<br />
a SABESP retira, todos os dias, dos<br />
referidos rios, 100 toneladas de resíduos<br />
sólidos. Atualmente estes rios são<br />
classificados em nível 4, ou seja, quase<br />
impossíveis de serem tratados (GLOBO.<br />
COM - 09/04/2009).<br />
Se por um lado, no setor rural é obri-<br />
gatória a manutenção das matas ciliares<br />
protegendo os rios, <strong>na</strong>scentes e lagos;<br />
no ambiente urbano tal regramento não<br />
é cumprido. Como exemplo, cita-se as<br />
margens do rio Tiete em São Paulo, Rio<br />
Belém em Curitiba, entre outros casos.<br />
Uma das causas, constatada no setor<br />
urbano, de desrespeito à mata ciliar, é a<br />
expansão da construção civil, que ocorre<br />
<strong>na</strong> maioria das cidades de forma desorde<strong>na</strong>da<br />
e à margem da legalidade.<br />
A geração de lixo <strong>na</strong>s cidades brasileiras,<br />
segundo dados da última Pesquisa<br />
Nacio<strong>na</strong>l de Saneamento Básico (IBGE,<br />
2000), é superior a 125 mil toneladas por<br />
dia. Destas, ao menos 30% é desti<strong>na</strong>do<br />
para os lixões e depósitos a céu aberto,<br />
sem nenhum tipo de tratamento.<br />
Alguns municípios, por outro lado,<br />
<strong>na</strong> tentativa de minimizar o problema,<br />
possuem aterros sanitários, inclusive com<br />
projetos de mecanismo de desenvolvimento<br />
limpo. De qualquer forma, a reciclagem,<br />
que seria o melhor destino para<br />
o lixo urbano ainda é mínima, ape<strong>na</strong>s 6%<br />
das cidades do país possuem programas<br />
de coleta seletiva estruturada para reciclar<br />
os detritos gerados pela sua população.<br />
As pilhas e baterias contêm metais<br />
pesados como chumbo, cádmio, arsênio<br />
e mercúrio, razão pela qual, são consideradas<br />
perigosas fontes de contami<strong>na</strong>ção.<br />
Apesar do órgão competente, através de<br />
resolução específica (CONAMA 257/99 e<br />
401/08), responsabilizando os fabricantes<br />
e importadores pela coleta e armaze<strong>na</strong>mento<br />
destes produtos, pouco se vê da<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
55<br />
efetividade das normativas, uma vez que,<br />
em grande parte, as pilhas e baterias são<br />
descartadas em lixões e aterros sanitários.<br />
A exposição aos metais pesados, por<br />
sua vez, pode ocasio<strong>na</strong>r vários tipos de<br />
câncer, problemas no sistema nervoso<br />
central, nos rins, no fígado, nos pulmões,<br />
além de provocar má-formação de fetos.<br />
Não obstante, ao infiltrarem no solo,<br />
comprometem os ma<strong>na</strong>nciais e, assim,<br />
entram <strong>na</strong> cadeia alimentar, atingindo o<br />
meio ambiente de forma generalizada.<br />
No Brasil, através da pesquisa de<br />
Indicadores do Desenvolvimento Sustentável<br />
(IBGE, 2008), demonstrouse<br />
que o maior causador da poluição<br />
atmosférica é o aumento <strong>na</strong> frota de<br />
veículos. Esta situação compromete<br />
principalmente a qualidade do ar das<br />
grandes cidades, em razão da emissão<br />
de poluentes como o dióxido de carbono.<br />
Em 2007, conforme a FENABRAVE/<br />
PR, no Paraná, registrou-se uma frota<br />
de 3,9 milhões de veículos, sendo um<br />
milhão registrado, ape<strong>na</strong>s, em Curitiba.<br />
Situação preocupante, uma vez que contribui<br />
exponencialmente para o aumento<br />
da concentração dos poluentes atmosféricos,<br />
intensificando, desta maneira, os<br />
problemas do efeito estufa.<br />
A poluição atmosférica é, também,<br />
conseqüência das instalações industriais<br />
e da queima indiscrimi<strong>na</strong>da do<br />
lixo, formas de poluição que contribuem<br />
para a concentração de monóxido e dióxido<br />
de carbono, dióxido de enxofre,<br />
monóxido de nitrogênio, chumbo, entre<br />
Encarte Especial
outros gases. Estas fontes poluidoras<br />
ocasio<strong>na</strong>m o aumento de problemas respiratórios<br />
nos seres humanos, além da<br />
formação das chuvas ácidas.<br />
Ainda tratando dos problemas ambientais<br />
urbanos, verifica-se que a baixa<br />
III. Propostas para atualização da<br />
legislação ambiental<br />
A presente legislação ambiental tem sido implementada, sem levar em conta<br />
critérios técnicos atualizados e, tão pouco, tem observado o impacto social e econômico<br />
envolvido <strong>na</strong> sua exteriorização.<br />
A atualização da legislação florestal brasileira é imprescindível para a melhoria<br />
da gestão dos recursos ambientais, assim como, para a sustentabilidade das atividades<br />
rurais. As discussões, acerca do tema, devem ser amparadas de maneira<br />
técnica, buscando o equilíbrio, entre a produção de alimentos e a conservação<br />
dos recursos <strong>na</strong>turais. Desta maneira, será possível resgatar o princípio básico<br />
da gestão ambiental, proporcio<strong>na</strong>ndo ações ambientalmente corretas, socialmente<br />
justas e economicamente viáveis.<br />
Sendo assim, o setor cooperativista para<strong>na</strong>ense traz suas contribuições para a<br />
evolução das discussões e para a atualização da legislação ambiental brasileira.<br />
01 Conceitos<br />
I. Reserva Ambiental (RA): é a área de<br />
cobertura florestal do estado sob responsabilidade<br />
de toda a sociedade,<br />
sendo constituída pela soma das Áreas<br />
de Preservação Permanente (APP)<br />
e a Reserva Ambiental Coletiva (RAC),<br />
devendo compor no mínimo 20% do<br />
território Estadual.<br />
II. Área de Preservação Permanente<br />
(APP): é a área protegida por vegetação<br />
<strong>na</strong>tiva dentro da propriedade rural,<br />
com a função ambiental de preservar<br />
arborização e por outro lado, a alta concentração<br />
de asfalto e concreto, ocasio<strong>na</strong><br />
a impermeabilização do solo e concentração<br />
de calor nos centros urbanos,<br />
resultando em enchentes e formação de<br />
bolsões de calor.<br />
os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade<br />
geológica, a biodiversidade,<br />
o fluxo gênico de fau<strong>na</strong> e flora, de proteger<br />
o solo e assegurar o bem-estar<br />
do ser humano. As APPs são formadas<br />
pela vegetações ao longo dos rios,<br />
<strong>na</strong>scentes, topos de morro, encostas,<br />
restingas, bordas de tabuleiros e altitudes<br />
superiores a 1.800 metros.<br />
III. Reserva Ambiental Coletiva (RAC): é a<br />
área de vegetação florestal, inclusive<br />
campos <strong>na</strong>tivos, localizada tanto no<br />
interior, quanto fora das propriedades<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
56<br />
Desta maneira, conclui-se que tanto<br />
no meio rural, quanto <strong>na</strong>s cidades, há<br />
impactos negativos ao meio ambiente.<br />
Todavia, verifica-se um maior percentual<br />
de ações, voltadas à preservação ao<br />
meio ambiente, no setor rural.<br />
rurais, necessária para compor o índice<br />
de Reserva Ambiental do Estado.<br />
Quando, no interior da propriedade,<br />
não serão consideradas como RAC,<br />
as áreas de preservação permanente.<br />
Por outro lado, quando fora das propriedades,<br />
serão consideradas como<br />
RAC as Unidades de Conservação,<br />
públicas ou privadas, Áreas Quilombolas,<br />
além de Terras Indíge<strong>na</strong>s.<br />
IV. Mata Ciliar: é a área coberta por vegetação<br />
<strong>na</strong>tiva ao longo dos rios ou<br />
de qualquer curso de água <strong>na</strong>tural.<br />
V. Zoneamento Ecológico Econômico<br />
(ZEE): é um instrumento para planejar<br />
e orde<strong>na</strong>r o uso do território brasileiro,<br />
harmonizando a incidência<br />
das relações econômicas, sociais e<br />
ambientais, determi<strong>na</strong>ndo-se assim,<br />
o potencial agrícola por região.<br />
02<br />
Reserva<br />
ambiental<br />
A expressão de Reserva Ambiental é<br />
um novo conceito, referente à cobertura<br />
florestal estadual sob responsabilidade<br />
de toda a sociedade, necessária ao<br />
uso sustentável dos recursos <strong>na</strong>turais,<br />
à conservação e reabilitação dos processos<br />
ecológicos, à conservação da
iodiversidade e ao abrigo e proteção de<br />
fau<strong>na</strong> e flora <strong>na</strong>tiva.<br />
A reforma no dispositivo legal, criando<br />
o conceito de Reserva Ambiental, visa<br />
a preservação de uma cobertura florestal<br />
mínima para o estado, buscando sobre<br />
maneira, o cumprimento do preceito constitucio<strong>na</strong>l<br />
de que a preservação do meio<br />
ambiente é uma responsabilidade tanto do<br />
meio urbano, quanto do meio rural.<br />
Desta maneira, objetiva-se conciliar a<br />
preservação dos recursos <strong>na</strong>turais à viabilidade<br />
econômica das atividades, alcançando<br />
aos anseios de sustentabilidade da<br />
sociedade brasileira como um todo.<br />
Propostas:<br />
♦ Aos produtores rurais caberá a preservação<br />
e recuperação das áreas de preservação<br />
permanente de suas propriedades.<br />
♦ Caberá à Sociedade, sob coorde<strong>na</strong>ção<br />
da Administração Direta (Município,<br />
Estado e Federação), com a<br />
participação dos Comitês Municipais<br />
de Meio Ambiente, a obrigatoriedade<br />
de complementar o índice de Reserva<br />
Ambiental, denomi<strong>na</strong>da Reserva<br />
Coletiva, necessária e suficiente para<br />
garantir um mínimo de 20% da cobertura<br />
florestal no Estado.<br />
♦ Os produtores rurais que tiverem<br />
suas atividades inviabilizadas economicamente<br />
pelas exigências da<br />
legislação ambiental serão remunerados<br />
por meio de pagamento pelos<br />
serviços ambientais prestados.<br />
♦ A propriedade que apresentar área<br />
florestal, que não se enquadre como<br />
área de preservação permanente, poderá<br />
preservá-la em benefício da Coletividade,<br />
recebendo benefícios diretos<br />
ou indiretos para sua manutenção.<br />
♦ Em se tratando de pequenos fragmentos<br />
florestais, isolados em áreas de cultivo,<br />
será permitida a realocação destas<br />
áreas mediante projeto técnico, desde<br />
que comprovado o ganho ambiental.<br />
03<br />
Reserva ambiental<br />
coletiva<br />
A Reserva Ambiental Coletiva é a<br />
área de vegetação necessária para compor<br />
o índice mínimo de 20% de cobertura<br />
florestal do Estado, sob responsabilidade<br />
de toda a Sociedade. Para formação<br />
destas áreas poderão ser utilizados tanto<br />
os excedentes florestais do interior da<br />
propriedade, quanto os condomínios florestais<br />
e as unidades de conservação, a<br />
serem definidas pelas diretrizes do Zoneamento<br />
Ecológico Econômico.<br />
Toda forma de vegetação florestal, no<br />
interior da propriedade, <strong>na</strong>tiva ou consorciada<br />
com espécies exóticas, inclusive<br />
campos <strong>na</strong>tivos, com exceção das áreas<br />
de preservação permanente, será considerada<br />
parte da Reserva Ambiental Coletiva.<br />
As propriedades rurais que possuírem<br />
excedentes florestais conservados<br />
poderão ser remunerados por serviços<br />
ambientais prestados ou, ainda, fazer o<br />
uso econômico sustentável, através do<br />
manejo de espécies <strong>na</strong>tivas, permitido<br />
o cultivo de frutíferas, or<strong>na</strong>mentais ou<br />
industriais, compostas por espécies exó-<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
57<br />
ticas, cultivadas em sistema intercalar ou<br />
em consórcio com espécies <strong>na</strong>tivas.<br />
Propostas:<br />
♦ Incentivar a formação de Reserva Ambiental<br />
Coletiva atendendo as áreas de<br />
relevante interesse ecológico apontadas<br />
pelo Estado, usando as diretrizes<br />
do Zoneamento Ecológico Econômico.<br />
♦ A Reserva Ambiental Coletiva constituída<br />
com espécies <strong>na</strong>tivas, obedecendo<br />
às diretrizes do Zoneamento Econômico<br />
Ecológico, serão remuneradas pela<br />
prestação de serviços ambientais.<br />
♦ Permitir o uso econômico da Reserva<br />
Ambiental Coletiva, quando implantada<br />
com espécies <strong>na</strong>tivas consorciadas e<br />
espécies exóticas em sistema multiestrata.<br />
Neste caso não haverá remuneração<br />
por serviços ambientais prestados.<br />
♦ A Reserva Ambiental Coletiva, quando<br />
pública, será voltada unicamente<br />
para a conservação dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />
Estas áreas poderão receber<br />
recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l do Meio<br />
Ambiente para sua manutenção.<br />
04<br />
Áreas de<br />
preservação<br />
permanente<br />
O código florestal enquadra como<br />
área de preservação permanente, as vegetações<br />
ao longo dos rios, <strong>na</strong>scentes,<br />
topos de morro, encostas, restingas, bordas<br />
de tabuleiros e altitudes superiores a<br />
1.800 metros.<br />
Encarte Especial
A recomposição e manutenção das<br />
áreas de preservação permanente serão<br />
realizadas com espécies florestais <strong>na</strong>tivas<br />
e demais formas de vegetação <strong>na</strong>tural,<br />
visando a preservação dos recursos<br />
hídricos, da paisagem, da estabilidade<br />
geológica, da biodiversidade, do fluxo<br />
gênico de fau<strong>na</strong> e flora, além de proteger<br />
o solo e assegurar o bem-estar do ser<br />
humano.<br />
Propostas:<br />
♦ Permitir o uso econômico das áreas<br />
de preservação permanente, para que<br />
seja possível no mínimo, a exploração<br />
extrativista como a coleta de frutos,<br />
folhas, cascas, sementes e essências<br />
florestais, desde que não ocorra a supressão<br />
e não comprometa a regeneração<br />
e manutenção ao longo prazo da<br />
vegetação <strong>na</strong>tiva.<br />
♦ Estimular o desenvolvimento de novas<br />
metodologias para que se possa<br />
viabilizar o mecanismo de desenvolvimento<br />
limpo (MDL) em projetos de<br />
seqüestro de carbono.<br />
♦ Permitir aos produtores rurais que<br />
continuem a utilizar as Áreas de Preservação<br />
Permanente, localizadas em<br />
topos de morros e encostas, consolidadas<br />
e em uso, desde que utilizem<br />
práticas agrícolas tecnicamente adequadas<br />
ao ambiente local.<br />
♦ Alterar as faixas de vegetação margi<strong>na</strong>l<br />
ao longo dos cursos hídricos para<br />
o equivalente à metade da largura do<br />
rio, respeitando uma faixa de vegeta-<br />
ção mínima de 5 metros e máxima de<br />
100 metros em cada margem.<br />
05<br />
Uso das áreas<br />
consolidadas<br />
Conforme texto da Constituição Federal,<br />
a Lei não prejudicará o direito adquirido,<br />
o ato jurídico perfeito e a coisa<br />
julgada. Desta maneira, protegeu-se a<br />
segurança do cidadão, limitando a retroatividade<br />
da lei, impedindo o desrespeito<br />
a situações jurídicas já consolidadas<br />
pelo tempo.<br />
O princípio do direito adquirido é<br />
preceito fundamental de um estado democrático<br />
de direito. Todavia <strong>na</strong> prática,<br />
tratando-se deste preceito, muitos proprietários<br />
de terras no Brasil são desrespeitados.<br />
Desta maneira, o instituto do direito<br />
adquirido deve, sob o viés constitucio<strong>na</strong>l,<br />
atender ao produtor rural, em toda<br />
e qualquer situação que caracterize<br />
retroatividade de lei que possa vir a<br />
prejudicar-lhe.<br />
Proposta:<br />
♦ Assegurar aos produtores rurais o direito<br />
de uso das áreas consolidadas,<br />
não podendo a lei retroagir em seu<br />
prejuízo, impedindo a punição daqueles<br />
que as utilizam e que, em razão de<br />
alteração, superveniente, de texto de<br />
lei, passaram a ter passivos ambientais.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
58<br />
06<br />
Zoneamento<br />
ecológico<br />
econômico<br />
O Zoneamento Ecológico Econômico<br />
(ZEE) deverá ser utilizado para<br />
planejar e orde<strong>na</strong>r as atividades no<br />
Estado, considerando as relações econômicas,<br />
sociais e ambientais.<br />
Na determi<strong>na</strong>ção dos ZEE serão utilizados<br />
estudos de solo, topografia, conservação,<br />
preservação ambiental, informações<br />
climáticas, aptidão agrícola, cobertura vegetal<br />
e potencial social para diferentes atividades,<br />
aliando a produção de alimentos,<br />
conservação do meio ambiente e a viabilidade<br />
do homem no campo.<br />
Com a formatação do zoneamento<br />
será possível determi<strong>na</strong>r o potencial<br />
agrícola por região, ou seja, limitações<br />
de uso do solo para atividades agropecuárias,<br />
as causas da poluição ambiental<br />
e as áreas com fragilidade à erosão do<br />
solo. Parâmetros que podem ser utilizados<br />
no controle de problemas, aumentando<br />
a produtividade e mantendo a<br />
qualidade de produção.<br />
Propostas:<br />
♦ Implementar o Zoneamento Ecológico<br />
Econômico (ZEE) concedendo aos Estados<br />
e Municípios a autonomia para<br />
desenvolvimento de políticas de gestão<br />
das atividades para a respectiva região.<br />
♦ Dar prioridade à aprovação do Zoneamento<br />
Ecológico Econômico, para
que assim, seja possível determi<strong>na</strong>r<br />
o potencial agrícola por região, possibilitando<br />
indicar as potenciais áreas<br />
de recuperação florestal, sem prejuízo<br />
das áreas de cultivo.<br />
07<br />
Formação de<br />
fundo para<br />
pagamento<br />
por serviços<br />
ambientais<br />
O pagamento por serviços ambientais<br />
tem se demonstrado uma opção para<br />
a conservação da biodiversidade, dos<br />
recursos hídricos e da paisagem, diretriz<br />
que tem sido amplamente apoiada pela<br />
FAO (Food and Agriculture Organization<br />
of the United Nations). Neste sentido,<br />
existem casos de sucesso <strong>na</strong> América<br />
Lati<strong>na</strong> e inclusive no Brasil, de projetos<br />
já implantados, que apresentaram resultados<br />
significativos, quanto aos aspectos<br />
ambientais, sociais e econômicos.<br />
Inúmeros produtores rurais preservaram<br />
maciços florestais <strong>na</strong>tivos oferecendo<br />
serviços fundamentais para a<br />
sociedade, deixando, assim, de utilizar<br />
suas terras para a produção de alimentos<br />
e desenvolvimento econômico.<br />
Mediante este instrumento positivo,<br />
une-se a aplicação dos princípios de<br />
“usuário-pagador”, do “provedorrecebedor”<br />
e da preservação. Esta<br />
abordagem de conservação ambiental<br />
busca valorar os recursos <strong>na</strong>turais,<br />
compensando fi<strong>na</strong>nceiramente aquele<br />
que preservar.<br />
Com o intuito de desti<strong>na</strong>r recursos,<br />
tanto à recuperação, preservação e conservação<br />
da Reserva Ambiental Coletiva,<br />
quanto aos proprietários rurais que em<br />
razão das exigências da legislação ambiental<br />
tiverem suas atividades inviabilizadas<br />
economicamente, será possibilitado<br />
o ressarcimento fi<strong>na</strong>nceiro através de<br />
um fundo específico.<br />
a) Fundo Nacio<strong>na</strong>l de<br />
Meio Ambiente<br />
O Fundo Nacio<strong>na</strong>l de Meio Ambiente<br />
foi instituído pela lei 7.797/1989,<br />
tendo como objetivo a preservação do<br />
meio ambiente. Os recursos são provenientes<br />
da dotação orçamentária da<br />
União e da contribuição de pessoas<br />
físicas e jurídicas, inclusive de paises<br />
estrangeiros.<br />
Propostas:<br />
♦ Alterar o artigo 5º da lei 7.797/89,<br />
considerando prioritária a aplicação<br />
dos recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l do<br />
Meio Ambiente em áreas de Reserva<br />
Ambiental, possibilitando o ressarcimento<br />
ao produtor rural pela prestação<br />
de serviços ambientais.<br />
♦ Alterar o artigo 3º da lei 7.797/89,<br />
contemplando a formação de comitês<br />
municipais para gerir a aplicação<br />
dos recursos arrecadados através do<br />
fundo.<br />
♦ Instituir a criação de comitês munici-<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
59<br />
pais de meio ambiente, com a participação<br />
paritária do setor produtivo<br />
rural e urbano.<br />
b) ICMS Ecológico<br />
Utilizar o ICMS Ecológico como<br />
alter<strong>na</strong>tiva para estimular ações ambientais<br />
nos municípios. As áreas de preservação<br />
permanente devem ser inseridas<br />
no atual conceito de Unidades de<br />
Conservação Ambiental, possibilitando<br />
desta maneira, que o agricultor seja ressarcido<br />
através deste tributo.<br />
Propostas:<br />
♦ Ampliar o conceito de Unidades de<br />
Conservação Ambiental, para que o<br />
ICMS Ecológico também seja desti<strong>na</strong>do<br />
a beneficiar os proprietários de<br />
terra que mantém áreas de preservação<br />
permanente.<br />
♦ Criar comitês municipais, com a<br />
participação do setor produtivo rural,<br />
para gerenciar a desti<strong>na</strong>ção dos<br />
recursos arrecadados.<br />
c) Contribuição da<br />
Sociedade<br />
Para a manutenção e conservação<br />
da Reserva Ambiental Coletiva é imprescindível<br />
a arrecadação de recursos<br />
provenientes de toda a sociedade.<br />
Proposta:<br />
♦ Desti<strong>na</strong>r parte dos tributos atualmen-<br />
Encarte Especial
te cobrados sobre automóveis, cigarros,<br />
bebidas alcoólicas, coleta do<br />
lixo, tarifa de água, esgoto e demais<br />
atividades potencialmente poluidoras,<br />
à recuperação, preservação e conservação<br />
dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />
08<br />
Prazo para<br />
adequação<br />
No intuito de viabilizar o restabelecimento<br />
da Reserva Ambiental é imprescindível<br />
a concessão de um maior prazo<br />
para a regularização da propriedade.<br />
Proposta:<br />
♦ Conceder prazo de 15 anos para<br />
adequação e recuperação da Reserva<br />
Ambiental, lapso temporal à contar da<br />
publicação da nova normativa.<br />
09<br />
Linhas de<br />
fi<strong>na</strong>nciamento e<br />
benefícios fiscais<br />
Propostas:<br />
♦ Criar linhas de fi<strong>na</strong>nciamento ambiental<br />
para recuperação de áreas ca-<br />
rentes de preservação, com prazos de<br />
15 anos e juros limitados a 50% do<br />
índice praticado pelo PRONAF.<br />
♦ Conceder ao produtor rural a possibilidade<br />
de desti<strong>na</strong>r 25% do Imposto<br />
de Renda Rural para amortização do<br />
fi<strong>na</strong>nciamento realizado para regularização<br />
ambiental.<br />
♦ Possibilitar a dedução no Imposto de<br />
Renda do produtor rural dos valores<br />
por ele aplicados <strong>na</strong> recuperação e <strong>na</strong><br />
regularização ambiental.<br />
♦ Outros benefícios fiscais que possam<br />
ser concedidos.<br />
10<br />
Áreas úmidas<br />
As áreas de várzeas representam uma<br />
fonte de renda significativa para um grande<br />
número de famílias em diversas regiões<br />
do País. Muitas dessas áreas foram<br />
abertas com incentivos e recursos públicos<br />
(PROVARZEAS) e o seu abandono<br />
não garante necessariamente o restabelecimento<br />
da condição ambiental, anterior<br />
à dre<strong>na</strong>gem.<br />
Proposta:<br />
♦ Permitir o plantio e a condução de ativi-<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
60<br />
dades e explorações agropecuárias <strong>na</strong>s<br />
áreas úmidas mediante o uso de práticas<br />
conservacionistas e em conformidade<br />
com as normas estabelecidas no<br />
Zoneamento Ecológico Econômico.<br />
11<br />
Normatização<br />
técnica<br />
Propostas:<br />
♦ Inserir <strong>na</strong> nova legislação prazo para<br />
revisão de toda a legislação ambiental.<br />
♦ Constar expressamente <strong>na</strong> nova legislação<br />
a obrigatoriedade do Congresso<br />
Nacio<strong>na</strong>l revisar as normativas ambientais<br />
expedidas pelo poder executivo<br />
e suas autarquias.<br />
♦ Constituir uma equipe técnica permanente,<br />
junto à comissão de agricultura<br />
e do meio ambiente, para subsidiar os<br />
parlamentares <strong>na</strong> redação e formulações<br />
da nova legislação ambiental.<br />
♦ Rever a composição de todos os órgãos<br />
normativos Federais, Estaduais<br />
e Municipais, que atuam no setor<br />
ambiental, permitindo a participação,<br />
equilibrada, de membros de todos os<br />
setores da sociedade.
Propostas aos Candidatos<br />
à Presidência da República<br />
P r o p o s t a s Cd aUs cRo o pI eTr a tIi vBa s A a o s , c a nJ dUi d aLt o s Ha o O G o vDe r nE o d o 2P a0r a n1á • 0J<br />
u l h o 2 0 1 0<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />
5<br />
61
INTRODUÇÃO<br />
O Agronegócio possui papel fundamental <strong>na</strong> geração de riquezas <strong>na</strong> economia<br />
brasileira, respondendo por 26% no produto interno bruto e por 42%<br />
das exportações. Entretanto, devido às fragilidades que o setor está exposto,<br />
faz-se necessária a elaboração de políticas públicas de longo prazo,<br />
com visão geopolítica do estado brasileiro, para que ele se mantenha<br />
competitivo e sustentável no mercado interno e externo.<br />
Com o intuito de fornecer subsídios para os planos de governo dos candidatos<br />
à presidência da república <strong>na</strong> próxima eleição, os representantes do<br />
Agronegócio apresentam este <strong>documento</strong> contendo metas e programas<br />
prioritários para o próximo presidente.<br />
O setor produtivo entende que a implementação da presente proposta é<br />
fundamental para propiciar a competitividade e sustentabilidade do agronegócio<br />
brasileiro, de modo a garantir a oferta de alimentos e a geração de<br />
riquezas e superávits <strong>na</strong> balança comercial brasileira.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
62
METAS DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO PARA OS<br />
PRÓXIMOS QUATRO ANOS<br />
1.<br />
2.<br />
3.<br />
4.<br />
5.<br />
6.<br />
7.<br />
8.<br />
9.<br />
Implementar política para garantia de renda do produtor rural e geração<br />
de 2,0 milhões de novos empregos no campo<br />
Aumentar a produção de grãos para 180 milhões de toneladas visando<br />
garantir a segurança alimentar inter<strong>na</strong> e exportações<br />
Elevar a exportações do agronegócio para US$ 120 bilhões<br />
Garantir os direitos constitucio<strong>na</strong>is de propriedade no meio rural<br />
Aumentar para 50% o grau de industrialização da produção agrícola<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
Implementar políticas efetivas de modernização de crédito rural com<br />
estímulo ao fortalecimento das cooperativas de crédito<br />
Aprovar código ambiental que contemple direitos e deveres não somente<br />
da população rural, mas também da urba<strong>na</strong><br />
Estruturar a defesa sanitária, envolvendo toda a cadeia produtiva<br />
Estimular a produção e consumo de combustíveis renováveis e energia<br />
limpa<br />
10. Investir em infraestrutura para redução dos custos de logística em no<br />
mínimo 15%<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
63
As possibilidades de crescimento da agropecuária brasileira são:<br />
• Por aumento da produtividade;<br />
• Por incorporação de 50 milhões de hectares de áreas subutilizadas;<br />
• Pelo aumento da utilização de irrigação no Centro-Oeste; e<br />
• Pela incorporação de áreas de Cerrado no Sul do Piauí e do<br />
Maranhão, além de áreas no Estado do Tocantins.<br />
RESUMO DAS PROPOSTAS DE POLÍTICAS<br />
Para atingir Para que as metas isso aconteça, acima referidas é necessário são necessárias a implementação as medidas de algumas de<br />
medidas apoio ao estruturantes, agronegócio dentre apresentadas elas: em seguida.<br />
1. RESGATE DA CAPACIDADE PRODUTIVA DOS<br />
AGRICULTORES E PECUARISTAS<br />
Contexto: Muitos produtores permanecem endividados e precisam de uma<br />
solução definitiva para poder retomar a produção.<br />
Estratégia: Edição de uma medida provisória que estabeleça a renegociação<br />
das dívidas oriundas dos fi<strong>na</strong>nciamentos com recursos do BNDES, FAT e os<br />
endividamentos de custeio, investimento e comercialização de safras<br />
anteriores, em condições que permitam ao produtor continuar produzindo e ao<br />
mesmo tempo pagá-las.<br />
2. IMPLEMENTAÇÃO DE UMA POLÍTICA AGRÍCOLA DE<br />
GARANTIA DE RENDA AO PRODUTOR RURAL<br />
27<br />
Contexto: O produtor rural brasileiro não tem à sua disposição um programa<br />
de garantia de renda que lhe permita superar períodos de crise.<br />
Estratégia: Implementação de um conjunto de políticas de garantia de renda<br />
que contemple: Seguro Rural, Proagro, Prêmio de Suporte de Preços, Fundo<br />
Garantidor de Crédito, Reforma Estrutural do Crédito Rural, Programa de Auto<br />
Liquidez do Crédito e Programa de Captação de Recursos Externos para o<br />
agronegócio.<br />
3. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DO SETOR<br />
PRODUTIVO<br />
Contexto: Atualmente as questões importantes relacio<strong>na</strong>das à agropecuária<br />
brasileira estão sendo conduzidas por três ministérios do governo federal:<br />
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério do<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
64
Garantidor de Crédito, Reforma Estrutural do Crédito Rural, Programa de Auto<br />
Liquidez do Crédito e Programa de Captação de Recursos Externos para o<br />
agronegócio.<br />
3. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DO SETOR<br />
PRODUTIVO<br />
Contexto: Atualmente as questões importantes relacio<strong>na</strong>das à agropecuária<br />
brasileira estão sendo conduzidas por três ministérios do governo federal:<br />
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério do<br />
Desenvolvimento Agrário e Ministério da Pesca.<br />
Estratégia: Fortalecimento do Ministério da Agricultura concedendo-lhe maior<br />
representatividade e poder para definição das políticas públicas, tais como:<br />
definição do orçamento geral da União para <strong>aqui</strong>sição e equalização de preços<br />
agrícolas, do orçamento da Embrapa, do orçamento da Companhia Nacio<strong>na</strong>l<br />
de Abastecimento, do orçamento para equalização das taxas de juros do<br />
crédito rural, do orçamento para subvenção ao Prêmio do Seguro Rural e das<br />
demais vinculadas. Deve ainda ter participação direta no Conselho Monetário<br />
Nacio<strong>na</strong>l para deliberar sobre questões de interesse do Agronegócio. Deve ter<br />
representatividade no CONAMA para deliberar sobre os temas que interessam<br />
à agropecuária participando com número de representantes equivalentes aos<br />
do MMA.<br />
4. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA<br />
Contexto: A produção de grãos cresceu 28 ao longo das últimas dez safras cerca<br />
de 45%, no entanto os investimentos em infraestrutura e logística não<br />
acompanharam o aumento da produção. As rodovias, ferrovias, hidrovias,<br />
portos e armazéns são precários e insuficientes para atender a demanda do<br />
setor.<br />
Estratégia: Desti<strong>na</strong>r 26% dos recursos do Programa de Aceleração do<br />
Crescimento previsto para infraestrutura para obras de interesse do<br />
agronegócio.<br />
5. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA DOS INSUMOS<br />
AGRÍCOLAS, ALIMENTOS, SERVIÇOS, INVESTIMENTOS E<br />
65<br />
EXPORTAÇÕES<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0
Estratégia: Desti<strong>na</strong>r 26% dos recursos do Programa de Aceleração do<br />
Crescimento previsto para infraestrutura para obras de interesse do<br />
agronegócio.<br />
5. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA DOS INSUMOS<br />
AGRÍCOLAS, ALIMENTOS, SERVIÇOS, INVESTIMENTOS E<br />
EXPORTAÇÕES<br />
Contexto: No Brasil a carga tributária incidente sobre a produção de alimentos<br />
tem impacto extremamente negativo <strong>na</strong> competitividade do setor produtivo e<br />
encarecem os preços dos alimentos, prejudicando assim a população<br />
brasileira.<br />
Estratégia: Desonerar da incidência de tributos a produção agrícola primária,<br />
os alimentos, os serviços, as exportações e os investimentos.<br />
6. GARANTIA DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE<br />
PROPRIEDADE NO MEIO RURAL<br />
Contexto: Prepondera no campo atualmente grande insegurança quanto à<br />
garantia de propriedade da terra rural devido a constantes pressões de grupos<br />
de quilombolas, indíge<strong>na</strong>s e do MST, o que causa um ambiente intranquilo<br />
para produção de alimentos.<br />
Estratégia: Revisar o Programa Nacio<strong>na</strong>l de Direitos Humanos – PNDH3 para<br />
elimi<strong>na</strong>r as medidas que direta ou indiretamente atentem contra o direito de<br />
propriedade.<br />
29<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
66
7. PROGRAMA DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÃO DE<br />
INSUMOS AGROPECUÁRIOS<br />
Contexto: Os produtores brasileiros dependem fortemente da importação de<br />
matérias primas para produção de fertilizantes e de princípios ativos de<br />
defensivos agrícolas. Isso encarece a produção e prejudica a competitividade<br />
da agricultura brasileira.<br />
Estratégia: Com recursos do BNDES, fomentar o investimento em projetos de<br />
exploração de jazidas de matérias primas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is para a fabricação de<br />
fertilizantes. Simplificar o processo de registro de novos defensivos agrícolas e<br />
aprovar os normativos que permitam a extensão de uso dos defensivos para<br />
culturas de menor expressão econômica (“Minor Crops”).<br />
8. ADEQUAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL<br />
Contexto: O Código Florestal de 1965 instituiu parâmetros e conceitos como<br />
reserva legal e áreas de preservação permanente com base <strong>na</strong> realidade da<br />
época. Desde então a agricultura brasileira passou por uma modernização<br />
tecnológica, incorporando novos conceitos <strong>na</strong> adequação ambiental dos<br />
sistemas produtivos. Se os parâmetros para definição de reserva legal e de<br />
preservação permanente forem aplicados conforme as determi<strong>na</strong>ções legais<br />
atuais, haverá grandes impactos sobre a competitividade da agricultura<br />
brasileira, restringindo a produção de alimentos.<br />
Estratégia: Aperfeiçoar e modernizar a legislação ambiental buscando o<br />
equilíbrio entre a preservação ambiental, a responsabilidade social e a<br />
viabilidade econômica da produção agropecuária. Especial ênfase deve ser<br />
dada ao código florestal e às estratégias de licenciamento ambiental das<br />
propriedades rurais. Garantir que não somente o setor rural, mas também o<br />
setor urbano seja responsabilizado pela proteção ambiental.<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o30 s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
67
9. PESQUISA, TECNOLOGIA E DEFESA SANITÁRIA<br />
Contexto: Os investimentos em tecnologia desenvolvida pela pesquisa básica<br />
e aplicada e realizada pelas instituições de pesquisa pública e privada<br />
mostraram-se como estratégias eficientes para propiciar o desenvolvimento do<br />
agronegócio brasileiro, que cresceu nos últimos anos a taxas superiores ao<br />
restante dos setores econômicos. Faz-se necessário ainda uma maior<br />
estruturação e modernização de programas e sistemas de garantia da<br />
sanidade animal e vegetal, de forma que o país possa continuar a sua<br />
expansão no mercado interno e externo.<br />
Estratégia: Criar e ampliar os programas para fi<strong>na</strong>nciamento de projetos de<br />
pesquisa,que atendam as demandas dos institutos de pesquisa públicos e<br />
privados <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, bem como reestruturar os sistemas de controle sanitário do<br />
país.<br />
10. EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CAMPO<br />
Contexto: O setor rural brasileiro historicamente tem recebido menos<br />
investimentos em educação formal e profissio<strong>na</strong>lizante quando comparado com<br />
os demais setores da economia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Estratégia: Adotar medidas de apoio à educação, profissio<strong>na</strong>lização,<br />
capacitação e acesso à tecnologia da informação para os diferentes elos da<br />
cadeia produtiva, especialmente ao produtor rural e seus familiares.<br />
11. DEFESA SANITÁRIA<br />
A dissemi<strong>na</strong>ção de doenças como a gripe aviária, a febre aftosa, a doença da<br />
vaca louca, a ferrugem da soja, dentre outras por diversos continentes e países<br />
trouxe novas preocupações para os produtores rurais brasileiros. A questão da<br />
sanidade se tor<strong>na</strong> uma variável cada vez mais importante no comércio<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Trata-se de uma obrigação do produtor, mas também do poder<br />
público que precisa investir <strong>na</strong> readequação de suas estruturas e <strong>na</strong><br />
atualização de normativos que permitam prevenir a entrada de novas doenças<br />
e no caso de sua presença dispor de planos para sua erradicação.<br />
31<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
68
DETALHAMENTO DAS PROPOSTAS<br />
33<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
69
1. RESGATE DA CAPACIDADE PRODUTIVA DOS<br />
AGRICULTORES E PECUARISTAS<br />
A agropecuária de forma geral é exposta a riscos elevados e no Brasil<br />
ainda não existe um seguro rural e de preços amplo que assegure a<br />
sustentabilidade econômica dos produtores no longo prazo. Intensas<br />
negociações ocorreram no passado sobre o endividamento do setor origi<strong>na</strong>ndo<br />
a criação de programas como a Securitização I e II, o Pesa, o Recoop. Mais<br />
recentemente a Lei nº 11.775/ 2008 possibilitou a renegociação de R$ 75<br />
bilhões, estabeleceu novos prazos e juros menores e concedeu rebates nos<br />
saldos devedores para mutuários quitarem seus passivos.<br />
Desde 2007 os produtores rurais vêm-se em situação delicada. Mesmo<br />
com um cenário de preços melhor, mas ainda sem seguro rural amplo e com<br />
frustrações de safra por motivos climáticos os produtores depararam-se com<br />
um novo ciclo de endividamento, que não pode ser solucio<strong>na</strong>do com a Lei n o<br />
11.775/08.<br />
Dessa forma, faz-se necessária uma nova renegociação das dívidas do<br />
setor para sa<strong>na</strong>r definitivamente os problemas que atingem muitos produtores.<br />
Essa renegociação deve incluir:<br />
• Custeio agrícola e pecuário<br />
• Dívidas renegociadas nos diferentes planos de recomposição do<br />
endividamento tais como Securitização, Pesa e Recoop;<br />
• Dívidas alongadas do Funcafé, Prodecer II, Fundos<br />
Constitucio<strong>na</strong>is de Fi<strong>na</strong>nciamento do Norte e Centro-Oeste, Proger<br />
Rural<br />
• Dividas renegociadas da agricultura familiar, dentre outros.<br />
• Dívidas de investimento originárias de programas de investimento<br />
no âmbito do Sistema Nacio<strong>na</strong>l de Crédito Rural.<br />
34<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
70
Propostas<br />
• Editar Medida Provisória permitindo a renegociação da dívida agrícola e para tanto<br />
desti<strong>na</strong>r recursos do BNDES, FAT e do endividamento de custeio, investimento e<br />
comercialização de safras anteriores.<br />
• Compor um novo saldo devedor único, composto pela somatória das dívidas<br />
originárias de fi<strong>na</strong>nciamentos com recursos do Sistema Nacio<strong>na</strong>l de Credito Rural, e<br />
repacturar a dívida por um período de 20 anos , com dois anos de carência e juros de<br />
3% ao ano.<br />
• Reavaliar as garantias vinculadas à renegociação das dívidas, por meio de critérios<br />
estabelecidos entre o setor privado e o governo, e liberar as garantias excedentes.<br />
2. IMPLEMENTAÇÃO DE UMA POLÍTICA AGRÍCOLA DE<br />
GARANTIA DE RENDA AO PRODUTOR RURAL<br />
O produtor rural brasileiro não tem à sua disposição um programa de garantia<br />
de renda que lhe permita superar períodos de crise. Faz-se necessário propiciar<br />
segurança de renda ao produtor através de políticas que neutralizem os riscos de<br />
produção e de mercado através da implementação de um seguro rural efetivo e de<br />
uma política de garantia de preços.<br />
A proposta de criação de um programa de garantia de renda para o produtor<br />
consiste <strong>na</strong> promoção de adequações <strong>na</strong> sistemática de intervenção do governo no<br />
fi<strong>na</strong>nciamento da produção, <strong>na</strong> garantia de preços e <strong>na</strong> proteção ao produtor através<br />
do seguro rural e do Proagro.As principais políticas de garantia de renda a serem<br />
detalhadas <strong>na</strong> sequência são as seguintes: Seguro Rural, Proagro, Prêmio de Suporte<br />
de Preços, Fundo Garantidor de Crédito, Reforma Estrutural do Crédito Rural,<br />
Programa de Auto Liquidez do Crédito e Programa de Captação de Recursos Externos<br />
para o agronegócio.<br />
2.1 Seguro Rural<br />
O seguro rural é um importante instrumento de garantia para os produtores<br />
rurais. O governo vem paulati<strong>na</strong>mente alocando maiores montantes de recursos para<br />
subvenção do prêmio. Todavia, é necessário que se promova aperfeiçoamento no<br />
seguro.<br />
35<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
71
Através da Lei nº 10.823 de 19/12/2003, regulamentada pelo Decreto nº 5.121<br />
de 29/06/2004, o governo criou a subvenção econômica ao prêmio do Seguro Rural.<br />
Essa medida permitiu a implantação do seguro rural no Brasil, nos moldes<br />
semelhantes aos praticados em outros países. Esse instrumento tem demonstrado<br />
eficácia, porém está limitado pelo baixo aporte de recursos em seu orçamento. Além<br />
disso, por se tratar de um modelo relativamente novo, ainda necessita de alguns<br />
ajustes para facilitar sua operacio<strong>na</strong>lização e adesão de seguradoras e produtores<br />
rurais.<br />
Um ponto importante é a necessidade da formação de um fundo de<br />
indenização sólido, que proporcione garantia efetiva das seguradoras contra perdas<br />
decorrentes de catástrofes, com suporte de resseguro e de uma sistemática<br />
simplificada para operacio<strong>na</strong>lização da subvenção ao prêmio, uma vez que a alíquota<br />
de seguro rural não pode ser elevada de forma a inviabilizar o acesso dos produtores<br />
ao seguro.<br />
Outro ponto a considerar é o limite de cobertura, ou seja, o produtor precisa<br />
de um seguro que lhe garanta a reposição do bem segurado, no caso, a safra<br />
estimada. Pelos critérios adotados atualmente pelas seguradoras, o produtor é<br />
indenizado com base <strong>na</strong> média histórica de produtividade de cada município levantada<br />
pelo IBGE. Por esse critério, as lavouras que utilizam altas tecnologias são<br />
prejudicadas, pois, as indenizações ocorrem pela média da produtividade.Ainda, as<br />
companhias de seguro não cobrem 100% da produtividade do produtor, mas oferecem<br />
faixas menores que variam entre 50% e 70% da produtividade estipulada por<br />
município.<br />
O Poder Executivo encaminhou para o Congresso Nacio<strong>na</strong>l um projeto de lei,<br />
que deu origem ao PLP nº 374/2008, substitutivo, aprovado <strong>na</strong> Câmara Federal, e<br />
atualmente tramitando no se<strong>na</strong>do e tem como objetivo oferecer novos instrumentos<br />
legais para que o governo implemente políticas para dotar o País de um seguro rural<br />
adequado às necessidades do setor. O PLP autoriza a criação de um Fundo de<br />
Repartição de Perdas por Sinistros Catastróficos em substituição ao Fundo de<br />
Estabilidade do Seguro Rural. Simplifica as roti<strong>na</strong>s operacio<strong>na</strong>is do programa de<br />
subvenção ao prêmio e desonera do orçamento do Ministério da Agricultura mediante<br />
transferência dos recursos para subvenção para a rubrica “operações oficiais de<br />
crédito”.<br />
Seguradoras e resseguradores privados participarão da constituição do fundo<br />
proposto, mas as contribuições privadas obedecerão a critérios distintos dos que<br />
regem as contribuições públicas. As contribuições privadas terão caráter de fomento,<br />
36<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
72
ou “seed money”. As contribuições públicas terão como função dar início ao processo<br />
de acumulação de reservas. Caso não sobrevenha sinistro catastrófico que elimine o<br />
capital acumulado já a partir do início de formação do fundo, prevê-se que a União<br />
faça aportes anuais. Os aportes serão maiores no início, mas decli<strong>na</strong>rão ao longo do<br />
tempo, até cessar. Ao longo dos anos, quando o fundo atingir patamar compatível com<br />
sua fi<strong>na</strong>lidade, as contribuições do setor privado serão mantidas e sua participação<br />
continuará crescendo.<br />
É fundamental o fortalecimento do seguro rural, <strong>na</strong>s suas diversas<br />
modalidades, com garantia de cobertura de perdas generalizadas em caso de<br />
calamidades ambientais, fomentando a contratação do seguro rural pelos produtores<br />
rurais através de incentivo de bônus crescentes sobre o prêmio para os contratantes<br />
que não tenham registrado sinistros em safras anteriores. Para tanto, os aportes de<br />
recursos para subvenção ao prêmio do seguro rural necessitam ser incrementados<br />
anualmente.<br />
Visando a reformulação operacio<strong>na</strong>l do seguro rural, o Ministério da<br />
Agricultura deveria operacio<strong>na</strong>lizar o sistema conjuntamente com o Instituto de<br />
Resseguros do Brasil – IRB, tendo suporte das resseguradoras e capilaridade dos<br />
agentes fi<strong>na</strong>nceiros e cooperativas de crédito ou agropecuárias. O papel das<br />
cooperativas no programa será de agente de contratação, operacio<strong>na</strong>lizando o seguro<br />
rural para o seu cooperado, <strong>na</strong> hipótese de não haver fi<strong>na</strong>nciamento bancário.<br />
Propostas:<br />
• Fomentar a contratação do seguro rural pelos produtores rurais através de incentivo<br />
de bônus crescentes sobre o prêmio para os contratantes que não tenham registrado<br />
sinistros em safras anteriores.<br />
• Alocar recursos para subvenção ao prêmio suficientes para atender a demanda por<br />
seguro rural, simplificando o processo de adesão do produtor rural com subvenção ao<br />
prêmio e ao mesmo tempo atrair o interesse das seguradoras e resseguradoras.<br />
• Aprovar no Congresso Nacio<strong>na</strong>l o PLP nº 374/2008, substitutivo, que autoriza a<br />
criação do Fundo de Repartição de Perdas por Sinistros Catastróficos, visando<br />
adequar o seguro rural às necessidades do setor.<br />
• Regulamentar o Fundo de Catástrofe para a safra de verão 2010/11;<br />
• Alterar os parâmetros de cálculo de produtividade para fins da fixação do limite de<br />
cobertura do seguro rural, contemplando o maior uso de tecnologia de produção.<br />
• Aceitar produtividade histórica cadastrada do produtor no agente fi<strong>na</strong>nceiro.<br />
37<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
73
2.2 Seguro Rural Privado<br />
O Seguro Rural privado é outra opção à redução dos riscos da produção<br />
agropecuária. A garantia de sustentabilidade e da continuidade do produtor<br />
rural <strong>na</strong> atividade pode ser assegurada pela ação integrada da cadeia produtiva<br />
do agronegócio nos moldes esquematizados abaixo.<br />
Figura 01 - Modelo do Seguro Rural do Setor Privado<br />
Indústria produção<br />
/fornecimento de insumos<br />
Seguradoras<br />
2 2<br />
1 - Operação comumente utilizada de comercialização de insumos entre a<br />
indústria produtora e as cooperativas/revendas.<br />
2 - As indústrias vendem os insumos para as cooperativas e revendas com a<br />
apólice do seguro, para o posterior repasse aos produtores que adquirirem os<br />
insumos. Será permitido também, às cooperativas e revendas contratarem o<br />
seguro, diretamente das seguradoras antes da venda aos produtores rurais.<br />
3 - No caso da venda direta dos insumos da indústria para os produtores rurais o<br />
seguro contratado será repassado diretamente ao produtor.<br />
4 - Operação que via de regra acontece <strong>na</strong> comercialização dos insumos – através<br />
das campanhas de venda de insumos realizadas pelas cooperativas/revendas,<br />
em que, os insumos são comercializados aos produtores em condições<br />
favorecidas.<br />
5 - Os produtores rurais no momento da <strong>aqui</strong>sição dos insumos terão a<br />
possibilidade de comprá-los já segurados e no caso de frustração de safra<br />
terão a garantia de reposição dos insumos para o cultivo da próxima safra <strong>na</strong><br />
mesma proporção da <strong>aqui</strong>sição realizada <strong>na</strong> safra frustrada.<br />
38<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
74<br />
1<br />
3 4<br />
Produtor Rural<br />
5<br />
Cooperativa/Revenda
Proposta:<br />
Criar uma modalidade de seguro privado para cobertura dos insumos agrícolas<br />
utilizados <strong>na</strong> produção agrícola, com adesão voluntária, para aqueles produtores que<br />
não aderirem ao seguro rural ou ao Proagro, conforme modelo explicado a seguir:<br />
• Beneficiários: Produtores rurais e suas cooperativas agropecuárias.<br />
• Operadores: Indústrias, cooperativas, revendas e seguradoras.<br />
• Enquadramento das operações: Serão beneficiados pelo seguro rural privado<br />
os produtores que utilizarem práticas agronômicas já desenvolvidas e colocadas à<br />
disposição dos produtores rurais pela pesquisa. Terá direito ao seguro e as<br />
indenizações o produtor que cultivar de acordo com o zoneamento agrícola.<br />
• Garantias: As operações de seguro serão repassadas para as resseguradas<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, com o objetivo de minimizar os riscos das operações.<br />
• Culturas amparadas: Algodão, milho, trigo, soja, feijão, sorgo, arroz e cevada.<br />
• Eventos amparados: Perda de produção por eventos climáticos e biológicos<br />
(estiagens, tromba d´água, vendaval, granizo, geadas), doenças fúngicas ou praga<br />
sem método difundido de combate, controle ou profilaxia.<br />
• Formato do seguro: Utilizar o sistema já desenvolvido e adotado pelo MAPA e<br />
também aprovado pelos órgãos reguladores como o IRB/SUSEP;<br />
• Custos das operações para a Indústria e fornecedores de insumos: Os<br />
custos com a contratação das apólices do seguro rural privado serão inferiores as<br />
alíquotas já definidas no Proagro.<br />
• Custos das operações para os produtores rurais: Como o programa de seguro<br />
será simplificado e cobrindo ape<strong>na</strong>s parte do custeio da safra, há possibilidade, dada a<br />
maior segurança (menor i<strong>na</strong>dimplência) de que as indústrias e fornecedores não<br />
repassem os custos do seguro aos produtores rurais.<br />
2.3 Proagro<br />
O Proagro foi criado através da Lei nº 5.969, de 11/05/1973, e a Lei posterior<br />
nº 6.685, de 03/09/1979. O Ministério da Agricultura vem aperfeiçoando esse<br />
instrumento através da criação do zoneamento agroecológico, que define as melhores<br />
épocas de plantio <strong>na</strong>s quais os riscos por eventos climáticos são menores.<br />
No entanto, o Proagro garante a cobertura do valor do fi<strong>na</strong>nciamento<br />
realizado junto aos agentes fi<strong>na</strong>nceiros, mas não contempla todos os riscos climáticos<br />
39<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
75
No entanto, o Proagro garante a cobertura do valor do fi<strong>na</strong>nciamento<br />
realizado junto aos agentes fi<strong>na</strong>nceiros, mas não contempla todos os riscos climáticos<br />
e seu alcance é limitado às lavouras fi<strong>na</strong>nciadas pelo crédito rural. Ademais, o<br />
fi<strong>na</strong>nciamento do crédito rural tem limites por cultura e produtor, sendo assim, o<br />
produtor que plantar fora dos limites de fi<strong>na</strong>nciamento, com recursos próprios ou de<br />
terceiros não tem acesso ao Proagro.<br />
Algumas mudanças são essenciais para que o PROAGRO se constitua em<br />
um mecanismo complementar ao seguro rural e seja direcio<strong>na</strong>do aos pequenos e<br />
médios agricultores, que tem maiores dificuldades de acesso a esse recurso.<br />
Propostas:<br />
• Fortalecer o Proagro garantindo a cobertura de perdas generalizadas decorrentes<br />
de calamidades climáticas e quando por adesão de produtores, sem fi<strong>na</strong>nciamento<br />
bancário, indenizar as perdas amparadas pelo Proagro diretamente aos produtores<br />
que contrataram o Proagro.<br />
• Estender o Proagro para execução pelas cooperativas agropecuárias e empresas<br />
rurais credenciadas, quando o fi<strong>na</strong>nciamento não passa pelo sistema fi<strong>na</strong>nceiro.<br />
• Permitir o ingresso de agricultores que cultivam com recursos próprios, de maneira<br />
que, se o produtor rural desejar, ao se dirigir a uma agência bancária, possa assegurar<br />
sua lavoura mediante o pagamento do prêmio definido pelos normativos.<br />
• Estabelecer o limite de amparo do Proagro de R$ 200 mil para cada uma das safras<br />
(verão, safrinha, inverno), ou seja, com independência de operação.<br />
40<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
76
2.4 Prêmio de Suporte de Preços<br />
Os atuais instrumentos de comercialização e a própria Política de Garantia de<br />
Preços Mínimos disponibilizados pelo governo federal tem sido de grande utilidade no<br />
suporte de preços recebidos pelos agricultores. Todavia, o pagamento do preço<br />
mínimo não garante necessariamente que o produtor está obtendo resultado positivo<br />
em sua atividade, capaz de lhe dar sustentação econômica para continuidade de sua<br />
atividade.<br />
Nos Estados Unidos e <strong>na</strong> Europa, por exemplo, o sistema de suporte de preços<br />
garante um complemento de preço, diferentemente do sistema praticado no Brasil em<br />
que o produtor para acessar o preço mínimo necessita vender o produto para o<br />
governo. A sistemática brasileira é muito onerosa e de baixa capilaridade, pois, exige<br />
um aparato estatal muito grande para fazer a <strong>aqui</strong>sição dos produtos, manter estoques<br />
e comercializar os produtos adquiridos.<br />
Diante desta realidade, sugere-se o estabelecimento de uma política de suporte<br />
de preços que garanta ao produtor uma renda mínima, mediante a equalização da<br />
diferença monetária entre os preços recebidos pelos produtores <strong>na</strong> comercialização<br />
dos produtos de mercado interno e o preço mínimo fixado pelo governo, a exemplo do<br />
sistema europeu e americano. O pagamento da diferença de preço será acio<strong>na</strong>do<br />
sempre que o preço de mercado estiver abaixo do preço mínimo <strong>na</strong> região do<br />
beneficiário.<br />
Proposta:<br />
• Implantar uma política de suporte de preços para garantir uma renda mínima ao<br />
produtor rural, mediante a equalização da diferença monetária entre os preços<br />
recebidos pelos produtores <strong>na</strong> comercialização dos produtos no mercado e o preço<br />
mínimo fixado pelo governo. Para viabilização do programa será necessário à criação<br />
de um fundo de sustentação da renda agrícola, com aportes de recursos do<br />
Orçamento da União, nos moldes descritos abaixo:<br />
Objetivo: Este programa visa estabelecer medidas que assegurem renda ao produtor,<br />
equalizando a diferença monetária entre os preços recebidos pelos produtores <strong>na</strong><br />
comercialização dos produtos de mercado interno e o preço mínimo fixado pelo<br />
governo.<br />
41<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
77
Operacio<strong>na</strong>lização: O prêmio de suporte consiste no pagamento da diferença entre o<br />
preço mínimo e o preço de mercado dos produtos aos produtores. O programa de<br />
pagamentos das diferenças de preço deve ser acio<strong>na</strong>do sempre que o preço de<br />
mercado estiver abaixo do preço mínimo <strong>na</strong> região do beneficiário. A equalização dos<br />
preços será feita pelo governo federal. Para acessar os recursos do programa basta<br />
que o produtor esteja com o cadastro em dia <strong>na</strong> CONAB. Os produtos inicialmente<br />
amparados pelo programa são: algodão, milho, trigo, feijão e arroz.<br />
Beneficiários: produtores rurais e cooperativas.<br />
Recursos para o programa: a viabilização do programa será através da criação de<br />
um fundo de sustentação da renda agrícola com recursos orçamentários e com<br />
parcela dos recursos oriundos do imposto de importação de produtos e insumos<br />
agrícolas arrecadados pelo governo e desti<strong>na</strong>dos a dar suporte às demandas do<br />
programa.<br />
Formas de definição do prêmio: O cálculo do prêmio anual será feito com base <strong>na</strong><br />
produtividade média do produtor e no preço médio regio<strong>na</strong>l recebido pelos produtores<br />
<strong>na</strong> safra. Caso o preço médio da região esteja abaixo do preço mínimo, haverá<br />
pagamento de benefícios aos produtores por parte do Governo Federal, <strong>na</strong> exata<br />
proporção da diferença entre os dois preços. Caso o preço médio recebido pelo<br />
produtor seja igual ou maior ao preço mínimo, não haverá pagamento de prêmio de<br />
suporte por parte do governo. O pagamento seria efetuado sobre área pré-cadastrada,<br />
mediante a comprovação da compra de sementes e insumos e acompanhamento<br />
técnico ao produtor rural que deseja acessar os recursos do programa. Neste cadastro<br />
deverá constar o histórico recente da propriedade, as culturas e produtividades médias<br />
obtidas nos últimos 5 anos, bem como as culturas que pretende plantar e suas<br />
respectivas áreas. A instituição fi<strong>na</strong>nceira responsável pelo repasse do prêmio ao<br />
agricultor será o Banco do Brasil.<br />
Cálculo da equalização (VTE): VTE = área X Produtividade X Prêmio<br />
Em que:<br />
VTE = valor total de equalização; Área = área total cultivada pelo produtor;<br />
Produtividade = produtividade média da cultura nos últimos 5 anos <strong>na</strong> propriedade;<br />
Prêmio = valor de equalização proveniente da diferença entre o preço de mercado<br />
médio e o preço mínimo<br />
42<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
78
Mecanismos de aumento dos preços médios regio<strong>na</strong>is: O governo pode lançar<br />
mão dos instrumentos já existentes <strong>na</strong> PGPM, tais como: PEP, AGF, PROP e EGF<br />
entre outros, para elevar os preços recebidos pelo produtor conforme gráfico abaixo.<br />
Com a utilização dos instrumentos da PGPM e de comercialização o governo teria<br />
possibilidade de reduzir o valor do prêmio de equalização de renda a ser pago ou até<br />
poderia evitar o seu pagamento, uma vez que, a utilização dos instrumentos<br />
supracitados tende a elevar o preço médio de mercado.<br />
Figura 02 – Modelo intervenção do governo com o prêmio de suporte de<br />
preços<br />
Preço<br />
PME fi<strong>na</strong>l<br />
PM<br />
PME inicial<br />
Safra<br />
4 meses<br />
J F M A M J J A S O N D Mês<br />
2.5 Fundo Garantidor do Crédito Rural<br />
Atualmente, ape<strong>na</strong>s 30% das necessidades de recursos para o plantio da safra<br />
são fi<strong>na</strong>nciadas pelo sistema fi<strong>na</strong>nceiro com crédito rural. Contribuem para isso, as<br />
restrições impostas pelos agentes fi<strong>na</strong>nceiros ao acesso ao crédito rural, tais como:<br />
comprometimento das garantias dos produtores por renegociações de endividamentos<br />
anteriores, limites de fi<strong>na</strong>nciamento muito baixos e já tomados pelos produtores, bem<br />
como, a insegurança dos bancos em concederem crédito às atividades que<br />
apresentam riscos.<br />
A ausência de um fundo de proteção ao crédito rural para a agropecuária reduz a<br />
capacidade dos produtores de realizarem operações de fi<strong>na</strong>nciamentos e inibe os<br />
agentes fi<strong>na</strong>nceiros de realizarem maiores aportes de recursos para o setor rural.<br />
Com o objetivo de criar um fundo desse gênero, tramita no Congresso Nacio<strong>na</strong>l<br />
um projeto de lei (PLP 349/08), criando o Fundo Garantidor ao Crédito Rural - FGCR,<br />
43<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
79<br />
PEP<br />
AGF<br />
PROP<br />
EGF<br />
Preço recebido 1<br />
Preço recebido 2
o qual terá a fi<strong>na</strong>lidade de prover recursos para garantir o risco das operações de<br />
crédito rural.<br />
O FGCR seria capitalizado pelo Tesouro Nacio<strong>na</strong>l e com participação de<br />
produtores rurais e de agentes fi<strong>na</strong>nceiros para complementar as garantias. A criação<br />
do fundo conferiria um tratamento diferenciado ao crédito rural e seria uma forma de<br />
ampliar o número de produtores com acesso ao crédito rural. O fundo cobriria os<br />
valores de provisio<strong>na</strong>mento de reserva para eventuais i<strong>na</strong>dimplências.<br />
Proposta:<br />
• Aprovar no Congresso Nacio<strong>na</strong>l o PLP 349/08, que cria o Fundo Garantidor do<br />
Crédito Rural, com a fi<strong>na</strong>lidade de prover recursos para garantir o risco das<br />
operações de crédito rural aos produtores que aderirem ao programa.<br />
2.6 Reforma Estrutural do Crédito Rural<br />
O modelo de crédito rural vigente no País foi implantado pela lei no 4.829, de<br />
5 de novembro de 1965. Esse modelo sofreu alterações constantes desde sua criação<br />
através de normas estabelecidas pelo Banco Central. Nesse período, ocorreu grande<br />
evolução <strong>na</strong> tecnologia bancária, porém, o sistema <strong>na</strong> sua essência permanece o<br />
mesmo, tor<strong>na</strong>ndo-o oneroso para os agentes fi<strong>na</strong>nceiros e governo e burocrático para<br />
os produtores. O próprio governo já reconheceu que é necessário rever toda a<br />
legislação do crédito rural.<br />
A contratação de uma operação de crédito rural é um processo moroso que<br />
envolve uma série de ações, que encarecem sua operacio<strong>na</strong>lização pelo agente<br />
fi<strong>na</strong>nceiro, envolve projeto técnico, vistorias, comprovação da utilização dos insumos<br />
com notas fiscais, peritagem se houver eventos climáticos adversos, e envolve<br />
enumeras pessoas.<br />
Uma forma de reduzir o risco e facilitar o acesso ao crédito de custeio<br />
agropecuário pelo produtor rural seria a utilização de um sistema parecido com o<br />
“cartão bolsa família” ou “cartão aposentadoria”. Assim, uma vez que a operação está<br />
contratada o produtor recebe um cartão eletrônico com o qual pode fazer o saque do<br />
valor, creditado vinculada à operação do seguro rural ou Proagro até o seu limite de<br />
fi<strong>na</strong>nciamento. No encerramento da safra, efetua o pagamento e automaticamente é<br />
aberto um novo crédito.<br />
A operação para maior garantia tanto para o agente fi<strong>na</strong>nceiro como para o<br />
agricultor, poderia ser vinculada a um contrato de opção de compra e ao Fundo<br />
44<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
80
Garantidor do Crédito Rural. Com isso, se viabilizaria o acesso ao crédito rural a um<br />
maior número de produtores rurais, e haveria um conjunto de várias garantias ao<br />
banco, reduzindo o risco de i<strong>na</strong>dimplência.<br />
Com essas garantias o banco pode receber diretamente do produtor o<br />
pagamento do Fundo Garantidor ao Crédito Rural ou do empréstimo, no caso de<br />
safras normais; do seguro rural, em caso de perda por adversidades climáticas; das<br />
opções do governo, em caso de depreciação de preço.<br />
O conjunto desses fatores teria o efeito de diminuir o risco da operação de<br />
custeio para o agente fi<strong>na</strong>nceiro, uma vez que, este tem a possibilidade de receber o<br />
montante emprestado de várias fontes, em contrapartida haveria diminuição dos<br />
custos das operações e necessidade de menores aportes de recursos por parte do<br />
governo, pois, o risco de i<strong>na</strong>dimplência ficaria reduzido.<br />
Propostas:<br />
• Alterar o sistema de planejamento agropecuário do País do modelo anual para um<br />
sistema de planejamento estratégico quinque<strong>na</strong>l, definindo as diretrizes de longo<br />
prazo, com metas de produção, orçamento, políticas de preços, investimentos e<br />
programas de incentivos, promovendo-se ajustes conjunturais anuais.<br />
• Revisar a legislação do crédito rural, criando um sistema de contratação plurianual<br />
e para diversas culturas.<br />
• Implantar o crédito rotativo, através do qual, o produtor faria um contrato “guarda<br />
chuva” com o agente fi<strong>na</strong>nceiro, recebendo os recursos <strong>na</strong> época do plantio e ao<br />
pagar se habilitaria a um novo empréstimo automaticamente.<br />
• Ampliar as ações do programa de recuperação de áreas degradadas com<br />
incentivos de crédito, mediante fi<strong>na</strong>nciamentos para investimento <strong>na</strong> fertilização e<br />
sistematização das terras com prazo de 5 anos para pagamento, exclusão do limite de<br />
fi<strong>na</strong>nciamento de custeio que é por cultura e produtor para os 3 primeiros anos.<br />
2.7 Auto-Liquidez do Crédito Rural<br />
A dificuldade de acesso ao crédito rural obriga aos produtores rurais a buscar<br />
alter<strong>na</strong>tivas de fi<strong>na</strong>nciamento caras e que colocam muitas vezes coloca em risco os<br />
seus patrimônios. O principal impeditivo de acesso ao crédito se deve à falta de<br />
garantias que possam ser oferecidas pelos produtores rurais aos agentes fi<strong>na</strong>nceiros.<br />
45<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
81
Como forma de reduzir o risco ao sistema fi<strong>na</strong>nceiro e para facilitar o acesso<br />
ao crédito de custeio agropecuário pelo produtor rural propõem-se a vinculação da<br />
operação de crédito ao seguro rural, ao contrato de opção de compra do governo e a<br />
adesão ao Fundo de Proteção ao Crédito Rural.<br />
Proposta<br />
• Criar um sistema de auto liquidez do crédito rural vinculando as operações de<br />
crédito rural aos seguintes instrumentos: seguro rural, contrato de opção de compra e<br />
adesão ao Fundo Garantidor do Crédito Rural, como forma de proteção ao fi<strong>na</strong>nciado<br />
e ao fi<strong>na</strong>nciador. O programa a ser implantado possui ainda as seguintes<br />
características:<br />
Objetivo: Garantir o acesso ao crédito rural oficial a um maior número de produtores<br />
rurais através da disponibilização de várias garantias ao banco, reduzindo desta forma<br />
o risco de i<strong>na</strong>dimplência enfrentado pelo agente fi<strong>na</strong>nceiro nestas operações.<br />
Operacio<strong>na</strong>lização do programa: No momento da contratação de crédito de custeio<br />
pelo produtor rural, este contrata o seguro rural utilizando-se da subvenção ao prêmio<br />
e além disso compra contratos de opção de venda a preço de exercício definido pelo<br />
governo. Complementarmente o produtor poderia aderir ao Fundo de Proteção ao<br />
Crédito Rural nos casos onde não existe a alter<strong>na</strong>tiva do seguro rural. Com estas<br />
garantias o banco terá seu risco reduzido a níveis baixíssimos, pois poderá receber os<br />
recursos emprestados diretamente do produtor caso de safras normais, do seguro<br />
rural em caso de perdas por adversidades climáticas, das opções de venda em caso<br />
de depreciação de preço e do Fundo de Proteção ao Crédito Rural em caso de algum<br />
outro problema qualquer. Esta redução no risco pode contribuir para a redução das<br />
taxas de juros.<br />
46<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
82
Figura 03 - Forma esquemática do funcio<strong>na</strong>mento do Fundo de Proteção ao Crédito<br />
Rural<br />
Opção de venda<br />
1 - O Produtor contrata operação de custeio agropecuário no Banco.<br />
2 - Simultaneamente o produtor:<br />
2.1 - Contrata seguro climático (com cobertura que garanta pelo menos o valor do débito).<br />
2.2 - Compra opções de venda do produto fi<strong>na</strong>nciado em volume e valor suficiente, pelo menos para<br />
cobrir o valor de débito.<br />
2.3 - Adere ao Fundo de Proteção ao Crédito Rural.<br />
3 - Em condições normais, o produtor vende a produção e paga o banco.<br />
4 - Em condições de sinistro:<br />
4.1 - Em caso de problemas climáticos o seguro paga o banco.<br />
4.2 - Em caso de depreciação do preço, o produtor exerce a opção de venda e paga o banco.<br />
4.3 - Em caso de outro problema qualquer <strong>na</strong> produção, existe ainda a possibilidade de utilização do<br />
Fundo de Proteção ao Crédito Rural.<br />
2.8 Criação de um Programa de Captação de Recursos<br />
Externos para Fi<strong>na</strong>nciamento da Agricultura<br />
As fontes de recursos para fi<strong>na</strong>nciamento da agricultura são limitadas.<br />
Anualmente, por ocasião do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário verifica-se<br />
recorrentemente falta de recursos para apoio ao fi<strong>na</strong>nciamento do plantio,<br />
comercialização e investimento com recursos de crédito rural. Além disso, os juros<br />
praticados no país não são competitivos: os produtores, hoje, pagam juros do crédito<br />
rural de 6,75% ao ano, que são superiores àqueles praticadas no mercado<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
47<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
83
Nos últimos anos, a escassez de recursos para os produtores rurais se<br />
acentuou particularmente <strong>na</strong>s atividades de custeio e <strong>na</strong> comercialização de produtos<br />
da agropecuária. Em consequência disso o produtor vê-se obrigado a buscar crédito<br />
junto a fornecedores de insumos e ao sistema fi<strong>na</strong>nceiro. Por conta disso assumem<br />
eles encargos fi<strong>na</strong>nceiros elevados,<br />
adquiridas<br />
o que dificulta o pagamento das dívidas<br />
Proposta<br />
• Criar um Programa de Captação de Recursos Externos, desti<strong>na</strong>do ao fi<strong>na</strong>nciamento<br />
da agricultura brasileira a taxas de juros de crédito rural. O programa deve possuir as<br />
seguintes características:<br />
Objetivos: Este programa tem como objetivo captar recursos no mercado<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para repasse aos produtores rurais e cooperativas por meio<br />
empréstimos com juros controlados de crédito rural.<br />
de<br />
Fi<strong>na</strong>lidades: Fi<strong>na</strong>nciamento de custeio, investimento, agro-industrialização e<br />
comercialização da produção agropecuária.<br />
Beneficiários: Produtores rurais, cooperativas agropecuárias e agroindústrias.<br />
Itens Fi<strong>na</strong>nciáveis: Custeio e investimento <strong>na</strong> produção agropecuária, estocagem,<br />
comercialização e agro-industrialização;<br />
Recursos: Captados no Exterior pelo Tesouro Nacio<strong>na</strong>l através de lançamento de<br />
títulos públicos ou outros títulos privados e repassados através do governo, de<br />
agentes fi<strong>na</strong>nceiros e de empresas do agronegócio. O montante de recursos<br />
necessário é da ordem de U$$ 15 bilhões por um prazo de resgate de até 5 anos;<br />
Prazos: Fi<strong>na</strong>nciamento com prazo de até 5 anos, a contar da data de assi<strong>na</strong>tura do<br />
contrato de fi<strong>na</strong>nciamento pelo tomador dos recursos. Carência de até 12 meses, a<br />
contar da data de assi<strong>na</strong>tura do contrato de fi<strong>na</strong>nciamento.<br />
Encargos fi<strong>na</strong>nceiros: Taxa de juros de crédito rural.<br />
Equalização: A equalização do risco cambial ou da diferença entre a taxa de captação<br />
dos recursos e de repasse ao produtor fica a cargo do Tesouro Nacio<strong>na</strong>l, quando<br />
houver necessidade;<br />
Lastro: Títulos do Governo Federal ou de agentes privados tomadores dos recursos;<br />
48<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
84
Estratégias: A gestão do programa fica a cargo do BNDES e o repasse por seus<br />
bancos credenciados.<br />
Forma de pagamento: Parcelas anuais e consecutivas do principal e dos encargos<br />
fi<strong>na</strong>nceiros.<br />
Liberação dos Recursos: Em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, parcela única, após assi<strong>na</strong>tura do<br />
contrato de fi<strong>na</strong>nciamento pelo tomador dos recursos.<br />
Garantias: conforme Manual de Crédito Rural;<br />
Contratação de Empréstimos Externos: As empresas brasileiras podem captar<br />
recursos no exterior, para fi<strong>na</strong>nciamento de custeio, investimento e comercialização da<br />
produção agropecuária conforme dispõe a (Resolução CMN nº 2.148, de 16/03/1995,<br />
posteriormente alterada pela Resolução nº 2.151 de 29/03/1995).<br />
Modalidades de Contratação de Empréstimos Externos: Como o objetivo do<br />
programa proposto é de captação de recursos para fi<strong>na</strong>nciamentos de custeio,<br />
investimento e comercialização, não necessariamente atrelado à operação de<br />
exportação ou de Adere conversíveis em ações, as modalidades a serem trabalhadas<br />
no programa são : (I) Emissão de Títulos no Exterior (Commercial Paper, Bonds,<br />
Notes) (II) Captação de recursos em Reais. Os recursos captados por meio de<br />
empréstimos externos devem ser aplicados em atividades econômicas, nos termos da<br />
legislação aplicável, respeitada a compatibilidade entre os custos praticados e os<br />
parâmetros usualmente observados nos mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
I. Emissão de Títulos no Exterior: Commercial Paper, Bonds e<br />
Notes<br />
Os recursos externos podem ser captados de forma direta ou por meio de<br />
colocação de títulos, inclusivamente àqueles conversíveis ou permutáveis em ações<br />
ou quotas, observadas as formas e respeitados os procedimentos usuais praticados<br />
no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Os títulos <strong>aqui</strong> referidos são os que seguem:<br />
a) Commercial paper: Quando o Brasil retornou ao mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de capitais,<br />
o primeiro instrumento de captação de recursos externos utilizados foi o commercial<br />
paper, que no mercado norte-americano é uma nota promissória com prazo de até 270<br />
dias.<br />
49<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
85
) Bonds: O termo Bonds ou Bônus pode ser usado como desig<strong>na</strong>ção genérica dos<br />
títulos representativos de dívida de países, instituições fi<strong>na</strong>nceiras ou empresas do<br />
setor público ou privado. No mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, Bonds são títulos com prazo de<br />
vencimento mais longo, normalmente acima de dez anos.<br />
c) Note: A desig<strong>na</strong>ção correta dos papéis que as empresas brasileiras têm emitido no<br />
exterior é Note. Notes são títulos de prazos mais curtos (até cinco anos).<br />
Todos esses títulos podem ter taxas de juros fixas ou variáveis. No mercado<br />
de euromoedas, os juros variáveis são calculados de acordo com a London Interbank<br />
Offered Rate - LIBOR, acrescida de uma margem, determi<strong>na</strong>da consoante o risco<br />
representado pelo país em que está domiciliado o emissor dos títulos (Brasil) e pelo<br />
próprio emissor.<br />
No caso de empréstimo externo mediante lançamento de títulos por parte do<br />
setor público, previamente a qualquer decisão de ida ao mercado externo, deve ser<br />
encaminhada comunicação ao FIRCE, sobre essa intenção, acompanhada de<br />
manifestação prelimi<strong>na</strong>r da Secretaria do Tesouro Nacio<strong>na</strong>l - STN. Obtida a anuência<br />
do FIRCE quanto à ida ao mercado externo, o emissor deve realizar consulta a no<br />
mínimo cinco agentes de mercado e, após a escolha do agente, registrar a operação<br />
no ROF, sendo o registro direcio<strong>na</strong>do à STN, para manifestação definitiva, e em<br />
seguida ao FIRCE, para credenciamento, conforme a regulamentação em vigor.<br />
O emissor deve incluir no ROF as informações sobre as propostas recebidas<br />
e manter a disposição do FIRCE uma planilha contendo as condições fi<strong>na</strong>nceiras das<br />
ofertas recebidas e indicação dos critérios de escolha da melhor oferta. Admite-se a<br />
definição dos custos fi<strong>na</strong>is por ocasião do efetivo lançamento, com base em melhores<br />
esforços, ajustando-se o ROF, se necessário, antes do ingresso dos recursos no País.<br />
Caso as condições da operação sejam consideradas aceitáveis, a operação será<br />
credenciada pelo FIRCE, <strong>na</strong> forma da legislação e da regulamentação em vigência. O<br />
emissor somente poderá outorgar mandato ao agente vencedor da licitação após o<br />
credenciamento da operação.<br />
Para fins de credenciamento e conclusão do registro, é exigida a inclusão no<br />
ROF pela STN, de evento próprio sobre sua manifestação favorável à contratação da<br />
operação. Essa manifestação deverá conter, ainda, informações sobre a manifestação<br />
da Comissão de Fi<strong>na</strong>nciamentos Externos – COFIEX, quando o credor for organismo<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e sobre a lei estadual, distrital ou municipal, que aprovou a contratação<br />
da operação ou a concessão da garantia; pelo tomador, de evento sobre a resolução<br />
do Se<strong>na</strong>do Federal, que ampara a contratação da operação, se for o caso; e pelo<br />
50<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
86
Bacen, de evento relativo ao despacho do Ministro da Fazenda para operações<br />
credenciadas em que a República (União) figure como devedora ou garantidora.<br />
As operações em que organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is sejam credores ou<br />
garantidores e cujo devedor seja do setor privado estão sujeitas à prévia manifestação<br />
do FIRCE, que incluirá no ROF evento específico.<br />
A seguir são apresentados dois modelos viáveis de captação dos recursos<br />
externos em moeda estrangeira via emissão de títulos públicos ou privados.<br />
a) Captação de Recursos externos em moeda estrangeira (STN)<br />
Captação de recursos no exterior<br />
Emite títulos<br />
Secretaria do Tesouro Nacio<strong>na</strong>l<br />
STN assume a<br />
equalização do<br />
risco cambial<br />
Agentes fi<strong>na</strong>nceiros<br />
Produtores e Cooperativas<br />
Recebe recursos em<br />
moeda estrangeira<br />
Repassa os recursos aos<br />
agentes fi<strong>na</strong>nceiros<br />
Fi<strong>na</strong>nciam a agropecuária<br />
com juros de crédito rural<br />
b) Capatação de recursos externos em moeda estrangeira – por empresas<br />
Captação de recursos no exterior<br />
Emite títulos<br />
Empresas do agronegócio e cooperativas<br />
STN assume a<br />
equalização do risco<br />
cambial<br />
Recebe recursos em<br />
moeda estrangeira<br />
Fi<strong>na</strong>nciam a agropecuária<br />
com juros de crédito rural<br />
Produtores e Cooperativas<br />
II. Operações de captação de recursos externos em reais<br />
51<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
87
cambial<br />
Produtores e Cooperativas<br />
II. Operações de captação de recursos externos em reais<br />
As empresas brasileiras podem captar recursos no exterior, emitindo títulos<br />
denomi<strong>na</strong>dos em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, de acordo 51 com a Resolução 3.221 de 29/07/2004.<br />
As partes interessadas nessa modalidade de operação são: (i) os investidores<br />
estrangeiros, fornecedores de crédito, que estão dispostos a adquirir títulos em Reais<br />
no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l porque acreditam <strong>na</strong> desvalorização do dólar norteamericano<br />
e <strong>na</strong> consequente valorização do Real no mercado de câmbio brasileiro e<br />
desejam, portanto, obter uma remuneração maior, estabelecida de acordo com as<br />
taxas de juros praticadas no Brasil (que, historicamente, sempre tem sido mais altas<br />
do que as taxas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is vigentes no exterior); e (ii) as empresas brasileiras,<br />
tomadoras de crédito, que possuem receitas em Reais e preferem não correr o risco<br />
da variação cambial decorrente de uma eventual captação de recursos em moeda<br />
estrangeira.<br />
Os recursos captados no exterior e ingressados no País devem ser<br />
registrados no Bacen, <strong>na</strong> moeda efetivamente ingressada no Brasil (em dólares norteamericanos,<br />
euros, ienes ou outras moedas estrangeiras) (Circular 3.250 do Bacen, de<br />
30/07/2004 e Regulamento anexo à Circular 3.027 do Bacen, de 22/02/2001).<br />
Antigamente, somente podiam ser registradas no Bacen as operações dessa <strong>na</strong>tureza<br />
que envolvessem títulos denomi<strong>na</strong>dos em moeda estrangeira, sendo que a emissão<br />
de títulos em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (Reais) era exclusivamente vinculada à dívida inter<strong>na</strong><br />
pública e privada.<br />
A moeda do registro será aquela efetivamente ingressada no País. Uma vez<br />
efetuado o registro do empréstimo no ROF, o esquema de pagamento da operação<br />
será automaticamente gerado, em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, observados o prazo e as<br />
condições fi<strong>na</strong>nceiras contratadas.<br />
Além disso, a atual regulamentação (Resolução 3.217/2004 do Conselho<br />
Monetário Nacio<strong>na</strong>l), autoriza, para fins de transferências fi<strong>na</strong>nceiras para o exterior, o<br />
registro no Bacen de garantias prestadas em operações inter<strong>na</strong>s de crédito, realizadas<br />
no Brasil entre pessoas jurídicas domiciliadas ou com sede no País, por organismos<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de que o Brasil participe. As instituições fi<strong>na</strong>nceiras autorizadas a<br />
operar no Brasil estão devidamente autorizadas, portanto, a acolher, em suas<br />
operações de crédito, garantias emitidas pelos aludidos organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Se<br />
houver o ingresso de recursos no Brasil para cumprimento da garantia, o registro no<br />
Bacen será efetuado <strong>na</strong> moeda efetivamente ingressada. Independentemente da<br />
moeda do registro, o valor em moeda estrangeira passível de retorno ao exterior é<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
52<br />
88
aquele correspondente ao montante, em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, devido ao garantidor em<br />
virtude da sub-rogação.<br />
Portanto, organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, como, por exemplo, o Banco Mundial e o<br />
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), podem garantir uma emissão de<br />
debêntures por uma empresa brasileira, o que poderá reduzir o custo de captação<br />
dessas operações no mercado doméstico. Na prática, não havia nenhum dispositivo<br />
restringindo esse procedimento, mas os organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is simplesmente não<br />
o faziam porque não era possível registrar a garantia no Bacen.<br />
A seguir são apresentados dois modelos de funcio<strong>na</strong>mento da captação dos<br />
recursos externos em Reais via emissão de títulos públicos ou privados.<br />
c) Diagrama de funcio<strong>na</strong>mento da captação de recursos externos em reais<br />
Captação de recursos no exterior<br />
Emite títulos<br />
STN assume a<br />
equalização do<br />
custo de captação<br />
Secretaria do Tesouro Nacio<strong>na</strong>l<br />
Agentes fi<strong>na</strong>nceiros<br />
Produtores e Cooperativas<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
89<br />
53<br />
Recebe recursos em<br />
Reais (R$)<br />
Repassa os recursos aos<br />
agentes fi<strong>na</strong>nceiros<br />
Fi<strong>na</strong>nciam a agropecuária<br />
com juros de crédito rural
d) Diagrama de funcio<strong>na</strong>mento da captação de recursos externos em reais<br />
Captação de recursos no exterior<br />
Emite títulos Recebe recursos em<br />
moeda estrangeira<br />
Empresas do agronegócio e cooperativas<br />
STN assume a<br />
equalização do<br />
custo de captação<br />
Fi<strong>na</strong>nciam a agropecuária<br />
com juros de crédito rural<br />
Produtores e Cooperativas<br />
3. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DO SETOR<br />
PRODUTIVO<br />
Atualmente as questões relacio<strong>na</strong>das à agropecuária são tratadas no âmbito<br />
de três ministérios: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),<br />
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério da Pesca (MP). Além disso,<br />
deve-se destacar que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem em seu atual escopo<br />
de responsabilidades ações que tem grande interferência no setor agropecuário. Com<br />
grande frequência não há consulta aos ministérios com competência nos assuntos<br />
agrários para a tomada de decisões sobre questões que afetam a produção rural. Com<br />
frequência também a Embrapa, reconhecidamente o órgão federal de maior<br />
capacidade técnica e científica em questões agropecuárias e ambientais, não é<br />
consultada <strong>na</strong>s discussões de interesse do agronegócio.<br />
Propostas:<br />
• Unificar o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) com o<br />
Ministério do Desenvolvimento Agrário<br />
Aquicultura(MPA).<br />
(MDA) e o Ministério da Pesca e<br />
• Fortalecer o novo Ministério atribuindo-lhe uma maior representatividade e<br />
autoridade para definição das políticas públicas em áreas estratégicas, tais como :<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
54<br />
90
• Definição do Orçamento Geral da União para Aquisição e equalização de<br />
preços agrícolas;<br />
• Definição do orçamento da Embrapa e da Companhia Nacio<strong>na</strong>l de<br />
Abastecimento;<br />
• Definição do orçamento para equalização das taxas de juros do Crédito Rural<br />
e para subvenção ao Prêmio do Seguro Rural;<br />
• Participação direta no Conselho Monetário Nacio<strong>na</strong>l para deliberar sobre<br />
questões de interesse do Agronegócio;<br />
• Representatividade do novo ministério para deliberar sobre os temas que<br />
interessam à agropecuária e participação com número de representantes equivalentes<br />
aos do MMA no Co<strong>na</strong>ma.<br />
• Restabelecer o Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Política Agrícola com força para definir os<br />
rumos da agropecuária e desenvolvimento de programas de interesse de todo o setor<br />
e com respeito às especificidades de cada setor e região.<br />
• Unificar a política agrícola empresarial com a familiar, dando-se melhores condições<br />
para os agricultores familiares crescer e se desenvolver. Amiúde os agricultores<br />
familiares reprimem o seu potencial de crescimento propositalmente para poder se<br />
manter sob a guarda da agricultura familiar. Uma mudança de forma de apoiar o setor<br />
propiciaria uma redução dos conflitos no campo e um desenvolvimento mais<br />
harmônico do setor rural, de modo a criar uma classe média rural forte, como ocorreu<br />
em municípios onde os agricultores se uniram e formaram cooperativas diversificadas.<br />
• Conceder ao Ministério da Agricultura o poder de deliberar sobre as políticas<br />
agroambientais, florestais e de uso da água e do solo.<br />
• Apoiar projetos integrados de desenvolvimento de cadeias produtivas, aproveitando-<br />
se as potencialidades de cada região, utilizando o cooperativismo como instrumento<br />
de implementação dos programas e de organização dos produtores.<br />
• Estabelecer programas de apoio aos produtores, independente de seu porte,<br />
evitando-se sua migração para as cidades em decorrência da falta de apoio para suas<br />
atividades em seus locais de origem.<br />
• Instituir o fórum permanente do setor privado e reuniões periódicas com os<br />
Ministérios da Agricultura, Indústria e Comércio e das Relações Exteriores para<br />
discutir propostas de interesse do agronegócio brasileiro.<br />
55<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
91
4. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA<br />
Apesar dos investimentos feitos nos últimos anos, o agronegócio ainda se<br />
depara com deficiências <strong>na</strong> infraestrutura de transporte e logística no Brasil, que<br />
impede que o setor mantenha e amplie o seu passo de crescimento. Investimentos<br />
são ainda necessários para colocar o país em pé de igualdade com os grandes<br />
players inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) marca a retomada dos<br />
investimentos em infraestrutura no País, após mais de 20 anos em que a prioridade<br />
dos governos foi a estabilização econômica. Com um acréscimo de R$ 142,1 bilhões<br />
no PAC até 2010, há dois anos, o governo previa investir R$ 503,9 bilhões no período<br />
e com a posterior inclusão de novas ações, o montante passou a ser de R$ 646<br />
bilhões. Outros R$ 313 bilhões foram acrescentados para o período pós-2010 que,<br />
somados aos R$ 189,2 bilhões já previstos anteriormente, totalizam R$ 502 bilhões.<br />
Assim, o total para investimentos soma R$ 1,1 trilhão. Desse total, o setor de energia é<br />
que mais vai receber investimentos – R$ 759 bilhões. O eixo de logística ficará com<br />
R$ 132,2 bilhões e o social e urbano, com R$ 257 bilhões.<br />
Mesmo se confirmados os investimentos previstos no PAC, segundo o<br />
Ministério da Fazenda, o montante investido equivaleria a 1,2% do PIB (PIB US$ 1,6<br />
trilhão em 2008). Por outro lado, estimativas do economista e ex-ministro Delfin Neto,<br />
o País necessitaria investir anualmente 2,5% do PIB em infraestrutura para fazer as<br />
obras necessárias para modernização da infraestrutura necessária ao<br />
desenvolvimento do país. Esse investimento é necessário para que o país propicie<br />
condições para que o setor produtivo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l tenha competitividade à crescente<br />
competitividade inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Pelos números do PAC, os investimentos estimados de R$ 1,1 trilhão,<br />
correspondem a US$ 550 bilhões, num período de 12 anos. A Chi<strong>na</strong>, exemplo, forte<br />
concorrente do Brasil no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, investiu aproximadamente 3 trilhões<br />
de dólares nos últimos 30 anos. Esse país fez seus investimentos não somente com<br />
resultados de seu superávit comercial, mas também, com recursos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, com<br />
aportes diretos por empresas e fundos de investimentos em rodovias, ferrovias,<br />
energia e portos, dentre outros.<br />
O Brasil possui atualmente marcos regulatórios modernos, agências<br />
reguladoras independentes funcio<strong>na</strong>ndo bem, o que facilita investimentos externos em<br />
infraestrutura. Todavia, o capital externo que entra vai para o mercado fi<strong>na</strong>nceiro. Os<br />
grandes investimentos estão sendo feitos com recursos do BNDES, mesmo para<br />
56<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
92
empresas estrangeiras, a exemplo do que ocorreu com as privatizações que o dinheiro<br />
da compra das estatais saiu do BNDES. Assim sendo, os investimentos infraestrutura<br />
poderiam ser potencializados se parte do capital externo for ca<strong>na</strong>lizado para essa<br />
fi<strong>na</strong>lidade.<br />
No Brasil, cerca de 60% do transporte de grãos é realizado por rodovias. Isso<br />
onera consideravelmente a logística de transporte no país. O transporte de uma<br />
tonelada de soja de Rondonópolis (Mato Grosso) a Para<strong>na</strong>guá (Paraná), por exemplo,<br />
custa o equivalente a 20% do valor do produto: no caso do milho, metade do valor da<br />
mercadoria é despendido com frete. Em países como Estados Unidos e a Argenti<strong>na</strong> o<br />
custo médio do transporte é metade do custo normalmente verificado no Brasil.<br />
Contribuem para esse custo elevado no Brasil, além da priorização do transporte<br />
rodoviário propriamente dito, os elevados gastos com manutenções dos caminhões<br />
devido à precariedade da malha rodoviária, o preço do combustível e a tarifa de<br />
pedágio.<br />
Um fator de competividade nos países supracitados é a priorização de<br />
sistemas de transporte de baixo custo. No caso dos Estados Unidos 61% do<br />
transporte de grãos e fibras é realizado por hidrovias. Outros 23% da produção é<br />
escoada por ferrovias e ape<strong>na</strong>s 16% por rodovias. No Brasil, por sua vez, 60% do<br />
transporte de grãos é feito por rodovias. As ferrovias do país levam 33% e as hidrovias<br />
7% da produção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. No caso da Argenti<strong>na</strong> o transporte rodoviário é maior que o<br />
brasileiro, de 82%, mas o ganho em competividade acontece devido às baixas<br />
distâncias da zo<strong>na</strong> de produção aos portos.<br />
A Confederação Nacio<strong>na</strong>l dos Transportes (CNT) realizou em 2007 pesquisa<br />
para avaliar o estado de 87.592 km de rodovias em todo país. A avaliação<br />
compreendeu toda a malha rodoviária federal pavimentada e também os principais<br />
trechos sob gestão estadual e sob concessão. Na pesquisa, 26,1% (22.893 km) das<br />
estradas tiveram avaliação positiva, ao passo que 73,9% (64.699 km) apresentaram<br />
algum tipo de deficiência.<br />
Seguindo a tendência de outros países, o Brasil optou há alguns anos por um<br />
modelo de concessões de rodovias. O modelo adotado <strong>na</strong> época elevou<br />
consideravelmente os preços do pedágio, o que consideravelmente os investimentos<br />
no interior do País. A título de comparação com as novas concessões, por exemplo, o<br />
trecho de rodovia de Curitiba a Para<strong>na</strong>guá de 90 quilômetros, tem um preço de<br />
pedágio de R$ 12,50 para automóveis ou R$ 10,50 por eixo de caminhões. Enquanto<br />
o trecho da BR 376 (Curitiba – Joinvile em Santa Catari<strong>na</strong>) se paga R$ 2,60 em duas<br />
praças de pedágio.<br />
57<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
93
Apesar das limitações da malha ferroviária, 33% da produção brasileira de<br />
grãos desti<strong>na</strong>das à exportação são transportados por via férrea. No entanto, o custo<br />
do transporte ferroviário no Brasil não obedece necessariamente os custos de<br />
operação da ferrovia e baseia-se em cálculo relativo ao percentual do custo de frete<br />
rodoviário (com média atual de 83% no Estado do Paraná).<br />
Os custos de transporte no Brasil são comparativamente mais caros que<br />
aqueles observados <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> e Estados Unidos. Os custos dos transportes de<br />
grãos para os modais, rodoviário, ferroviário e hidroviário para o Brasil, Argenti<strong>na</strong> e<br />
Estados Unidos são apresentados abaixo:<br />
Tabela 1. Custo de transporte de grãos nos modais rodoviário, ferroviário e hidroviário<br />
no Brasil, Argenti<strong>na</strong> e Estados Unidos<br />
Modal Brasil – Paraná Brasil – Mato Grosso Argenti<strong>na</strong> Estados Unidos<br />
Rodoviário 31 60 14 15<br />
Ferroviário 25 50 15 10<br />
Hidroviário 12 8 5<br />
O Paraná é um bom exemplo da precariedade do transporte ferroviário no<br />
Brasil. A limitada malha férrea no Estado em sua maior parte tem mais de 100 anos de<br />
implantação. No trecho Guarapuava a Ponta Grossa, por exemplo, as locomotivas são<br />
obrigadas a reduzir o numero de vagões de 70-80 para 30-40 para poder seguir<br />
viagem. Como consequência disso a velocidade média de viagem reduz de 40/50 para<br />
10/20 Km/hora. A construção de uma nova ferrovia para esse trecho consta das obras<br />
prioritárias do PAC, porém, até o momento o projeto continua parado. No trecho que<br />
vai de Curitiba ao porto de Para<strong>na</strong>guá, a ferrovia tem sua capacidade de tráfego<br />
limitada sinuosidade da via. Na época de sua construção, em 1885, a ferrovia era<br />
desti<strong>na</strong>da principalmente ao transporte de passageiros, e portanto não comporta<br />
locomotivas trafegando em ple<strong>na</strong> carga. Em outras regiões do país o transporte<br />
ferroviário é ainda mais precário. Portanto, são necessárias medidas estruturantes<br />
para alavancar o transporte rodoviário no país e possibilitar ganhos em<br />
competitividade do agronegócio.<br />
O Brasil ocupa posição de destaque <strong>na</strong> produção e comércio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de<br />
commodities agrícolas. O país é o primeiro <strong>na</strong> exportação de açúcar, café, suco de<br />
laranja, etanol e tabaco. As exportações brasileiras de produtos originários do<br />
agronegócio foram próximas a 100 milhões de toneladas em 2009. Na próxima<br />
década, esse volume será acrescido de cerca de 70 milhões de toneladas. Com isso,<br />
58<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
94
o Brasil deverá ser o responsável pelo suprimento de aproximadamente 50% do<br />
mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de oito das principais commodities.<br />
Essas perspectivas de expansão determi<strong>na</strong>rão importantes mudanças <strong>na</strong><br />
geografia econômica e <strong>na</strong> logística do agronegócio brasileiro. As regiões Sul e<br />
Sudeste, pioneiras <strong>na</strong> expansão, tenderão a se especializar em produtos sofisticados,<br />
que serão exportados por contêineres. O etanol terá a exportação simplificada através<br />
de dutos. As novas fronteiras do Centro Norte e do Centro Oeste assumirão em um<br />
primeiro momento a exportação de commodities básicas, mas tenderão a expandir<br />
também em todas as linhas.<br />
Os Portos de São Luís e Belém tem localização privilegiada para as<br />
exportações para os mercados do Atlântico Norte, destino de aproximadamente 80%<br />
das exportações do agronegócio. Esses portos possibilitam um ganho de 4 dias<br />
comparativamente ao porto de Para<strong>na</strong>guá, Ainda, ampliação do Ca<strong>na</strong>l do Pa<strong>na</strong>má,<br />
para trânsito de <strong>na</strong>vios de maior capacidade, ocasio<strong>na</strong>rá importantes mudanças <strong>na</strong><br />
logística do transporte marítimo entre os oceanos Atlântico e Pacífico.<br />
É fundamental reestruturar a Navegação de Cabotagem, uma vez que<br />
atualmente somente é permitida a operação por <strong>na</strong>vios de bandeira brasileira. A<br />
cabotagem é uma operação onerosa com o AFRMM, que atualmente é de até 10% do<br />
valor do frete sobre o escoamento da produção agroalimentar e de 25% para<br />
<strong>na</strong>vegação de longo curso.<br />
59<br />
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95
Propostas:<br />
• Desti<strong>na</strong>r 26% dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento<br />
previsto para infraestrutura para obras de interesse do agronegócio.<br />
• Desti<strong>na</strong>r recursos para investimentos <strong>na</strong> melhoria da malha viária e para<br />
obras de construção de segundas pistas e terceiras faixas e diversas<br />
rodovias.<br />
• Desti<strong>na</strong>r recursos específicos aos municípios para a recuperação das<br />
estradas rurais.<br />
• Desti<strong>na</strong>r recursos para conclusão da Ferrovia Norte – Sul, e os seguintes<br />
trechos no Paraná: nova pista no trecho Curitiba/Para<strong>na</strong>guá, Ponta<br />
Grossa/Guarapuava, Cascavel/Foz/ Guairá, Campo Mourão/Cianorte e o<br />
contorno ferroviário da Cidade de Curitiba.<br />
• Rever os contratos de concessão com objetivo de permitir que outras<br />
empresas possam usar a ferrovia, colocando seu próprio material rodante,<br />
em atendimento ao previsto <strong>na</strong> legislação do direito de uso.<br />
• Revisar, sob coorde<strong>na</strong>ção da ANTT e com a participação dos usuários, o<br />
processo de definição do preço do transporte das concessionárias que<br />
utilizam um percentual do custo do transporte rodoviário e não a planilha de<br />
custo efetivo da operação da ferrovia.<br />
• Permitir a utilização de embarcações com bandeira estrangeira para a<br />
<strong>na</strong>vegação de cabotagem para transporte ao longo da costa brasileira<br />
através da edição de normativo do poder executivo, conforme previsto nos<br />
incisos I e II do Artigo 9º, da Lei N° 9.432 de 08 de janeiro de 1997.<br />
• Manter um programa permanente de dragagem dos acessos aos portos.<br />
• Readequar os acessos rodoviários e ferroviários dos principais portos<br />
brasileiros.<br />
• Realizar investimentos para ampliações dos portos de Belém, São Luiz e<br />
Porto Velho, para viabilizar a exportação da produção do centro oeste e<br />
norte do País a custos mais baixos.<br />
• Realizar investimentos para modernização do porto de Para<strong>na</strong>guá, principal<br />
porto exportador de grãos do país.<br />
60<br />
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5. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA DOS INSUMOS AGRÍCOLAS,<br />
ALIMENTOS, SERVIÇOS, INVESTIMENTOS E<br />
EXPORTAÇÕES<br />
A carga tributária brasileira afeta enormemente a competitividade dos<br />
diversos setores. No setor de agronegócios os tributos incidentes são responsáveis<br />
por distorções de competitividade inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do setor, com prejuízo também à<br />
população brasileira, que por conta disso depara-se com preços de alimentos mais<br />
caros. Não se justifica impor tal ônus, pois o retorno oferecido à sociedade é<br />
incompatível com o volume de recursos arrecadados pelo setor público. A carga<br />
tributária brasileira inibe as condições de investimento e provoca distorções no<br />
mercado com consequências negativas nos indicadores sociais e econômicos do país.<br />
A produção agropecuária brasileira está sujeita a uma carga tributária direta<br />
incidente sobre os diferentes produtos, que varia em razão dos insumos utilizados no<br />
processo produtivo.Os principais insumos são as sementes, os fertilizantes e<br />
corretivos, os defensivos (agroquímicos), os combustíveis (óleo diesel) e lubrificantes<br />
e, por fim, a mão de obra. Outros fatores de produção com importante papel nos<br />
custos de produção são as máqui<strong>na</strong>s agrícolas e equipamentos, o transporte, a<br />
padronização e o armaze<strong>na</strong>mento.<br />
Segundo estimativas da OCEPAR, os produtores rurais pagam embutidos nos<br />
custos operacio<strong>na</strong>is de produção de soja 13,7% de tributos. No milho o valor é de<br />
10,9% e no trigo de 11,6%. Diversos impostos incidem sobre a produção<br />
agropecuária, incluindo-se: PIS, COFINS, IOF, CPMF, ICMS, IPI, ITR e INSS.<br />
Estimativa da participação dos impostos diretos e indiretos no custo operacio<strong>na</strong>l de<br />
produção.<br />
Produto<br />
Custo<br />
Operacio<strong>na</strong>l<br />
Imposto no<br />
Custo<br />
Operacio<strong>na</strong>l<br />
Custo<br />
Operacio<strong>na</strong>l<br />
Desonerado<br />
Participação (%)<br />
(imposto/Custo)<br />
Soja (R$/sc) 27,24 3,74 23,50 13,7<br />
Milho (R$/sc) 14,96 1,63 13,33 10,9<br />
Trigo (R$/sc) 30,12 3,48 26,64 11,6<br />
Os impostos considerados para fins de cálculo foram o PIS, COFINS, IOF, CPMF, ICMS, IPI, ITR e INSS.<br />
Fonte: OCEPAR.<br />
Enquanto a produção primária está sujeita a uma tributação de cerca de 11%<br />
os demais elos da cadeia produtiva são sujeitas a adicio<strong>na</strong>is de tributação, o que eleva<br />
bastante o custo dos alimentos para consumidor fi<strong>na</strong>l Estima-se que a carga tributária<br />
média paga pelos consumidores fi<strong>na</strong>is dos produtos agroindustrializados é cerca de<br />
30%. Tal carga tributária pe<strong>na</strong>liza especialmente as camadas de menor poder<br />
<strong>aqui</strong>sitivo. Além disso, o setor agroalimentar convive com um sistema tributário<br />
61<br />
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97
complexo, que é com frequência alterado nos níveis federal, estadual e municipal,<br />
postando grande dificuldade para a adaptação das empresas.<br />
Um outro problema é a guerra fiscal entre os estados <strong>na</strong> tributação do ICMS.<br />
É necessário que haja um tratamento isonômico entre os estados brasileiros para que<br />
a disputa que existe atualmente superada.<br />
Propostas:<br />
Tendo como objetivo fortalecer a competitividade do agronegócio<br />
brasileiro no mercado interno e externo propomos uma revisão no sistema<br />
tributário <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l nos seguintes pontos:<br />
• Retomar no Congresso <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l a proposta de reforma tributária <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
• Desonerar a produção agrícola primária, os serviços, as exportações e o<br />
investimento da incidência de tributos.<br />
• Elimi<strong>na</strong>r a guerra fiscal entre os estados por intermédio da implementação do<br />
princípio da isonomia. Neste ponto o CONFAZ terá papel fundamental de coorde<strong>na</strong>r<br />
a unificação das legislações de todos os estados.<br />
• Desonerar os alimentos da incidência de tributos federais e estaduais.<br />
6. GARANTIA DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE<br />
PROPRIEDADE NO MEIO RURAL<br />
O marco regulatório que trata da segurança fundiária é o Estatuto da Terra,<br />
Lei N° 4.504, de 30 de novembro de 1964. Este aparato legal é i<strong>na</strong>dequado <strong>na</strong> atual<br />
conjuntura de produção agrícola, pois não garante o direito da propriedade ao produtor<br />
rural para que ele assim possa produzir alimentos com tranquilidade e segurança. O<br />
direito de propriedade, que é um direito constitucio<strong>na</strong>l e deveria ser largamente<br />
assegurado, é com frequência desrespeitada. Invasões e revindicações de grupos de<br />
interesse como quilombolas, sem-terra e indíge<strong>na</strong>s são via de regra tidos como<br />
legítimos pelo poder judiciário, sem que a relevância dos sistemas produtivos<br />
estabelecidos seja devidamente considerada. Também, em caso quando o judiciário<br />
reconhece a legitimidade dos produtores rurais que tenham tido suas terras invadidas,<br />
há morosidade e descaso do poder público <strong>na</strong> restituição de posse da terra.<br />
Um outro caso, em que o direito de propriedade do produtor rural é ferido Além disso,<br />
é <strong>na</strong> criação de unidades de conservação. Os produtores rurais não são consultados<br />
para a criação <strong>na</strong>s unidades de conservação com respeito às restrições de uso ou<br />
62<br />
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98
mesmo desapropriações de terras. No caso de desapropriação de terra, os produtores<br />
rurais não são devidamente indenizados pelo governo, conforme previsto <strong>na</strong><br />
legislação. Com frequência o governo cria UC’s sem ter para isso a dotação<br />
orçamentária para a implantação, o que envolve indenizações aos produtores, e para<br />
o manejo das mesmas.<br />
O que também causa grande inquietação nos produtores nos produtores<br />
rurais brasileiros é a possibilidade de revisão dos índices de produtividade, com a<br />
fi<strong>na</strong>lidade de aumentar a disponibilidade de áreas de terras para a reforma agrária. A<br />
proposta de alteração dos índices de produtividade não prevê tratamento diferenciado<br />
para os casos de frustração de safra por adversidades climáticas. E não estabelece<br />
mecanismos de salvaguardas aos produtores rurais que em períodos de falta de<br />
crédito e de preços baixos deixarem de cultivar suas áreas de terra.<br />
As crises <strong>na</strong> agricultura são cíclicas e, portanto, normativos devem prever<br />
mecanismos de proteção aos produtores rurais, nos períodos de crise, permitindo a<br />
eles a opção de não cultivar no caso de expectativa de frustração de safra e prejuízo.<br />
Propostas:<br />
• Revisar o Programa Nacio<strong>na</strong>l de Direitos Humanos – PNDH3 para elimi<strong>na</strong>r as<br />
medidas que direta ou indiretamente firam o direito de propriedade;<br />
• Enquadrar todos dos grupos envolvidos <strong>na</strong> disputa por terras que venham a ferir as<br />
normas constitucio<strong>na</strong>is, qualquer que seja o escopo desses grupos;<br />
• Revitalizar o programa do Banco da Terra.<br />
• Rever as exigências da NR N° 31, que estabeleceu 252 exigências ao produtor<br />
rural, sem necessariamente proteger o trabalhador;<br />
• Flexibilizar a legislação trabalhista para o emprego no setor agropecuário;<br />
• Manter os atuais índices de produtividade;<br />
• Determi<strong>na</strong>r que o conceito de produtividade da terra tenha por base estudos<br />
científicos e econômicos realizados pela Embrapa, com a participação do Ministério<br />
da Agricultura - MAPA e do Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Política Agrícola - CNPA.<br />
63<br />
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99
7. PROGRAMA DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÃO DE<br />
INSUMOS AGROPECUÁRIOS<br />
Os fertilizantes e os agroquímicos estão entre os principais insumos utilizados<br />
no processo de produção agrícola. A participação dos fertilizantes nos custos<br />
operacio<strong>na</strong>is da soja, por exemplo, é de 12%, no milho é de 25%. A esses custos<br />
acrescem-se os custos de respectivamente 13,4% e 6,8% dos agroquímicos,<br />
perfazendo assim uma participação entre 20 a 30% nos custos operacio<strong>na</strong>is. Portanto,<br />
qualquer redução nestes dois itens tem significativo impacto nos custos de produção<br />
agrícola.<br />
A indústria <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de fertilizantes está estruturada em três grupos de<br />
produtos: a) matérias-primas básicas (rocha fosfática, rocha potássica, amônia e<br />
enxofre); b) intermediários (ácido sulfúrico, ácido fosfórico e ácido nítrico) e; c)<br />
fertilizantes formulados.<br />
Recursos Naturais<br />
Fontes de Matéria-<br />
Prima<br />
Matérias primas e produtos<br />
intermediários (ácidos)<br />
Indústria de fertilizantes<br />
As maiores empresas, geralmente com integração vertical, aparecem nos<br />
dois primeiros grupos, enquanto as empresas médias e peque<strong>na</strong>s, as misturadoras, se<br />
concentram no terceiro grupo. Neste último, a disputa pelo mercado tem-se mostrado<br />
cada vez mais acirrada.<br />
Pode-se considerar que o Brasil tem tecnologia no segmento do nitrogênio<br />
acima da média mundial. Constata-se que em países desenvolvidos ainda se utilizam<br />
processos, já reconhecidos entre nós, como superados. No segmento do fósforo o<br />
Brasil é exportador de tecnologia. Na produção de adubos NPK os avanços são<br />
pequenos. Não há grandes novidades no setor da mistura e a tecnologia de<br />
granulação é perfeitamente domi<strong>na</strong>da pela indústria <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
A demanda anual por fertilizantes no Brasil, que era cerca de 15 milhões de<br />
toneladas <strong>na</strong> década de 90, saltou para um patamar de 20 milhões a partir de 2000,<br />
alcançou o recorde de 24,70 milhões de toneladas em 2007 e fechou 2009 em 22,50<br />
milhões de toneladas.<br />
A produção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de NPK responde por ape<strong>na</strong>s 35% do consumo. A forte<br />
dependência por insumos importados tor<strong>na</strong> o agronegócio brasileiro altamente<br />
64<br />
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100<br />
Fertilizantes básicos: fosfatados,<br />
nitroge<strong>na</strong>dos e potássicos<br />
Indústria de fertilizantes<br />
N P K<br />
(produto Fi<strong>na</strong>l)<br />
Misturadoras
vulnerável. uma vez que ape<strong>na</strong>s quatro países domi<strong>na</strong>m atualmente a exploração de<br />
potássio no mundo. Três empresas domi<strong>na</strong>m o mercado mundial de fertilizantes.<br />
A fim de se alavancar a competitividade do agronegócio brasileiro, é inevitável<br />
o direcio<strong>na</strong>mento de recursos para conquista da autossuficiência do país <strong>na</strong> produção<br />
e suprimento de fertilizantes. Já que investimentos para tanto são elevados, faz-se<br />
necessário um direcio<strong>na</strong>mento de investimentos direcio<strong>na</strong>dos para se atingir a<br />
autossuficiência no fornecimento de fósforo, nitrogênio e potássio num prazo de 10 a<br />
15 anos.<br />
Existe a necessidade de o Brasil cumprir o acordo do Mercosul e permitir que<br />
os produtores rurais importem dos países membros os defensivos que constam do<br />
acordo de cooperação econômica, que somam 27 substâncias ativas e suas<br />
formulações. Os produtores rurais gastam cerca de US$ 1,0 bilhão/ano em<br />
decorrência dos preços mais elevados no Brasil e pela reserva de mercado que proíbe<br />
as importações.<br />
O Brasil foi conde<strong>na</strong>do pelo Tribu<strong>na</strong>l Arbitral do Mercosul, em 14 de abril de<br />
2002, que estabeleceu prazo de 120 dias para incorporar em seu orde<strong>na</strong>mento jurídico<br />
interno as disposições contidas <strong>na</strong>s Resoluções GMC Nº 48/96, 87/96, 149/96, 156/96<br />
e 71/98. Como tentativa de cumprimento do acordo, o governo brasileiro editou o<br />
Decreto nº 4.074, de quatro de janeiro de 2002, que incorporou o sistema de registro<br />
por equivalência química.<br />
O Decreto n° 4.074/02 regulamentou o setor de agrotóxicos de forma ampla,<br />
normatizando a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o<br />
transporte, o armaze<strong>na</strong>mento, a comercialização, a propaganda, a utilização, a<br />
importação, a exportação, o desti<strong>na</strong>ção fi<strong>na</strong>l dos resíduos e embalagens, o registro, a<br />
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos. Essa legislação<br />
exige que o registro seja administrado pelos Ministérios da Agricultura, Saúde e Meio<br />
Ambiente, o que tor<strong>na</strong> o processo de registro lento, complexo e oneroso.<br />
Para a comercialização de produtos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is faz-se necessário o registro <strong>na</strong><br />
Anvisa. Para registrar um produto no Brasil são exigidas diversas pesquisas e<br />
documentações que demoram cerca de cinco anos para serem concluídas. A<br />
importação de defensivos agrícolas é proibida. Cerca de 30% dos defensivos agrícolas<br />
comercializados, <strong>na</strong>s regiões de fronteira são de origem ilegal. O preço desses<br />
produtos corresponde à cerca de 50% do preço de um produto fabricado no Brasil.<br />
Para se acabar com as distorções existentes no mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de<br />
defensivos agrícolas faz-se necessária a atuação do poder público <strong>na</strong> criação de<br />
projetos e programas desti<strong>na</strong>dos a melhorar a competitividade do setor agropecuário.<br />
65<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
101
Propostas:<br />
• Ampliar as estruturas de produção de ureia da Petrobrás, bem como sua entrada <strong>na</strong><br />
produção de matéria prima originária das rochas de fosfato e de potássio.<br />
• Fomentar investimentos pela Petrobrás para exploração das reservas de fosfato e<br />
de potássio, bem como ampliar as estruturas de produção de nitroge<strong>na</strong>dos, que<br />
requerem altos investimentos.<br />
• Fomentar a organização de investidores ou outras formas de organização para<br />
exploração de jazidas de matérias primas para fertilizantes, com participação do<br />
BNDESPAR <strong>na</strong> viabilização fi<strong>na</strong>nceira dos projetos.<br />
• Permitir a circulação de defensivos agrícolas, substâncias ativas e suas<br />
correspondentes formulações, entre todos os países parte do Mercosul, conforme<br />
disposto no acordo de livre comércio;<br />
• Autorizar, sem necessidade de novo registro, a importação de defensivos agrícolas<br />
com formulado equivalente ou produtos similares (genéricos) já registrados no<br />
Brasil;<br />
• Simplificar o processo de registro de defensivos agrícolas no Brasil e aprovar os<br />
normativos que permitirão a extensão de uso dos defensivos para culturas de<br />
peque<strong>na</strong> expressão econômica “Minor Crops”;<br />
• Permitir a utilização no Brasil de defensivos agrícolas importados, mediante<br />
comprovação de seu registro no país de origem para a mesma cultura e desti<strong>na</strong>ção<br />
de uso (inseticida, fungicida ou herbicida);<br />
• Adotar políticas de repressão ao contrabando de defensivos agrícolas.<br />
8. ADEQUAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL<br />
A existência do ser humano gera, inevitavelmente, algum tipo de impacto<br />
ambiental, cabendo a ele adotar ações mitigadoras visando o seu equilíbrio. No meio<br />
rural, as atividades sempre foram orientadas para uma produção de alimentos para<br />
atender as necessidades crescentes da população, gerando também emprego e<br />
desenvolvimento para a <strong>na</strong>ção.<br />
O Código Florestal, instituído há mais de quatro décadas, criou conceitos,<br />
como a Reserva Legal, baseados <strong>na</strong> realidade da época. Desde então a agricultura<br />
brasileira passou por uma modernização tecnológica, incorporando novos conceitos <strong>na</strong><br />
adequação dos sistemas produtivos. As atividades agropecuárias passaram a ser<br />
66<br />
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102
direcio<strong>na</strong>das para o uso sustentável, buscando o equilíbrio entre a preservação<br />
ambiental, a responsabilidade social e sua a viabilidade econômica. O setor rural<br />
realizou nos últimos anos diversas ações proativas em meio ambiente:<br />
Propostas<br />
Adoção do Sistema de Plantio Direto em 25 milhões de ha evitando<br />
perda de solo (20 a 40 ton./ha/ano), e contribuindo <strong>na</strong> redução da<br />
emissão de CO2 (29 a 30 milhões ton./ano).(Fed. Bras. de Plantio<br />
Direto);<br />
Criação do Programa de Recolhimento de Embalagens Vazias de<br />
Defensivos Agrícolas, que já recolheu mais de 100 mil toneladas de<br />
embalagens, atingindo uma taxa de retorno de 95% em 2009 (INPEV);<br />
Maior contribuição <strong>na</strong> Matriz Energética Renovável, sendo 30%<br />
proveniente de biomassa, da qual 16% é com base <strong>na</strong> cultura da ca<strong>na</strong><br />
de açúcar, 11% de lenha e carvão vegetal e 3% de outros (ANEEL). No<br />
Brasil a substituição da gasoli<strong>na</strong> pelo etanol pode reduzir em 73% as<br />
emissões de CO2 (EMBRAPA);<br />
Implantação de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no<br />
tratamento de resíduos animais, gerando energia e reduzindo a emissão<br />
de CO2;<br />
Desenvolvendo programas de recuperação de <strong>na</strong>scentes e apoio ao<br />
Programa Estadual de Preservação das Matas Ciliares, com plantio de<br />
100 milhões de mudas (SEMA/PR);<br />
• Realizar ações para solução das distorções existentes <strong>na</strong> legislação ambiental<br />
brasileira, conforme segue:<br />
a) Reserva Ambiental<br />
Aos produtores rurais caberá a preservação e recuperação das áreas<br />
de preservação permanente de suas propriedades.<br />
Caberá à Sociedade, sob coorde<strong>na</strong>ção da Administração Direta<br />
(Município, Estado e Federação), com a participação dos Comitês<br />
Municipais de Meio Ambiente, a obrigatoriedade de complementar o<br />
índice de Reserva Ambiental, denomi<strong>na</strong>da Reserva Coletiva, necessária<br />
67<br />
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103
e suficiente para garantir um mínimo de 20%, 35% e 80% dependendo<br />
da região.<br />
Os produtores rurais que tiverem suas atividades inviabilizadas<br />
economicamente pelas exigências da legislação ambiental serão<br />
remunerados por meio de pagamento pelos serviços ambientais<br />
prestados.<br />
A propriedade que apresentar área florestal, que não se enquadre como<br />
área de preservação permanente, poderá preservá-la em benefício da<br />
coletividade, recebendo benefícios diretos ou indiretos para sua<br />
manutenção.<br />
Em se tratando de pequenos fragmentos florestais, isolados em áreas<br />
de cultivo, será permitida a realocação destas áreas mediante projeto<br />
técnico, desde que comprovado o ganho ambiental.<br />
b) Reserva Ambiental Coletiva<br />
Incentivar a formação de Reserva Ambiental Coletiva atendendo as<br />
áreas de relevante interesse ecológico apontadas pelo Estado, usando<br />
as diretrizes do Zoneamento Ecológico Econômico.<br />
A Reserva Ambiental Coletiva constituída com espécies <strong>na</strong>tivas,<br />
obedecendo às diretrizes do Zoneamento Econômico Ecológico, serão<br />
remuneradas pela prestação de serviços ambientais.<br />
Permitir o uso econômico da Reserva Ambiental Coletiva, quando<br />
implantada com espécies <strong>na</strong>tivas consorciadas e espécies exóticas em<br />
sistema multiextrata. Neste caso não haverá remuneração por serviços<br />
ambientais prestados.<br />
A Reserva Ambiental Coletiva, quando pública, será voltada unicamente<br />
para a conservação dos recursos <strong>na</strong>turais. Estas áreas poderão receber<br />
recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l do Meio Ambiente para sua manutenção.<br />
c) Áreas de Preservação Permanente<br />
Permitir o uso econômico das áreas de preservação permanente, para<br />
que seja possível no mínimo, a exploração extrativista como a coleta de<br />
frutos, folhas, cascas, sementes e essências florestais, desde que não<br />
comprometa a regeneração e manutenção ao longo prazo da vegetação<br />
<strong>na</strong>tiva.<br />
68<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
104
Estimular o desenvolvimento de novas metodologias para que se possa<br />
viabilizar o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL).<br />
Permitir aos produtores rurais a continuação do uso de Áreas de<br />
Preservação Permanente, localizadas em topos de morros e encostas<br />
com uso agropecuário consolidado, utilizando-se de práticas agrícolas<br />
tecnicamente adequadas ao ambiente local.<br />
Definir a largura de faixas de vegetação margi<strong>na</strong>l aos cursos hídricos<br />
de acordo com critérios técnico-científicos.<br />
d) Uso das Áreas Consolidadas<br />
Assegurar aos produtores rurais o direito de uso das áreas<br />
consolidadas, não podendo a lei retroagir em seu prejuízo, impedindo a<br />
punição daqueles que as utilizam e que, em razão de alteração,<br />
superveniente, de texto de lei, passaram a ter passivos ambientais.<br />
e) Zoneamento Ecológico Econômico<br />
Implementar o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) concedendo<br />
aos estados e municípios a autonomia para desenvolvimento de<br />
políticas de gestão das atividades para a sua região.<br />
Dar prioridade à aprovação do Zoneamento Ecológico Econômico, para<br />
que seja possível determi<strong>na</strong>r o potencial agrícola por região<br />
contribuindo para indicar as potenciais áreas de recuperação florestal,<br />
sem prejuízo ás áreas de cultivo.<br />
f) Formação de Fundo para Pagamento por Serviços Ambientais com<br />
recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l de Meio Ambiente<br />
Alterar o artigo 5º da lei 7.797/89, considerando prioritária a aplicação<br />
dos recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l do Meio Ambiente em áreas de<br />
Reserva Ambiental, possibilitando o ressarcimento ao produtor rural<br />
pela prestação de serviços ambientais.<br />
Alterar o artigo 3º da lei 7.797/89, contemplando a formação de comitês<br />
municipais para gerir a aplicação dos recursos arrecadados através do<br />
fundo.<br />
Instituir a criação de comitês municipais de meio ambiente, com a<br />
participação paritária do setor produtivo rural e urbano.<br />
69<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
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g) ICMS Ecológico<br />
Ampliar o conceito do ICMS Ecológico para beneficiar as APP’s dentro<br />
da propriedade rural.<br />
Criar comitês municipais, com a participação do setor produtivo rural,<br />
para gerenciar a desti<strong>na</strong>ção dos recursos arrecadados.<br />
h) Contribuição da Sociedade<br />
Desti<strong>na</strong>r parte dos tributos atualmente cobradas sobre automóveis,<br />
cigarros, bebidas alcoólicas, coleta do lixo, tarifa de água e esgoto e<br />
sobre atividades potencialmente poluidoras, para o Fundo Ambiental,<br />
objetivando a recuperação, preservação e conservação dos recursos<br />
<strong>na</strong>turais.<br />
i) Prazo para Adequação<br />
Conceder prazo de 15 anos para adequação e recuperação da Reserva<br />
Ambiental, contado a partir da publicação da nova normativa.<br />
j) Linhas de Fi<strong>na</strong>nciamento e Benefícios Fiscais<br />
Criar linhas de fi<strong>na</strong>nciamento ambiental para recuperação de áreas a<br />
preservar com prazos de 15 anos e juros limitados a 50% do índice<br />
praticado pelo PRONAF.<br />
Conceder ao produtor rural a possibilidade de desti<strong>na</strong>r 25% do Imposto<br />
de Renda Rural para amortização do fi<strong>na</strong>nciamento adquirido para<br />
regularização ambiental.<br />
Possibilitar a dedução no Imposto de Renda do produtor rural dos<br />
valores por ele aplicados <strong>na</strong> recuperação e <strong>na</strong> regularização ambiental.<br />
Outros benefícios fiscais que possam ser concedidos.<br />
k) Áreas Úmidas<br />
Permitir o plantio e a condução de atividades e explorações<br />
agropecuárias <strong>na</strong>s áreas úmidas mediante o uso de práticas<br />
conservacionistas e em conformidade com as normas estabelecidas no<br />
Zoneamento Ecológico Econômico.<br />
70<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
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l) Normatização Técnica<br />
Inserir <strong>na</strong> nova legislação prazo para revisão de toda a legislação<br />
ambiental.<br />
Constar expressamente <strong>na</strong> nova legislação a obrigatoriedade do<br />
Congresso Nacio<strong>na</strong>l revisar as normativas ambientais expedidas pelo<br />
poder executivo e suas autarquias.<br />
Constituir uma equipe técnica permanente junto à comissão de<br />
agricultura e do meio ambiente, para subsidiar os parlamentares <strong>na</strong><br />
redação e formulações da nova legislação ambiental.<br />
Rever a composição de todos os órgãos normativos federais, estaduais<br />
e municipais que atuam com o setor ambiental, permitindo a<br />
participação equilibrada de membros de todos os setores da sociedade.<br />
9. PESQUISA, TECNOLOGIA E DEFESA SANITÁRIA<br />
Pesquisa e Tecnologia<br />
O crescimento do agronegócio brasileiro a taxas superiores ao crescimento<br />
da economia como um todo só foi possível graças à inovação tecnológica<br />
desenvolvida pela pesquisa básica e aplicada realizada pelos institutos de pesquisa<br />
públicos e privados.<br />
Há inúmeros benefícios trazidos pela pesquisa agropecuária desenvolvida<br />
pelas cooperativas brasileiras, como o desenvolvimento de variedades de soja,<br />
algodão, milho, trigo, defensivos biológicos, participação efetiva <strong>na</strong>s comissões de<br />
validação de tecnologia em conjunto com as instituições de pesquisa públicas e<br />
privadas. Especificamente, no mercado de sementes de soja brasileiro, em que são<br />
cultivados 22 milhões de hectares, as cooperativas agropecuárias de pesquisa<br />
participam com o fornecimento de 30% para esse mercado, somando as demais<br />
empresas privadas esse percentual supera os 50%.<br />
Dessa forma, para fomentar o desenvolvimento tecnológico faz-se necessário<br />
o aporte de recursos para fi<strong>na</strong>nciar projetos de pesquisa, pois o retorno e as<br />
exter<strong>na</strong>lidades advindas desse tipo de projetos são extremamente positivos para toda<br />
a sociedade.<br />
71<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
107
Propostas:<br />
• Criar com recursos do BNDES um programa para fi<strong>na</strong>nciamento dos projetos de<br />
Pesquisa Agropecuária para Cooperativas de pesquisa agropecuária e fundações<br />
de pesquisa e entidades privadas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
• Disponibilizar R$ 500 milhões anuais para fi<strong>na</strong>nciamento dos projetos de pesquisa<br />
com prazo de reembolso de até 10 anos, com 3 anos de carência e com taxas de<br />
juros fixas de 3% ao ano.<br />
• Apoiar os projetos de construção, ampliação e modernização de laboratórios de<br />
pesquisa; <strong>aqui</strong>sição de equipamentos e softwares de informática; obras civis de<br />
construção e modernização de centros de pesquisa; assessoria, consultoria e<br />
trei<strong>na</strong>mento técnico; <strong>aqui</strong>sição de máqui<strong>na</strong>s agrícolas, veículos e equipamentos em<br />
geral, para desenvolvimento e condução dos experimentos de campo, além de<br />
programas formação e especialização de pesquisadores.<br />
• Criar um programa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de transferência de tecnologia coorde<strong>na</strong>do pela<br />
Embrapa com recursos para trei<strong>na</strong>mento de técnicos e produtores para capacitá-los<br />
a usar as tecnologias disponíveis nos institutos de pesquisa.<br />
• Criar programas de pesquisa voltados a otimizar o potencial produtivo regio<strong>na</strong>l,<br />
oferecendo alter<strong>na</strong>tivas econômicas competitivas para diversificação da produção<br />
agropecuária.<br />
Defesa Sanitária<br />
A dissemi<strong>na</strong>ção de doenças como a gripe aviária, a febre aftosa, a doença da<br />
vaca louca, a ferrugem da soja, dentre outras por diversos continentes e países trouxe<br />
novas preocupações para os produtores rurais brasileiros. A questão da sanidade se<br />
tor<strong>na</strong> uma variável cada vez mais importante no comércio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Trata-se de<br />
uma obrigação do produtor, mas também do poder público que precisa investir <strong>na</strong><br />
readequação de suas estruturas e <strong>na</strong> atualização de normativos que permitam<br />
prevenir a entrada de novas doenças e, no caso de incidência inevitável, dispor de<br />
planos para sua erradicação.<br />
Os programas de integração entre o Governo e a iniciativa privada para o<br />
controle sanitário animal e vegetal possibilitou avanços importantes <strong>na</strong> erradicação<br />
das principais pragas e doenças agropecuárias, bem como no desenvolvimento e <strong>na</strong><br />
produção de variedades e raças resistentes. Esse trabalho precisa ter continuidade,<br />
em faz-se necessário em especial uma harmonização da regulamentação<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l referente ao controle de agroquímicos, hormônios e a<strong>na</strong>bolizantes.<br />
72<br />
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />
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Propostas:<br />
• Alocar recursos para reequipar as estruturas laboratoriais do MAPA e recompor e<br />
reforçar a equipe de profissio<strong>na</strong>is responsáveis pela vigilância sanitária e de<br />
prevenção contra os riscos de entrada de novas doenças no país. Os investimentos<br />
devem contemplar a defesa agropecuária no âmbito federal, estadual e municipal,<br />
bem como <strong>na</strong>s fronteiras com os países vizinhos e nos portos e aeroportos<br />
brasileiros.<br />
• Padronizar os procedimentos no âmbito do Serviço de Inspeção Federal, Serviço de<br />
Inspeção Estadual e Serviço de Inspeção Municipal.<br />
• Apoiar os agropecuaristas <strong>na</strong> implementação de programas de prevenção contra a<br />
entrada e dissemi<strong>na</strong>ção de doenças no país, bem como <strong>na</strong> erradicação de doenças<br />
como Aftosa, brucelose e tuberculose.<br />
• Estabelecer um programa que impeça a importação de produtos agropecuários<br />
oriundos de países que utilizem em seus processos produtivos insumos agrícolas<br />
proibidos no Brasil.<br />
• Implantar sistema de certificação voluntária de produtos do agronegócio.<br />
73<br />
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10. EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CAMPO<br />
O setor rural brasileiro historicamente tem recebido menos investimentos em<br />
educação formal e profissio<strong>na</strong>lizante quando comparado com os demais setores da<br />
economia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
É sabido que a inovação e o desenvolvimento tecnológico disponíveis para as<br />
cadeias produtivas do agronegócio exigem um profissio<strong>na</strong>l cada vez mais preparado e<br />
capacitado. Para que o agronegócio mantenha sua importância <strong>na</strong> economia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
respondendo 26% do Produto Interno Bruto <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e 42% das exportações totais<br />
brasileiras o investimento em capital humano deve duplicar nos próximos quatro anos.<br />
Propostas:<br />
Com o objetivo de contribuir com o processo de crescimento sustentado do<br />
agronegócio propomos as seguintes medidas de apoio à educação, profissio<strong>na</strong>lização,<br />
capacitação e acesso à tecnologia da informação para os diferentes elos da cadeia<br />
produtiva:<br />
• Estabelecer uma política de capacitação da nova geração de produtores rurais para<br />
que esses possam assumir as propriedades rurais de seus familiares, evitando-se<br />
assim, que o êxodo rural se torne mais expressivo.<br />
• Criar um programa de alfabetização visando atender todo o público rural, assim<br />
como viabilizar meios para melhorar a escolaridade dos produtores rurais,<br />
investindo-se inclusivamente <strong>na</strong> educação em tempo integral.<br />
• Buscar no âmbito da nova lei de assistência técnica e extensão rural (ATER) a<br />
melhoria e excelência da educação técnica e formal dos produtores rurais, com<br />
objetivo de torná-los menos dependente do Governo e capacitados para atuar no<br />
mercado com produção de alta qualidade.<br />
• Instituir um programa de inclusão digital com fornecimento de computadores, bem<br />
como acesso a internet, com objetivo de preparar e atualizar os profissio<strong>na</strong>is para<br />
os desafios do mundo digital.<br />
• Investir <strong>na</strong> qualificação dos professores de escolas técnicas rurais e equiparar a<br />
sua remuneração àquela de professores da área urba<strong>na</strong>.<br />
• Investir <strong>na</strong> educação dos produtores rurais para o associativismo e cooperativismo.<br />
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