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PROPOSTAS DAS COOPERATIVAS<br />

AOS CANDIDATOS AO GOVERNO DO<br />

PARANÁ<br />

C U R I T I B A , J U L H O D E 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

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1<br />

1


SUMÁRIO<br />

Diretriz 1 Políticas Setoriais .................................................................................... 04<br />

1.1 Desenvolvimento Econômico ......................................................................... 04<br />

1.2 Desenvolvimento setorial ............................................................................... 06<br />

Diretriz 2 Infraestrutura ...........................................................................................15<br />

2.1 Demandas......................................................................................................15<br />

2.2 Modal Rodoviário ...........................................................................................16<br />

2.3 Modal Ferroviário ...........................................................................................22<br />

2.4 Modal Marítimo e Hidroviário..........................................................................20<br />

2.5 Modal Aeroviário ............................................................................................21<br />

2.6 Pedágio ..........................................................................................................22<br />

Diretriz 3 Capacidade de Inovação..............................................................................25<br />

3.1. Assistência técnica e pesquisa.......................................................................25<br />

3.2 Ensino superior..................................................................................................26<br />

Diretriz 4 Políticas Sociais ..........................................................................................31<br />

4.1 Desenvolvimento Humano.................................................................................31<br />

4.2 Saúde ................................................................................................................32<br />

4.3 Habitação..........................................................................................................33<br />

4.4 Qualidade de Vida .............................................................................................34<br />

4.5 Turismo..............................................................................................................32<br />

4.6 Segurança pública .............................................................................................32<br />

Diretriz 5 Cooperativismo ...........................................................................................34<br />

Diretriz 6 Administração Pública.................................................................................41<br />

6.1 Reorganização Administrativa ...........................................................................41<br />

6.2 Política Estratégica ............................................................................................42


METAS PARA OS PRÓXIMOS QUATRO ANOS<br />

1. Criar uma Agência de Desenvolvimento Econômico liderada<br />

pelo gover<strong>na</strong>dor.<br />

2. Apoiar as ações do cooperativismo, nos seus diferentes ramos,<br />

para alavancar o desenvolvimento econômico do Estado.<br />

3. Promover o crescimento do PIB do Paraná de R$ 180 para R$<br />

220 bilhões.<br />

4. Aumentar a produção de grãos do Estado de 32 para 37<br />

milhões de toneladas e incrementar em 25% a capacidade de<br />

industrialização da produção para<strong>na</strong>ense.<br />

5. Criar um milhão de novos empregos e requalificar um milhão<br />

de trabalhadores.<br />

6. Elevar as exportações do Paraná de 11 para US$ 18 bilhões.<br />

7. Realizar obras de infraestrutura para redução dos custos de<br />

logística em no mínimo 15%.<br />

8. Ampliar a defesa sanitária e obter “status” de estado livre de<br />

febre aftosa.<br />

9. Implantar um programa de estímulo ao desenvolvimento<br />

industrial, comercial, serviços e agroindustrial e organizar as<br />

cadeias produtivas.<br />

10. Modernizar e profissio<strong>na</strong>lizar a administração pública, com<br />

ênfase <strong>na</strong> qualidade dos serviços prestados pelo Estado.<br />

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Diretriz 1 Políticas Setoriais<br />

“Implementar ações voltadas ao aumento da competitividade dos<br />

diferentes setores da economia para<strong>na</strong>ense” .<br />

1.1 Desenvolvimento Econômico<br />

A falta de uma política de maior apoio ao desenvolvimento econômico do<br />

Paraná e a falta de investimentos <strong>na</strong> infraestrura rodoviária, ferroviária, aeroviária e<br />

portuária desestimulam a implantação de novas empresas e provocam a saída de<br />

outras. Diversas empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is deixaram o Paraná como<br />

destino preferencial para seus investimentos.<br />

O Paraná precisa colocar novamente em sua agenda as macropolíticas<br />

necessárias à resolução dos problemas de competitividade e a atração de<br />

investimentos, especialmente voltadas às empresas <strong>aqui</strong> instaladas, voltando a ser<br />

um importante polo de atração de investimentos privados.<br />

É fundamental a revisão da atual política, de forma a criar dispositivos para<br />

chamar a atenção dos investidores para as oportunidades que o estado apresenta,<br />

atrelado a um programa de incentivo creditício e tributário. O Paraná juntamente com<br />

Santa Catari<strong>na</strong>, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul têm o BRDE como principal<br />

agente de fomento ao desenvolvimento, que é um diferencial importante em relação<br />

aos demais estados, que poderá ser transformado no grande alavancador de novos<br />

investimentos.<br />

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Propostas<br />

• Criar uma Agência de Desenvolvimento liderada pelo gover<strong>na</strong>dor.<br />

• Promover a adequação da legislação tributária do Paraná em relação aos<br />

demais estados, de forma a viabilizar maior competitividade diante da guerra<br />

fiscal dos estados e estudar uma política comum <strong>na</strong> área tributária envolvendo<br />

os estados da Região Sul.<br />

• Estabelecer um plano de investimentos com a utilização dos créditos tributários<br />

retidos pelo estado, com a fi<strong>na</strong>lidade de ampliar a capacidade produtiva no<br />

Paraná.<br />

• Adotar um programa de estímulo fiscal para investimento em novas unidades<br />

industriais e agroindustriais.<br />

• Fazer análises dos aspectos sociais e econômicos das regiões com menor<br />

índice de desenvovimento e de suas potencialidades, definindo-se as áreas mais<br />

deprimidas como regiões a serem favorecidas para investimentos produtivos.<br />

• Fortalecer o BRDE através da ampliação do processo de capitalização para que<br />

o banco possa desti<strong>na</strong>r maiores volumes de recursos para os investimentos<br />

necessários ao setor produtivo.<br />

• Fortalecer a Agência de Fomento para que ela seja transformada em uma<br />

agência agluti<strong>na</strong>dora e alavancadora de investimentos. A Agência poderá ser<br />

um excelente instrumento de funding para suporte às cooperativas de crédito.<br />

• Criar programa de fomento ao crédito e microcrédito, usando-se a capilariedade<br />

das cooperativas de crédito como repassadoras de recursos, integradas à<br />

Agência de Fomento e ao BRDE.<br />

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1.2 Desenvolvimento setorial<br />

1.2.1 Agronegócio<br />

Direito de propriedade<br />

As invasões de propriedades rurais no Paraná tem sido toleradas pelo estado,<br />

mediante o não cumprimento das ordens judiciais para reitegração de posse. Essa<br />

forma de atuação tem incentivado as invasões, causando prejuízos aos proprietários<br />

rurais e ferindo o direito de propriedade consagrado no inciso XXII, do artigo 5º, da<br />

Constituição Federal, além de se tor<strong>na</strong>r um inibidor para atração de novos<br />

empreendimentos.<br />

Propostas<br />

• Garantir o direito de propriedade urba<strong>na</strong> e rural, constantemente ameaçadas<br />

pelas invasões.<br />

• Adotar como política de governo a imediata reintegração de posse de terras<br />

invadidas.<br />

• Fazer um inventário das propriedades que estão ocupadas e que não tiveram<br />

seus mandados de reintegração cumpridos, promovendo-se o cumprimento<br />

dos mesmos e a legalização da situação jurídica das propriedades.<br />

• Adotar medidas para consolidação e emancipação dos assentamentos rurais.<br />

Defesa Agropecuária<br />

Esta é uma área vital para o desenvolvimento do Paraná e precisa ser tratada<br />

como prioritária.<br />

Foi promovida reestruturação do aparato da defesa sanitária animal nos<br />

últimos anos. Essa reestruturação teve por objetivo manter e reforçar o sistema de<br />

defesa sanitária da agropecuária e de dotar o Paraná de um padrão de qualidade<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em carnes, lácteos e produtos vegetais. Houve renovação da frota de<br />

veiculos, compra de mobiliário e equipamentos de informática desti<strong>na</strong>dos para as<br />

unidades veterinárias e contratação de pessoal.<br />

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Propostas<br />

• Implementar uma política que contemple a participação efetiva de todos os entes<br />

que tem interesse <strong>na</strong> área.<br />

• Dar continuidade ao programa de sanidade com objetivo de se obter o “status” de<br />

estado livre de febre aftosa.<br />

• Articular junto aos demais estados da Região Sul buscando a adoção de medidas<br />

efetivas e uniformes de defesa sanitária.<br />

• Readequar as unidades de fiscalização <strong>na</strong>s fronteiras entre estados.<br />

Programa de agroindustrialização do Estado<br />

O setor cooperativo e empresas privadas vêm investindo largamente <strong>na</strong><br />

agregação de valor às matérias-primas com o objetivo de gerar renda e emprego e<br />

exportar produtos prontos para o consumo, em vez de commodities.<br />

Bovinos<br />

O setor ressente-se de uma ação de coorde<strong>na</strong>ção do estado, definindo políticas<br />

e diretrizes para si<strong>na</strong>lizar e direcio<strong>na</strong>r as ações de apoio para o desenvolvimento e<br />

profissio<strong>na</strong>lização do setor.<br />

Atualmente a bovinocultura para<strong>na</strong>ense conta com um rebanho de<br />

aproximadamente 10 milhões de cabeças, distribuído por todo o estado. O Paraná<br />

possui sessenta e nove estabelecimentos para abate de bovinos sob a chancela da<br />

fiscalização do Serviço de Inspeção Federal, com capacidade para abate de 2.000<br />

bovinos dia. Em 2009 o estado abateu 1,2 milhões de animais, e exportou 18 mil<br />

toneladas atingindo o valor de US$ 53,8 milhões, tendo operado com ociosidade<br />

devido aos baixos investimentos <strong>na</strong> melhoria e ampliação do rebanho.<br />

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Aves<br />

A avicultura está distribuída em todas as regiões do estado. A produção conta<br />

com cerca de 11.465 aviários cadastrados. O estado possui mais de 40 indústrias que<br />

atuam no setor, sendo que em 2009 foram abatidas 1,3 bilhão de cabeças. O Paraná<br />

é o principal produtor <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e o segundo exportador de carne de frango, sendo que<br />

em 2009 foram exportadas 955 mil toneladas com uma receita de US$ 1,5 bilhão.<br />

Três novas indústrias deverão entrar em funcio<strong>na</strong>mento no próximo ano.<br />

Suínos<br />

O Paraná é o 4º maior produtor brasileiro de suínos. O rebanho de matrizes<br />

suí<strong>na</strong>s é de cerca de 255 mil animais, sendo que em 2009 foram abatidos 5,2 milhões<br />

de cabeças. Em relação as exportação o estado enviou ao mercado externo 55,2 mil<br />

toneladas de carne suí<strong>na</strong> atingindo a receita de US$ 105 milhões.<br />

Lácteos<br />

A pecuária de leite do estado é bem desenvolvida, com importantes bacias<br />

leiteiras <strong>na</strong>s regiões dos campos gerais, e mais recentemente <strong>na</strong>s regiões oeste e<br />

sudoeste. No cenário <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l o Paraná é o quarto produtor de leite com uma<br />

produção anual de 2,8 bilhões de litros. O estado possui um rebanho leiteiro de 2,6<br />

milhões de animais, distribuídos em cerca de 120 mil propriedades rurais.<br />

Frutas<br />

No Paraná o cultivo de frutíferas é desenvolvido em todas as regiões do estado<br />

e, por estar localizado em área de transição climática e com vários tipos de solo, as<br />

mais variadas espécies são cultivadas.<br />

As principais frutíferas produzidas são: laranja, limão, tangeri<strong>na</strong>, pêssego,<br />

ameixa, nectari<strong>na</strong>, uva, manga, abacate, abacaxi, c<strong>aqui</strong>, maracujá, maça, morango,<br />

ba<strong>na</strong><strong>na</strong> e melancia. Estas frutíferas representam 97% da produção para<strong>na</strong>ense e<br />

totalizam 1,5 milhão de toneladas produzidas em 67,5 mil hectares.<br />

Hortaliças<br />

As hortaliças são produzidas em todas as regiões, no entanto, a maior<br />

produção está concentrada <strong>na</strong> região metropolita<strong>na</strong> de Curitiba que nos trinta<br />

municípios cultiva 35,5 mil hectares com produção de 335,90 mil toneladas,<br />

respondendo por 48% da produção estadual.<br />

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Propostas<br />

• Implementar programa para fomentar o desenvolvimento da agroindustria do<br />

Paraná, com participação ativa dos setores e com respaldo de recursos<br />

advindos do BNDES e Agência de Fomento.<br />

• Estabelecer incentivos às indústrias já existentes que apresentarem projetos de<br />

modernização e expansão de suas estruturas.<br />

• Instituir programa de saneamento ambiental para o setor de criação de animais,<br />

compreendendo o desenvolvimento e difusão das tecnologias voltadas ao<br />

aproveitamento de resíduos, compostagem, geração de energia e mecanismos<br />

de desenvolvimento limpo.<br />

• Implantar programa de estímulo a produção de fruticultura integrada com<br />

indústrias.<br />

1.2.2 Setor Energético<br />

O Paraná possui uma das melhores matrizes energéticas do País. Atua <strong>na</strong><br />

geração de energia elétrica, no refino do petróleo, <strong>na</strong> produção de etanol de ca<strong>na</strong> de<br />

açúcar, <strong>na</strong> produção de biodiesel e energia de biodigestores. Entretanto, o setor<br />

apresenta ainda alguns desafios, que devem ser abordados pela política pública para<br />

atingir metas de desenvolvimento econômico nos próximos anos:<br />

• O estado é um grande consumidor de madeira para geração de energia,<br />

mas o plantio de florestas não vem acompanhando a demanda da<br />

indústria.<br />

• Em face de dispositivo constitucio<strong>na</strong>l (CF 1988), a incidência do ICMS<br />

ocorre no consumo, com isso, o estado deixa de arrecadar sobre a<br />

energia vendida para outros estados.<br />

• O Paraná ainda apresenta grande potencial para a expansão do setor<br />

energético. Foram incluídas no Programa de Aceleração do<br />

Crescimento (PAC) a construção das usi<strong>na</strong>s de Tijuco Alto, Mauá (já<br />

em construção), Telêmaco Borba, Baixo Iguaçu (já licitada) e Salto<br />

Grande. Além dessas usi<strong>na</strong>s há potencial para expansão da energia da<br />

biomassa e pelas PCH’s.<br />

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Propostas<br />

• Incentivar os projetos de co-geração de energia para o aproveitamento da<br />

biomassa da ca<strong>na</strong> de açúcar e dos biodigestores.<br />

• Liberar as licenças ambientais para instalação de Peque<strong>na</strong>s Centrais<br />

Hidrelétricas (PCH’s). No estado existem cerca de 200 projetos cadastrados <strong>na</strong><br />

ANEEL com potencial de mais de 4.000 MW.<br />

• Criar programa de incentivo ao plantio de florestas para fins energéticos com<br />

objetivo de substituir totalmente a queima de lenha de florestas <strong>na</strong>tivas.<br />

• Agilizar a realização das obras de geração de energia contempladas no PAC,<br />

bem como solicitar a inclusão das obras consideradas prioritárias e que não<br />

estão incluídas no PAC, a exemplo do Alcoolduto Maringá – Para<strong>na</strong>guá.<br />

• Incentivar a expansão e modernização da indústria sucroalcooleira.<br />

1.2.3 Indústria<br />

As regiões que se organizaram e formaram pólos de desenvolvimento<br />

conseguiram alavancar a economia regio<strong>na</strong>l, formando grandes arranjos tecnológicos<br />

e produtivos, como por exemplo, o setor moveleiro de Arapongas, de confecções e da<br />

moda em várias cidades do noroeste e oeste que teve Cianorte como pioneiro, de<br />

metais sanitários de Loanda, dentre outros.<br />

Esses pólos surgiram graças ao espírito de alguns empreendedores e o apoio<br />

das instituições públicas, das entidades do Sistema S (Sebrae e Se<strong>na</strong>i), das<br />

universidades regio<strong>na</strong>is, dentre outros, num trabalho conjunto visando a viabilização<br />

de recursos fi<strong>na</strong>nceiros e trei<strong>na</strong>mento de recursos humanos, maximizando a oferta de<br />

soluções para os empreendedores.<br />

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Esse modelo de arranjos produtivos como instrumento indutor do<br />

desenvolvimento regio<strong>na</strong>l se mostrou eficaz a conseguiu transformar regiões<br />

deprimidas, como o caso de Cianorte que tinha sua economia voltada para o café,<br />

mas com a grande geada de 1975 perdeu sua principal fonte de geração de emprego<br />

e renda. Com a criação do pólo de confecções e moda, Cianorte conseguiu mudar<br />

sua economia de forma exuberante se transformando num dos principais pólos do<br />

genero do País. Em seu entorno foram constituídas várias unidades industriais e de<br />

serviços, exigindo das universidades e faculdades a criação de novas expertises.<br />

Com relação a diversificação da matriz economica do estado, ocorreram<br />

avanços importantes através de incentivos para atração de investimentos e novas<br />

indústrias vieram para o Paraná. Criou-se um parque automobilistico; a agroindústria<br />

foi incentivada, porém nos últimos anos houve interrupção desse trabalho. Outros<br />

estados que adotaram políticas semelhantes avançaram no processo de<br />

industrialização e ultrapassaram o Paraná.<br />

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Propostas<br />

• Fortalecer as estruturas públicas de apoio à indústria com políticas de incentivos<br />

às empresas <strong>aqui</strong> instaladas e para atração de novas indústrias, modernização<br />

das plantas existentes e geração de alta tecnologia.<br />

• Incentivar os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e Agro-pólos como instrumentos<br />

indutores do desenvolvimento regio<strong>na</strong>l.<br />

• Formatar programa de apoio fi<strong>na</strong>nceiro para investimentos industriais com<br />

recursos do BNDES, tendo o BRDE como agente repassador e Agência de<br />

Fomento assumindo a função de captação de recursos para alavancar os<br />

investimentos.<br />

• Usar os créditos de ICMS repassados pelo estado para fomentar a<br />

industrialização.<br />

• Promover adequação da legislação tributária do estado para restabelecer a<br />

competitividade dos produtos para<strong>na</strong>enses.<br />

• Implementar e reconhecer o Comitê de Gestão Tributária como órgão consultivo<br />

do Governo visando elaboração de estudos e propostas para adoção de<br />

mecanismos de estímulo em matéria econômica, tributária e fiscal para o setor<br />

produtivo para<strong>na</strong>ense.<br />

• Desonerar a produção agrícola primária, os serviços, os insumos, as<br />

exportações e o investimento da incidência de tributos.<br />

1.2.4 Comércio<br />

Os empresários do estado vêm enfrentado dificuldades para realização de<br />

suas operações de exportação e importação, tendo em vista problemas operacio<strong>na</strong>is<br />

dos portos do Paraná, parte das mercadorias para<strong>na</strong>enses acabam sendo<br />

embarcadas pelos portos de Santa Catari<strong>na</strong> e Santos.<br />

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Propostas<br />

• Implantar um centro de apoio ao exportador para<strong>na</strong>ense.<br />

• Utilizar as universidades estaduais para formação de profisssio<strong>na</strong>is<br />

especializados em comércio exterior.<br />

• Modernizar o sistema de comercialização das “Ceasas”, transformando-as em<br />

centros de distribuição e logística de alimentos.<br />

• Incentivar a realização das feiras e exposição e a organização de missões<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

• Estimular a formação de centros regio<strong>na</strong>is de negócios.<br />

1.2.5 Meio Ambiente<br />

A falta de uma política ambiental clara e coorde<strong>na</strong>da com outras políticas de<br />

desenvolvimento regio<strong>na</strong>l é um dos principais entraves ao desenvolvimento rural<br />

sustentável no Paraná. Um fator limitante é o escopo da política ambiental,<br />

caracterizada pela complexidade da legislação ambiental, pela falta de uma<br />

orientação equilibrada à conservação ambiental e à produção rural e pela falta de<br />

uniformidade <strong>na</strong>s prerrogativas dos órgãos e escritórios ambientais do governo.<br />

Em primeiro lugar, há no Brasil e no Paraná uma complexa legislação<br />

ambiental, que dificulta a sua aplicação no meio rural. O Produtor rural se defronta<br />

com um número crescente de obrigações legais, sobre os quais com frequência não<br />

tem conhecimento e nem tempo necessário para se adequar. Outras vezes, o<br />

produtor rural não tem condições fi<strong>na</strong>nceiras para realizar as adequações definidas<br />

pela lei. O que chama também a atenção é a falta de um vínculo claro entre a política<br />

ambiental com um zoneamento regio<strong>na</strong>l, de forma de conciliar a conservação<br />

ambiental com a sustentação fi<strong>na</strong>nceira do produtor rural dentro das especificidades<br />

de cada região do Estado. A legislação ambiental e a estrutura para a sua aplicação<br />

ainda não oferecem os instrumentos necessários para a realização de uma gestão<br />

ambiental regio<strong>na</strong>lizada no meio rural.<br />

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Um exemplo de distorção <strong>na</strong> execução das políticas ambientais se dá, por<br />

exemplo, <strong>na</strong> criação de unidades de conservação (UC’s). Com frequência UC´s são<br />

criadas sem o devido planejamento, dotação orçamentária e consulta aos produtores<br />

rurais, causando instabilidade e insegurança para o campo. Primeiro, a criação de tais<br />

unidades presume a desapropriação das propriedades rurais. No entanto, com<br />

frequência os proprietários não recebem devidamente as indenizações que lhes<br />

cabem. Segundo, a criação de unidades de conservação gera também restrições para<br />

o uso da terra no entorno das mesmas, causando insegurança e prejuízo <strong>na</strong> produção<br />

agrícola.<br />

Outro aspecto que colabora para a insegurança no campo é a falta de uma<br />

estratégia clara e única dos órgãos ambientais. Por exemplo, os diversos escritórios<br />

regio<strong>na</strong>is do órgão ambiental para<strong>na</strong>ense acabam usando prerrogativas diferentes <strong>na</strong><br />

interpretação e execução das normas ambientais. Por outro lado, com frequência se<br />

observa concorrência de competências entre o órgão ambiental estadual e o federal.<br />

Enfim, a atualização constante da agricultura é um requisito para que ela se<br />

mantenha competitiva nos mercados modernos. Isso se aplica também a aspectos<br />

ambientais, como por exemplo, no uso de técnicas produtivas conservacionistas e de<br />

proteção do meio ambiente. No entanto, estratégias de atualização requerem o<br />

desenvolvimento e aplicação de tecnologias adequadas, para que o produtor rural<br />

possa produzir com segurança e possa fazer frente aos desafios dos sistemas<br />

produtivos modernos, conciliando segurança econômica, proteção ambiental e<br />

responsabilidade social.<br />

Propostas<br />

• Aprovar uma lei ambiental para o Paraná levando em consideração o zoneamento<br />

ecológico e econômico e o plano de bacias hidrográficas.<br />

• Estabelecer programa ambiental que contemple toda sociedade e não ape<strong>na</strong>s<br />

os produtores rurais.<br />

• Desenvolver ações educativas ao invés de punitivas.<br />

• Apoiar a aprovação do novo Código Florestal<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d11 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

14


Estímulo à produção de matéria-prima florestal<br />

O Estado do Paraná é um dos pioneiros <strong>na</strong> produção de florestas plantadas<br />

no Brasil. O setor de silvicultura pode também ser considerado como um caso de<br />

sucesso <strong>na</strong> agregação de valor regio<strong>na</strong>l, uma vez que não somente o cultivo de<br />

árvores, mas significativa parte da industrialização acontece dentro do estado do<br />

Paraná. Nesse sentido as indústrias de papel e celulose e de painéis de madeira são<br />

reconhecidas como fomentadores das cadeias de valor florestais do Paraná.<br />

Vale lembrar que o setor de produção florestal se desenvolveu no Brasil<br />

através dos incentivos fiscais iniciados em 1964, que fi<strong>na</strong>lizaram no fi<strong>na</strong>l da década<br />

de 80. Investidores privados podiam descontar em seu imposto de renda<br />

investimentos em plantios florestais. Essa estratégia permitiu o desenvolvimento da<br />

produção florestal e da indústria de transformação no estado. No entanto, os<br />

benefícios dessa política vão além do desenvolvimento das cadeias produtivas. À<br />

medida que a indústria e a sociedade se abastecem com matéria prima advinda de<br />

plantios florestais altamente produtivos, diminui-se também a demanda por matérias<br />

primas das florestas <strong>na</strong>tivas.<br />

A produção florestal no estado do Paraná está concentrada principalmente<br />

nos maciços florestais industriais. Outros setores utilizadores da matéria prima<br />

florestal dependem então da oferta de poucos fornecedores. Já se observa um déficit<br />

<strong>na</strong> oferta de madeira para diversos setores. Falta no estado do Paraná uma estrutura<br />

de produção florestal em peque<strong>na</strong> escala, em que regiões demandadoras de matériaprima<br />

possam produzir a matéria prima que necessitam.<br />

Proposta<br />

• Implementar programa de estímulo à produção de matéria-prima florestal, com<br />

objetivo de criar uma nova opção de renda para os produtores e suprir a<br />

demanda industrial, bem como de redução do consumo de lenha de florestas<br />

<strong>na</strong>tivas para carvão e para queima em fornos e caldeiras.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d12 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

15


Recuperação das <strong>na</strong>scentes<br />

Esse programa foi lançado no início de 2010 e tem como objetivo recuperar<br />

as <strong>na</strong>scentes, dando aos agricultores a possibilidade do aproveitamento sobre da<br />

água, e, ao mesmo tempo, promover a recuperação da mata ciliar no seu entorno.<br />

O programa necessita de impulsos para sua divulgação e integração dos<br />

órgãos ambientais e de extensão rural para que as ações delineadas cheguem aos<br />

agricultores.<br />

Proposta<br />

• Agilizar a implementação do Programa “Nascentes Protegidas” mediante ações<br />

de divulgação e de integração de ações dos órgãos e entidades envolvidos com<br />

a extensão rural, cooperativas e produtores.<br />

Unidades de Conservação<br />

Existem no Paraná cerca de 66 unidades de conservação estaduais, que<br />

somam mais de 1,2 milhão de hectares. A despeito da importância dessas unidades<br />

para proteção do patrimônio <strong>na</strong>tural, o processo de criação das mesmas tem ocorrido<br />

de forma pouco planejada e a revelia dos proprietários rurais.<br />

Propostas<br />

• Regulamentar e dar segurança com relação à possibilidade de uso das áreas<br />

das unidades de conservação para efeito de compensação de reserva legal,<br />

bem como se adote como norma o envolvimento dos proprietários e dos<br />

confrontantes para criação de novas unidades.<br />

• Reduzir as restrições de uso <strong>na</strong>s áreas no entorno das unidades de conservação<br />

e dos parques.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d13 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

16


Corredores de biodiversidade<br />

A Portaria conjunta SEMA/IAP de 2009 criou áreas prioritárias para a<br />

conservação ambiental e corredores de biodiversidade no Paraná. Essa resolução<br />

pode afetar significativamente a produção agrícola, visto que as áreas definidas como<br />

prioritárias pela referida resolução, abrangem extensos cinturões de produção<br />

agrícola, impondo aos produtores dessas áreas restrições de uso do solo e de<br />

utilização de insumos.<br />

Propostas<br />

• Rever os corredores de biodiversidades criados pelo estado promovendo-se<br />

discussões com os produtores rurais atingidos.<br />

• Regulamentar o programa de pagamento por serviços ambientais previsto <strong>na</strong>s<br />

normas que criaram os corredores de biodiversidade.<br />

Ações no Âmbito Federal<br />

O Paraná também deve buscar ação coorde<strong>na</strong>da para a resolução das<br />

pendências relacio<strong>na</strong>das às legislações ambientais federais, de modo a defender os<br />

interesses de população rural e urba<strong>na</strong> do Estado.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d14 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

17


Diretriz 2 Infraestrutura<br />

“Realizar e fomentar as obras de infraestrutura necessárias ao<br />

desenvolvimento das diversas regiões do Estado bem como atuar<br />

firmemente para a realização das obras de infraestrutura federais.”<br />

O Paraná é o maior produtor <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de grãos e um grande exportador de<br />

bens industrializados. Apesar de ser essa uma ferramenta importante ao crescimento<br />

econômico, o estado esbarra em sérios problemas de infraestrutura e logística.<br />

Rodovias deficitárias, malha ferroviária aquém das necessidades, baixa capacidade<br />

portuária e aeroportuária, entre outros gargalos que prejudicam o escoamento da<br />

produção, geram custos desnecessários e afetam a competitividade. Isso gera um<br />

“Custo Paraná” que tor<strong>na</strong> o estado pouco atrativo para novos investimentos.<br />

Sabe-se que o estado não tem condições fi<strong>na</strong>nceiras de bancar as obras<br />

necessárias ao seu desenvolvimento, e nesse sentido, os recursos disponibilizados<br />

pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são atualmente a única<br />

alter<strong>na</strong>tiva para mudar esse cenário. O Ministério do Planejamento baixou<br />

recentemente portaria determi<strong>na</strong>ndo que as obras do PAC tenham prioridade <strong>na</strong><br />

liberação dos recursos, mas a maioria das obras do Paraná incluídas no PAC não tem<br />

projetos, em consequência, o estado não está podendo se beneficiar desses<br />

recursos.<br />

2.1 Demandas<br />

O Paraná necessita de investimentos de curto prazo da ordem de R$ 7<br />

bilhões para obras de infraestrutura, sendo que cerca de R$ 4 bilhões foram incluídos<br />

no PAC, mas não basta ape<strong>na</strong>s ter dinheiro, é preciso ter projetos, licenciamento<br />

ambiental e licitações. Em alguns casos, esse processo pode levar um ano e meio,<br />

mas pode chegar a dois anos. Por outro lado, conforme se apresenta a seguir,<br />

algumas obras fundamentais para o estado não foram incluídas no PAC, é preciso<br />

buscar a sua inclusão.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i15 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

18


2.2 Modal Rodoviário<br />

a) BR 163 e BR 153<br />

Obras incluídas no PAC<br />

• BR 153 - Asfaltamento do trecho de Imbituva a Alto Amparo<br />

• BR 163 - Duplicação do trecho rodoviário de Guaíra a Cascavel (Toledo –Cascavel<br />

já foi realizada)<br />

Obras NÃO incluídas no PAC<br />

• BR 153 - Asfaltamento do trecho de Paula Freitas a Paulo Frontin<br />

• BR 163 - Adequação de trecho rodoviário de Cascavel a Barracão<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d16 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

19


) BR 487, BR 158 e BR 476<br />

Obras incluídas no PAC<br />

• BR 158 - Pavimentação de trecho de Palmital a Campo Mourão<br />

• BR 487 - Pavimentação de trecho de Porto Camargo a Cruzeiro do Oeste e<br />

Pavimentação de trecho de Tuneiras do Oeste a Guaritava<br />

Obras NÃO incluídas no PAC<br />

• BR 487 - Adequações e pavimentação no trecho de Três Bicos a Ivaí e de Bom Jardim do<br />

Sul a Ipiranga<br />

• BR 476 e 277:<br />

• Recuperação da BR 476 no trecho entre Lapa e São Mateus do SulConstrução de<br />

uma nova ligação da BR 277 até Antoni<strong>na</strong> (Porto).<br />

• Ponte Matinhos – Guaratuba.<br />

• Asfaltamento da estrada de Antoni<strong>na</strong> a Guaraqueçaba.<br />

• Conclusão da duplicação da pista de acesso ao aeroporto de Foz do Iguaçu.<br />

• Asfaltamento da estrada de Cerro Azul a Dr. Ulisses.<br />

• Conclusão do asfaltamento da estrada do Cerne.<br />

• Construção de estrada/parque para ligação do sudoeste a Foz do Iguaçu (Estrada<br />

do Colono).<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d17 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

20


c) Estradas Municipais<br />

• Estimular a formação de consórcios intermunicipais para compra de máqui<strong>na</strong>s e<br />

equipamentos para manutenção das estradas municipais.<br />

• Interceder junto ao PAC para agilizar as licitações para <strong>aqui</strong>sição de máqui<strong>na</strong>s e<br />

equipamentos para os municípios.<br />

• Criar um programa de apoio aos municípios para manutenção e readequação das<br />

estradas rurais.<br />

• Asfaltamento da estrada entre Ramilândia e Santa Hele<strong>na</strong>.<br />

d) Outras obras<br />

• Estender o Contorno Norte de Curitiba em 12 km, obra de responsabilidade da<br />

concessionária OHL.<br />

• Duplicar 70 km da BR 277, entre Medianeira a Cascavel, obra de responsabilidade<br />

da EcoCataratas.<br />

• Duplicar 28 km da BR-116 <strong>na</strong> Serra do Cafezal em São Paulo, sob<br />

responsabilidade da OHL.<br />

• Construção de pátio de atendimento aos caminhoneiros <strong>na</strong>s cidades de Cascavel,<br />

Guarapuava, Maringá e Curitiba<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i18 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

21


2.3 Modal Ferroviário<br />

Obras incluídas no PAC<br />

• Corredor ferroviário Norte-Sul<br />

• Corredor ferroviário Dourados (MS) – Cascavel (PR)<br />

• Corredor Curitiba - São Paulo<br />

• Construção de trincheira ferroviária em Maringá<br />

Obras Não incluídas no PAC<br />

• Contorno ferroviário de Curitiba<br />

• Construção de trecho Curitiba – Para<strong>na</strong>guá<br />

• Ligação ferroviária Campo Mourão – Jussara<br />

• Novo Trecho: Guarapuava – Ponta Grossa/Ipiranga ou via Irati/Lapa<br />

• Ramal ferroviário Cascavel – Foz do Iguaçu<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a19 t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

22


2.4 Modal Marítimo e Hidroviário<br />

Obras incluídas no PAC<br />

• Construção do silo graneleiro do Porto de Para<strong>na</strong>guá<br />

• Dragagem de manutenção e aprofundamento dos berços do Porto de Para<strong>na</strong>guá<br />

• Dragagem e derrocagem <strong>na</strong> Hidrovia Paraná – Tietê<br />

Obras NÃO incluídas no PAC<br />

• Construção do termi<strong>na</strong>l marítimo de passageiros e do Cais Oeste do Porto de<br />

Para<strong>na</strong>guá<br />

• Construção do Porto de Pontal do Paraná<br />

• Implantação da Hidrovia Dr. Camargo – Ivaí<br />

• Revitalização do Porto de Antoni<strong>na</strong> e Ca<strong>na</strong>l de acesso ao Porto Ponta do Felix.<br />

• Ampliação do pátio de triagem de caminhões no Porto de Para<strong>na</strong>guá<br />

• Construção de pátio de espera de carregamentos no Porto de Para<strong>na</strong>guá<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d20 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

23


2.5 Modal Aeroviário<br />

Obras incluídas no PAC<br />

• Ampliação do Termi<strong>na</strong>l de Passageiros de Foz do Iguaçu<br />

• Construção da nova pista do Aeroporto Afonso Pe<strong>na</strong>, com 3.400 metros de<br />

extensão e ampliação do termi<strong>na</strong>l de cargas.<br />

Obras não incluídas no PAC<br />

• Construção do Aeroporto Regio<strong>na</strong>l do Oeste e Sudoeste<br />

• Ampliação da pista do Aeroporto de Maringá em mais 1.100 metros para atingir<br />

3.200 metros e solicitar sua inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização.<br />

• Instrumentalização do aeroporto Afonso Pe<strong>na</strong> para operação 24 horas.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d21 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

24


Propostas<br />

• Atribuir à Agência de Desenvolvimento a função de coorde<strong>na</strong>r as ações para<br />

execução e implantação das obras de infraestrutura.<br />

• Transformar a Secretaria de Transportes em Secretaria de Infraestrutura,<br />

atribuindo a ela funções <strong>na</strong> área de transportes ( rodoviário, ferroviário, marítimo<br />

e aeroviário), energia e saneamento básico.<br />

• Atuar junto ao governo federal para a realização das obras do PAC e para incluir<br />

obras não incluídas e essenciais para o desenvolvimento estadual.<br />

• Revitalizar a equipe de projetistas do estado ou contratar empresas<br />

especializadas para realização dos projetos.<br />

• Revitalizar a estrutura portuária buscando sua modernização com implantação<br />

das obras de infraestrutura e articulação da gestão com os usuários.<br />

• Solicitar a inclusão no PAC das obras não incluídas.<br />

• Reivindicar para que o PAC destine recursos para elaboração dos projetos.<br />

2.6 Pedágio<br />

O pedágio foi implantado em 1997 com prazo de 23 anos e 11 meses de<br />

concessão, portanto, já passaram quase 13 anos, faltando ainda 10 anos para o seu<br />

término. Dentre os principais problemas enfrentados com o pedágio, destaca-se o<br />

elevado preço cobrado, que tem como consequencia uma elevação nos custos de<br />

transporte da produção agrícola do estado.<br />

O atual governo manifestou interesse em negociar com as concessionárias<br />

um desconto <strong>na</strong>s tarifas de pedágio em troca de uma prorrogação no prazo da<br />

concessão. Mas essa redução de tarifa em troca da ampliação do prazo da<br />

concessão não poderá ser aceita, pois isso seria ilegal de acordo com a legislação e<br />

<strong>na</strong>s licitações mais recentes os valores negociados já foram menores.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d22 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

25


A ação ordinária nº 1998.0017501-6, proposta em 12 de agosto de 1998,<br />

onde são autoras as concessionárias e réus os poderes concedentes, apresentava<br />

grande possibilidade de ganho de causa para os consumidores, entretanto, a<br />

Procuradoria Geral do Estado e o DER, intimados pela Justiça Federal, decli<strong>na</strong>ram<br />

por falta de interesse e a ação foi arquivada.<br />

A melhor opção para resolver os impasses dos custos é aguardar os 10 anos<br />

restantes dos contratos e então fazer novas licitações com condições mais<br />

adequadas ao Paraná.<br />

Além do problema relacio<strong>na</strong>do aos preços elevados de pedágios, um outro<br />

problema é o cronograma de obras fixado nos contratos de concessão, que não<br />

estão sendo cumpridos.<br />

Propostas<br />

• Atribuir à Agência de Desenvolvimento funções de coorde<strong>na</strong>ção para discussão<br />

das concessões.<br />

• Não prorrogar o prazo das atuais concessões sem consulta pública onde se dê<br />

ampla liberdade para os usuários opi<strong>na</strong>rem e questio<strong>na</strong>rem a cobrança de<br />

tarifas e a realização de obras constantes nos atuais contratos.<br />

• Realizar uma auditoria sobre a situação que se encontram as execuções das<br />

obras que fazem parte dos contratos de concessão e caso haja<br />

descumprimento, fazer cumprir o contratado.<br />

• Negociar com as concessionárias as ações judiciais em andamento e o<br />

destravamento da execução das obras.<br />

Além das propostas acima mencio<strong>na</strong>das, o estado necessita investir em obras<br />

desti<strong>na</strong>das à integração regio<strong>na</strong>l de vários municípios do Paraná, tais como:<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d23 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

26


Acesso aos Municípios<br />

Proposta<br />

• Asfaltar as estradas de acesso aos municípios que ainda estão pendentes, a<br />

exemplo de Dr. Ulisses e Guaraqueçaba.<br />

Revitalização do Litoral<br />

Propostas<br />

• Concluir o processo de saneamento do litoral com a conclusão do sistema de<br />

coleta de esgoto sanitário e ampliação da oferta de água tratada.<br />

• Realização de obras para contenção da erosão no município de Matinhos.<br />

Eixo Norte – Jacarezinho/Maringá<br />

Propostas<br />

• Implantar o sistema de sistema de ônibus ligeirinho para fazer as ligações entre<br />

as cidades.<br />

• Adotar medidas para restauração do di<strong>na</strong>mismo dos centros regio<strong>na</strong>is de<br />

comércio.<br />

Eixo Oeste – Cascavel/Foz do Iguaçu<br />

Propostas<br />

• Adotar medidas para restauração do di<strong>na</strong>mismo dos centros regio<strong>na</strong>is de<br />

comércio.<br />

• Duplicar a via de acesso ao aeroporto de Foz do Iguaçu.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i24 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

27


Diretriz 3 Capacidade de Inovação<br />

“O estado deve usar a sua capacidade administrativa para<br />

melhorar a capacitação tecnológica e científica dos agentes do<br />

estado, do setor produtivo e das comunidades para fazer frente aos<br />

desafios do desenvolvimento.”<br />

3.1. Assistência técnica e pesquisa<br />

O sistema público de apoio a agropecuária estadual é formado pela<br />

Secretaria da Agricultura e do Abastecimento que congrega os Institutos Emater e<br />

Iapar e as empresas Claspar, Ceasa e Codapar. Essas empresas, institutos e a SEAB<br />

operam de forma independente com pessoal e estruturas próprias, sem haver<br />

compartilhamento e complementaridade de ações, em conseqüência, há<br />

sobreposição de funções com ônus elevado para o estado. Dentre os principais<br />

entraves encontrados com essas organizações, destacam-se:<br />

• A pesquisa desenvolvida pelo IAPAR tem gerado bons resultados,<br />

especialmente <strong>na</strong> pesquisa básica, mas há necessidade de uma maior<br />

integração para que seus resultados cheguem mais rapidamente aos<br />

agricultores.<br />

• A Codapar opera <strong>na</strong> armaze<strong>na</strong>gem de grãos e <strong>na</strong> mecanização. Essas<br />

atividades tiveram importância no passado, mas hoje estão sendo supridas<br />

pela iniciativa privada com qualidade e agilidade.<br />

• A Claspar, desde sua constituição, mais de 40 anos, executa as mesmas<br />

atividades. O mercado se modernizou e exige certificação de qualidade,<br />

mas a Claspar continua fazendo somente a classificação e o ingresso de<br />

produtos no Porto de Para<strong>na</strong>guá. Vale ressaltar, que esse trabalho de<br />

classificação no porto não tem valor <strong>na</strong> expedição, pois o certificado da<br />

Claspar não tem reconhecimento inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i25 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

28


Propostas<br />

• Centralizar as ações da SEAB, institutos e empresas em nível estadual e<br />

regio<strong>na</strong>l, criando-se subsecretárias regio<strong>na</strong>is com todos os serviços<br />

proporcio<strong>na</strong>dos pelo sistema de agricultura em um único local, com diretrizes<br />

comuns, facilitando a operacio<strong>na</strong>lização.<br />

• Integrar as atividades da Claspar, Codapar e Ceasa em uma única empresa com<br />

gerenciamento único.<br />

• Integrar os dois institutos (IAPAR e Emater), com revisão de suas prioridades e<br />

retomada de suas funções de planejamento, discussão e transferência dos<br />

resultados da pesquisa.<br />

3.2 Ensino superior<br />

O Paraná dispõe de ótima estrutura pública de ensino superior com 4<br />

instituições federais (UFPR, UFTPR, UNILA, Fronteiras - campos de Laranjeiras do<br />

Sul e Realeza) com vários campus, complementada por uma rede de universidades<br />

estaduais (UEL, Unioeste, UEPG, Unicentro, UEM, Norte Pioneiro) e a rede de ensino<br />

privada, que também conta com boas universidades e faculdades. O tesouro estadual<br />

gasta anualmente mais de R$ 1,0 bilhão para manter o ensino superior, sem que haja<br />

qualquer contrapartida do governo federal.<br />

Com relação ao ensino fundamental que por força constitucio<strong>na</strong>l é realizado<br />

pelos municípios, muitas prefeituras realizam um trabalho de excelente qualidade, que<br />

inclui em vários casos a possibilidade de educação em período integral. Todavia, os<br />

maiores entraves para o desenvolvimento educacio<strong>na</strong>l no estado encontra-se no<br />

ensino médio, que é de responsabilidade do estado. A maioria das escolas estaduais<br />

ainda apresentam deficiências de estrutura, qualidade de ensino e desmotivação do<br />

corpo de docentes.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d26 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

29


Propostas<br />

• Buscar junto ao governo federal a federalização das universidades estaduais<br />

ou exigir uma contrapartida para bancar seus custos.<br />

• Aperfeiçoar a gestão das Universidades Estaduais e buscar o desenvolvimento<br />

de pesquisas voltadas às necessidades práticas do setor privado.<br />

• Incluir <strong>na</strong>s grades curriculares do ensino público discipli<strong>na</strong>s sobre cidadania,<br />

empreendedorismo, associativismo e cooperativismo e incluir a discipli<strong>na</strong><br />

“Cooperativismo” no currículum das escolas técnicas agropecuárias e nos<br />

cursos de ciências agrárias das universidades estaduais.<br />

• Apoiar as cooperativas educacio<strong>na</strong>is formadas por pais de alunos e a formação<br />

de cooperativas educacio<strong>na</strong>is em escolas profissio<strong>na</strong>lizantes.<br />

• Desenvolver programas de educação direcio<strong>na</strong>dos para as potencialidades<br />

locais e regio<strong>na</strong>is com a implantação <strong>na</strong>s escolas públicas profissio<strong>na</strong>lizantes.<br />

• Reformar a grade curricular adaptando-a para atender as demandas regio<strong>na</strong>is.<br />

• Implantar um programa com objetivo de preparar os jovens para o exercício <strong>na</strong><br />

atividade urba<strong>na</strong> e rural, levando para as novas gerações a preocupação com<br />

o meio ambiente e cidadania.<br />

• Ampliar a desti<strong>na</strong>ção de recursos da Fundação Araucária para os projetos de<br />

pesquisa contemplando as entidades privadas e cooperativas de pesquisa e<br />

desenvolvimento tecnológico.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d27 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

30


Diretriz 4 Políticas Sociais<br />

“Fomentar atividades econômicas que contribuam para a melhoria<br />

de qualidade de vida das comunidades pobres do estado.”<br />

4.1 Desenvolvimento Humano<br />

De acordo com estudos do IPARDES, existem no Paraná 115 municípios com<br />

indice de desempenho <strong>na</strong> área de renda e emprego inferiores a 0,2605. (Figura 1)<br />

Ape<strong>na</strong>s 9 municípios apresentam indicadores acima de 0,5379, sendo esses os<br />

únicos municípios que podem ser considerados de grau de desenvolvimento e<br />

qualidade de vida satisfatórias. Várias ações foram implementadas por governos<br />

anteriores, porém, o quadro de pobreza no Estado não alterou.<br />

As razões que levaram ao fracasso das políticas adotadas são diversas,<br />

dentre elas, restrições para o uso dos recursos <strong>na</strong>turais, falta de investimentos em<br />

obras de infraestrutura, municípios que não possuem estradas de acesso<br />

pavimentadas, falta de adoção de políticas de apoio ao empreendedorismo com<br />

aproveitamento das potencialidades locais.<br />

Figura 1 – Mapa de índice de desemplenho da renda e emprego no Estado do Paraná (2002)<br />

Fonte: Ipardes<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d28 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

31


Propostas<br />

• Fortalecer a economia local dos municípios com o fomento à modernização dos<br />

setores primário, secundário e terciário, mediante a oferta de crédito aos<br />

empresários e empreendedores.<br />

• Subsidiar o investimento da infraestrutura nos municípios menos favorecidos,<br />

com asfaltamento das estradas de acesso e melhoria das estradas rurais.<br />

• Criar um programa de “informática no campo”, contemplando o acesso do<br />

produtor à internet de banda larga e o fi<strong>na</strong>nciamento de hardwares e softwares<br />

com recursos do Pro<strong>na</strong>f.<br />

• Criar novos pólos de desenvolvimento regio<strong>na</strong>l – APL’s com base em estudos de<br />

vocações, envolvendo as universidades e institutos de pesquisa para<br />

estruturação de incubadoras.<br />

4.2 Saúde<br />

A formulação de um plano estratégico para a área de saúde do estado é<br />

fundamental. Muito tem sido feito <strong>na</strong> área, tanto pelo estado como pelas prefeituras e<br />

entidades privadas, mas ainda se tem problemas de falta de leitos e de UTI’s nos<br />

hospitais. Há grande circulação de pacientes com destino a Curitiba que acabam<br />

congestio<strong>na</strong>ndo a rede pública da capital.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d29 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

32


Propostas<br />

• Fortalecer a rede integrada de saúde do estado e dar continuidade ao programa<br />

de regio<strong>na</strong>lização das ações de saúde.<br />

• Interiorizar os centros de especialidades, utilizando-se inclusive da rede de<br />

cooperativas de saúde.<br />

• Criar um programa para atendimento às gestantes<br />

• Implantar um sistema de saúde preventiva para os trabalhadores rurais e para os<br />

idosos.<br />

• Realizar parceria entre a Secretaria da Saúde e as cooperativas de saúde para o<br />

desenvolvimento de ações de prevenção à saúde.<br />

• Contemplar as cooperativas da área de saúde nos programas voltados ao<br />

atendimento da população para<strong>na</strong>ense.<br />

• Implantar um programa de “saúde <strong>na</strong> escola” com ações de medici<strong>na</strong>, odontologia<br />

e hábitos de alimentação e higiene.<br />

4.3 Habitação<br />

O Paraná tem cerca de 10% de sua população que vive em condições<br />

precárias de moradia. Somente em Curitiba e região metropolita<strong>na</strong> existem mais de<br />

200 aglomerados urbanos caracterizados como favelas. No meio rural a situação não<br />

é diferente, principalmente próximas às cidades.<br />

O programa do governo federal “Minha Casa Minha Vida” tem como objetivo<br />

mudar esse cenário, mas há limitação quanto ao número de casas a serem<br />

contempladas para cada município. O limite é de 20 unidades para cada pequeno<br />

município.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d30 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

33


Propostas<br />

• Revitalizar o programa de saneamento básico desenvolvido pela Sanepar tendo<br />

como meta atingir 100% da coleta de esgoto sanitário em 15 anos.<br />

• Conceder estímulo para as empresas constituírem “condomínios habitacio<strong>na</strong>is”<br />

para seus trabalhadores, mediante a inclusão no programa “Minha Casa Minha<br />

Vida” ou fi<strong>na</strong>nciamento pela COHAPAR.<br />

• Instituir pela Cohapar um programa de consórcio habitacio<strong>na</strong>l para baixa renda.<br />

• Instituir um programa de apoio à habitação voltada ao meio rural.<br />

4.4 Qualidade de Vida<br />

Existem muitas disparidades <strong>na</strong> qualidade de vida dos para<strong>na</strong>enses. A capital e<br />

alguns municípios do interior apresentam todas as condições, porém, a maioria dos<br />

municípios não tem recursos para investimentos para melhoria da qualidade de vida<br />

de seus municípios.<br />

Proposta<br />

• Estimular e apoiar os municípios a criarem “centros de convivência e atividades<br />

de esportes e de lazer”.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i31 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

34


4.5 Turismo<br />

O Paraná dispõe de várias regiões com potenciais turísticos não explorados ou<br />

que se encontram em condições i<strong>na</strong>dequadas.<br />

Propostas<br />

• Litoral<br />

• Asfaltamento da rodovia Antoni<strong>na</strong>-Guaraqueçaba.<br />

• Concluir o sistema de saneamento básico e de abastecimento de água no<br />

litoral.<br />

• Realizar as obras de contenção para revitalizar a orla no município de<br />

Matinhos.<br />

• Construir a ponte Matinhos-Guaratuba.<br />

• Desenvolver o turismo ecológico <strong>na</strong> região de Guaraqueçaba e Superaguí.<br />

• Costa Leste<br />

• Apoiar as prefeituras do entorno do lago de Itaipu para a ampliação de<br />

opções de turismo e lazer.<br />

• Rotas dos imigrantes e canions<br />

• Apoiar e estimular as cooperativas de turismo e lazer.<br />

• Estimular os investimentos em equipamentos e melhorias <strong>na</strong>s rotas e<br />

estações.<br />

• Colocar a rota dos imigrantes nos programas de promoção do turismo do<br />

estado.<br />

4.6 Segurança pública<br />

A população padece de uma atuação mais efetiva de ação do estado <strong>na</strong> área<br />

de segurança pública, para coibir os frequentes assaltos <strong>na</strong>s cooperativas de crédito e<br />

arrombamentos de propriedades e depósitos de insumos das cooperativas<br />

agropecuárias. Verdadeiras quadrilhas agem no interior do estado, sem que haja uma<br />

ação efetiva para captura dos margi<strong>na</strong>is e repressão ao crime organizado.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d32 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

35


O Paraná se tornou um dos estados de maior índice de violência do País, rota<br />

estratégica para o cotrabando de drogas, roubo de carros e de cargas. As quadrilhas<br />

se proliferam e o estado tem se mostrado impotente no combate ao crime organizado,<br />

à violência urba<strong>na</strong> e ao tráfico de drogas.<br />

Propostas<br />

• Reestruturar o setor de segurança pública estadual.<br />

• Integrar as ações das polícias militar e civil com a polícia federal <strong>na</strong> fronteira,<br />

mediante a implantação de ações de ajuda mútua com as polícias dos estados<br />

vizinhos.<br />

• Criar cordão de segurança <strong>na</strong> fronteira do Estado para combate ao contrabando<br />

de cargas, carros, tratores agrícolas, agrotóxicos e drogas.<br />

• Reestruturar todo o sistema de segurança do estado com a revisão da logística<br />

de combate ao crime organizado, integrando ações das policias civil e militar,<br />

rodoviaria e federal.<br />

• Constituir no entorno das delegacias uma rede interligada de postos policiais<br />

amparados por equipes móveis.<br />

• Fazer um mapeamento dos pontos de maior concentração do crime com a<br />

adoção de práticas de repressão ostensiva e ações comunitárias de inclusão<br />

social de jovens margi<strong>na</strong>lizados.<br />

• Adotar sistema de cordão de vigilância no entorno das escolas para combater o<br />

tráfico de drogas.<br />

• Estimular as cidades a usarem sistemas de vigilância eletrônica.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d33 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

36


Diretriz 5 Cooperativismo<br />

O cooperativismo para<strong>na</strong>ense, representado pela OCEPAR, é composto por<br />

240 cooperativas, estruturadas nos termos da Lei 5.764/71, que associam 590 mil<br />

cooperados oriundos dos diversos ramos de atividades, ligados à agropecuária,<br />

assistência à saúde, crédito, infraestrutura, transporte, educação, turismo, trabalho e<br />

mineral, gerando 1,4 milhão de postos de trabalho, a maioria <strong>na</strong>s comunidades do<br />

interior do estado.<br />

As cooperativas têm uma movimentação economia equivalente a 27,5 bilhões<br />

de reais e empregam 63.500 funcionários, dentre os quais, mais de 1.400<br />

profissio<strong>na</strong>is de assistência técnica: engenheiros agrônomos, médicos veterinários,<br />

zootecnistas, biólogos, engenheiros florestais e Técnicos Agrícolas, que atuam no<br />

assessoramento dos cooperados em suas atividades produtivas.<br />

São elas, portanto, fortes agentes de desenvolvimento <strong>na</strong>s regiões onde<br />

atuam, com presença em quase todos os municípios para<strong>na</strong>enses, onde recolhem<br />

RS$ 1,11 bilhão em impostos e contribuições. Na área social e ambiental, as<br />

cooperativas investem 11% das suas receitas. A cada ano, mais de 100 mil pessoas,<br />

entre funcionários, lideranças, colaboradores, cooperados e seus familiares recebem<br />

trei<strong>na</strong>mentos fi<strong>na</strong>nciados pelo com recursos do Serviço Nacio<strong>na</strong>l de Aprendizagem do<br />

Cooperativismo – SESCOOP Pr.<br />

Tradicio<strong>na</strong>lmente, as cooperativas têm participado ativamente em parcerias<br />

com o governo estadual <strong>na</strong> concepção e implantação de programas de<br />

desenvolvimento e de apoio ao setor produtivo, a exemplo dos programas de plantio<br />

direto, pesquisa e experimentação, micro-bacias, coleta de embalagens de<br />

agroquímicos, de sanidade agropecuária, recomposição das matas ciliares e tantos<br />

outros para atender as normas legais, o mercado consumidor e as boas práticas de<br />

produção.<br />

As ações propostas pelo cooperativismo, <strong>na</strong> maioria das vezes, ultrapassam o<br />

âmbito de atuação das suas cooperativas, refletindo em melhorias sociais e<br />

econômicas para toda a comunidade onde atuam, portanto, se forem realizadas em<br />

sintonia com o governo, poderão beneficiar toda a comunidade.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d34 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

37


Proposta 1<br />

• Ampliar a capitalização do BRDE para permitir que o banco possa atender as<br />

demandas das cooperativas e empresas que atuam no estado.<br />

Justificativas:<br />

Em 2010, as cooperativas irão realizar investimentos da ordem de 1,0 bilhão<br />

de reais e o BRDE tem sido o maior agente fi<strong>na</strong>nciador dos empreendimentos das<br />

cooperativas. Consideramos que é importante que isso permaneça e e ainda seja<br />

ampliado, pois, o banco tem vocação para as atividades ligadas ao agronegócio.<br />

Ocorre, todavia, que o BRDE necessita ser capitalizado para poder atender as<br />

demandas das cooperativas e das empresas. Para isso, é necessário que o Estado<br />

do Paraná, um dos seus controladores, amplie sua participação no patrimônio líquido<br />

do banco, mediante integralização de capital, para aumentar sua capacidade de<br />

captação de recursos junto ao BNDES e passar a atrair capitais inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

Proposta 2<br />

• Formatar programa através do BRDE e Agência de Fomento para:<br />

a. Aumentar o montante de recursos para as cooperativas de crédito que<br />

atuam no estado.<br />

b. Ser agente <strong>na</strong> concessão de “Funding” para as cooperativas de crédito.<br />

c. Apoiar programas específicos voltados ao desenvolvimento do estado, que<br />

tenham interesse e participação das cooperativas de todos os ramos.<br />

d. Ampliar ainda mais o apoio creditício concedido às cooperativas<br />

agropecuárias.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d35 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

38


Justificativas:<br />

As cooperativas de crédito, em parceria com o BRDE, podem ampliar o<br />

alcance do crédito a todos os municípios para<strong>na</strong>enses onde têm unidades de<br />

atendimento, constituindo ampla rede de aplicação dos recursos junto aos<br />

cooperados e empreendedores no campo e <strong>na</strong>s cidades.<br />

Através da Agência de Fomento do Governo do Paraná poderia ser<br />

organizado programa de fi<strong>na</strong>nciamento de capital social aos cooperados junto a suas<br />

cooperativas, principalmente das cooperativas de crédito que poderiam atuar em<br />

programas de micro crédito e de complementação aos fi<strong>na</strong>nciamentos oficiais aos<br />

setores produtivos, tanto aos produtores rurais como às populações urba<strong>na</strong>s,<br />

mediante o lançamento do “crédito ao empreendedor” com apoio das entidades<br />

representativas do empresariado e dos serviços de aprendizagem.<br />

Proposta 3<br />

• Contemplar as cooperativas, especialmente aquelas que realizam pesquisa e<br />

experimentação, com recursos do Fundo Paraná para investimentos voltados a<br />

ampliar o trabalho no estado.<br />

Justificativas:<br />

O Fundo Paraná, constituído por 2% da receita de ICMS do Estado, é<br />

desti<strong>na</strong>do ao desenvolvimento científico e tecnológico, para dissemi<strong>na</strong>ção científica e<br />

tecnológica; fomento à produção científica e tecnológica e formação de<br />

pesquisadores. Atualmente, esses recursos estão sendo aplicados quase <strong>na</strong> sua<br />

totalidade pelo Poder Público. Parte dos recursos poderia ser desti<strong>na</strong>do para<br />

aplicação em programas específicos de pesquisa de novas variedades e novos<br />

produtos e serviços que demandem grau elevado de tecnologia.<br />

No caso do setor cooperativo, os recursos poderiam ser utilizados para<br />

aperfeiçoar a integração da pesquisa realizada pelos institutos oficiais de pesquisa –<br />

IAPAR, EMBRAPA - com os órgãos de pesquisa agropecuária das cooperativas<br />

(COODETEC, FUNDAÇÃO ABC, FAPA e outros centros de pesquisa e<br />

experimentação de cooperativas existentes em várias regiões do Paraná).<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d36 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

39


Os resultados das pesquisas seriam utilizados pelos produtores e<br />

cooperados, mediante ação das cooperativas e do Instituto EMATER que poderia<br />

estabelecer parcerias <strong>na</strong> difusão de tecnologia, <strong>na</strong> organização dos pequenos<br />

produtores e no suporte a comercialização da produção.<br />

Proposta 4<br />

• Inserir as cooperativas da área da saúde como parceiras em programas,<br />

campanhas e ações que visem melhorar o atendimento à saúde, mediante:<br />

a. Utilização dos serviços prestados pelas cooperativas de saúde para o<br />

Justificativas:<br />

atendimento das “especialidades”.<br />

b. Contemplar as cooperativas de saúde em campanhas e ações coletivas<br />

voltadas a prevenção de doenças.<br />

c. Apoiar o trabalho das cooperativas para o reconhecimento do “Ato<br />

Cooperativo” tanto em nível municipal, como estadual e federal.<br />

As 33 cooperativas do ramo saúde existentes no Paraná congregam mais de<br />

uma deze<strong>na</strong> de profissio<strong>na</strong>is de medici<strong>na</strong> e odontologias, atendendo cerca de 1,25<br />

milhão de para<strong>na</strong>enses. Elas podem contribuir com o estado <strong>na</strong> assistência aos<br />

funcionários públicos, em campanhas de saúde em parceria com a Secretaria da<br />

Saúde e em ações de prevenção e educação da saúde pública, bem como <strong>na</strong><br />

prestação de serviços de “especialidades”.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d37 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

40


Proposta 5<br />

• Apoio da concessionária de energia, das secretarias e do próprio gover<strong>na</strong>dor, <strong>na</strong><br />

viabilização de projetos e ações de infraestrutura <strong>na</strong>s áreas de geração de<br />

energia e prestação de serviços especializados, contemplando:<br />

a. O reconhecimento do importante trabalho das cooperativas <strong>na</strong>s suas áreas<br />

de atuação.<br />

b. Apoio e agilização <strong>na</strong> viabilização de projetos de geração de energia para as<br />

cooperativas de infraestrutura e também para as agropecuárias.<br />

c. Realização de parcerias com a Copel e Itaipu <strong>na</strong> implementação de projetos<br />

de produção de energia a partir da biomassa.<br />

d. Alteração nos critérios de fixação de tarifa de compra de energia pelas<br />

cooperativas da concessionária, estudando condições para que as mesmas<br />

Justificativa:<br />

atuem de forma complementar à concessionária, bem como assegurar às<br />

cooperativas, tratamento isonômico em relação aos consumidores diretos da<br />

Copel.<br />

As cooperativas de infraestrutura podem contribuir <strong>na</strong> geração de energia<br />

(PCHs e energia distribuída), <strong>na</strong> manutenção e distribuição de energia elétrica e <strong>na</strong>s<br />

áreas de abastecimento de água e coleta de esgoto <strong>na</strong>s comunidades do interior do<br />

Paraná. Podendo atuar em parceria com a Copel e a Itaipu <strong>na</strong> implantação de<br />

projetos de produção de energia a partir da biomassa e dejetos de animais.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d38 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

41


Proposta 6<br />

• As cooperativas que atuam <strong>na</strong> área do transporte necessitam do apoio do<br />

governo estadual para:<br />

a. Solucio<strong>na</strong>r o problema de tributação imposta pelo Governo Federal.<br />

b. Permissão par apagamento do pedágio dinheiro e não ape<strong>na</strong>s com vale<br />

pedágio.<br />

c. Criar junto ao BRDE uma linha de crédito para renovação da frota de<br />

caminhões e dos cooperados das cooperativas de transporte.<br />

Justificativa:<br />

As 21 cooperativas existentes no Paraná congregam cente<strong>na</strong>s de<br />

caminhoneiros autônomos de cargas e de passageiros, sendo uma alter<strong>na</strong>tiva de<br />

valorização profissio<strong>na</strong>l e de melhor remuneração. Enfrentam dificuldades <strong>na</strong><br />

renovação da frota de seus veículos em função de que o resultado do trabalho com o<br />

caminhão não é suficiente para o pagamento da prestação do fi<strong>na</strong>nciamento do<br />

mesmo veículo. Para esse público, é necessário que se molde um programa<br />

adequado à sua realidade para ampliação da frota.<br />

Proposta 7<br />

• Estimular e apoiar as ações das cooperativas educacio<strong>na</strong>is mediante:<br />

a. Maior atenção da Secretaria de Educação às cooperativas educacio<strong>na</strong>is,<br />

Justificativa:<br />

visando estabelecer parcerias para a melhoria do ensino.<br />

b. Inserção da discipli<strong>na</strong> “Cooperativismo” no currículo das escolas técnicas e<br />

nos cursos das Universidades Estaduais.<br />

As cooperativas educacio<strong>na</strong>is, formadas por alunos das escolas técnicas e<br />

profissio<strong>na</strong>lizantes, podem se tor<strong>na</strong>r importantes instrumentos para proporcio<strong>na</strong>r a<br />

formação e a difusão da prática no modelo do cooperativismo.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d39 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

42


A inclusão da discipli<strong>na</strong> “cooperativismo” no currículo das escolas técnicas e<br />

nos cursos de graduação em ciências agrárias <strong>na</strong>s Universidades Estaduais será<br />

importante para a formação de profissio<strong>na</strong>is com vocação para o cooperativismo.<br />

Proposta 8<br />

• As cooperativas de trabalho são a grande alter<strong>na</strong>tiva de emprego e distribuição<br />

de renda e devem ser apoiadas pelo estado para:<br />

a. Di<strong>na</strong>mizar a atuação das cooperativas de trabalho.<br />

b. Em parcerias <strong>na</strong>s ações com o estado objetivando a proteção de serviços<br />

em suas áreas de atuação.<br />

Justificativas:<br />

As cooperativas de serviços profissio<strong>na</strong>is <strong>na</strong>s áreas de assistência técnica,<br />

engenharia, meio ambiente, turismo, produção industrial e prestação de serviços <strong>na</strong>s<br />

diversas áreas no setor urbano, são importante forma de organizar o trabalho para os<br />

trabalhadores que não encontram opções adequadas no mercado de trabalho.<br />

Proposta 9<br />

• Estimular e apoiar as ações das cooperativas e fundações que atuam <strong>na</strong><br />

pesquisa e experimentação mediante:<br />

a. Buscar integração das atividades de pesquisa e geração de conhecimento<br />

entre as cooperativas e fundações com o IAPAR e a EMATER,<br />

Justificativa:<br />

estabelecendo parcerias <strong>na</strong> difusão de tecnologia e <strong>na</strong> organização dos<br />

produtores.<br />

As cooperativas agropecuárias do estado dispõem de um contingente de mais<br />

de 1.400 profissio<strong>na</strong>is de agronomia que atuam diretamente no campo prestando<br />

assistência técnica aos produtores e <strong>na</strong> difusão de tecnologias, apoiados pelos<br />

trabalhos das instituições de pesquisa das cooperativas e pelas estações<br />

experimentais.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d40 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

43


Diretriz 6 Administração Pública<br />

“Resgatar a capacidade do governo de coorde<strong>na</strong>r as políticas<br />

públicas necessárias ao desenvolvimento do Estado, com ple<strong>na</strong><br />

participação do setor produtivo.”<br />

6.1 Reorganização Administrativa<br />

A estrutura administrativa do Governo do Estado do Paraná sofreu ao longo<br />

dos anos modificações que provocaram aumento do número de secretarias, institutos<br />

e órgãos. O quadro funcio<strong>na</strong>l ficou difícil de gerenciar, devido sobreposições de<br />

funções, salários achatados e baixa renovação dos quadros. Muitas dessas estruturas<br />

foram replicadas no interior do estado, copiando o modelo do sistema instalado <strong>na</strong><br />

capital, sem haver uma conexão entre as diversas instituições.<br />

A centralização das decisões <strong>na</strong> capital e a formação de estruturas<br />

administrativas regio<strong>na</strong>is enfraquecidas provocou a desarticulação regio<strong>na</strong>l, tirando-se<br />

a capacidade de organização das regiões para solução dos problemas de forma<br />

integrada.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i41 d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

44


Propostas<br />

• Promover uma reforma administrativa com a redução de estruturas mediante<br />

fusões de secretarias, empresas e instituições que apresentam sombreamentos.<br />

• Descentralizar a administração pública com a agluti<strong>na</strong>ção das estruturas<br />

públicas regio<strong>na</strong>is, em centros administrativos regio<strong>na</strong>is com atribuições de<br />

fazer a coorde<strong>na</strong>ção e gerenciamento dos programas e serviços e de<br />

interligação com as prefeituras.<br />

• Implantar programa de renovação e profissio<strong>na</strong>lização do serviço público.<br />

• Estimular as prefeituras a terem uma participação ativa <strong>na</strong>s regiões<br />

administrativas, buscando integração para discussão, solução de problemas e<br />

encaminhamento de ações de forma integrada.<br />

• Implantar o sistema de audiências públicas regio<strong>na</strong>lmente para discutir os<br />

problemas, políticas e programas de governo.<br />

• Promover a integração de regiões metropolita<strong>na</strong>s, através da criação de<br />

consórcios intermunicipais ou outros modelos de intregração, unificando os<br />

planos diretores, transporte urbano, coleta de lixo e outros serviços.<br />

6.2 Política Estratégica<br />

Por volta dos anos 1960, o governo do Estado do Paraná criou a Companhia de<br />

Desenvolvimento do Paraná (Codepar), que deu origem ao Banco de Desenvolvimento<br />

do Paraná (Badep), com objetivo de fazer o planejamento e fomento industrial do estado.<br />

Seguindo o modelo da Codepar, o Município de Curitiba, criou em 1970 a CIC, que<br />

desempenhou um papel fundamental no planejamento da Cidade Industrial de Curitiba,<br />

agindo como agente de fomento junto e de planejamento e elo entre governo, setor<br />

fi<strong>na</strong>nceiro e empresários.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

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45


Com a extinção do BADEP, nenhum órgão assumiu a função de<br />

planejamento, estudos e coorde<strong>na</strong>ção de ações de desenvolvimento do Paraná e o<br />

estado perdeu a capacidade de planejar e atrair investidores. Em parte, <strong>na</strong> área do<br />

fi<strong>na</strong>nciamento o BRDE representa um bom parceiro, mas como o banco pertence aos<br />

três estados do sul, existem dificuldades institucio<strong>na</strong>is para o banco conduzir um<br />

processo mais pró-ativo.<br />

Ao mesmo tempo em que se desestruturou a capacidade de planejamento do<br />

Estado, implementou-se uma política ambiental punitiva que ao invés de educativo<br />

i<strong>na</strong>dequada que atravancou o seu desenvolvimento. Foram instituídas várias<br />

unidades de conservação, corredores de biodiversidade e parques ambientais,<br />

impondo restrições ao desenvolvimento das atividades agrícolas. Não foram<br />

consideradas as pessoas e comunidades que vivem nessas áreas e no seu entorno,<br />

como conseqüência, formaram-se regiões sem perspectivas de renda e diversos<br />

municípios tor<strong>na</strong>ram-se econômica e socialmente inviáveis.<br />

Portanto, faz-se necessário que o governo do estado retome a função de<br />

planejamento de forma a criar sinergias entre o poder público e o setor produtivo, com<br />

vistas à construção de uma política de desenvolvimento de médio e longo prazo que<br />

contemple as diversas regiões e as peculiaridades locais. e em especial, com planos<br />

de desenvolvimento às regiões com baixo índice de desenvolvimento humano (IDH).<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d43 i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

46


Propostas<br />

• Transformar a “Secretaria da Indústria, Comércio e Mercosul” em “Secretaria de<br />

Desenvolvimento Econômico” como braço executivo da Agência de<br />

Desenvolvimento com o objetivo de planejar, coorde<strong>na</strong>r e fazer a interação com<br />

investidores e agentes fi<strong>na</strong>nceiros para a atração de investimentos.<br />

• Resgatar a capacidade do estado de planejar, elaborar projetos e oferecer<br />

oportunidades de investimentos.<br />

• Desenvolver programas para atrair investimentos e buscar recursos para as<br />

regiões de baixo IDH, adotando-se para isso políticas de incentivos fiscais<br />

agressivas.<br />

• Elaborar política de desenvolvimento setorial e regio<strong>na</strong>l, que contemple a<br />

ampliação de pólos produtivos regio<strong>na</strong>is existentes e a formação de novos, bem<br />

como a descentralização dos investimentos para di<strong>na</strong>mizar todas as regiões do<br />

Estado.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

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47


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48


Propostas para<br />

Aperfeiçoamento da<br />

Legislação Ambiental<br />

Brasileira<br />

Toda a sociedade<br />

tem direito ao<br />

meio ambiente<br />

ecologicamente<br />

equilibrado,<br />

sendo imposto à<br />

coletividade o dever<br />

de preservá-lo.<br />

(Constituição<br />

Federal, art. 225).<br />

As atividades agrícolas sempre foram<br />

orientadas à produção de alimentos,<br />

atendendo a crescente necessidade da<br />

população, proporcio<strong>na</strong>ndo a formação<br />

de empregos e fomentando o desenvolvimento<br />

da <strong>na</strong>ção.<br />

O Código Florestal, por sua vez, vigente<br />

a mais de quarenta anos, apesar<br />

das alterações, defende conceitos, como<br />

a Reserva Legal, que não mais se amolda<br />

a atual realidade.<br />

♦ Adoção do Sistema de Plantio Direto<br />

em 25 milhões de ha evitando perda<br />

de solo (20 a 40 ton/ha/ano), e contribuindo<br />

<strong>na</strong> redução da emissão de<br />

CO2 (29 a 40 milhões ton/ano).(Fed.<br />

Bras. de Plantio Direto).<br />

♦ Criação do Programa de Recolhimento<br />

de Embalagens Vazias de Defensivo<br />

Agrícola já recolheu mais de<br />

100 mil toneladas de embalagens e a<br />

taxa de retorno no ano passado foi de<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

49<br />

A agricultura brasileira passou por<br />

uma modernização tecnológica, incorporando<br />

novos conceitos <strong>na</strong> adequação<br />

dos sistemas produtivos, adequando-os<br />

à minimização dos impactos ao meio<br />

ambiente.<br />

Desta forma, as atividades passaram<br />

a ser direcio<strong>na</strong>das para o uso sustentável,<br />

conciliando a preservação dos recursos<br />

<strong>na</strong>turais à viabilidade econômica das<br />

atividades.<br />

Ações Positivas do Setor Rural:<br />

95% (INPEV).<br />

♦ Maior contribuição <strong>na</strong> Matriz<br />

Energética Renovável, sendo<br />

30% proveniente de biomassa, da<br />

qual 16% é com base <strong>na</strong> cultura<br />

da ca<strong>na</strong> de açúcar, 11% de lenha<br />

e carvão vegetal e 3% de outros<br />

(ANEEL).<br />

♦ No Brasil a substituição da gasoli<strong>na</strong><br />

pelo etanol pode reduzir em 73% as<br />

emissões de CO2 (EMBRAPA).<br />

Encarte Especial


A concentração demográfica nos espaços urbanos tem ocorrido<br />

de forma rápida e desorganizada, favorecendo o surgimento<br />

das invasões, fragilizando os serviços públicos, como a<br />

infraestrutura básica de saneamento e de coleta de lixo,<br />

potencializando os impactos ambientais.<br />

Impactos gerados <strong>na</strong>s Cidades:<br />

♦ Atualmente 82% da população está concentrada <strong>na</strong>s áreas urba<strong>na</strong>s (IBGE).<br />

♦ A poluição e mau uso dos recursos hídricos reduziram a qualidade da água em<br />

21% dos rios, principalmente <strong>na</strong>s áreas mais povoavas (ANA, 2009).<br />

♦ Estima-se que 48% da população têm coleta de esgoto (ANA, 2009).<br />

♦ A geração diária de lixo <strong>na</strong>s cidades brasileiras é superior a 125 mil toneladas,<br />

sendo que 30% é desti<strong>na</strong>do para os lixões, depósitos a céu aberto, sem nenhum<br />

tipo de tratamento (PNSB, 2000).<br />

♦ A maior fonte de poluição atmosférica é proveniente dos veículos (IBGE, 2008).<br />

Somente no Paraná são 3,9 milhões rodando <strong>na</strong>s ruas e destes, um milhão, está<br />

concentrado <strong>na</strong> Capital (FENABRAVE/PR).<br />

Premissas:<br />

♦ As cooperativas e os produtores são<br />

favoráveis à recuperação e a preservação<br />

do Meio Ambiente<br />

♦ A legislação ambiental brasileira necessita<br />

sofrer adequação visando sua<br />

modernização e flexibilização.<br />

♦ O meio rural e urbano, em conjunto,<br />

irão contribuir <strong>na</strong> recuperação e<br />

a preservação da reserva ambiental.<br />

Conceitos<br />

♦ Reserva Ambiental (RA): é a área de<br />

cobertura florestal do estado sob responsabilidade<br />

de toda a sociedade,<br />

sendo constituída pela soma das Áreas<br />

de Preservação Permanente (APP)<br />

com a Reserva Ambiental Coletiva<br />

(RAC), devendo compor no mínimo<br />

20% do território estadual.<br />

♦ Área de Preservação Permanente<br />

(APP): é a área protegida por vege-<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

50<br />

tação <strong>na</strong>tiva dentro da propriedade<br />

rural, com a função ambiental de preservar<br />

os recursos hídricos, a paisagem,<br />

a estabilidade geológica, a biodiversidade,<br />

o fluxo gênico de fau<strong>na</strong><br />

e flora, proteger o solo e assegurar o<br />

bem-estar das populações huma<strong>na</strong>s.<br />

As Áreas de Preservação Permanente<br />

são compostas por vegetações ao<br />

longo dos rios, <strong>na</strong>scentes, topos de<br />

morro, encostas, restingas, bordam<br />

de tabuleiros e altitudes superiores a<br />

1.800 metros.<br />

♦ Reserva Ambiental Coletiva (RAC): é a<br />

área de vegetação florestal, inclusive<br />

campos <strong>na</strong>tivos, localizada tanto no<br />

interior, quanto fora das propriedades<br />

rurais, necessária para compor o índice<br />

de Reserva Ambiental do Estado.<br />

Quando, no interior da propriedade,<br />

não serão consideradas como RAC, as<br />

áreas de preservação permanente. Por<br />

outro lado, quando fora das propriedades,<br />

serão consideradas como RAC as<br />

Unidades de Conservação, públicas<br />

ou privadas, Áreas Quilombolas, além<br />

de Terras Indíge<strong>na</strong>s.<br />

♦ Mata Ciliar: área coberta por vegetação<br />

<strong>na</strong>tiva ao longo dos rios ou de<br />

qualquer curso de água <strong>na</strong>tural.<br />

♦ Zoneamento Ecológico Econômico<br />

(ZEE): é um instrumento para planejar<br />

e orde<strong>na</strong>r o uso do território brasileiro,<br />

harmonizando a incidência das<br />

relações econômicas, sociais e ambientais,<br />

determi<strong>na</strong>ndo-se assim, o<br />

potencial agrícola por região.


A existência do ser humano, por si<br />

só, gera algum tipo de impacto ambiental<br />

ao planeta, sendo responsabilidade<br />

do mesmo, buscar o equilíbrio entre sua<br />

sobrevivência e o consumo sustentável<br />

dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />

Com foco no equilíbrio acima mencio<strong>na</strong>do,<br />

o legislador expressou <strong>na</strong> Constituição<br />

Federal Brasileira que toda a sociedade<br />

tem direito ao meio ambiente ecologicamente<br />

equilibrado, impondo à mesma o<br />

dever de preservá-lo (CF, Art. 225).<br />

No entanto, apesar do princípio constitucio<strong>na</strong>l<br />

indicado, <strong>na</strong> relação de uso e<br />

preservação dos recursos <strong>na</strong>turais - direito<br />

e dever de toda a sociedade - a legislação<br />

vigente quando não inviabiliza, em<br />

muito prejudica, o setor agropecuário.<br />

A normatização infraconstitucio<strong>na</strong>l<br />

atual, impõem aos produtores rurais,<br />

tanto a conservação das áreas de preservação<br />

permanente, quanto a manutenção<br />

do percentual referente à reserva legal,<br />

restringindo, desta maneira, o direito<br />

Constitucio<strong>na</strong>l da propriedade privada,<br />

limitando sua exploração.<br />

Por outro lado, o setor urbano não<br />

possui, proporcio<strong>na</strong>lmente ao rural, o<br />

mesmo ônus de preservar o meio ambiente,<br />

dever de toda a sociedade, previsto<br />

<strong>na</strong> Constituição Federal.<br />

Na relação entre o campo e a cidade,<br />

o urbano sempre mostrou uma<br />

dependência direta do meio rural, principalmente<br />

após a segunda guerra mundial,<br />

com o advento da industrialização.<br />

Neste sentido, para atender as crescentes<br />

necessidades sociais e econômicas da<br />

população urba<strong>na</strong>, o meio rural passou<br />

a orientar sua produção para satisfazer<br />

I. Ações positivas desenvolvidas pelo<br />

setor rural para preservação ambiental<br />

Nos campos de cultivo, para atender a crescente demanda da população pela<br />

produção de alimentos, tecnologias e novos conceitos foram adotados, visando<br />

adequar os sistemas produtivos a minimização dos impactos ao meio ambiente.<br />

Entre as principais ações que o setor rural vem adotando nos últimos anos,<br />

alterando o cenário econômico do campo e a forma de uso dos recursos <strong>na</strong>turais,<br />

destacam-se as seguintes:<br />

1<br />

Sistema de plantio<br />

direto <strong>na</strong> palha<br />

A adoção do sistema de plantio direto<br />

<strong>na</strong> palha tem sido reconhecido como<br />

um dos mais importantes programas<br />

ambientais adotados pelo setor produtivo,<br />

trazendo benefícios <strong>na</strong> conservação e<br />

manejo de solo e no desenvolvimento de<br />

uma agricultura sustentável.<br />

A tecnologia já é utilizada em mais<br />

de 25 milhões de hectares de terras produtivas,<br />

contribuindo para o manejo racio<strong>na</strong>l<br />

das bacias hidrográficas, evitando<br />

o assoreamento dos rios, com reflexos<br />

positivos <strong>na</strong> melhoria da qualidade e<br />

<strong>na</strong> disponibilidade da água para consumo.<br />

O sistema de plantio direto reduz a<br />

erosão lami<strong>na</strong>r em até 90%, evitando a<br />

perda de 20 a 40 toneladas de solo por<br />

hectare por ano (Federação Brasileira de<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

51<br />

as cidades, seja através da produção de<br />

itens para a exportação, matérias primas<br />

para o setor industrial, ou ainda, pela<br />

produção de alimentos.<br />

Plantio Direto <strong>na</strong> Palha).<br />

Nas usi<strong>na</strong>s hidrelétricas, constata-se<br />

outra conseqüência direta dos aspectos<br />

positivos resultantes da adoção do sistema<br />

de plantio direto. Na bacia hidrográfica<br />

que forma o lago de Itaipu a expectativa<br />

de vida útil da barragem, antes estimada<br />

entre 25 a 30 anos, passou para 65 a 70<br />

anos, devido à melhoria da qualidade da<br />

água e redução significativa de partículas<br />

sólidas dispersas <strong>na</strong> água do lago.<br />

A adoção do sistema de plantio direto<br />

<strong>na</strong> palha, também, contribui para<br />

a redução de gás carbônico lançado <strong>na</strong><br />

atmosfera. Na substituição ao sistema de<br />

plantio convencio<strong>na</strong>l, há uma redução de<br />

40% a 50% do uso de combustíveis fósseis,<br />

por conta da redução no número de<br />

operações, além de que, o novo modelo<br />

propicia incremento no teor de matéria orgânica<br />

<strong>na</strong>s camadas superficiais do solo<br />

Encarte Especial


(Federação Brasileira de Plantio Direto <strong>na</strong><br />

Palha). No mesmo sentido, segundo estudo<br />

desenvolvido pela EMBRAPA - Empresa<br />

Brasileira de Pesquisa Agropecuária-,<br />

a adoção do sistema de plantio direto <strong>na</strong><br />

palha contribui <strong>na</strong> redução de 29 a 40 milhões<br />

de toneladas de CO2 por ano.<br />

2<br />

Programa de<br />

recolhimento de<br />

embalagens vazias de<br />

defensivos agrícolas<br />

Através do Programa de Recolhimento<br />

de Embalagens Vazias, que entrou em<br />

operação em março de 2002, no Brasil foram<br />

recolhidas mais de 100 mil toneladas<br />

de embalagens de defensivos agrícolas. A<br />

taxa de retorno (percentual de embalagens<br />

recolhidas), no ano de 2008, alcançou o<br />

patamar de 95%, tor<strong>na</strong>ndo o programa<br />

brasileiro o mais bem sucedido do mundo.<br />

Como comparativo, cita-se países<br />

desenvolvidos como Ca<strong>na</strong>dá, Japão e Estados<br />

Unidos em que a taxa de retorno não<br />

passa de 30% das embalagens.<br />

As embalagens recolhidas são direcio<strong>na</strong>das<br />

para reciclagem, sendo parte incinerada<br />

em local apropriado. O ganho ambiental,<br />

nos seis anos de existência do programa<br />

equivale, segundo o INPEV (Instituto Nacio<strong>na</strong>l<br />

de Processamento de Embalagens<br />

Vazias), ao plantio de 491 mil árvores, ou<br />

ainda, a 98 mil toneladas de CO2 (gás carbônico)<br />

a menos <strong>na</strong> atmosfera, principal gás<br />

responsável pelo efeito estufa. O programa,<br />

ainda, atende o viés social, proporcio<strong>na</strong>ndo<br />

a geração de aproximadamente 2,5 mil empregos<br />

diretos e indiretos.<br />

O programa, portanto, é um exemplo<br />

de sustentabilidade e trabalho onde todos<br />

da cadeia (agricultor – centrais de recepção<br />

– indústria) participam, transformando<br />

o que era lixo rural – contami<strong>na</strong>dor<br />

do meio ambiente-, em mercadoria útil,<br />

como a produção de tubos para fibra ótica,<br />

recipientes plásticos para lubrificantes<br />

e defensivos agrícolas, tubos para uso <strong>na</strong><br />

construção civil, dentre outras utilidades.<br />

3<br />

Matriz Energética<br />

Renovável<br />

Enquanto, por um lado, o desenvolvimento<br />

mundial está centrado, em grande<br />

parte, <strong>na</strong> dependência da energia fóssil,<br />

aproximadamente 80%, (reserva energética<br />

não renovável, comprometida a médio<br />

prazo e que contribui significativamente<br />

para o aumento da concentração de dióxido<br />

de carbono (CO2) <strong>na</strong> atmosfera), o Brasil,<br />

por sua vez, se destaca pela elevada participação<br />

das fontes renováveis, em torno de<br />

45%, em sua matriz energética, o percentual<br />

mais alto do mundo.<br />

O uso de fontes renováveis está diretamente<br />

ligado ao fato do Brasil possuir<br />

privilégios <strong>na</strong>turais em recursos hídricos,<br />

além de ser um grande país tropical,<br />

situação propicia, deste modo, para<br />

que as áreas rurais forneçam energia de<br />

biomassa (30%) para o desenvolvimento<br />

do país.<br />

A energia de biomassa produzida<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

52<br />

nos campos de cultivo do país, não está<br />

diretamente ligada à produção e consumo<br />

de alimentos, como é o caso dos<br />

EUA, <strong>na</strong>ção em que a produção de etanol<br />

tem como base a cultura do milho,<br />

principal fonte de carboidratos <strong>na</strong> alimentação<br />

huma<strong>na</strong> e animal. No Brasil,<br />

o consumo de energia proveniente de<br />

biomassa, segundo dados do Ministério<br />

de Mi<strong>na</strong>s e Energia, é proveniente da ca<strong>na</strong>-de-açúcar<br />

(16%), da lenha e carvão<br />

vegetal (11%) e de outros (3%).<br />

O cultivo da ca<strong>na</strong>-de-açúcar gera<br />

não só energia como combustível automotivo,<br />

mas também energia elétrica<br />

proveniente de bagaço da ca<strong>na</strong>. Como<br />

combustível automotivo, a substituição<br />

da gasoli<strong>na</strong> pelo etanol de ca<strong>na</strong>-de-açúcar,<br />

proporcio<strong>na</strong> a redução de 73% em<br />

emissões de CO2 <strong>na</strong> atmosfera. Em relação<br />

ao diesel, a redução seria de 68%<br />

das emissões (EMBRAPA AGROBIO-<br />

LOGIA, 2009). Tratando-se de energia<br />

elétrica proveniente do bagaço, já existe<br />

um potencial técnico de co-geração de<br />

excedente de energia elétrica de 3.851<br />

MW, no setor sucroalcooleiro do Brasil<br />

(CENBIO - Centro Nacio<strong>na</strong>l de Referência<br />

em Biomassa e ANEEL, 2002).<br />

A modernização da industrialização<br />

da ca<strong>na</strong>-de-açúcar permite a utilização<br />

dos resíduos e efluentes desta fonte<br />

energética, visando a geração de energia<br />

e fertilização do solo. Para se ter<br />

idéia, <strong>na</strong> década de 80, quando foram<br />

implantadas as primeiras indústrias de<br />

produção de etanol, para cada litro de


etanol produzido eram gerados 16 litros<br />

de vinhaça, que pelo seu grande volume<br />

era de difícil utilização como fertilizante<br />

e acabava sendo lançado nos rios. Atualmente,<br />

a produção de vinhaça reduziu<br />

em 50%.<br />

Em 1990 para cada tonelada de ca<strong>na</strong><br />

processada era captado 5,6 m3 de água,<br />

consumido 1,8 m3 e lançado 3,8 m3. Em<br />

2008, a meta é de captação de 1,0 m3/<br />

tonelada, consumo de 1,0 m3 e lançamento<br />

de zero.<br />

4<br />

Recuperação de<br />

Nascentes e Matas<br />

Ciliares<br />

A água, além de ser o principal recurso<br />

<strong>na</strong>tural utilizado <strong>na</strong> produção dos<br />

alimentos, é imprescindível para o consumo<br />

doméstico, a manutenção de atividades<br />

econômicas e o equilíbrio dos<br />

ecossistemas <strong>na</strong>turais.<br />

Visando a tutela deste recurso, existem<br />

diversos projetos que objetivam a<br />

preservação e a recuperação de <strong>na</strong>scentes,<br />

considerando tanto o volume, quanto<br />

a qualidade, da água disponível. Esses<br />

programas beneficiam toda a sociedade,<br />

proporcio<strong>na</strong>ndo a recuperação e a manutenção<br />

das <strong>na</strong>scentes e matas ciliares, o<br />

tratamento dos efluentes além da conservação<br />

das florestas.<br />

Alguns Estados da Federação, também<br />

<strong>na</strong> intenção de preservar, trabalham<br />

<strong>na</strong> recuperação da vegetação às margens<br />

de rios. Como exemplo, no Paraná foram<br />

plantadas mais de 80 milhões de mudas,<br />

garantindo, desta forma, a recomposição<br />

florestal e a qualidade da água à população<br />

e ao meio ambiente.<br />

A recuperação da vegetação às margens<br />

de rios no Estado do Paraná, ocorre<br />

através do plantio de mudas <strong>na</strong>tivas e pelo<br />

abandono das áreas para que a vegetação<br />

se recomponha <strong>na</strong>turalmente (Secretaria<br />

de Estadual de Meio Ambiente e Recursos<br />

Hídricos). A iniciativa, em razão da repercussão<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, recebe apoio da<br />

Convenção da Diversidade Biológica da<br />

Organização das Nações Unidas (ONU).<br />

5<br />

Pagamento por<br />

Serviços Ambientais<br />

O pagamento por serviços ambientais<br />

é um instrumento de gestão, fundamentado<br />

<strong>na</strong> compensação fi<strong>na</strong>nceira, que visa,<br />

sobretudo, a conservação das florestas e<br />

fontes de água, assim como, uma maior<br />

sustentabilidade socioambiental <strong>na</strong>s<br />

propriedades rurais. A alter<strong>na</strong>tiva é para<br />

que os agricultores, vistos como produtores<br />

de alimentos, passem também a ser<br />

produtores de água e biodiversidade.<br />

No Brasil o Projeto “Conservador<br />

das Águas”, implantado pela Prefeitura<br />

Municipal de Extrema - MG, tem sido um<br />

exemplo para outras cidades. O programa<br />

compensa fi<strong>na</strong>nceiramente os produtores<br />

rurais que praticam ações de conservarão<br />

das matas ciliares, protegendo,<br />

desta forma, os recursos hídricos que<br />

fornecem água para o sistema Cantareira<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

53<br />

que é responsável pelo abastecimento<br />

de 50% da população de São Paulo. O<br />

Programa tem como parceiros a SABESP,<br />

a Agência Nacio<strong>na</strong>l de Águas e a TNC –<br />

The Nature Conservancy. Com esta iniciativa,<br />

a prefeitura almeja a implementação<br />

de micro-corredores ecológicos e a<br />

proteção dos recursos hídricos da bacia,<br />

através da redução, tanto da poluição decorrente<br />

dos processos erosivos, quanto<br />

da falta de saneamento ambiental.<br />

No Paraná, o pagamento por serviços<br />

ambientais também já é realidade. A<br />

prefeitura Municipal de Apucara<strong>na</strong>, em<br />

parceria com a SANEPAR, implantou o<br />

Projeto denomi<strong>na</strong>do OÁSIS. O objetivo do<br />

programa é atingir as três bacias (Pirapó,<br />

Tibagi e Ivaí) que passam pelo Município.<br />

Nesta fase, o projeto beneficiará 550 propriedades,<br />

protegendo as <strong>na</strong>scentes em<br />

uma área de 170 quilômetros quadrados<br />

da bacia do Pirapó. Para a viabilidade do<br />

projeto, a SANEPAR repassa mensalmente<br />

ao Fundo Municipal de Meio Ambiente<br />

de Apucara<strong>na</strong>, 0,8% do que é faturado<br />

<strong>na</strong> cidade. O repasse fi<strong>na</strong>nceiro é uma<br />

retribuição para aqueles que deixaram de<br />

produzir em uma determi<strong>na</strong>da área, uma<br />

vez que esta foi preservada em benefício<br />

de toda a coletividade.<br />

Neste sentido, o Estado do Espírito<br />

Santo, também passou a remunerar o<br />

produtor rural que preserva as florestas,<br />

através do Projeto Produtores de Água.<br />

Os valores desti<strong>na</strong>dos aos agricultores<br />

são provenientes, tanto de royalties de petróleo<br />

e gás, quanto de compensação fi-<br />

Encarte Especial


<strong>na</strong>nceira do setor hidroelétrico.<br />

6<br />

Transferência de<br />

Tecnologias<br />

O setor cooperativista do Paraná é<br />

referência no fomento de moder<strong>na</strong>s tecnologias<br />

de produção, <strong>na</strong> transferência de<br />

novos conhecimentos e experiências, <strong>na</strong><br />

melhoria dos sistemas de produção, no<br />

uso adequado de insumos, no manejo integrado<br />

de pragas e especialmente, no uso de<br />

tecnologias, tanto de cultivo mínimo, quanto<br />

de conservação e melhoria dos solos.<br />

A transferência de tecnologia é realizada<br />

por uma equipe técnica composta<br />

por mais de 1.300 profissio<strong>na</strong>is, que<br />

atendem a 125.000 produtores rurais no<br />

Paraná (OCEPAR, 2008).<br />

As cooperativas possuem, ainda, profissio<strong>na</strong>is<br />

especializados <strong>na</strong> área ambiental,<br />

que levam aos agricultores, tecnologias<br />

para o aperfeiçoamento dos sistemas<br />

de produção, informações sobre a adequação<br />

das propriedades rurais ao meio<br />

ambiente, além de desenvolver ações de<br />

educação ambiental junto à comunidade.<br />

7<br />

Mecanismo de<br />

Desenvolvimento<br />

Limpo<br />

Na linha do gerenciamento climático,<br />

o setor produtivo rural adota novos<br />

modelos de desenvolvimento, viabilizando<br />

a implementação de práticas sustentáveis.<br />

O objetivo é implantar Mecanis-<br />

mos de Desenvolvimento Limpo (MDL)<br />

que reduzam a poluição atmosférica e o<br />

desequilíbrio climático.<br />

Várias cooperativas e agroindústrias<br />

no Paraná desenvolvem Mecanismos<br />

de Desenvolvimento Limpo (MDL), que<br />

visam não só a redução da emissão de<br />

gases responsáveis pelo efeito estufa,<br />

mas também, a geração de energia, para<br />

pequeno consumo, através do tratamento<br />

dos dejetos de animais.<br />

O crescimento exagerado das cidades<br />

é um fenômeno que vem aumentando<br />

década após década. Nos anos cinqüenta,<br />

os centros urbanos, respondiam por<br />

ape<strong>na</strong>s 36% da população total do país,<br />

enquanto que <strong>na</strong> atualidade, atingem 82%<br />

da população brasileira, já ultrapassando<br />

os 137 milhões de pessoas (Censo IBGE).<br />

No âmbito global, segundo projeções da<br />

Organização das Nações Unidas a população<br />

urba<strong>na</strong> poderá chegar a 93% da<br />

população até 2050, chegando a aproximadamente:<br />

237 milhões de pessoas morando<br />

<strong>na</strong>s cidades. (ONU, 2005).<br />

A alteração <strong>na</strong> distribuição da população,<br />

do meio rural para o setor urbano,<br />

acarretando a concentração da densidade<br />

demográfica <strong>na</strong>s cidades, tem ocorrido de<br />

forma rápida e desorganizada. Este fenômeno<br />

(êxodo rural) favorece a formação<br />

de favelas nos morros e às invasões <strong>na</strong>s<br />

regiões metropolita<strong>na</strong>s, sobrecarregando,<br />

em muito, a gestão dos serviços públicos,<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

54<br />

Do mesmo modo, o uso da floresta<br />

no aproveitamento de créditos de carbono<br />

é considerado um Mecanismo de<br />

Desenvolvimento Limpo. Dentre as metodologias<br />

possíveis, atualmente cita-se<br />

a recuperação das áreas de mata ciliares.<br />

O projeto, ainda em fase de implantação,<br />

proporcio<strong>na</strong>rá aos produtores rurais um<br />

relevante incentivo econômico, visando<br />

à recuperação das matas ciliares presentes<br />

em suas propriedades.<br />

II. Impactos provocados pelo meio<br />

urbano <strong>na</strong> preservação ambiental<br />

como o saneamento básico e a coleta de<br />

resíduos dos centros urbanos, potencializando,<br />

desta forma, os impactos negativos<br />

ao meio ambiente.<br />

A<strong>na</strong>lisando a situação de todas as<br />

bacias hidrográficas brasileiras, há a<br />

constatação de que a poluição e mau<br />

uso dos recursos hídricos reduziram<br />

a qualidade das águas em 21% dos<br />

rios do País. Os piores índices concentram-se<br />

justamente <strong>na</strong>s áreas mais<br />

populosas. Em São Paulo, a Bacia do<br />

Alto Tietê e os cinco rios, estão entre<br />

os que têm a pior qualidade. Na região<br />

metropolita<strong>na</strong> de Porto Alegre, a bacia<br />

do Gravataí e dos Sinos são as que<br />

apresentam maior grau de poluição<br />

(ANA - Conjuntura dos Recursos Hídricos<br />

no Brasil, 2009).<br />

Um dos grandes fatores de contami<strong>na</strong>ção<br />

dos recursos hídricos tem sido<br />

a falta de coleta de esgoto doméstico. No<br />

Brasil, estima-se que 48% da população


têm coleta de esgoto, sendo que 21%<br />

utilizam fossa séptica. Considerando o<br />

total de esgoto coletado, ape<strong>na</strong>s 20% recebem<br />

algum tipo de tratamento, sendo<br />

o restante jogado diretamente nos rios.<br />

As zo<strong>na</strong>s metropolita<strong>na</strong>s de São Paulo,<br />

Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e<br />

Vitória são as que estão hoje em situação<br />

preocupante (ANA - Conjuntura dos Recursos<br />

Hídricos no Brasil, 2009).<br />

Em contrapartida, iniciativas tímidas<br />

têm sido adotadas para despoluir e melhorar<br />

as condições dos rios urbanos.<br />

Como exemplo em Curitiba, no Rio Belém,<br />

tem-se desenvolvido atividades junto<br />

à população local, conscientizando-os<br />

sobre a importância de não poluir o rio.<br />

Pelo projeto, estima-se que, deixando a<br />

população de poluir, o rio Belém poderá<br />

voltar a ter águas cristali<strong>na</strong>s e animais<br />

aquáticos em um período de 04 anos<br />

(Jor<strong>na</strong>l Estado do Paraná).<br />

A SABESP (Companhia de Saneamento<br />

Básico do Estado de São Paulo)<br />

coleta 84% do esgoto produzido <strong>na</strong> região<br />

metropolita<strong>na</strong> de São Paulo, tratando<br />

ape<strong>na</strong>s 68% deste volume, portanto,<br />

ainda são despejados, diariamente, nos<br />

rios Pinheiros e Tiête, cerca de 1,67<br />

bilhão de litros de esgoto. Não obstante,<br />

a SABESP retira, todos os dias, dos<br />

referidos rios, 100 toneladas de resíduos<br />

sólidos. Atualmente estes rios são<br />

classificados em nível 4, ou seja, quase<br />

impossíveis de serem tratados (GLOBO.<br />

COM - 09/04/2009).<br />

Se por um lado, no setor rural é obri-<br />

gatória a manutenção das matas ciliares<br />

protegendo os rios, <strong>na</strong>scentes e lagos;<br />

no ambiente urbano tal regramento não<br />

é cumprido. Como exemplo, cita-se as<br />

margens do rio Tiete em São Paulo, Rio<br />

Belém em Curitiba, entre outros casos.<br />

Uma das causas, constatada no setor<br />

urbano, de desrespeito à mata ciliar, é a<br />

expansão da construção civil, que ocorre<br />

<strong>na</strong> maioria das cidades de forma desorde<strong>na</strong>da<br />

e à margem da legalidade.<br />

A geração de lixo <strong>na</strong>s cidades brasileiras,<br />

segundo dados da última Pesquisa<br />

Nacio<strong>na</strong>l de Saneamento Básico (IBGE,<br />

2000), é superior a 125 mil toneladas por<br />

dia. Destas, ao menos 30% é desti<strong>na</strong>do<br />

para os lixões e depósitos a céu aberto,<br />

sem nenhum tipo de tratamento.<br />

Alguns municípios, por outro lado,<br />

<strong>na</strong> tentativa de minimizar o problema,<br />

possuem aterros sanitários, inclusive com<br />

projetos de mecanismo de desenvolvimento<br />

limpo. De qualquer forma, a reciclagem,<br />

que seria o melhor destino para<br />

o lixo urbano ainda é mínima, ape<strong>na</strong>s 6%<br />

das cidades do país possuem programas<br />

de coleta seletiva estruturada para reciclar<br />

os detritos gerados pela sua população.<br />

As pilhas e baterias contêm metais<br />

pesados como chumbo, cádmio, arsênio<br />

e mercúrio, razão pela qual, são consideradas<br />

perigosas fontes de contami<strong>na</strong>ção.<br />

Apesar do órgão competente, através de<br />

resolução específica (CONAMA 257/99 e<br />

401/08), responsabilizando os fabricantes<br />

e importadores pela coleta e armaze<strong>na</strong>mento<br />

destes produtos, pouco se vê da<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

55<br />

efetividade das normativas, uma vez que,<br />

em grande parte, as pilhas e baterias são<br />

descartadas em lixões e aterros sanitários.<br />

A exposição aos metais pesados, por<br />

sua vez, pode ocasio<strong>na</strong>r vários tipos de<br />

câncer, problemas no sistema nervoso<br />

central, nos rins, no fígado, nos pulmões,<br />

além de provocar má-formação de fetos.<br />

Não obstante, ao infiltrarem no solo,<br />

comprometem os ma<strong>na</strong>nciais e, assim,<br />

entram <strong>na</strong> cadeia alimentar, atingindo o<br />

meio ambiente de forma generalizada.<br />

No Brasil, através da pesquisa de<br />

Indicadores do Desenvolvimento Sustentável<br />

(IBGE, 2008), demonstrouse<br />

que o maior causador da poluição<br />

atmosférica é o aumento <strong>na</strong> frota de<br />

veículos. Esta situação compromete<br />

principalmente a qualidade do ar das<br />

grandes cidades, em razão da emissão<br />

de poluentes como o dióxido de carbono.<br />

Em 2007, conforme a FENABRAVE/<br />

PR, no Paraná, registrou-se uma frota<br />

de 3,9 milhões de veículos, sendo um<br />

milhão registrado, ape<strong>na</strong>s, em Curitiba.<br />

Situação preocupante, uma vez que contribui<br />

exponencialmente para o aumento<br />

da concentração dos poluentes atmosféricos,<br />

intensificando, desta maneira, os<br />

problemas do efeito estufa.<br />

A poluição atmosférica é, também,<br />

conseqüência das instalações industriais<br />

e da queima indiscrimi<strong>na</strong>da do<br />

lixo, formas de poluição que contribuem<br />

para a concentração de monóxido e dióxido<br />

de carbono, dióxido de enxofre,<br />

monóxido de nitrogênio, chumbo, entre<br />

Encarte Especial


outros gases. Estas fontes poluidoras<br />

ocasio<strong>na</strong>m o aumento de problemas respiratórios<br />

nos seres humanos, além da<br />

formação das chuvas ácidas.<br />

Ainda tratando dos problemas ambientais<br />

urbanos, verifica-se que a baixa<br />

III. Propostas para atualização da<br />

legislação ambiental<br />

A presente legislação ambiental tem sido implementada, sem levar em conta<br />

critérios técnicos atualizados e, tão pouco, tem observado o impacto social e econômico<br />

envolvido <strong>na</strong> sua exteriorização.<br />

A atualização da legislação florestal brasileira é imprescindível para a melhoria<br />

da gestão dos recursos ambientais, assim como, para a sustentabilidade das atividades<br />

rurais. As discussões, acerca do tema, devem ser amparadas de maneira<br />

técnica, buscando o equilíbrio, entre a produção de alimentos e a conservação<br />

dos recursos <strong>na</strong>turais. Desta maneira, será possível resgatar o princípio básico<br />

da gestão ambiental, proporcio<strong>na</strong>ndo ações ambientalmente corretas, socialmente<br />

justas e economicamente viáveis.<br />

Sendo assim, o setor cooperativista para<strong>na</strong>ense traz suas contribuições para a<br />

evolução das discussões e para a atualização da legislação ambiental brasileira.<br />

01 Conceitos<br />

I. Reserva Ambiental (RA): é a área de<br />

cobertura florestal do estado sob responsabilidade<br />

de toda a sociedade,<br />

sendo constituída pela soma das Áreas<br />

de Preservação Permanente (APP)<br />

e a Reserva Ambiental Coletiva (RAC),<br />

devendo compor no mínimo 20% do<br />

território Estadual.<br />

II. Área de Preservação Permanente<br />

(APP): é a área protegida por vegetação<br />

<strong>na</strong>tiva dentro da propriedade rural,<br />

com a função ambiental de preservar<br />

arborização e por outro lado, a alta concentração<br />

de asfalto e concreto, ocasio<strong>na</strong><br />

a impermeabilização do solo e concentração<br />

de calor nos centros urbanos,<br />

resultando em enchentes e formação de<br />

bolsões de calor.<br />

os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade<br />

geológica, a biodiversidade,<br />

o fluxo gênico de fau<strong>na</strong> e flora, de proteger<br />

o solo e assegurar o bem-estar<br />

do ser humano. As APPs são formadas<br />

pela vegetações ao longo dos rios,<br />

<strong>na</strong>scentes, topos de morro, encostas,<br />

restingas, bordas de tabuleiros e altitudes<br />

superiores a 1.800 metros.<br />

III. Reserva Ambiental Coletiva (RAC): é a<br />

área de vegetação florestal, inclusive<br />

campos <strong>na</strong>tivos, localizada tanto no<br />

interior, quanto fora das propriedades<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

56<br />

Desta maneira, conclui-se que tanto<br />

no meio rural, quanto <strong>na</strong>s cidades, há<br />

impactos negativos ao meio ambiente.<br />

Todavia, verifica-se um maior percentual<br />

de ações, voltadas à preservação ao<br />

meio ambiente, no setor rural.<br />

rurais, necessária para compor o índice<br />

de Reserva Ambiental do Estado.<br />

Quando, no interior da propriedade,<br />

não serão consideradas como RAC,<br />

as áreas de preservação permanente.<br />

Por outro lado, quando fora das propriedades,<br />

serão consideradas como<br />

RAC as Unidades de Conservação,<br />

públicas ou privadas, Áreas Quilombolas,<br />

além de Terras Indíge<strong>na</strong>s.<br />

IV. Mata Ciliar: é a área coberta por vegetação<br />

<strong>na</strong>tiva ao longo dos rios ou<br />

de qualquer curso de água <strong>na</strong>tural.<br />

V. Zoneamento Ecológico Econômico<br />

(ZEE): é um instrumento para planejar<br />

e orde<strong>na</strong>r o uso do território brasileiro,<br />

harmonizando a incidência<br />

das relações econômicas, sociais e<br />

ambientais, determi<strong>na</strong>ndo-se assim,<br />

o potencial agrícola por região.<br />

02<br />

Reserva<br />

ambiental<br />

A expressão de Reserva Ambiental é<br />

um novo conceito, referente à cobertura<br />

florestal estadual sob responsabilidade<br />

de toda a sociedade, necessária ao<br />

uso sustentável dos recursos <strong>na</strong>turais,<br />

à conservação e reabilitação dos processos<br />

ecológicos, à conservação da


iodiversidade e ao abrigo e proteção de<br />

fau<strong>na</strong> e flora <strong>na</strong>tiva.<br />

A reforma no dispositivo legal, criando<br />

o conceito de Reserva Ambiental, visa<br />

a preservação de uma cobertura florestal<br />

mínima para o estado, buscando sobre<br />

maneira, o cumprimento do preceito constitucio<strong>na</strong>l<br />

de que a preservação do meio<br />

ambiente é uma responsabilidade tanto do<br />

meio urbano, quanto do meio rural.<br />

Desta maneira, objetiva-se conciliar a<br />

preservação dos recursos <strong>na</strong>turais à viabilidade<br />

econômica das atividades, alcançando<br />

aos anseios de sustentabilidade da<br />

sociedade brasileira como um todo.<br />

Propostas:<br />

♦ Aos produtores rurais caberá a preservação<br />

e recuperação das áreas de preservação<br />

permanente de suas propriedades.<br />

♦ Caberá à Sociedade, sob coorde<strong>na</strong>ção<br />

da Administração Direta (Município,<br />

Estado e Federação), com a<br />

participação dos Comitês Municipais<br />

de Meio Ambiente, a obrigatoriedade<br />

de complementar o índice de Reserva<br />

Ambiental, denomi<strong>na</strong>da Reserva<br />

Coletiva, necessária e suficiente para<br />

garantir um mínimo de 20% da cobertura<br />

florestal no Estado.<br />

♦ Os produtores rurais que tiverem<br />

suas atividades inviabilizadas economicamente<br />

pelas exigências da<br />

legislação ambiental serão remunerados<br />

por meio de pagamento pelos<br />

serviços ambientais prestados.<br />

♦ A propriedade que apresentar área<br />

florestal, que não se enquadre como<br />

área de preservação permanente, poderá<br />

preservá-la em benefício da Coletividade,<br />

recebendo benefícios diretos<br />

ou indiretos para sua manutenção.<br />

♦ Em se tratando de pequenos fragmentos<br />

florestais, isolados em áreas de cultivo,<br />

será permitida a realocação destas<br />

áreas mediante projeto técnico, desde<br />

que comprovado o ganho ambiental.<br />

03<br />

Reserva ambiental<br />

coletiva<br />

A Reserva Ambiental Coletiva é a<br />

área de vegetação necessária para compor<br />

o índice mínimo de 20% de cobertura<br />

florestal do Estado, sob responsabilidade<br />

de toda a Sociedade. Para formação<br />

destas áreas poderão ser utilizados tanto<br />

os excedentes florestais do interior da<br />

propriedade, quanto os condomínios florestais<br />

e as unidades de conservação, a<br />

serem definidas pelas diretrizes do Zoneamento<br />

Ecológico Econômico.<br />

Toda forma de vegetação florestal, no<br />

interior da propriedade, <strong>na</strong>tiva ou consorciada<br />

com espécies exóticas, inclusive<br />

campos <strong>na</strong>tivos, com exceção das áreas<br />

de preservação permanente, será considerada<br />

parte da Reserva Ambiental Coletiva.<br />

As propriedades rurais que possuírem<br />

excedentes florestais conservados<br />

poderão ser remunerados por serviços<br />

ambientais prestados ou, ainda, fazer o<br />

uso econômico sustentável, através do<br />

manejo de espécies <strong>na</strong>tivas, permitido<br />

o cultivo de frutíferas, or<strong>na</strong>mentais ou<br />

industriais, compostas por espécies exó-<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

57<br />

ticas, cultivadas em sistema intercalar ou<br />

em consórcio com espécies <strong>na</strong>tivas.<br />

Propostas:<br />

♦ Incentivar a formação de Reserva Ambiental<br />

Coletiva atendendo as áreas de<br />

relevante interesse ecológico apontadas<br />

pelo Estado, usando as diretrizes<br />

do Zoneamento Ecológico Econômico.<br />

♦ A Reserva Ambiental Coletiva constituída<br />

com espécies <strong>na</strong>tivas, obedecendo<br />

às diretrizes do Zoneamento Econômico<br />

Ecológico, serão remuneradas pela<br />

prestação de serviços ambientais.<br />

♦ Permitir o uso econômico da Reserva<br />

Ambiental Coletiva, quando implantada<br />

com espécies <strong>na</strong>tivas consorciadas e<br />

espécies exóticas em sistema multiestrata.<br />

Neste caso não haverá remuneração<br />

por serviços ambientais prestados.<br />

♦ A Reserva Ambiental Coletiva, quando<br />

pública, será voltada unicamente<br />

para a conservação dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />

Estas áreas poderão receber<br />

recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l do Meio<br />

Ambiente para sua manutenção.<br />

04<br />

Áreas de<br />

preservação<br />

permanente<br />

O código florestal enquadra como<br />

área de preservação permanente, as vegetações<br />

ao longo dos rios, <strong>na</strong>scentes,<br />

topos de morro, encostas, restingas, bordas<br />

de tabuleiros e altitudes superiores a<br />

1.800 metros.<br />

Encarte Especial


A recomposição e manutenção das<br />

áreas de preservação permanente serão<br />

realizadas com espécies florestais <strong>na</strong>tivas<br />

e demais formas de vegetação <strong>na</strong>tural,<br />

visando a preservação dos recursos<br />

hídricos, da paisagem, da estabilidade<br />

geológica, da biodiversidade, do fluxo<br />

gênico de fau<strong>na</strong> e flora, além de proteger<br />

o solo e assegurar o bem-estar do ser<br />

humano.<br />

Propostas:<br />

♦ Permitir o uso econômico das áreas<br />

de preservação permanente, para que<br />

seja possível no mínimo, a exploração<br />

extrativista como a coleta de frutos,<br />

folhas, cascas, sementes e essências<br />

florestais, desde que não ocorra a supressão<br />

e não comprometa a regeneração<br />

e manutenção ao longo prazo da<br />

vegetação <strong>na</strong>tiva.<br />

♦ Estimular o desenvolvimento de novas<br />

metodologias para que se possa<br />

viabilizar o mecanismo de desenvolvimento<br />

limpo (MDL) em projetos de<br />

seqüestro de carbono.<br />

♦ Permitir aos produtores rurais que<br />

continuem a utilizar as Áreas de Preservação<br />

Permanente, localizadas em<br />

topos de morros e encostas, consolidadas<br />

e em uso, desde que utilizem<br />

práticas agrícolas tecnicamente adequadas<br />

ao ambiente local.<br />

♦ Alterar as faixas de vegetação margi<strong>na</strong>l<br />

ao longo dos cursos hídricos para<br />

o equivalente à metade da largura do<br />

rio, respeitando uma faixa de vegeta-<br />

ção mínima de 5 metros e máxima de<br />

100 metros em cada margem.<br />

05<br />

Uso das áreas<br />

consolidadas<br />

Conforme texto da Constituição Federal,<br />

a Lei não prejudicará o direito adquirido,<br />

o ato jurídico perfeito e a coisa<br />

julgada. Desta maneira, protegeu-se a<br />

segurança do cidadão, limitando a retroatividade<br />

da lei, impedindo o desrespeito<br />

a situações jurídicas já consolidadas<br />

pelo tempo.<br />

O princípio do direito adquirido é<br />

preceito fundamental de um estado democrático<br />

de direito. Todavia <strong>na</strong> prática,<br />

tratando-se deste preceito, muitos proprietários<br />

de terras no Brasil são desrespeitados.<br />

Desta maneira, o instituto do direito<br />

adquirido deve, sob o viés constitucio<strong>na</strong>l,<br />

atender ao produtor rural, em toda<br />

e qualquer situação que caracterize<br />

retroatividade de lei que possa vir a<br />

prejudicar-lhe.<br />

Proposta:<br />

♦ Assegurar aos produtores rurais o direito<br />

de uso das áreas consolidadas,<br />

não podendo a lei retroagir em seu<br />

prejuízo, impedindo a punição daqueles<br />

que as utilizam e que, em razão de<br />

alteração, superveniente, de texto de<br />

lei, passaram a ter passivos ambientais.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

58<br />

06<br />

Zoneamento<br />

ecológico<br />

econômico<br />

O Zoneamento Ecológico Econômico<br />

(ZEE) deverá ser utilizado para<br />

planejar e orde<strong>na</strong>r as atividades no<br />

Estado, considerando as relações econômicas,<br />

sociais e ambientais.<br />

Na determi<strong>na</strong>ção dos ZEE serão utilizados<br />

estudos de solo, topografia, conservação,<br />

preservação ambiental, informações<br />

climáticas, aptidão agrícola, cobertura vegetal<br />

e potencial social para diferentes atividades,<br />

aliando a produção de alimentos,<br />

conservação do meio ambiente e a viabilidade<br />

do homem no campo.<br />

Com a formatação do zoneamento<br />

será possível determi<strong>na</strong>r o potencial<br />

agrícola por região, ou seja, limitações<br />

de uso do solo para atividades agropecuárias,<br />

as causas da poluição ambiental<br />

e as áreas com fragilidade à erosão do<br />

solo. Parâmetros que podem ser utilizados<br />

no controle de problemas, aumentando<br />

a produtividade e mantendo a<br />

qualidade de produção.<br />

Propostas:<br />

♦ Implementar o Zoneamento Ecológico<br />

Econômico (ZEE) concedendo aos Estados<br />

e Municípios a autonomia para<br />

desenvolvimento de políticas de gestão<br />

das atividades para a respectiva região.<br />

♦ Dar prioridade à aprovação do Zoneamento<br />

Ecológico Econômico, para


que assim, seja possível determi<strong>na</strong>r<br />

o potencial agrícola por região, possibilitando<br />

indicar as potenciais áreas<br />

de recuperação florestal, sem prejuízo<br />

das áreas de cultivo.<br />

07<br />

Formação de<br />

fundo para<br />

pagamento<br />

por serviços<br />

ambientais<br />

O pagamento por serviços ambientais<br />

tem se demonstrado uma opção para<br />

a conservação da biodiversidade, dos<br />

recursos hídricos e da paisagem, diretriz<br />

que tem sido amplamente apoiada pela<br />

FAO (Food and Agriculture Organization<br />

of the United Nations). Neste sentido,<br />

existem casos de sucesso <strong>na</strong> América<br />

Lati<strong>na</strong> e inclusive no Brasil, de projetos<br />

já implantados, que apresentaram resultados<br />

significativos, quanto aos aspectos<br />

ambientais, sociais e econômicos.<br />

Inúmeros produtores rurais preservaram<br />

maciços florestais <strong>na</strong>tivos oferecendo<br />

serviços fundamentais para a<br />

sociedade, deixando, assim, de utilizar<br />

suas terras para a produção de alimentos<br />

e desenvolvimento econômico.<br />

Mediante este instrumento positivo,<br />

une-se a aplicação dos princípios de<br />

“usuário-pagador”, do “provedorrecebedor”<br />

e da preservação. Esta<br />

abordagem de conservação ambiental<br />

busca valorar os recursos <strong>na</strong>turais,<br />

compensando fi<strong>na</strong>nceiramente aquele<br />

que preservar.<br />

Com o intuito de desti<strong>na</strong>r recursos,<br />

tanto à recuperação, preservação e conservação<br />

da Reserva Ambiental Coletiva,<br />

quanto aos proprietários rurais que em<br />

razão das exigências da legislação ambiental<br />

tiverem suas atividades inviabilizadas<br />

economicamente, será possibilitado<br />

o ressarcimento fi<strong>na</strong>nceiro através de<br />

um fundo específico.<br />

a) Fundo Nacio<strong>na</strong>l de<br />

Meio Ambiente<br />

O Fundo Nacio<strong>na</strong>l de Meio Ambiente<br />

foi instituído pela lei 7.797/1989,<br />

tendo como objetivo a preservação do<br />

meio ambiente. Os recursos são provenientes<br />

da dotação orçamentária da<br />

União e da contribuição de pessoas<br />

físicas e jurídicas, inclusive de paises<br />

estrangeiros.<br />

Propostas:<br />

♦ Alterar o artigo 5º da lei 7.797/89,<br />

considerando prioritária a aplicação<br />

dos recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l do<br />

Meio Ambiente em áreas de Reserva<br />

Ambiental, possibilitando o ressarcimento<br />

ao produtor rural pela prestação<br />

de serviços ambientais.<br />

♦ Alterar o artigo 3º da lei 7.797/89,<br />

contemplando a formação de comitês<br />

municipais para gerir a aplicação<br />

dos recursos arrecadados através do<br />

fundo.<br />

♦ Instituir a criação de comitês munici-<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

59<br />

pais de meio ambiente, com a participação<br />

paritária do setor produtivo<br />

rural e urbano.<br />

b) ICMS Ecológico<br />

Utilizar o ICMS Ecológico como<br />

alter<strong>na</strong>tiva para estimular ações ambientais<br />

nos municípios. As áreas de preservação<br />

permanente devem ser inseridas<br />

no atual conceito de Unidades de<br />

Conservação Ambiental, possibilitando<br />

desta maneira, que o agricultor seja ressarcido<br />

através deste tributo.<br />

Propostas:<br />

♦ Ampliar o conceito de Unidades de<br />

Conservação Ambiental, para que o<br />

ICMS Ecológico também seja desti<strong>na</strong>do<br />

a beneficiar os proprietários de<br />

terra que mantém áreas de preservação<br />

permanente.<br />

♦ Criar comitês municipais, com a<br />

participação do setor produtivo rural,<br />

para gerenciar a desti<strong>na</strong>ção dos<br />

recursos arrecadados.<br />

c) Contribuição da<br />

Sociedade<br />

Para a manutenção e conservação<br />

da Reserva Ambiental Coletiva é imprescindível<br />

a arrecadação de recursos<br />

provenientes de toda a sociedade.<br />

Proposta:<br />

♦ Desti<strong>na</strong>r parte dos tributos atualmen-<br />

Encarte Especial


te cobrados sobre automóveis, cigarros,<br />

bebidas alcoólicas, coleta do<br />

lixo, tarifa de água, esgoto e demais<br />

atividades potencialmente poluidoras,<br />

à recuperação, preservação e conservação<br />

dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />

08<br />

Prazo para<br />

adequação<br />

No intuito de viabilizar o restabelecimento<br />

da Reserva Ambiental é imprescindível<br />

a concessão de um maior prazo<br />

para a regularização da propriedade.<br />

Proposta:<br />

♦ Conceder prazo de 15 anos para<br />

adequação e recuperação da Reserva<br />

Ambiental, lapso temporal à contar da<br />

publicação da nova normativa.<br />

09<br />

Linhas de<br />

fi<strong>na</strong>nciamento e<br />

benefícios fiscais<br />

Propostas:<br />

♦ Criar linhas de fi<strong>na</strong>nciamento ambiental<br />

para recuperação de áreas ca-<br />

rentes de preservação, com prazos de<br />

15 anos e juros limitados a 50% do<br />

índice praticado pelo PRONAF.<br />

♦ Conceder ao produtor rural a possibilidade<br />

de desti<strong>na</strong>r 25% do Imposto<br />

de Renda Rural para amortização do<br />

fi<strong>na</strong>nciamento realizado para regularização<br />

ambiental.<br />

♦ Possibilitar a dedução no Imposto de<br />

Renda do produtor rural dos valores<br />

por ele aplicados <strong>na</strong> recuperação e <strong>na</strong><br />

regularização ambiental.<br />

♦ Outros benefícios fiscais que possam<br />

ser concedidos.<br />

10<br />

Áreas úmidas<br />

As áreas de várzeas representam uma<br />

fonte de renda significativa para um grande<br />

número de famílias em diversas regiões<br />

do País. Muitas dessas áreas foram<br />

abertas com incentivos e recursos públicos<br />

(PROVARZEAS) e o seu abandono<br />

não garante necessariamente o restabelecimento<br />

da condição ambiental, anterior<br />

à dre<strong>na</strong>gem.<br />

Proposta:<br />

♦ Permitir o plantio e a condução de ativi-<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

60<br />

dades e explorações agropecuárias <strong>na</strong>s<br />

áreas úmidas mediante o uso de práticas<br />

conservacionistas e em conformidade<br />

com as normas estabelecidas no<br />

Zoneamento Ecológico Econômico.<br />

11<br />

Normatização<br />

técnica<br />

Propostas:<br />

♦ Inserir <strong>na</strong> nova legislação prazo para<br />

revisão de toda a legislação ambiental.<br />

♦ Constar expressamente <strong>na</strong> nova legislação<br />

a obrigatoriedade do Congresso<br />

Nacio<strong>na</strong>l revisar as normativas ambientais<br />

expedidas pelo poder executivo<br />

e suas autarquias.<br />

♦ Constituir uma equipe técnica permanente,<br />

junto à comissão de agricultura<br />

e do meio ambiente, para subsidiar os<br />

parlamentares <strong>na</strong> redação e formulações<br />

da nova legislação ambiental.<br />

♦ Rever a composição de todos os órgãos<br />

normativos Federais, Estaduais<br />

e Municipais, que atuam no setor<br />

ambiental, permitindo a participação,<br />

equilibrada, de membros de todos os<br />

setores da sociedade.


Propostas aos Candidatos<br />

à Presidência da República<br />

P r o p o s t a s Cd aUs cRo o pI eTr a tIi vBa s A a o s , c a nJ dUi d aLt o s Ha o O G o vDe r nE o d o 2P a0r a n1á • 0J<br />

u l h o 2 0 1 0<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s a o G o v e r n o d o P a r a n á • J u l h o 2 0 1 0<br />

5<br />

61


INTRODUÇÃO<br />

O Agronegócio possui papel fundamental <strong>na</strong> geração de riquezas <strong>na</strong> economia<br />

brasileira, respondendo por 26% no produto interno bruto e por 42%<br />

das exportações. Entretanto, devido às fragilidades que o setor está exposto,<br />

faz-se necessária a elaboração de políticas públicas de longo prazo,<br />

com visão geopolítica do estado brasileiro, para que ele se mantenha<br />

competitivo e sustentável no mercado interno e externo.<br />

Com o intuito de fornecer subsídios para os planos de governo dos candidatos<br />

à presidência da república <strong>na</strong> próxima eleição, os representantes do<br />

Agronegócio apresentam este <strong>documento</strong> contendo metas e programas<br />

prioritários para o próximo presidente.<br />

O setor produtivo entende que a implementação da presente proposta é<br />

fundamental para propiciar a competitividade e sustentabilidade do agronegócio<br />

brasileiro, de modo a garantir a oferta de alimentos e a geração de<br />

riquezas e superávits <strong>na</strong> balança comercial brasileira.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

62


METAS DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO PARA OS<br />

PRÓXIMOS QUATRO ANOS<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

5.<br />

6.<br />

7.<br />

8.<br />

9.<br />

Implementar política para garantia de renda do produtor rural e geração<br />

de 2,0 milhões de novos empregos no campo<br />

Aumentar a produção de grãos para 180 milhões de toneladas visando<br />

garantir a segurança alimentar inter<strong>na</strong> e exportações<br />

Elevar a exportações do agronegócio para US$ 120 bilhões<br />

Garantir os direitos constitucio<strong>na</strong>is de propriedade no meio rural<br />

Aumentar para 50% o grau de industrialização da produção agrícola<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

Implementar políticas efetivas de modernização de crédito rural com<br />

estímulo ao fortalecimento das cooperativas de crédito<br />

Aprovar código ambiental que contemple direitos e deveres não somente<br />

da população rural, mas também da urba<strong>na</strong><br />

Estruturar a defesa sanitária, envolvendo toda a cadeia produtiva<br />

Estimular a produção e consumo de combustíveis renováveis e energia<br />

limpa<br />

10. Investir em infraestrutura para redução dos custos de logística em no<br />

mínimo 15%<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

63


As possibilidades de crescimento da agropecuária brasileira são:<br />

• Por aumento da produtividade;<br />

• Por incorporação de 50 milhões de hectares de áreas subutilizadas;<br />

• Pelo aumento da utilização de irrigação no Centro-Oeste; e<br />

• Pela incorporação de áreas de Cerrado no Sul do Piauí e do<br />

Maranhão, além de áreas no Estado do Tocantins.<br />

RESUMO DAS PROPOSTAS DE POLÍTICAS<br />

Para atingir Para que as metas isso aconteça, acima referidas é necessário são necessárias a implementação as medidas de algumas de<br />

medidas apoio ao estruturantes, agronegócio dentre apresentadas elas: em seguida.<br />

1. RESGATE DA CAPACIDADE PRODUTIVA DOS<br />

AGRICULTORES E PECUARISTAS<br />

Contexto: Muitos produtores permanecem endividados e precisam de uma<br />

solução definitiva para poder retomar a produção.<br />

Estratégia: Edição de uma medida provisória que estabeleça a renegociação<br />

das dívidas oriundas dos fi<strong>na</strong>nciamentos com recursos do BNDES, FAT e os<br />

endividamentos de custeio, investimento e comercialização de safras<br />

anteriores, em condições que permitam ao produtor continuar produzindo e ao<br />

mesmo tempo pagá-las.<br />

2. IMPLEMENTAÇÃO DE UMA POLÍTICA AGRÍCOLA DE<br />

GARANTIA DE RENDA AO PRODUTOR RURAL<br />

27<br />

Contexto: O produtor rural brasileiro não tem à sua disposição um programa<br />

de garantia de renda que lhe permita superar períodos de crise.<br />

Estratégia: Implementação de um conjunto de políticas de garantia de renda<br />

que contemple: Seguro Rural, Proagro, Prêmio de Suporte de Preços, Fundo<br />

Garantidor de Crédito, Reforma Estrutural do Crédito Rural, Programa de Auto<br />

Liquidez do Crédito e Programa de Captação de Recursos Externos para o<br />

agronegócio.<br />

3. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DO SETOR<br />

PRODUTIVO<br />

Contexto: Atualmente as questões importantes relacio<strong>na</strong>das à agropecuária<br />

brasileira estão sendo conduzidas por três ministérios do governo federal:<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério do<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

64


Garantidor de Crédito, Reforma Estrutural do Crédito Rural, Programa de Auto<br />

Liquidez do Crédito e Programa de Captação de Recursos Externos para o<br />

agronegócio.<br />

3. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DO SETOR<br />

PRODUTIVO<br />

Contexto: Atualmente as questões importantes relacio<strong>na</strong>das à agropecuária<br />

brasileira estão sendo conduzidas por três ministérios do governo federal:<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério do<br />

Desenvolvimento Agrário e Ministério da Pesca.<br />

Estratégia: Fortalecimento do Ministério da Agricultura concedendo-lhe maior<br />

representatividade e poder para definição das políticas públicas, tais como:<br />

definição do orçamento geral da União para <strong>aqui</strong>sição e equalização de preços<br />

agrícolas, do orçamento da Embrapa, do orçamento da Companhia Nacio<strong>na</strong>l<br />

de Abastecimento, do orçamento para equalização das taxas de juros do<br />

crédito rural, do orçamento para subvenção ao Prêmio do Seguro Rural e das<br />

demais vinculadas. Deve ainda ter participação direta no Conselho Monetário<br />

Nacio<strong>na</strong>l para deliberar sobre questões de interesse do Agronegócio. Deve ter<br />

representatividade no CONAMA para deliberar sobre os temas que interessam<br />

à agropecuária participando com número de representantes equivalentes aos<br />

do MMA.<br />

4. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA<br />

Contexto: A produção de grãos cresceu 28 ao longo das últimas dez safras cerca<br />

de 45%, no entanto os investimentos em infraestrutura e logística não<br />

acompanharam o aumento da produção. As rodovias, ferrovias, hidrovias,<br />

portos e armazéns são precários e insuficientes para atender a demanda do<br />

setor.<br />

Estratégia: Desti<strong>na</strong>r 26% dos recursos do Programa de Aceleração do<br />

Crescimento previsto para infraestrutura para obras de interesse do<br />

agronegócio.<br />

5. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA DOS INSUMOS<br />

AGRÍCOLAS, ALIMENTOS, SERVIÇOS, INVESTIMENTOS E<br />

65<br />

EXPORTAÇÕES<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0


Estratégia: Desti<strong>na</strong>r 26% dos recursos do Programa de Aceleração do<br />

Crescimento previsto para infraestrutura para obras de interesse do<br />

agronegócio.<br />

5. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA DOS INSUMOS<br />

AGRÍCOLAS, ALIMENTOS, SERVIÇOS, INVESTIMENTOS E<br />

EXPORTAÇÕES<br />

Contexto: No Brasil a carga tributária incidente sobre a produção de alimentos<br />

tem impacto extremamente negativo <strong>na</strong> competitividade do setor produtivo e<br />

encarecem os preços dos alimentos, prejudicando assim a população<br />

brasileira.<br />

Estratégia: Desonerar da incidência de tributos a produção agrícola primária,<br />

os alimentos, os serviços, as exportações e os investimentos.<br />

6. GARANTIA DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE<br />

PROPRIEDADE NO MEIO RURAL<br />

Contexto: Prepondera no campo atualmente grande insegurança quanto à<br />

garantia de propriedade da terra rural devido a constantes pressões de grupos<br />

de quilombolas, indíge<strong>na</strong>s e do MST, o que causa um ambiente intranquilo<br />

para produção de alimentos.<br />

Estratégia: Revisar o Programa Nacio<strong>na</strong>l de Direitos Humanos – PNDH3 para<br />

elimi<strong>na</strong>r as medidas que direta ou indiretamente atentem contra o direito de<br />

propriedade.<br />

29<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

66


7. PROGRAMA DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÃO DE<br />

INSUMOS AGROPECUÁRIOS<br />

Contexto: Os produtores brasileiros dependem fortemente da importação de<br />

matérias primas para produção de fertilizantes e de princípios ativos de<br />

defensivos agrícolas. Isso encarece a produção e prejudica a competitividade<br />

da agricultura brasileira.<br />

Estratégia: Com recursos do BNDES, fomentar o investimento em projetos de<br />

exploração de jazidas de matérias primas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is para a fabricação de<br />

fertilizantes. Simplificar o processo de registro de novos defensivos agrícolas e<br />

aprovar os normativos que permitam a extensão de uso dos defensivos para<br />

culturas de menor expressão econômica (“Minor Crops”).<br />

8. ADEQUAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL<br />

Contexto: O Código Florestal de 1965 instituiu parâmetros e conceitos como<br />

reserva legal e áreas de preservação permanente com base <strong>na</strong> realidade da<br />

época. Desde então a agricultura brasileira passou por uma modernização<br />

tecnológica, incorporando novos conceitos <strong>na</strong> adequação ambiental dos<br />

sistemas produtivos. Se os parâmetros para definição de reserva legal e de<br />

preservação permanente forem aplicados conforme as determi<strong>na</strong>ções legais<br />

atuais, haverá grandes impactos sobre a competitividade da agricultura<br />

brasileira, restringindo a produção de alimentos.<br />

Estratégia: Aperfeiçoar e modernizar a legislação ambiental buscando o<br />

equilíbrio entre a preservação ambiental, a responsabilidade social e a<br />

viabilidade econômica da produção agropecuária. Especial ênfase deve ser<br />

dada ao código florestal e às estratégias de licenciamento ambiental das<br />

propriedades rurais. Garantir que não somente o setor rural, mas também o<br />

setor urbano seja responsabilizado pela proteção ambiental.<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o30 s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

67


9. PESQUISA, TECNOLOGIA E DEFESA SANITÁRIA<br />

Contexto: Os investimentos em tecnologia desenvolvida pela pesquisa básica<br />

e aplicada e realizada pelas instituições de pesquisa pública e privada<br />

mostraram-se como estratégias eficientes para propiciar o desenvolvimento do<br />

agronegócio brasileiro, que cresceu nos últimos anos a taxas superiores ao<br />

restante dos setores econômicos. Faz-se necessário ainda uma maior<br />

estruturação e modernização de programas e sistemas de garantia da<br />

sanidade animal e vegetal, de forma que o país possa continuar a sua<br />

expansão no mercado interno e externo.<br />

Estratégia: Criar e ampliar os programas para fi<strong>na</strong>nciamento de projetos de<br />

pesquisa,que atendam as demandas dos institutos de pesquisa públicos e<br />

privados <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, bem como reestruturar os sistemas de controle sanitário do<br />

país.<br />

10. EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CAMPO<br />

Contexto: O setor rural brasileiro historicamente tem recebido menos<br />

investimentos em educação formal e profissio<strong>na</strong>lizante quando comparado com<br />

os demais setores da economia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Estratégia: Adotar medidas de apoio à educação, profissio<strong>na</strong>lização,<br />

capacitação e acesso à tecnologia da informação para os diferentes elos da<br />

cadeia produtiva, especialmente ao produtor rural e seus familiares.<br />

11. DEFESA SANITÁRIA<br />

A dissemi<strong>na</strong>ção de doenças como a gripe aviária, a febre aftosa, a doença da<br />

vaca louca, a ferrugem da soja, dentre outras por diversos continentes e países<br />

trouxe novas preocupações para os produtores rurais brasileiros. A questão da<br />

sanidade se tor<strong>na</strong> uma variável cada vez mais importante no comércio<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Trata-se de uma obrigação do produtor, mas também do poder<br />

público que precisa investir <strong>na</strong> readequação de suas estruturas e <strong>na</strong><br />

atualização de normativos que permitam prevenir a entrada de novas doenças<br />

e no caso de sua presença dispor de planos para sua erradicação.<br />

31<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

68


DETALHAMENTO DAS PROPOSTAS<br />

33<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

69


1. RESGATE DA CAPACIDADE PRODUTIVA DOS<br />

AGRICULTORES E PECUARISTAS<br />

A agropecuária de forma geral é exposta a riscos elevados e no Brasil<br />

ainda não existe um seguro rural e de preços amplo que assegure a<br />

sustentabilidade econômica dos produtores no longo prazo. Intensas<br />

negociações ocorreram no passado sobre o endividamento do setor origi<strong>na</strong>ndo<br />

a criação de programas como a Securitização I e II, o Pesa, o Recoop. Mais<br />

recentemente a Lei nº 11.775/ 2008 possibilitou a renegociação de R$ 75<br />

bilhões, estabeleceu novos prazos e juros menores e concedeu rebates nos<br />

saldos devedores para mutuários quitarem seus passivos.<br />

Desde 2007 os produtores rurais vêm-se em situação delicada. Mesmo<br />

com um cenário de preços melhor, mas ainda sem seguro rural amplo e com<br />

frustrações de safra por motivos climáticos os produtores depararam-se com<br />

um novo ciclo de endividamento, que não pode ser solucio<strong>na</strong>do com a Lei n o<br />

11.775/08.<br />

Dessa forma, faz-se necessária uma nova renegociação das dívidas do<br />

setor para sa<strong>na</strong>r definitivamente os problemas que atingem muitos produtores.<br />

Essa renegociação deve incluir:<br />

• Custeio agrícola e pecuário<br />

• Dívidas renegociadas nos diferentes planos de recomposição do<br />

endividamento tais como Securitização, Pesa e Recoop;<br />

• Dívidas alongadas do Funcafé, Prodecer II, Fundos<br />

Constitucio<strong>na</strong>is de Fi<strong>na</strong>nciamento do Norte e Centro-Oeste, Proger<br />

Rural<br />

• Dividas renegociadas da agricultura familiar, dentre outros.<br />

• Dívidas de investimento originárias de programas de investimento<br />

no âmbito do Sistema Nacio<strong>na</strong>l de Crédito Rural.<br />

34<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

70


Propostas<br />

• Editar Medida Provisória permitindo a renegociação da dívida agrícola e para tanto<br />

desti<strong>na</strong>r recursos do BNDES, FAT e do endividamento de custeio, investimento e<br />

comercialização de safras anteriores.<br />

• Compor um novo saldo devedor único, composto pela somatória das dívidas<br />

originárias de fi<strong>na</strong>nciamentos com recursos do Sistema Nacio<strong>na</strong>l de Credito Rural, e<br />

repacturar a dívida por um período de 20 anos , com dois anos de carência e juros de<br />

3% ao ano.<br />

• Reavaliar as garantias vinculadas à renegociação das dívidas, por meio de critérios<br />

estabelecidos entre o setor privado e o governo, e liberar as garantias excedentes.<br />

2. IMPLEMENTAÇÃO DE UMA POLÍTICA AGRÍCOLA DE<br />

GARANTIA DE RENDA AO PRODUTOR RURAL<br />

O produtor rural brasileiro não tem à sua disposição um programa de garantia<br />

de renda que lhe permita superar períodos de crise. Faz-se necessário propiciar<br />

segurança de renda ao produtor através de políticas que neutralizem os riscos de<br />

produção e de mercado através da implementação de um seguro rural efetivo e de<br />

uma política de garantia de preços.<br />

A proposta de criação de um programa de garantia de renda para o produtor<br />

consiste <strong>na</strong> promoção de adequações <strong>na</strong> sistemática de intervenção do governo no<br />

fi<strong>na</strong>nciamento da produção, <strong>na</strong> garantia de preços e <strong>na</strong> proteção ao produtor através<br />

do seguro rural e do Proagro.As principais políticas de garantia de renda a serem<br />

detalhadas <strong>na</strong> sequência são as seguintes: Seguro Rural, Proagro, Prêmio de Suporte<br />

de Preços, Fundo Garantidor de Crédito, Reforma Estrutural do Crédito Rural,<br />

Programa de Auto Liquidez do Crédito e Programa de Captação de Recursos Externos<br />

para o agronegócio.<br />

2.1 Seguro Rural<br />

O seguro rural é um importante instrumento de garantia para os produtores<br />

rurais. O governo vem paulati<strong>na</strong>mente alocando maiores montantes de recursos para<br />

subvenção do prêmio. Todavia, é necessário que se promova aperfeiçoamento no<br />

seguro.<br />

35<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

71


Através da Lei nº 10.823 de 19/12/2003, regulamentada pelo Decreto nº 5.121<br />

de 29/06/2004, o governo criou a subvenção econômica ao prêmio do Seguro Rural.<br />

Essa medida permitiu a implantação do seguro rural no Brasil, nos moldes<br />

semelhantes aos praticados em outros países. Esse instrumento tem demonstrado<br />

eficácia, porém está limitado pelo baixo aporte de recursos em seu orçamento. Além<br />

disso, por se tratar de um modelo relativamente novo, ainda necessita de alguns<br />

ajustes para facilitar sua operacio<strong>na</strong>lização e adesão de seguradoras e produtores<br />

rurais.<br />

Um ponto importante é a necessidade da formação de um fundo de<br />

indenização sólido, que proporcione garantia efetiva das seguradoras contra perdas<br />

decorrentes de catástrofes, com suporte de resseguro e de uma sistemática<br />

simplificada para operacio<strong>na</strong>lização da subvenção ao prêmio, uma vez que a alíquota<br />

de seguro rural não pode ser elevada de forma a inviabilizar o acesso dos produtores<br />

ao seguro.<br />

Outro ponto a considerar é o limite de cobertura, ou seja, o produtor precisa<br />

de um seguro que lhe garanta a reposição do bem segurado, no caso, a safra<br />

estimada. Pelos critérios adotados atualmente pelas seguradoras, o produtor é<br />

indenizado com base <strong>na</strong> média histórica de produtividade de cada município levantada<br />

pelo IBGE. Por esse critério, as lavouras que utilizam altas tecnologias são<br />

prejudicadas, pois, as indenizações ocorrem pela média da produtividade.Ainda, as<br />

companhias de seguro não cobrem 100% da produtividade do produtor, mas oferecem<br />

faixas menores que variam entre 50% e 70% da produtividade estipulada por<br />

município.<br />

O Poder Executivo encaminhou para o Congresso Nacio<strong>na</strong>l um projeto de lei,<br />

que deu origem ao PLP nº 374/2008, substitutivo, aprovado <strong>na</strong> Câmara Federal, e<br />

atualmente tramitando no se<strong>na</strong>do e tem como objetivo oferecer novos instrumentos<br />

legais para que o governo implemente políticas para dotar o País de um seguro rural<br />

adequado às necessidades do setor. O PLP autoriza a criação de um Fundo de<br />

Repartição de Perdas por Sinistros Catastróficos em substituição ao Fundo de<br />

Estabilidade do Seguro Rural. Simplifica as roti<strong>na</strong>s operacio<strong>na</strong>is do programa de<br />

subvenção ao prêmio e desonera do orçamento do Ministério da Agricultura mediante<br />

transferência dos recursos para subvenção para a rubrica “operações oficiais de<br />

crédito”.<br />

Seguradoras e resseguradores privados participarão da constituição do fundo<br />

proposto, mas as contribuições privadas obedecerão a critérios distintos dos que<br />

regem as contribuições públicas. As contribuições privadas terão caráter de fomento,<br />

36<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

72


ou “seed money”. As contribuições públicas terão como função dar início ao processo<br />

de acumulação de reservas. Caso não sobrevenha sinistro catastrófico que elimine o<br />

capital acumulado já a partir do início de formação do fundo, prevê-se que a União<br />

faça aportes anuais. Os aportes serão maiores no início, mas decli<strong>na</strong>rão ao longo do<br />

tempo, até cessar. Ao longo dos anos, quando o fundo atingir patamar compatível com<br />

sua fi<strong>na</strong>lidade, as contribuições do setor privado serão mantidas e sua participação<br />

continuará crescendo.<br />

É fundamental o fortalecimento do seguro rural, <strong>na</strong>s suas diversas<br />

modalidades, com garantia de cobertura de perdas generalizadas em caso de<br />

calamidades ambientais, fomentando a contratação do seguro rural pelos produtores<br />

rurais através de incentivo de bônus crescentes sobre o prêmio para os contratantes<br />

que não tenham registrado sinistros em safras anteriores. Para tanto, os aportes de<br />

recursos para subvenção ao prêmio do seguro rural necessitam ser incrementados<br />

anualmente.<br />

Visando a reformulação operacio<strong>na</strong>l do seguro rural, o Ministério da<br />

Agricultura deveria operacio<strong>na</strong>lizar o sistema conjuntamente com o Instituto de<br />

Resseguros do Brasil – IRB, tendo suporte das resseguradoras e capilaridade dos<br />

agentes fi<strong>na</strong>nceiros e cooperativas de crédito ou agropecuárias. O papel das<br />

cooperativas no programa será de agente de contratação, operacio<strong>na</strong>lizando o seguro<br />

rural para o seu cooperado, <strong>na</strong> hipótese de não haver fi<strong>na</strong>nciamento bancário.<br />

Propostas:<br />

• Fomentar a contratação do seguro rural pelos produtores rurais através de incentivo<br />

de bônus crescentes sobre o prêmio para os contratantes que não tenham registrado<br />

sinistros em safras anteriores.<br />

• Alocar recursos para subvenção ao prêmio suficientes para atender a demanda por<br />

seguro rural, simplificando o processo de adesão do produtor rural com subvenção ao<br />

prêmio e ao mesmo tempo atrair o interesse das seguradoras e resseguradoras.<br />

• Aprovar no Congresso Nacio<strong>na</strong>l o PLP nº 374/2008, substitutivo, que autoriza a<br />

criação do Fundo de Repartição de Perdas por Sinistros Catastróficos, visando<br />

adequar o seguro rural às necessidades do setor.<br />

• Regulamentar o Fundo de Catástrofe para a safra de verão 2010/11;<br />

• Alterar os parâmetros de cálculo de produtividade para fins da fixação do limite de<br />

cobertura do seguro rural, contemplando o maior uso de tecnologia de produção.<br />

• Aceitar produtividade histórica cadastrada do produtor no agente fi<strong>na</strong>nceiro.<br />

37<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

73


2.2 Seguro Rural Privado<br />

O Seguro Rural privado é outra opção à redução dos riscos da produção<br />

agropecuária. A garantia de sustentabilidade e da continuidade do produtor<br />

rural <strong>na</strong> atividade pode ser assegurada pela ação integrada da cadeia produtiva<br />

do agronegócio nos moldes esquematizados abaixo.<br />

Figura 01 - Modelo do Seguro Rural do Setor Privado<br />

Indústria produção<br />

/fornecimento de insumos<br />

Seguradoras<br />

2 2<br />

1 - Operação comumente utilizada de comercialização de insumos entre a<br />

indústria produtora e as cooperativas/revendas.<br />

2 - As indústrias vendem os insumos para as cooperativas e revendas com a<br />

apólice do seguro, para o posterior repasse aos produtores que adquirirem os<br />

insumos. Será permitido também, às cooperativas e revendas contratarem o<br />

seguro, diretamente das seguradoras antes da venda aos produtores rurais.<br />

3 - No caso da venda direta dos insumos da indústria para os produtores rurais o<br />

seguro contratado será repassado diretamente ao produtor.<br />

4 - Operação que via de regra acontece <strong>na</strong> comercialização dos insumos – através<br />

das campanhas de venda de insumos realizadas pelas cooperativas/revendas,<br />

em que, os insumos são comercializados aos produtores em condições<br />

favorecidas.<br />

5 - Os produtores rurais no momento da <strong>aqui</strong>sição dos insumos terão a<br />

possibilidade de comprá-los já segurados e no caso de frustração de safra<br />

terão a garantia de reposição dos insumos para o cultivo da próxima safra <strong>na</strong><br />

mesma proporção da <strong>aqui</strong>sição realizada <strong>na</strong> safra frustrada.<br />

38<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

74<br />

1<br />

3 4<br />

Produtor Rural<br />

5<br />

Cooperativa/Revenda


Proposta:<br />

Criar uma modalidade de seguro privado para cobertura dos insumos agrícolas<br />

utilizados <strong>na</strong> produção agrícola, com adesão voluntária, para aqueles produtores que<br />

não aderirem ao seguro rural ou ao Proagro, conforme modelo explicado a seguir:<br />

• Beneficiários: Produtores rurais e suas cooperativas agropecuárias.<br />

• Operadores: Indústrias, cooperativas, revendas e seguradoras.<br />

• Enquadramento das operações: Serão beneficiados pelo seguro rural privado<br />

os produtores que utilizarem práticas agronômicas já desenvolvidas e colocadas à<br />

disposição dos produtores rurais pela pesquisa. Terá direito ao seguro e as<br />

indenizações o produtor que cultivar de acordo com o zoneamento agrícola.<br />

• Garantias: As operações de seguro serão repassadas para as resseguradas<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, com o objetivo de minimizar os riscos das operações.<br />

• Culturas amparadas: Algodão, milho, trigo, soja, feijão, sorgo, arroz e cevada.<br />

• Eventos amparados: Perda de produção por eventos climáticos e biológicos<br />

(estiagens, tromba d´água, vendaval, granizo, geadas), doenças fúngicas ou praga<br />

sem método difundido de combate, controle ou profilaxia.<br />

• Formato do seguro: Utilizar o sistema já desenvolvido e adotado pelo MAPA e<br />

também aprovado pelos órgãos reguladores como o IRB/SUSEP;<br />

• Custos das operações para a Indústria e fornecedores de insumos: Os<br />

custos com a contratação das apólices do seguro rural privado serão inferiores as<br />

alíquotas já definidas no Proagro.<br />

• Custos das operações para os produtores rurais: Como o programa de seguro<br />

será simplificado e cobrindo ape<strong>na</strong>s parte do custeio da safra, há possibilidade, dada a<br />

maior segurança (menor i<strong>na</strong>dimplência) de que as indústrias e fornecedores não<br />

repassem os custos do seguro aos produtores rurais.<br />

2.3 Proagro<br />

O Proagro foi criado através da Lei nº 5.969, de 11/05/1973, e a Lei posterior<br />

nº 6.685, de 03/09/1979. O Ministério da Agricultura vem aperfeiçoando esse<br />

instrumento através da criação do zoneamento agroecológico, que define as melhores<br />

épocas de plantio <strong>na</strong>s quais os riscos por eventos climáticos são menores.<br />

No entanto, o Proagro garante a cobertura do valor do fi<strong>na</strong>nciamento<br />

realizado junto aos agentes fi<strong>na</strong>nceiros, mas não contempla todos os riscos climáticos<br />

39<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

75


No entanto, o Proagro garante a cobertura do valor do fi<strong>na</strong>nciamento<br />

realizado junto aos agentes fi<strong>na</strong>nceiros, mas não contempla todos os riscos climáticos<br />

e seu alcance é limitado às lavouras fi<strong>na</strong>nciadas pelo crédito rural. Ademais, o<br />

fi<strong>na</strong>nciamento do crédito rural tem limites por cultura e produtor, sendo assim, o<br />

produtor que plantar fora dos limites de fi<strong>na</strong>nciamento, com recursos próprios ou de<br />

terceiros não tem acesso ao Proagro.<br />

Algumas mudanças são essenciais para que o PROAGRO se constitua em<br />

um mecanismo complementar ao seguro rural e seja direcio<strong>na</strong>do aos pequenos e<br />

médios agricultores, que tem maiores dificuldades de acesso a esse recurso.<br />

Propostas:<br />

• Fortalecer o Proagro garantindo a cobertura de perdas generalizadas decorrentes<br />

de calamidades climáticas e quando por adesão de produtores, sem fi<strong>na</strong>nciamento<br />

bancário, indenizar as perdas amparadas pelo Proagro diretamente aos produtores<br />

que contrataram o Proagro.<br />

• Estender o Proagro para execução pelas cooperativas agropecuárias e empresas<br />

rurais credenciadas, quando o fi<strong>na</strong>nciamento não passa pelo sistema fi<strong>na</strong>nceiro.<br />

• Permitir o ingresso de agricultores que cultivam com recursos próprios, de maneira<br />

que, se o produtor rural desejar, ao se dirigir a uma agência bancária, possa assegurar<br />

sua lavoura mediante o pagamento do prêmio definido pelos normativos.<br />

• Estabelecer o limite de amparo do Proagro de R$ 200 mil para cada uma das safras<br />

(verão, safrinha, inverno), ou seja, com independência de operação.<br />

40<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

76


2.4 Prêmio de Suporte de Preços<br />

Os atuais instrumentos de comercialização e a própria Política de Garantia de<br />

Preços Mínimos disponibilizados pelo governo federal tem sido de grande utilidade no<br />

suporte de preços recebidos pelos agricultores. Todavia, o pagamento do preço<br />

mínimo não garante necessariamente que o produtor está obtendo resultado positivo<br />

em sua atividade, capaz de lhe dar sustentação econômica para continuidade de sua<br />

atividade.<br />

Nos Estados Unidos e <strong>na</strong> Europa, por exemplo, o sistema de suporte de preços<br />

garante um complemento de preço, diferentemente do sistema praticado no Brasil em<br />

que o produtor para acessar o preço mínimo necessita vender o produto para o<br />

governo. A sistemática brasileira é muito onerosa e de baixa capilaridade, pois, exige<br />

um aparato estatal muito grande para fazer a <strong>aqui</strong>sição dos produtos, manter estoques<br />

e comercializar os produtos adquiridos.<br />

Diante desta realidade, sugere-se o estabelecimento de uma política de suporte<br />

de preços que garanta ao produtor uma renda mínima, mediante a equalização da<br />

diferença monetária entre os preços recebidos pelos produtores <strong>na</strong> comercialização<br />

dos produtos de mercado interno e o preço mínimo fixado pelo governo, a exemplo do<br />

sistema europeu e americano. O pagamento da diferença de preço será acio<strong>na</strong>do<br />

sempre que o preço de mercado estiver abaixo do preço mínimo <strong>na</strong> região do<br />

beneficiário.<br />

Proposta:<br />

• Implantar uma política de suporte de preços para garantir uma renda mínima ao<br />

produtor rural, mediante a equalização da diferença monetária entre os preços<br />

recebidos pelos produtores <strong>na</strong> comercialização dos produtos no mercado e o preço<br />

mínimo fixado pelo governo. Para viabilização do programa será necessário à criação<br />

de um fundo de sustentação da renda agrícola, com aportes de recursos do<br />

Orçamento da União, nos moldes descritos abaixo:<br />

Objetivo: Este programa visa estabelecer medidas que assegurem renda ao produtor,<br />

equalizando a diferença monetária entre os preços recebidos pelos produtores <strong>na</strong><br />

comercialização dos produtos de mercado interno e o preço mínimo fixado pelo<br />

governo.<br />

41<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

77


Operacio<strong>na</strong>lização: O prêmio de suporte consiste no pagamento da diferença entre o<br />

preço mínimo e o preço de mercado dos produtos aos produtores. O programa de<br />

pagamentos das diferenças de preço deve ser acio<strong>na</strong>do sempre que o preço de<br />

mercado estiver abaixo do preço mínimo <strong>na</strong> região do beneficiário. A equalização dos<br />

preços será feita pelo governo federal. Para acessar os recursos do programa basta<br />

que o produtor esteja com o cadastro em dia <strong>na</strong> CONAB. Os produtos inicialmente<br />

amparados pelo programa são: algodão, milho, trigo, feijão e arroz.<br />

Beneficiários: produtores rurais e cooperativas.<br />

Recursos para o programa: a viabilização do programa será através da criação de<br />

um fundo de sustentação da renda agrícola com recursos orçamentários e com<br />

parcela dos recursos oriundos do imposto de importação de produtos e insumos<br />

agrícolas arrecadados pelo governo e desti<strong>na</strong>dos a dar suporte às demandas do<br />

programa.<br />

Formas de definição do prêmio: O cálculo do prêmio anual será feito com base <strong>na</strong><br />

produtividade média do produtor e no preço médio regio<strong>na</strong>l recebido pelos produtores<br />

<strong>na</strong> safra. Caso o preço médio da região esteja abaixo do preço mínimo, haverá<br />

pagamento de benefícios aos produtores por parte do Governo Federal, <strong>na</strong> exata<br />

proporção da diferença entre os dois preços. Caso o preço médio recebido pelo<br />

produtor seja igual ou maior ao preço mínimo, não haverá pagamento de prêmio de<br />

suporte por parte do governo. O pagamento seria efetuado sobre área pré-cadastrada,<br />

mediante a comprovação da compra de sementes e insumos e acompanhamento<br />

técnico ao produtor rural que deseja acessar os recursos do programa. Neste cadastro<br />

deverá constar o histórico recente da propriedade, as culturas e produtividades médias<br />

obtidas nos últimos 5 anos, bem como as culturas que pretende plantar e suas<br />

respectivas áreas. A instituição fi<strong>na</strong>nceira responsável pelo repasse do prêmio ao<br />

agricultor será o Banco do Brasil.<br />

Cálculo da equalização (VTE): VTE = área X Produtividade X Prêmio<br />

Em que:<br />

VTE = valor total de equalização; Área = área total cultivada pelo produtor;<br />

Produtividade = produtividade média da cultura nos últimos 5 anos <strong>na</strong> propriedade;<br />

Prêmio = valor de equalização proveniente da diferença entre o preço de mercado<br />

médio e o preço mínimo<br />

42<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

78


Mecanismos de aumento dos preços médios regio<strong>na</strong>is: O governo pode lançar<br />

mão dos instrumentos já existentes <strong>na</strong> PGPM, tais como: PEP, AGF, PROP e EGF<br />

entre outros, para elevar os preços recebidos pelo produtor conforme gráfico abaixo.<br />

Com a utilização dos instrumentos da PGPM e de comercialização o governo teria<br />

possibilidade de reduzir o valor do prêmio de equalização de renda a ser pago ou até<br />

poderia evitar o seu pagamento, uma vez que, a utilização dos instrumentos<br />

supracitados tende a elevar o preço médio de mercado.<br />

Figura 02 – Modelo intervenção do governo com o prêmio de suporte de<br />

preços<br />

Preço<br />

PME fi<strong>na</strong>l<br />

PM<br />

PME inicial<br />

Safra<br />

4 meses<br />

J F M A M J J A S O N D Mês<br />

2.5 Fundo Garantidor do Crédito Rural<br />

Atualmente, ape<strong>na</strong>s 30% das necessidades de recursos para o plantio da safra<br />

são fi<strong>na</strong>nciadas pelo sistema fi<strong>na</strong>nceiro com crédito rural. Contribuem para isso, as<br />

restrições impostas pelos agentes fi<strong>na</strong>nceiros ao acesso ao crédito rural, tais como:<br />

comprometimento das garantias dos produtores por renegociações de endividamentos<br />

anteriores, limites de fi<strong>na</strong>nciamento muito baixos e já tomados pelos produtores, bem<br />

como, a insegurança dos bancos em concederem crédito às atividades que<br />

apresentam riscos.<br />

A ausência de um fundo de proteção ao crédito rural para a agropecuária reduz a<br />

capacidade dos produtores de realizarem operações de fi<strong>na</strong>nciamentos e inibe os<br />

agentes fi<strong>na</strong>nceiros de realizarem maiores aportes de recursos para o setor rural.<br />

Com o objetivo de criar um fundo desse gênero, tramita no Congresso Nacio<strong>na</strong>l<br />

um projeto de lei (PLP 349/08), criando o Fundo Garantidor ao Crédito Rural - FGCR,<br />

43<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

79<br />

PEP<br />

AGF<br />

PROP<br />

EGF<br />

Preço recebido 1<br />

Preço recebido 2


o qual terá a fi<strong>na</strong>lidade de prover recursos para garantir o risco das operações de<br />

crédito rural.<br />

O FGCR seria capitalizado pelo Tesouro Nacio<strong>na</strong>l e com participação de<br />

produtores rurais e de agentes fi<strong>na</strong>nceiros para complementar as garantias. A criação<br />

do fundo conferiria um tratamento diferenciado ao crédito rural e seria uma forma de<br />

ampliar o número de produtores com acesso ao crédito rural. O fundo cobriria os<br />

valores de provisio<strong>na</strong>mento de reserva para eventuais i<strong>na</strong>dimplências.<br />

Proposta:<br />

• Aprovar no Congresso Nacio<strong>na</strong>l o PLP 349/08, que cria o Fundo Garantidor do<br />

Crédito Rural, com a fi<strong>na</strong>lidade de prover recursos para garantir o risco das<br />

operações de crédito rural aos produtores que aderirem ao programa.<br />

2.6 Reforma Estrutural do Crédito Rural<br />

O modelo de crédito rural vigente no País foi implantado pela lei no 4.829, de<br />

5 de novembro de 1965. Esse modelo sofreu alterações constantes desde sua criação<br />

através de normas estabelecidas pelo Banco Central. Nesse período, ocorreu grande<br />

evolução <strong>na</strong> tecnologia bancária, porém, o sistema <strong>na</strong> sua essência permanece o<br />

mesmo, tor<strong>na</strong>ndo-o oneroso para os agentes fi<strong>na</strong>nceiros e governo e burocrático para<br />

os produtores. O próprio governo já reconheceu que é necessário rever toda a<br />

legislação do crédito rural.<br />

A contratação de uma operação de crédito rural é um processo moroso que<br />

envolve uma série de ações, que encarecem sua operacio<strong>na</strong>lização pelo agente<br />

fi<strong>na</strong>nceiro, envolve projeto técnico, vistorias, comprovação da utilização dos insumos<br />

com notas fiscais, peritagem se houver eventos climáticos adversos, e envolve<br />

enumeras pessoas.<br />

Uma forma de reduzir o risco e facilitar o acesso ao crédito de custeio<br />

agropecuário pelo produtor rural seria a utilização de um sistema parecido com o<br />

“cartão bolsa família” ou “cartão aposentadoria”. Assim, uma vez que a operação está<br />

contratada o produtor recebe um cartão eletrônico com o qual pode fazer o saque do<br />

valor, creditado vinculada à operação do seguro rural ou Proagro até o seu limite de<br />

fi<strong>na</strong>nciamento. No encerramento da safra, efetua o pagamento e automaticamente é<br />

aberto um novo crédito.<br />

A operação para maior garantia tanto para o agente fi<strong>na</strong>nceiro como para o<br />

agricultor, poderia ser vinculada a um contrato de opção de compra e ao Fundo<br />

44<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

80


Garantidor do Crédito Rural. Com isso, se viabilizaria o acesso ao crédito rural a um<br />

maior número de produtores rurais, e haveria um conjunto de várias garantias ao<br />

banco, reduzindo o risco de i<strong>na</strong>dimplência.<br />

Com essas garantias o banco pode receber diretamente do produtor o<br />

pagamento do Fundo Garantidor ao Crédito Rural ou do empréstimo, no caso de<br />

safras normais; do seguro rural, em caso de perda por adversidades climáticas; das<br />

opções do governo, em caso de depreciação de preço.<br />

O conjunto desses fatores teria o efeito de diminuir o risco da operação de<br />

custeio para o agente fi<strong>na</strong>nceiro, uma vez que, este tem a possibilidade de receber o<br />

montante emprestado de várias fontes, em contrapartida haveria diminuição dos<br />

custos das operações e necessidade de menores aportes de recursos por parte do<br />

governo, pois, o risco de i<strong>na</strong>dimplência ficaria reduzido.<br />

Propostas:<br />

• Alterar o sistema de planejamento agropecuário do País do modelo anual para um<br />

sistema de planejamento estratégico quinque<strong>na</strong>l, definindo as diretrizes de longo<br />

prazo, com metas de produção, orçamento, políticas de preços, investimentos e<br />

programas de incentivos, promovendo-se ajustes conjunturais anuais.<br />

• Revisar a legislação do crédito rural, criando um sistema de contratação plurianual<br />

e para diversas culturas.<br />

• Implantar o crédito rotativo, através do qual, o produtor faria um contrato “guarda<br />

chuva” com o agente fi<strong>na</strong>nceiro, recebendo os recursos <strong>na</strong> época do plantio e ao<br />

pagar se habilitaria a um novo empréstimo automaticamente.<br />

• Ampliar as ações do programa de recuperação de áreas degradadas com<br />

incentivos de crédito, mediante fi<strong>na</strong>nciamentos para investimento <strong>na</strong> fertilização e<br />

sistematização das terras com prazo de 5 anos para pagamento, exclusão do limite de<br />

fi<strong>na</strong>nciamento de custeio que é por cultura e produtor para os 3 primeiros anos.<br />

2.7 Auto-Liquidez do Crédito Rural<br />

A dificuldade de acesso ao crédito rural obriga aos produtores rurais a buscar<br />

alter<strong>na</strong>tivas de fi<strong>na</strong>nciamento caras e que colocam muitas vezes coloca em risco os<br />

seus patrimônios. O principal impeditivo de acesso ao crédito se deve à falta de<br />

garantias que possam ser oferecidas pelos produtores rurais aos agentes fi<strong>na</strong>nceiros.<br />

45<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

81


Como forma de reduzir o risco ao sistema fi<strong>na</strong>nceiro e para facilitar o acesso<br />

ao crédito de custeio agropecuário pelo produtor rural propõem-se a vinculação da<br />

operação de crédito ao seguro rural, ao contrato de opção de compra do governo e a<br />

adesão ao Fundo de Proteção ao Crédito Rural.<br />

Proposta<br />

• Criar um sistema de auto liquidez do crédito rural vinculando as operações de<br />

crédito rural aos seguintes instrumentos: seguro rural, contrato de opção de compra e<br />

adesão ao Fundo Garantidor do Crédito Rural, como forma de proteção ao fi<strong>na</strong>nciado<br />

e ao fi<strong>na</strong>nciador. O programa a ser implantado possui ainda as seguintes<br />

características:<br />

Objetivo: Garantir o acesso ao crédito rural oficial a um maior número de produtores<br />

rurais através da disponibilização de várias garantias ao banco, reduzindo desta forma<br />

o risco de i<strong>na</strong>dimplência enfrentado pelo agente fi<strong>na</strong>nceiro nestas operações.<br />

Operacio<strong>na</strong>lização do programa: No momento da contratação de crédito de custeio<br />

pelo produtor rural, este contrata o seguro rural utilizando-se da subvenção ao prêmio<br />

e além disso compra contratos de opção de venda a preço de exercício definido pelo<br />

governo. Complementarmente o produtor poderia aderir ao Fundo de Proteção ao<br />

Crédito Rural nos casos onde não existe a alter<strong>na</strong>tiva do seguro rural. Com estas<br />

garantias o banco terá seu risco reduzido a níveis baixíssimos, pois poderá receber os<br />

recursos emprestados diretamente do produtor caso de safras normais, do seguro<br />

rural em caso de perdas por adversidades climáticas, das opções de venda em caso<br />

de depreciação de preço e do Fundo de Proteção ao Crédito Rural em caso de algum<br />

outro problema qualquer. Esta redução no risco pode contribuir para a redução das<br />

taxas de juros.<br />

46<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

82


Figura 03 - Forma esquemática do funcio<strong>na</strong>mento do Fundo de Proteção ao Crédito<br />

Rural<br />

Opção de venda<br />

1 - O Produtor contrata operação de custeio agropecuário no Banco.<br />

2 - Simultaneamente o produtor:<br />

2.1 - Contrata seguro climático (com cobertura que garanta pelo menos o valor do débito).<br />

2.2 - Compra opções de venda do produto fi<strong>na</strong>nciado em volume e valor suficiente, pelo menos para<br />

cobrir o valor de débito.<br />

2.3 - Adere ao Fundo de Proteção ao Crédito Rural.<br />

3 - Em condições normais, o produtor vende a produção e paga o banco.<br />

4 - Em condições de sinistro:<br />

4.1 - Em caso de problemas climáticos o seguro paga o banco.<br />

4.2 - Em caso de depreciação do preço, o produtor exerce a opção de venda e paga o banco.<br />

4.3 - Em caso de outro problema qualquer <strong>na</strong> produção, existe ainda a possibilidade de utilização do<br />

Fundo de Proteção ao Crédito Rural.<br />

2.8 Criação de um Programa de Captação de Recursos<br />

Externos para Fi<strong>na</strong>nciamento da Agricultura<br />

As fontes de recursos para fi<strong>na</strong>nciamento da agricultura são limitadas.<br />

Anualmente, por ocasião do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário verifica-se<br />

recorrentemente falta de recursos para apoio ao fi<strong>na</strong>nciamento do plantio,<br />

comercialização e investimento com recursos de crédito rural. Além disso, os juros<br />

praticados no país não são competitivos: os produtores, hoje, pagam juros do crédito<br />

rural de 6,75% ao ano, que são superiores àqueles praticadas no mercado<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

47<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

83


Nos últimos anos, a escassez de recursos para os produtores rurais se<br />

acentuou particularmente <strong>na</strong>s atividades de custeio e <strong>na</strong> comercialização de produtos<br />

da agropecuária. Em consequência disso o produtor vê-se obrigado a buscar crédito<br />

junto a fornecedores de insumos e ao sistema fi<strong>na</strong>nceiro. Por conta disso assumem<br />

eles encargos fi<strong>na</strong>nceiros elevados,<br />

adquiridas<br />

o que dificulta o pagamento das dívidas<br />

Proposta<br />

• Criar um Programa de Captação de Recursos Externos, desti<strong>na</strong>do ao fi<strong>na</strong>nciamento<br />

da agricultura brasileira a taxas de juros de crédito rural. O programa deve possuir as<br />

seguintes características:<br />

Objetivos: Este programa tem como objetivo captar recursos no mercado<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para repasse aos produtores rurais e cooperativas por meio<br />

empréstimos com juros controlados de crédito rural.<br />

de<br />

Fi<strong>na</strong>lidades: Fi<strong>na</strong>nciamento de custeio, investimento, agro-industrialização e<br />

comercialização da produção agropecuária.<br />

Beneficiários: Produtores rurais, cooperativas agropecuárias e agroindústrias.<br />

Itens Fi<strong>na</strong>nciáveis: Custeio e investimento <strong>na</strong> produção agropecuária, estocagem,<br />

comercialização e agro-industrialização;<br />

Recursos: Captados no Exterior pelo Tesouro Nacio<strong>na</strong>l através de lançamento de<br />

títulos públicos ou outros títulos privados e repassados através do governo, de<br />

agentes fi<strong>na</strong>nceiros e de empresas do agronegócio. O montante de recursos<br />

necessário é da ordem de U$$ 15 bilhões por um prazo de resgate de até 5 anos;<br />

Prazos: Fi<strong>na</strong>nciamento com prazo de até 5 anos, a contar da data de assi<strong>na</strong>tura do<br />

contrato de fi<strong>na</strong>nciamento pelo tomador dos recursos. Carência de até 12 meses, a<br />

contar da data de assi<strong>na</strong>tura do contrato de fi<strong>na</strong>nciamento.<br />

Encargos fi<strong>na</strong>nceiros: Taxa de juros de crédito rural.<br />

Equalização: A equalização do risco cambial ou da diferença entre a taxa de captação<br />

dos recursos e de repasse ao produtor fica a cargo do Tesouro Nacio<strong>na</strong>l, quando<br />

houver necessidade;<br />

Lastro: Títulos do Governo Federal ou de agentes privados tomadores dos recursos;<br />

48<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

84


Estratégias: A gestão do programa fica a cargo do BNDES e o repasse por seus<br />

bancos credenciados.<br />

Forma de pagamento: Parcelas anuais e consecutivas do principal e dos encargos<br />

fi<strong>na</strong>nceiros.<br />

Liberação dos Recursos: Em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, parcela única, após assi<strong>na</strong>tura do<br />

contrato de fi<strong>na</strong>nciamento pelo tomador dos recursos.<br />

Garantias: conforme Manual de Crédito Rural;<br />

Contratação de Empréstimos Externos: As empresas brasileiras podem captar<br />

recursos no exterior, para fi<strong>na</strong>nciamento de custeio, investimento e comercialização da<br />

produção agropecuária conforme dispõe a (Resolução CMN nº 2.148, de 16/03/1995,<br />

posteriormente alterada pela Resolução nº 2.151 de 29/03/1995).<br />

Modalidades de Contratação de Empréstimos Externos: Como o objetivo do<br />

programa proposto é de captação de recursos para fi<strong>na</strong>nciamentos de custeio,<br />

investimento e comercialização, não necessariamente atrelado à operação de<br />

exportação ou de Adere conversíveis em ações, as modalidades a serem trabalhadas<br />

no programa são : (I) Emissão de Títulos no Exterior (Commercial Paper, Bonds,<br />

Notes) (II) Captação de recursos em Reais. Os recursos captados por meio de<br />

empréstimos externos devem ser aplicados em atividades econômicas, nos termos da<br />

legislação aplicável, respeitada a compatibilidade entre os custos praticados e os<br />

parâmetros usualmente observados nos mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

I. Emissão de Títulos no Exterior: Commercial Paper, Bonds e<br />

Notes<br />

Os recursos externos podem ser captados de forma direta ou por meio de<br />

colocação de títulos, inclusivamente àqueles conversíveis ou permutáveis em ações<br />

ou quotas, observadas as formas e respeitados os procedimentos usuais praticados<br />

no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Os títulos <strong>aqui</strong> referidos são os que seguem:<br />

a) Commercial paper: Quando o Brasil retornou ao mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de capitais,<br />

o primeiro instrumento de captação de recursos externos utilizados foi o commercial<br />

paper, que no mercado norte-americano é uma nota promissória com prazo de até 270<br />

dias.<br />

49<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

85


) Bonds: O termo Bonds ou Bônus pode ser usado como desig<strong>na</strong>ção genérica dos<br />

títulos representativos de dívida de países, instituições fi<strong>na</strong>nceiras ou empresas do<br />

setor público ou privado. No mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, Bonds são títulos com prazo de<br />

vencimento mais longo, normalmente acima de dez anos.<br />

c) Note: A desig<strong>na</strong>ção correta dos papéis que as empresas brasileiras têm emitido no<br />

exterior é Note. Notes são títulos de prazos mais curtos (até cinco anos).<br />

Todos esses títulos podem ter taxas de juros fixas ou variáveis. No mercado<br />

de euromoedas, os juros variáveis são calculados de acordo com a London Interbank<br />

Offered Rate - LIBOR, acrescida de uma margem, determi<strong>na</strong>da consoante o risco<br />

representado pelo país em que está domiciliado o emissor dos títulos (Brasil) e pelo<br />

próprio emissor.<br />

No caso de empréstimo externo mediante lançamento de títulos por parte do<br />

setor público, previamente a qualquer decisão de ida ao mercado externo, deve ser<br />

encaminhada comunicação ao FIRCE, sobre essa intenção, acompanhada de<br />

manifestação prelimi<strong>na</strong>r da Secretaria do Tesouro Nacio<strong>na</strong>l - STN. Obtida a anuência<br />

do FIRCE quanto à ida ao mercado externo, o emissor deve realizar consulta a no<br />

mínimo cinco agentes de mercado e, após a escolha do agente, registrar a operação<br />

no ROF, sendo o registro direcio<strong>na</strong>do à STN, para manifestação definitiva, e em<br />

seguida ao FIRCE, para credenciamento, conforme a regulamentação em vigor.<br />

O emissor deve incluir no ROF as informações sobre as propostas recebidas<br />

e manter a disposição do FIRCE uma planilha contendo as condições fi<strong>na</strong>nceiras das<br />

ofertas recebidas e indicação dos critérios de escolha da melhor oferta. Admite-se a<br />

definição dos custos fi<strong>na</strong>is por ocasião do efetivo lançamento, com base em melhores<br />

esforços, ajustando-se o ROF, se necessário, antes do ingresso dos recursos no País.<br />

Caso as condições da operação sejam consideradas aceitáveis, a operação será<br />

credenciada pelo FIRCE, <strong>na</strong> forma da legislação e da regulamentação em vigência. O<br />

emissor somente poderá outorgar mandato ao agente vencedor da licitação após o<br />

credenciamento da operação.<br />

Para fins de credenciamento e conclusão do registro, é exigida a inclusão no<br />

ROF pela STN, de evento próprio sobre sua manifestação favorável à contratação da<br />

operação. Essa manifestação deverá conter, ainda, informações sobre a manifestação<br />

da Comissão de Fi<strong>na</strong>nciamentos Externos – COFIEX, quando o credor for organismo<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e sobre a lei estadual, distrital ou municipal, que aprovou a contratação<br />

da operação ou a concessão da garantia; pelo tomador, de evento sobre a resolução<br />

do Se<strong>na</strong>do Federal, que ampara a contratação da operação, se for o caso; e pelo<br />

50<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

86


Bacen, de evento relativo ao despacho do Ministro da Fazenda para operações<br />

credenciadas em que a República (União) figure como devedora ou garantidora.<br />

As operações em que organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is sejam credores ou<br />

garantidores e cujo devedor seja do setor privado estão sujeitas à prévia manifestação<br />

do FIRCE, que incluirá no ROF evento específico.<br />

A seguir são apresentados dois modelos viáveis de captação dos recursos<br />

externos em moeda estrangeira via emissão de títulos públicos ou privados.<br />

a) Captação de Recursos externos em moeda estrangeira (STN)<br />

Captação de recursos no exterior<br />

Emite títulos<br />

Secretaria do Tesouro Nacio<strong>na</strong>l<br />

STN assume a<br />

equalização do<br />

risco cambial<br />

Agentes fi<strong>na</strong>nceiros<br />

Produtores e Cooperativas<br />

Recebe recursos em<br />

moeda estrangeira<br />

Repassa os recursos aos<br />

agentes fi<strong>na</strong>nceiros<br />

Fi<strong>na</strong>nciam a agropecuária<br />

com juros de crédito rural<br />

b) Capatação de recursos externos em moeda estrangeira – por empresas<br />

Captação de recursos no exterior<br />

Emite títulos<br />

Empresas do agronegócio e cooperativas<br />

STN assume a<br />

equalização do risco<br />

cambial<br />

Recebe recursos em<br />

moeda estrangeira<br />

Fi<strong>na</strong>nciam a agropecuária<br />

com juros de crédito rural<br />

Produtores e Cooperativas<br />

II. Operações de captação de recursos externos em reais<br />

51<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

87


cambial<br />

Produtores e Cooperativas<br />

II. Operações de captação de recursos externos em reais<br />

As empresas brasileiras podem captar recursos no exterior, emitindo títulos<br />

denomi<strong>na</strong>dos em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, de acordo 51 com a Resolução 3.221 de 29/07/2004.<br />

As partes interessadas nessa modalidade de operação são: (i) os investidores<br />

estrangeiros, fornecedores de crédito, que estão dispostos a adquirir títulos em Reais<br />

no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l porque acreditam <strong>na</strong> desvalorização do dólar norteamericano<br />

e <strong>na</strong> consequente valorização do Real no mercado de câmbio brasileiro e<br />

desejam, portanto, obter uma remuneração maior, estabelecida de acordo com as<br />

taxas de juros praticadas no Brasil (que, historicamente, sempre tem sido mais altas<br />

do que as taxas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is vigentes no exterior); e (ii) as empresas brasileiras,<br />

tomadoras de crédito, que possuem receitas em Reais e preferem não correr o risco<br />

da variação cambial decorrente de uma eventual captação de recursos em moeda<br />

estrangeira.<br />

Os recursos captados no exterior e ingressados no País devem ser<br />

registrados no Bacen, <strong>na</strong> moeda efetivamente ingressada no Brasil (em dólares norteamericanos,<br />

euros, ienes ou outras moedas estrangeiras) (Circular 3.250 do Bacen, de<br />

30/07/2004 e Regulamento anexo à Circular 3.027 do Bacen, de 22/02/2001).<br />

Antigamente, somente podiam ser registradas no Bacen as operações dessa <strong>na</strong>tureza<br />

que envolvessem títulos denomi<strong>na</strong>dos em moeda estrangeira, sendo que a emissão<br />

de títulos em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (Reais) era exclusivamente vinculada à dívida inter<strong>na</strong><br />

pública e privada.<br />

A moeda do registro será aquela efetivamente ingressada no País. Uma vez<br />

efetuado o registro do empréstimo no ROF, o esquema de pagamento da operação<br />

será automaticamente gerado, em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, observados o prazo e as<br />

condições fi<strong>na</strong>nceiras contratadas.<br />

Além disso, a atual regulamentação (Resolução 3.217/2004 do Conselho<br />

Monetário Nacio<strong>na</strong>l), autoriza, para fins de transferências fi<strong>na</strong>nceiras para o exterior, o<br />

registro no Bacen de garantias prestadas em operações inter<strong>na</strong>s de crédito, realizadas<br />

no Brasil entre pessoas jurídicas domiciliadas ou com sede no País, por organismos<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de que o Brasil participe. As instituições fi<strong>na</strong>nceiras autorizadas a<br />

operar no Brasil estão devidamente autorizadas, portanto, a acolher, em suas<br />

operações de crédito, garantias emitidas pelos aludidos organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Se<br />

houver o ingresso de recursos no Brasil para cumprimento da garantia, o registro no<br />

Bacen será efetuado <strong>na</strong> moeda efetivamente ingressada. Independentemente da<br />

moeda do registro, o valor em moeda estrangeira passível de retorno ao exterior é<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

52<br />

88


aquele correspondente ao montante, em moeda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, devido ao garantidor em<br />

virtude da sub-rogação.<br />

Portanto, organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, como, por exemplo, o Banco Mundial e o<br />

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), podem garantir uma emissão de<br />

debêntures por uma empresa brasileira, o que poderá reduzir o custo de captação<br />

dessas operações no mercado doméstico. Na prática, não havia nenhum dispositivo<br />

restringindo esse procedimento, mas os organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is simplesmente não<br />

o faziam porque não era possível registrar a garantia no Bacen.<br />

A seguir são apresentados dois modelos de funcio<strong>na</strong>mento da captação dos<br />

recursos externos em Reais via emissão de títulos públicos ou privados.<br />

c) Diagrama de funcio<strong>na</strong>mento da captação de recursos externos em reais<br />

Captação de recursos no exterior<br />

Emite títulos<br />

STN assume a<br />

equalização do<br />

custo de captação<br />

Secretaria do Tesouro Nacio<strong>na</strong>l<br />

Agentes fi<strong>na</strong>nceiros<br />

Produtores e Cooperativas<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

89<br />

53<br />

Recebe recursos em<br />

Reais (R$)<br />

Repassa os recursos aos<br />

agentes fi<strong>na</strong>nceiros<br />

Fi<strong>na</strong>nciam a agropecuária<br />

com juros de crédito rural


d) Diagrama de funcio<strong>na</strong>mento da captação de recursos externos em reais<br />

Captação de recursos no exterior<br />

Emite títulos Recebe recursos em<br />

moeda estrangeira<br />

Empresas do agronegócio e cooperativas<br />

STN assume a<br />

equalização do<br />

custo de captação<br />

Fi<strong>na</strong>nciam a agropecuária<br />

com juros de crédito rural<br />

Produtores e Cooperativas<br />

3. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DO SETOR<br />

PRODUTIVO<br />

Atualmente as questões relacio<strong>na</strong>das à agropecuária são tratadas no âmbito<br />

de três ministérios: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),<br />

Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério da Pesca (MP). Além disso,<br />

deve-se destacar que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem em seu atual escopo<br />

de responsabilidades ações que tem grande interferência no setor agropecuário. Com<br />

grande frequência não há consulta aos ministérios com competência nos assuntos<br />

agrários para a tomada de decisões sobre questões que afetam a produção rural. Com<br />

frequência também a Embrapa, reconhecidamente o órgão federal de maior<br />

capacidade técnica e científica em questões agropecuárias e ambientais, não é<br />

consultada <strong>na</strong>s discussões de interesse do agronegócio.<br />

Propostas:<br />

• Unificar o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) com o<br />

Ministério do Desenvolvimento Agrário<br />

Aquicultura(MPA).<br />

(MDA) e o Ministério da Pesca e<br />

• Fortalecer o novo Ministério atribuindo-lhe uma maior representatividade e<br />

autoridade para definição das políticas públicas em áreas estratégicas, tais como :<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

54<br />

90


• Definição do Orçamento Geral da União para Aquisição e equalização de<br />

preços agrícolas;<br />

• Definição do orçamento da Embrapa e da Companhia Nacio<strong>na</strong>l de<br />

Abastecimento;<br />

• Definição do orçamento para equalização das taxas de juros do Crédito Rural<br />

e para subvenção ao Prêmio do Seguro Rural;<br />

• Participação direta no Conselho Monetário Nacio<strong>na</strong>l para deliberar sobre<br />

questões de interesse do Agronegócio;<br />

• Representatividade do novo ministério para deliberar sobre os temas que<br />

interessam à agropecuária e participação com número de representantes equivalentes<br />

aos do MMA no Co<strong>na</strong>ma.<br />

• Restabelecer o Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Política Agrícola com força para definir os<br />

rumos da agropecuária e desenvolvimento de programas de interesse de todo o setor<br />

e com respeito às especificidades de cada setor e região.<br />

• Unificar a política agrícola empresarial com a familiar, dando-se melhores condições<br />

para os agricultores familiares crescer e se desenvolver. Amiúde os agricultores<br />

familiares reprimem o seu potencial de crescimento propositalmente para poder se<br />

manter sob a guarda da agricultura familiar. Uma mudança de forma de apoiar o setor<br />

propiciaria uma redução dos conflitos no campo e um desenvolvimento mais<br />

harmônico do setor rural, de modo a criar uma classe média rural forte, como ocorreu<br />

em municípios onde os agricultores se uniram e formaram cooperativas diversificadas.<br />

• Conceder ao Ministério da Agricultura o poder de deliberar sobre as políticas<br />

agroambientais, florestais e de uso da água e do solo.<br />

• Apoiar projetos integrados de desenvolvimento de cadeias produtivas, aproveitando-<br />

se as potencialidades de cada região, utilizando o cooperativismo como instrumento<br />

de implementação dos programas e de organização dos produtores.<br />

• Estabelecer programas de apoio aos produtores, independente de seu porte,<br />

evitando-se sua migração para as cidades em decorrência da falta de apoio para suas<br />

atividades em seus locais de origem.<br />

• Instituir o fórum permanente do setor privado e reuniões periódicas com os<br />

Ministérios da Agricultura, Indústria e Comércio e das Relações Exteriores para<br />

discutir propostas de interesse do agronegócio brasileiro.<br />

55<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

91


4. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA<br />

Apesar dos investimentos feitos nos últimos anos, o agronegócio ainda se<br />

depara com deficiências <strong>na</strong> infraestrutura de transporte e logística no Brasil, que<br />

impede que o setor mantenha e amplie o seu passo de crescimento. Investimentos<br />

são ainda necessários para colocar o país em pé de igualdade com os grandes<br />

players inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) marca a retomada dos<br />

investimentos em infraestrutura no País, após mais de 20 anos em que a prioridade<br />

dos governos foi a estabilização econômica. Com um acréscimo de R$ 142,1 bilhões<br />

no PAC até 2010, há dois anos, o governo previa investir R$ 503,9 bilhões no período<br />

e com a posterior inclusão de novas ações, o montante passou a ser de R$ 646<br />

bilhões. Outros R$ 313 bilhões foram acrescentados para o período pós-2010 que,<br />

somados aos R$ 189,2 bilhões já previstos anteriormente, totalizam R$ 502 bilhões.<br />

Assim, o total para investimentos soma R$ 1,1 trilhão. Desse total, o setor de energia é<br />

que mais vai receber investimentos – R$ 759 bilhões. O eixo de logística ficará com<br />

R$ 132,2 bilhões e o social e urbano, com R$ 257 bilhões.<br />

Mesmo se confirmados os investimentos previstos no PAC, segundo o<br />

Ministério da Fazenda, o montante investido equivaleria a 1,2% do PIB (PIB US$ 1,6<br />

trilhão em 2008). Por outro lado, estimativas do economista e ex-ministro Delfin Neto,<br />

o País necessitaria investir anualmente 2,5% do PIB em infraestrutura para fazer as<br />

obras necessárias para modernização da infraestrutura necessária ao<br />

desenvolvimento do país. Esse investimento é necessário para que o país propicie<br />

condições para que o setor produtivo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l tenha competitividade à crescente<br />

competitividade inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Pelos números do PAC, os investimentos estimados de R$ 1,1 trilhão,<br />

correspondem a US$ 550 bilhões, num período de 12 anos. A Chi<strong>na</strong>, exemplo, forte<br />

concorrente do Brasil no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, investiu aproximadamente 3 trilhões<br />

de dólares nos últimos 30 anos. Esse país fez seus investimentos não somente com<br />

resultados de seu superávit comercial, mas também, com recursos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, com<br />

aportes diretos por empresas e fundos de investimentos em rodovias, ferrovias,<br />

energia e portos, dentre outros.<br />

O Brasil possui atualmente marcos regulatórios modernos, agências<br />

reguladoras independentes funcio<strong>na</strong>ndo bem, o que facilita investimentos externos em<br />

infraestrutura. Todavia, o capital externo que entra vai para o mercado fi<strong>na</strong>nceiro. Os<br />

grandes investimentos estão sendo feitos com recursos do BNDES, mesmo para<br />

56<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

92


empresas estrangeiras, a exemplo do que ocorreu com as privatizações que o dinheiro<br />

da compra das estatais saiu do BNDES. Assim sendo, os investimentos infraestrutura<br />

poderiam ser potencializados se parte do capital externo for ca<strong>na</strong>lizado para essa<br />

fi<strong>na</strong>lidade.<br />

No Brasil, cerca de 60% do transporte de grãos é realizado por rodovias. Isso<br />

onera consideravelmente a logística de transporte no país. O transporte de uma<br />

tonelada de soja de Rondonópolis (Mato Grosso) a Para<strong>na</strong>guá (Paraná), por exemplo,<br />

custa o equivalente a 20% do valor do produto: no caso do milho, metade do valor da<br />

mercadoria é despendido com frete. Em países como Estados Unidos e a Argenti<strong>na</strong> o<br />

custo médio do transporte é metade do custo normalmente verificado no Brasil.<br />

Contribuem para esse custo elevado no Brasil, além da priorização do transporte<br />

rodoviário propriamente dito, os elevados gastos com manutenções dos caminhões<br />

devido à precariedade da malha rodoviária, o preço do combustível e a tarifa de<br />

pedágio.<br />

Um fator de competividade nos países supracitados é a priorização de<br />

sistemas de transporte de baixo custo. No caso dos Estados Unidos 61% do<br />

transporte de grãos e fibras é realizado por hidrovias. Outros 23% da produção é<br />

escoada por ferrovias e ape<strong>na</strong>s 16% por rodovias. No Brasil, por sua vez, 60% do<br />

transporte de grãos é feito por rodovias. As ferrovias do país levam 33% e as hidrovias<br />

7% da produção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. No caso da Argenti<strong>na</strong> o transporte rodoviário é maior que o<br />

brasileiro, de 82%, mas o ganho em competividade acontece devido às baixas<br />

distâncias da zo<strong>na</strong> de produção aos portos.<br />

A Confederação Nacio<strong>na</strong>l dos Transportes (CNT) realizou em 2007 pesquisa<br />

para avaliar o estado de 87.592 km de rodovias em todo país. A avaliação<br />

compreendeu toda a malha rodoviária federal pavimentada e também os principais<br />

trechos sob gestão estadual e sob concessão. Na pesquisa, 26,1% (22.893 km) das<br />

estradas tiveram avaliação positiva, ao passo que 73,9% (64.699 km) apresentaram<br />

algum tipo de deficiência.<br />

Seguindo a tendência de outros países, o Brasil optou há alguns anos por um<br />

modelo de concessões de rodovias. O modelo adotado <strong>na</strong> época elevou<br />

consideravelmente os preços do pedágio, o que consideravelmente os investimentos<br />

no interior do País. A título de comparação com as novas concessões, por exemplo, o<br />

trecho de rodovia de Curitiba a Para<strong>na</strong>guá de 90 quilômetros, tem um preço de<br />

pedágio de R$ 12,50 para automóveis ou R$ 10,50 por eixo de caminhões. Enquanto<br />

o trecho da BR 376 (Curitiba – Joinvile em Santa Catari<strong>na</strong>) se paga R$ 2,60 em duas<br />

praças de pedágio.<br />

57<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

93


Apesar das limitações da malha ferroviária, 33% da produção brasileira de<br />

grãos desti<strong>na</strong>das à exportação são transportados por via férrea. No entanto, o custo<br />

do transporte ferroviário no Brasil não obedece necessariamente os custos de<br />

operação da ferrovia e baseia-se em cálculo relativo ao percentual do custo de frete<br />

rodoviário (com média atual de 83% no Estado do Paraná).<br />

Os custos de transporte no Brasil são comparativamente mais caros que<br />

aqueles observados <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> e Estados Unidos. Os custos dos transportes de<br />

grãos para os modais, rodoviário, ferroviário e hidroviário para o Brasil, Argenti<strong>na</strong> e<br />

Estados Unidos são apresentados abaixo:<br />

Tabela 1. Custo de transporte de grãos nos modais rodoviário, ferroviário e hidroviário<br />

no Brasil, Argenti<strong>na</strong> e Estados Unidos<br />

Modal Brasil – Paraná Brasil – Mato Grosso Argenti<strong>na</strong> Estados Unidos<br />

Rodoviário 31 60 14 15<br />

Ferroviário 25 50 15 10<br />

Hidroviário 12 8 5<br />

O Paraná é um bom exemplo da precariedade do transporte ferroviário no<br />

Brasil. A limitada malha férrea no Estado em sua maior parte tem mais de 100 anos de<br />

implantação. No trecho Guarapuava a Ponta Grossa, por exemplo, as locomotivas são<br />

obrigadas a reduzir o numero de vagões de 70-80 para 30-40 para poder seguir<br />

viagem. Como consequência disso a velocidade média de viagem reduz de 40/50 para<br />

10/20 Km/hora. A construção de uma nova ferrovia para esse trecho consta das obras<br />

prioritárias do PAC, porém, até o momento o projeto continua parado. No trecho que<br />

vai de Curitiba ao porto de Para<strong>na</strong>guá, a ferrovia tem sua capacidade de tráfego<br />

limitada sinuosidade da via. Na época de sua construção, em 1885, a ferrovia era<br />

desti<strong>na</strong>da principalmente ao transporte de passageiros, e portanto não comporta<br />

locomotivas trafegando em ple<strong>na</strong> carga. Em outras regiões do país o transporte<br />

ferroviário é ainda mais precário. Portanto, são necessárias medidas estruturantes<br />

para alavancar o transporte rodoviário no país e possibilitar ganhos em<br />

competitividade do agronegócio.<br />

O Brasil ocupa posição de destaque <strong>na</strong> produção e comércio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de<br />

commodities agrícolas. O país é o primeiro <strong>na</strong> exportação de açúcar, café, suco de<br />

laranja, etanol e tabaco. As exportações brasileiras de produtos originários do<br />

agronegócio foram próximas a 100 milhões de toneladas em 2009. Na próxima<br />

década, esse volume será acrescido de cerca de 70 milhões de toneladas. Com isso,<br />

58<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

94


o Brasil deverá ser o responsável pelo suprimento de aproximadamente 50% do<br />

mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de oito das principais commodities.<br />

Essas perspectivas de expansão determi<strong>na</strong>rão importantes mudanças <strong>na</strong><br />

geografia econômica e <strong>na</strong> logística do agronegócio brasileiro. As regiões Sul e<br />

Sudeste, pioneiras <strong>na</strong> expansão, tenderão a se especializar em produtos sofisticados,<br />

que serão exportados por contêineres. O etanol terá a exportação simplificada através<br />

de dutos. As novas fronteiras do Centro Norte e do Centro Oeste assumirão em um<br />

primeiro momento a exportação de commodities básicas, mas tenderão a expandir<br />

também em todas as linhas.<br />

Os Portos de São Luís e Belém tem localização privilegiada para as<br />

exportações para os mercados do Atlântico Norte, destino de aproximadamente 80%<br />

das exportações do agronegócio. Esses portos possibilitam um ganho de 4 dias<br />

comparativamente ao porto de Para<strong>na</strong>guá, Ainda, ampliação do Ca<strong>na</strong>l do Pa<strong>na</strong>má,<br />

para trânsito de <strong>na</strong>vios de maior capacidade, ocasio<strong>na</strong>rá importantes mudanças <strong>na</strong><br />

logística do transporte marítimo entre os oceanos Atlântico e Pacífico.<br />

É fundamental reestruturar a Navegação de Cabotagem, uma vez que<br />

atualmente somente é permitida a operação por <strong>na</strong>vios de bandeira brasileira. A<br />

cabotagem é uma operação onerosa com o AFRMM, que atualmente é de até 10% do<br />

valor do frete sobre o escoamento da produção agroalimentar e de 25% para<br />

<strong>na</strong>vegação de longo curso.<br />

59<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

95


Propostas:<br />

• Desti<strong>na</strong>r 26% dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento<br />

previsto para infraestrutura para obras de interesse do agronegócio.<br />

• Desti<strong>na</strong>r recursos para investimentos <strong>na</strong> melhoria da malha viária e para<br />

obras de construção de segundas pistas e terceiras faixas e diversas<br />

rodovias.<br />

• Desti<strong>na</strong>r recursos específicos aos municípios para a recuperação das<br />

estradas rurais.<br />

• Desti<strong>na</strong>r recursos para conclusão da Ferrovia Norte – Sul, e os seguintes<br />

trechos no Paraná: nova pista no trecho Curitiba/Para<strong>na</strong>guá, Ponta<br />

Grossa/Guarapuava, Cascavel/Foz/ Guairá, Campo Mourão/Cianorte e o<br />

contorno ferroviário da Cidade de Curitiba.<br />

• Rever os contratos de concessão com objetivo de permitir que outras<br />

empresas possam usar a ferrovia, colocando seu próprio material rodante,<br />

em atendimento ao previsto <strong>na</strong> legislação do direito de uso.<br />

• Revisar, sob coorde<strong>na</strong>ção da ANTT e com a participação dos usuários, o<br />

processo de definição do preço do transporte das concessionárias que<br />

utilizam um percentual do custo do transporte rodoviário e não a planilha de<br />

custo efetivo da operação da ferrovia.<br />

• Permitir a utilização de embarcações com bandeira estrangeira para a<br />

<strong>na</strong>vegação de cabotagem para transporte ao longo da costa brasileira<br />

através da edição de normativo do poder executivo, conforme previsto nos<br />

incisos I e II do Artigo 9º, da Lei N° 9.432 de 08 de janeiro de 1997.<br />

• Manter um programa permanente de dragagem dos acessos aos portos.<br />

• Readequar os acessos rodoviários e ferroviários dos principais portos<br />

brasileiros.<br />

• Realizar investimentos para ampliações dos portos de Belém, São Luiz e<br />

Porto Velho, para viabilizar a exportação da produção do centro oeste e<br />

norte do País a custos mais baixos.<br />

• Realizar investimentos para modernização do porto de Para<strong>na</strong>guá, principal<br />

porto exportador de grãos do país.<br />

60<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

96


5. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA DOS INSUMOS AGRÍCOLAS,<br />

ALIMENTOS, SERVIÇOS, INVESTIMENTOS E<br />

EXPORTAÇÕES<br />

A carga tributária brasileira afeta enormemente a competitividade dos<br />

diversos setores. No setor de agronegócios os tributos incidentes são responsáveis<br />

por distorções de competitividade inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do setor, com prejuízo também à<br />

população brasileira, que por conta disso depara-se com preços de alimentos mais<br />

caros. Não se justifica impor tal ônus, pois o retorno oferecido à sociedade é<br />

incompatível com o volume de recursos arrecadados pelo setor público. A carga<br />

tributária brasileira inibe as condições de investimento e provoca distorções no<br />

mercado com consequências negativas nos indicadores sociais e econômicos do país.<br />

A produção agropecuária brasileira está sujeita a uma carga tributária direta<br />

incidente sobre os diferentes produtos, que varia em razão dos insumos utilizados no<br />

processo produtivo.Os principais insumos são as sementes, os fertilizantes e<br />

corretivos, os defensivos (agroquímicos), os combustíveis (óleo diesel) e lubrificantes<br />

e, por fim, a mão de obra. Outros fatores de produção com importante papel nos<br />

custos de produção são as máqui<strong>na</strong>s agrícolas e equipamentos, o transporte, a<br />

padronização e o armaze<strong>na</strong>mento.<br />

Segundo estimativas da OCEPAR, os produtores rurais pagam embutidos nos<br />

custos operacio<strong>na</strong>is de produção de soja 13,7% de tributos. No milho o valor é de<br />

10,9% e no trigo de 11,6%. Diversos impostos incidem sobre a produção<br />

agropecuária, incluindo-se: PIS, COFINS, IOF, CPMF, ICMS, IPI, ITR e INSS.<br />

Estimativa da participação dos impostos diretos e indiretos no custo operacio<strong>na</strong>l de<br />

produção.<br />

Produto<br />

Custo<br />

Operacio<strong>na</strong>l<br />

Imposto no<br />

Custo<br />

Operacio<strong>na</strong>l<br />

Custo<br />

Operacio<strong>na</strong>l<br />

Desonerado<br />

Participação (%)<br />

(imposto/Custo)<br />

Soja (R$/sc) 27,24 3,74 23,50 13,7<br />

Milho (R$/sc) 14,96 1,63 13,33 10,9<br />

Trigo (R$/sc) 30,12 3,48 26,64 11,6<br />

Os impostos considerados para fins de cálculo foram o PIS, COFINS, IOF, CPMF, ICMS, IPI, ITR e INSS.<br />

Fonte: OCEPAR.<br />

Enquanto a produção primária está sujeita a uma tributação de cerca de 11%<br />

os demais elos da cadeia produtiva são sujeitas a adicio<strong>na</strong>is de tributação, o que eleva<br />

bastante o custo dos alimentos para consumidor fi<strong>na</strong>l Estima-se que a carga tributária<br />

média paga pelos consumidores fi<strong>na</strong>is dos produtos agroindustrializados é cerca de<br />

30%. Tal carga tributária pe<strong>na</strong>liza especialmente as camadas de menor poder<br />

<strong>aqui</strong>sitivo. Além disso, o setor agroalimentar convive com um sistema tributário<br />

61<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

97


complexo, que é com frequência alterado nos níveis federal, estadual e municipal,<br />

postando grande dificuldade para a adaptação das empresas.<br />

Um outro problema é a guerra fiscal entre os estados <strong>na</strong> tributação do ICMS.<br />

É necessário que haja um tratamento isonômico entre os estados brasileiros para que<br />

a disputa que existe atualmente superada.<br />

Propostas:<br />

Tendo como objetivo fortalecer a competitividade do agronegócio<br />

brasileiro no mercado interno e externo propomos uma revisão no sistema<br />

tributário <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l nos seguintes pontos:<br />

• Retomar no Congresso <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l a proposta de reforma tributária <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

• Desonerar a produção agrícola primária, os serviços, as exportações e o<br />

investimento da incidência de tributos.<br />

• Elimi<strong>na</strong>r a guerra fiscal entre os estados por intermédio da implementação do<br />

princípio da isonomia. Neste ponto o CONFAZ terá papel fundamental de coorde<strong>na</strong>r<br />

a unificação das legislações de todos os estados.<br />

• Desonerar os alimentos da incidência de tributos federais e estaduais.<br />

6. GARANTIA DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE<br />

PROPRIEDADE NO MEIO RURAL<br />

O marco regulatório que trata da segurança fundiária é o Estatuto da Terra,<br />

Lei N° 4.504, de 30 de novembro de 1964. Este aparato legal é i<strong>na</strong>dequado <strong>na</strong> atual<br />

conjuntura de produção agrícola, pois não garante o direito da propriedade ao produtor<br />

rural para que ele assim possa produzir alimentos com tranquilidade e segurança. O<br />

direito de propriedade, que é um direito constitucio<strong>na</strong>l e deveria ser largamente<br />

assegurado, é com frequência desrespeitada. Invasões e revindicações de grupos de<br />

interesse como quilombolas, sem-terra e indíge<strong>na</strong>s são via de regra tidos como<br />

legítimos pelo poder judiciário, sem que a relevância dos sistemas produtivos<br />

estabelecidos seja devidamente considerada. Também, em caso quando o judiciário<br />

reconhece a legitimidade dos produtores rurais que tenham tido suas terras invadidas,<br />

há morosidade e descaso do poder público <strong>na</strong> restituição de posse da terra.<br />

Um outro caso, em que o direito de propriedade do produtor rural é ferido Além disso,<br />

é <strong>na</strong> criação de unidades de conservação. Os produtores rurais não são consultados<br />

para a criação <strong>na</strong>s unidades de conservação com respeito às restrições de uso ou<br />

62<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

98


mesmo desapropriações de terras. No caso de desapropriação de terra, os produtores<br />

rurais não são devidamente indenizados pelo governo, conforme previsto <strong>na</strong><br />

legislação. Com frequência o governo cria UC’s sem ter para isso a dotação<br />

orçamentária para a implantação, o que envolve indenizações aos produtores, e para<br />

o manejo das mesmas.<br />

O que também causa grande inquietação nos produtores nos produtores<br />

rurais brasileiros é a possibilidade de revisão dos índices de produtividade, com a<br />

fi<strong>na</strong>lidade de aumentar a disponibilidade de áreas de terras para a reforma agrária. A<br />

proposta de alteração dos índices de produtividade não prevê tratamento diferenciado<br />

para os casos de frustração de safra por adversidades climáticas. E não estabelece<br />

mecanismos de salvaguardas aos produtores rurais que em períodos de falta de<br />

crédito e de preços baixos deixarem de cultivar suas áreas de terra.<br />

As crises <strong>na</strong> agricultura são cíclicas e, portanto, normativos devem prever<br />

mecanismos de proteção aos produtores rurais, nos períodos de crise, permitindo a<br />

eles a opção de não cultivar no caso de expectativa de frustração de safra e prejuízo.<br />

Propostas:<br />

• Revisar o Programa Nacio<strong>na</strong>l de Direitos Humanos – PNDH3 para elimi<strong>na</strong>r as<br />

medidas que direta ou indiretamente firam o direito de propriedade;<br />

• Enquadrar todos dos grupos envolvidos <strong>na</strong> disputa por terras que venham a ferir as<br />

normas constitucio<strong>na</strong>is, qualquer que seja o escopo desses grupos;<br />

• Revitalizar o programa do Banco da Terra.<br />

• Rever as exigências da NR N° 31, que estabeleceu 252 exigências ao produtor<br />

rural, sem necessariamente proteger o trabalhador;<br />

• Flexibilizar a legislação trabalhista para o emprego no setor agropecuário;<br />

• Manter os atuais índices de produtividade;<br />

• Determi<strong>na</strong>r que o conceito de produtividade da terra tenha por base estudos<br />

científicos e econômicos realizados pela Embrapa, com a participação do Ministério<br />

da Agricultura - MAPA e do Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Política Agrícola - CNPA.<br />

63<br />

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99


7. PROGRAMA DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÃO DE<br />

INSUMOS AGROPECUÁRIOS<br />

Os fertilizantes e os agroquímicos estão entre os principais insumos utilizados<br />

no processo de produção agrícola. A participação dos fertilizantes nos custos<br />

operacio<strong>na</strong>is da soja, por exemplo, é de 12%, no milho é de 25%. A esses custos<br />

acrescem-se os custos de respectivamente 13,4% e 6,8% dos agroquímicos,<br />

perfazendo assim uma participação entre 20 a 30% nos custos operacio<strong>na</strong>is. Portanto,<br />

qualquer redução nestes dois itens tem significativo impacto nos custos de produção<br />

agrícola.<br />

A indústria <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de fertilizantes está estruturada em três grupos de<br />

produtos: a) matérias-primas básicas (rocha fosfática, rocha potássica, amônia e<br />

enxofre); b) intermediários (ácido sulfúrico, ácido fosfórico e ácido nítrico) e; c)<br />

fertilizantes formulados.<br />

Recursos Naturais<br />

Fontes de Matéria-<br />

Prima<br />

Matérias primas e produtos<br />

intermediários (ácidos)<br />

Indústria de fertilizantes<br />

As maiores empresas, geralmente com integração vertical, aparecem nos<br />

dois primeiros grupos, enquanto as empresas médias e peque<strong>na</strong>s, as misturadoras, se<br />

concentram no terceiro grupo. Neste último, a disputa pelo mercado tem-se mostrado<br />

cada vez mais acirrada.<br />

Pode-se considerar que o Brasil tem tecnologia no segmento do nitrogênio<br />

acima da média mundial. Constata-se que em países desenvolvidos ainda se utilizam<br />

processos, já reconhecidos entre nós, como superados. No segmento do fósforo o<br />

Brasil é exportador de tecnologia. Na produção de adubos NPK os avanços são<br />

pequenos. Não há grandes novidades no setor da mistura e a tecnologia de<br />

granulação é perfeitamente domi<strong>na</strong>da pela indústria <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

A demanda anual por fertilizantes no Brasil, que era cerca de 15 milhões de<br />

toneladas <strong>na</strong> década de 90, saltou para um patamar de 20 milhões a partir de 2000,<br />

alcançou o recorde de 24,70 milhões de toneladas em 2007 e fechou 2009 em 22,50<br />

milhões de toneladas.<br />

A produção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de NPK responde por ape<strong>na</strong>s 35% do consumo. A forte<br />

dependência por insumos importados tor<strong>na</strong> o agronegócio brasileiro altamente<br />

64<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

100<br />

Fertilizantes básicos: fosfatados,<br />

nitroge<strong>na</strong>dos e potássicos<br />

Indústria de fertilizantes<br />

N P K<br />

(produto Fi<strong>na</strong>l)<br />

Misturadoras


vulnerável. uma vez que ape<strong>na</strong>s quatro países domi<strong>na</strong>m atualmente a exploração de<br />

potássio no mundo. Três empresas domi<strong>na</strong>m o mercado mundial de fertilizantes.<br />

A fim de se alavancar a competitividade do agronegócio brasileiro, é inevitável<br />

o direcio<strong>na</strong>mento de recursos para conquista da autossuficiência do país <strong>na</strong> produção<br />

e suprimento de fertilizantes. Já que investimentos para tanto são elevados, faz-se<br />

necessário um direcio<strong>na</strong>mento de investimentos direcio<strong>na</strong>dos para se atingir a<br />

autossuficiência no fornecimento de fósforo, nitrogênio e potássio num prazo de 10 a<br />

15 anos.<br />

Existe a necessidade de o Brasil cumprir o acordo do Mercosul e permitir que<br />

os produtores rurais importem dos países membros os defensivos que constam do<br />

acordo de cooperação econômica, que somam 27 substâncias ativas e suas<br />

formulações. Os produtores rurais gastam cerca de US$ 1,0 bilhão/ano em<br />

decorrência dos preços mais elevados no Brasil e pela reserva de mercado que proíbe<br />

as importações.<br />

O Brasil foi conde<strong>na</strong>do pelo Tribu<strong>na</strong>l Arbitral do Mercosul, em 14 de abril de<br />

2002, que estabeleceu prazo de 120 dias para incorporar em seu orde<strong>na</strong>mento jurídico<br />

interno as disposições contidas <strong>na</strong>s Resoluções GMC Nº 48/96, 87/96, 149/96, 156/96<br />

e 71/98. Como tentativa de cumprimento do acordo, o governo brasileiro editou o<br />

Decreto nº 4.074, de quatro de janeiro de 2002, que incorporou o sistema de registro<br />

por equivalência química.<br />

O Decreto n° 4.074/02 regulamentou o setor de agrotóxicos de forma ampla,<br />

normatizando a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o<br />

transporte, o armaze<strong>na</strong>mento, a comercialização, a propaganda, a utilização, a<br />

importação, a exportação, o desti<strong>na</strong>ção fi<strong>na</strong>l dos resíduos e embalagens, o registro, a<br />

classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos. Essa legislação<br />

exige que o registro seja administrado pelos Ministérios da Agricultura, Saúde e Meio<br />

Ambiente, o que tor<strong>na</strong> o processo de registro lento, complexo e oneroso.<br />

Para a comercialização de produtos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is faz-se necessário o registro <strong>na</strong><br />

Anvisa. Para registrar um produto no Brasil são exigidas diversas pesquisas e<br />

documentações que demoram cerca de cinco anos para serem concluídas. A<br />

importação de defensivos agrícolas é proibida. Cerca de 30% dos defensivos agrícolas<br />

comercializados, <strong>na</strong>s regiões de fronteira são de origem ilegal. O preço desses<br />

produtos corresponde à cerca de 50% do preço de um produto fabricado no Brasil.<br />

Para se acabar com as distorções existentes no mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de<br />

defensivos agrícolas faz-se necessária a atuação do poder público <strong>na</strong> criação de<br />

projetos e programas desti<strong>na</strong>dos a melhorar a competitividade do setor agropecuário.<br />

65<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

101


Propostas:<br />

• Ampliar as estruturas de produção de ureia da Petrobrás, bem como sua entrada <strong>na</strong><br />

produção de matéria prima originária das rochas de fosfato e de potássio.<br />

• Fomentar investimentos pela Petrobrás para exploração das reservas de fosfato e<br />

de potássio, bem como ampliar as estruturas de produção de nitroge<strong>na</strong>dos, que<br />

requerem altos investimentos.<br />

• Fomentar a organização de investidores ou outras formas de organização para<br />

exploração de jazidas de matérias primas para fertilizantes, com participação do<br />

BNDESPAR <strong>na</strong> viabilização fi<strong>na</strong>nceira dos projetos.<br />

• Permitir a circulação de defensivos agrícolas, substâncias ativas e suas<br />

correspondentes formulações, entre todos os países parte do Mercosul, conforme<br />

disposto no acordo de livre comércio;<br />

• Autorizar, sem necessidade de novo registro, a importação de defensivos agrícolas<br />

com formulado equivalente ou produtos similares (genéricos) já registrados no<br />

Brasil;<br />

• Simplificar o processo de registro de defensivos agrícolas no Brasil e aprovar os<br />

normativos que permitirão a extensão de uso dos defensivos para culturas de<br />

peque<strong>na</strong> expressão econômica “Minor Crops”;<br />

• Permitir a utilização no Brasil de defensivos agrícolas importados, mediante<br />

comprovação de seu registro no país de origem para a mesma cultura e desti<strong>na</strong>ção<br />

de uso (inseticida, fungicida ou herbicida);<br />

• Adotar políticas de repressão ao contrabando de defensivos agrícolas.<br />

8. ADEQUAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL<br />

A existência do ser humano gera, inevitavelmente, algum tipo de impacto<br />

ambiental, cabendo a ele adotar ações mitigadoras visando o seu equilíbrio. No meio<br />

rural, as atividades sempre foram orientadas para uma produção de alimentos para<br />

atender as necessidades crescentes da população, gerando também emprego e<br />

desenvolvimento para a <strong>na</strong>ção.<br />

O Código Florestal, instituído há mais de quatro décadas, criou conceitos,<br />

como a Reserva Legal, baseados <strong>na</strong> realidade da época. Desde então a agricultura<br />

brasileira passou por uma modernização tecnológica, incorporando novos conceitos <strong>na</strong><br />

adequação dos sistemas produtivos. As atividades agropecuárias passaram a ser<br />

66<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

102


direcio<strong>na</strong>das para o uso sustentável, buscando o equilíbrio entre a preservação<br />

ambiental, a responsabilidade social e sua a viabilidade econômica. O setor rural<br />

realizou nos últimos anos diversas ações proativas em meio ambiente:<br />

Propostas<br />

Adoção do Sistema de Plantio Direto em 25 milhões de ha evitando<br />

perda de solo (20 a 40 ton./ha/ano), e contribuindo <strong>na</strong> redução da<br />

emissão de CO2 (29 a 30 milhões ton./ano).(Fed. Bras. de Plantio<br />

Direto);<br />

Criação do Programa de Recolhimento de Embalagens Vazias de<br />

Defensivos Agrícolas, que já recolheu mais de 100 mil toneladas de<br />

embalagens, atingindo uma taxa de retorno de 95% em 2009 (INPEV);<br />

Maior contribuição <strong>na</strong> Matriz Energética Renovável, sendo 30%<br />

proveniente de biomassa, da qual 16% é com base <strong>na</strong> cultura da ca<strong>na</strong><br />

de açúcar, 11% de lenha e carvão vegetal e 3% de outros (ANEEL). No<br />

Brasil a substituição da gasoli<strong>na</strong> pelo etanol pode reduzir em 73% as<br />

emissões de CO2 (EMBRAPA);<br />

Implantação de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no<br />

tratamento de resíduos animais, gerando energia e reduzindo a emissão<br />

de CO2;<br />

Desenvolvendo programas de recuperação de <strong>na</strong>scentes e apoio ao<br />

Programa Estadual de Preservação das Matas Ciliares, com plantio de<br />

100 milhões de mudas (SEMA/PR);<br />

• Realizar ações para solução das distorções existentes <strong>na</strong> legislação ambiental<br />

brasileira, conforme segue:<br />

a) Reserva Ambiental<br />

Aos produtores rurais caberá a preservação e recuperação das áreas<br />

de preservação permanente de suas propriedades.<br />

Caberá à Sociedade, sob coorde<strong>na</strong>ção da Administração Direta<br />

(Município, Estado e Federação), com a participação dos Comitês<br />

Municipais de Meio Ambiente, a obrigatoriedade de complementar o<br />

índice de Reserva Ambiental, denomi<strong>na</strong>da Reserva Coletiva, necessária<br />

67<br />

P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0<br />

103


e suficiente para garantir um mínimo de 20%, 35% e 80% dependendo<br />

da região.<br />

Os produtores rurais que tiverem suas atividades inviabilizadas<br />

economicamente pelas exigências da legislação ambiental serão<br />

remunerados por meio de pagamento pelos serviços ambientais<br />

prestados.<br />

A propriedade que apresentar área florestal, que não se enquadre como<br />

área de preservação permanente, poderá preservá-la em benefício da<br />

coletividade, recebendo benefícios diretos ou indiretos para sua<br />

manutenção.<br />

Em se tratando de pequenos fragmentos florestais, isolados em áreas<br />

de cultivo, será permitida a realocação destas áreas mediante projeto<br />

técnico, desde que comprovado o ganho ambiental.<br />

b) Reserva Ambiental Coletiva<br />

Incentivar a formação de Reserva Ambiental Coletiva atendendo as<br />

áreas de relevante interesse ecológico apontadas pelo Estado, usando<br />

as diretrizes do Zoneamento Ecológico Econômico.<br />

A Reserva Ambiental Coletiva constituída com espécies <strong>na</strong>tivas,<br />

obedecendo às diretrizes do Zoneamento Econômico Ecológico, serão<br />

remuneradas pela prestação de serviços ambientais.<br />

Permitir o uso econômico da Reserva Ambiental Coletiva, quando<br />

implantada com espécies <strong>na</strong>tivas consorciadas e espécies exóticas em<br />

sistema multiextrata. Neste caso não haverá remuneração por serviços<br />

ambientais prestados.<br />

A Reserva Ambiental Coletiva, quando pública, será voltada unicamente<br />

para a conservação dos recursos <strong>na</strong>turais. Estas áreas poderão receber<br />

recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l do Meio Ambiente para sua manutenção.<br />

c) Áreas de Preservação Permanente<br />

Permitir o uso econômico das áreas de preservação permanente, para<br />

que seja possível no mínimo, a exploração extrativista como a coleta de<br />

frutos, folhas, cascas, sementes e essências florestais, desde que não<br />

comprometa a regeneração e manutenção ao longo prazo da vegetação<br />

<strong>na</strong>tiva.<br />

68<br />

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Estimular o desenvolvimento de novas metodologias para que se possa<br />

viabilizar o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL).<br />

Permitir aos produtores rurais a continuação do uso de Áreas de<br />

Preservação Permanente, localizadas em topos de morros e encostas<br />

com uso agropecuário consolidado, utilizando-se de práticas agrícolas<br />

tecnicamente adequadas ao ambiente local.<br />

Definir a largura de faixas de vegetação margi<strong>na</strong>l aos cursos hídricos<br />

de acordo com critérios técnico-científicos.<br />

d) Uso das Áreas Consolidadas<br />

Assegurar aos produtores rurais o direito de uso das áreas<br />

consolidadas, não podendo a lei retroagir em seu prejuízo, impedindo a<br />

punição daqueles que as utilizam e que, em razão de alteração,<br />

superveniente, de texto de lei, passaram a ter passivos ambientais.<br />

e) Zoneamento Ecológico Econômico<br />

Implementar o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) concedendo<br />

aos estados e municípios a autonomia para desenvolvimento de<br />

políticas de gestão das atividades para a sua região.<br />

Dar prioridade à aprovação do Zoneamento Ecológico Econômico, para<br />

que seja possível determi<strong>na</strong>r o potencial agrícola por região<br />

contribuindo para indicar as potenciais áreas de recuperação florestal,<br />

sem prejuízo ás áreas de cultivo.<br />

f) Formação de Fundo para Pagamento por Serviços Ambientais com<br />

recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l de Meio Ambiente<br />

Alterar o artigo 5º da lei 7.797/89, considerando prioritária a aplicação<br />

dos recursos do Fundo Nacio<strong>na</strong>l do Meio Ambiente em áreas de<br />

Reserva Ambiental, possibilitando o ressarcimento ao produtor rural<br />

pela prestação de serviços ambientais.<br />

Alterar o artigo 3º da lei 7.797/89, contemplando a formação de comitês<br />

municipais para gerir a aplicação dos recursos arrecadados através do<br />

fundo.<br />

Instituir a criação de comitês municipais de meio ambiente, com a<br />

participação paritária do setor produtivo rural e urbano.<br />

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g) ICMS Ecológico<br />

Ampliar o conceito do ICMS Ecológico para beneficiar as APP’s dentro<br />

da propriedade rural.<br />

Criar comitês municipais, com a participação do setor produtivo rural,<br />

para gerenciar a desti<strong>na</strong>ção dos recursos arrecadados.<br />

h) Contribuição da Sociedade<br />

Desti<strong>na</strong>r parte dos tributos atualmente cobradas sobre automóveis,<br />

cigarros, bebidas alcoólicas, coleta do lixo, tarifa de água e esgoto e<br />

sobre atividades potencialmente poluidoras, para o Fundo Ambiental,<br />

objetivando a recuperação, preservação e conservação dos recursos<br />

<strong>na</strong>turais.<br />

i) Prazo para Adequação<br />

Conceder prazo de 15 anos para adequação e recuperação da Reserva<br />

Ambiental, contado a partir da publicação da nova normativa.<br />

j) Linhas de Fi<strong>na</strong>nciamento e Benefícios Fiscais<br />

Criar linhas de fi<strong>na</strong>nciamento ambiental para recuperação de áreas a<br />

preservar com prazos de 15 anos e juros limitados a 50% do índice<br />

praticado pelo PRONAF.<br />

Conceder ao produtor rural a possibilidade de desti<strong>na</strong>r 25% do Imposto<br />

de Renda Rural para amortização do fi<strong>na</strong>nciamento adquirido para<br />

regularização ambiental.<br />

Possibilitar a dedução no Imposto de Renda do produtor rural dos<br />

valores por ele aplicados <strong>na</strong> recuperação e <strong>na</strong> regularização ambiental.<br />

Outros benefícios fiscais que possam ser concedidos.<br />

k) Áreas Úmidas<br />

Permitir o plantio e a condução de atividades e explorações<br />

agropecuárias <strong>na</strong>s áreas úmidas mediante o uso de práticas<br />

conservacionistas e em conformidade com as normas estabelecidas no<br />

Zoneamento Ecológico Econômico.<br />

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l) Normatização Técnica<br />

Inserir <strong>na</strong> nova legislação prazo para revisão de toda a legislação<br />

ambiental.<br />

Constar expressamente <strong>na</strong> nova legislação a obrigatoriedade do<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l revisar as normativas ambientais expedidas pelo<br />

poder executivo e suas autarquias.<br />

Constituir uma equipe técnica permanente junto à comissão de<br />

agricultura e do meio ambiente, para subsidiar os parlamentares <strong>na</strong><br />

redação e formulações da nova legislação ambiental.<br />

Rever a composição de todos os órgãos normativos federais, estaduais<br />

e municipais que atuam com o setor ambiental, permitindo a<br />

participação equilibrada de membros de todos os setores da sociedade.<br />

9. PESQUISA, TECNOLOGIA E DEFESA SANITÁRIA<br />

Pesquisa e Tecnologia<br />

O crescimento do agronegócio brasileiro a taxas superiores ao crescimento<br />

da economia como um todo só foi possível graças à inovação tecnológica<br />

desenvolvida pela pesquisa básica e aplicada realizada pelos institutos de pesquisa<br />

públicos e privados.<br />

Há inúmeros benefícios trazidos pela pesquisa agropecuária desenvolvida<br />

pelas cooperativas brasileiras, como o desenvolvimento de variedades de soja,<br />

algodão, milho, trigo, defensivos biológicos, participação efetiva <strong>na</strong>s comissões de<br />

validação de tecnologia em conjunto com as instituições de pesquisa públicas e<br />

privadas. Especificamente, no mercado de sementes de soja brasileiro, em que são<br />

cultivados 22 milhões de hectares, as cooperativas agropecuárias de pesquisa<br />

participam com o fornecimento de 30% para esse mercado, somando as demais<br />

empresas privadas esse percentual supera os 50%.<br />

Dessa forma, para fomentar o desenvolvimento tecnológico faz-se necessário<br />

o aporte de recursos para fi<strong>na</strong>nciar projetos de pesquisa, pois o retorno e as<br />

exter<strong>na</strong>lidades advindas desse tipo de projetos são extremamente positivos para toda<br />

a sociedade.<br />

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Propostas:<br />

• Criar com recursos do BNDES um programa para fi<strong>na</strong>nciamento dos projetos de<br />

Pesquisa Agropecuária para Cooperativas de pesquisa agropecuária e fundações<br />

de pesquisa e entidades privadas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

• Disponibilizar R$ 500 milhões anuais para fi<strong>na</strong>nciamento dos projetos de pesquisa<br />

com prazo de reembolso de até 10 anos, com 3 anos de carência e com taxas de<br />

juros fixas de 3% ao ano.<br />

• Apoiar os projetos de construção, ampliação e modernização de laboratórios de<br />

pesquisa; <strong>aqui</strong>sição de equipamentos e softwares de informática; obras civis de<br />

construção e modernização de centros de pesquisa; assessoria, consultoria e<br />

trei<strong>na</strong>mento técnico; <strong>aqui</strong>sição de máqui<strong>na</strong>s agrícolas, veículos e equipamentos em<br />

geral, para desenvolvimento e condução dos experimentos de campo, além de<br />

programas formação e especialização de pesquisadores.<br />

• Criar um programa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de transferência de tecnologia coorde<strong>na</strong>do pela<br />

Embrapa com recursos para trei<strong>na</strong>mento de técnicos e produtores para capacitá-los<br />

a usar as tecnologias disponíveis nos institutos de pesquisa.<br />

• Criar programas de pesquisa voltados a otimizar o potencial produtivo regio<strong>na</strong>l,<br />

oferecendo alter<strong>na</strong>tivas econômicas competitivas para diversificação da produção<br />

agropecuária.<br />

Defesa Sanitária<br />

A dissemi<strong>na</strong>ção de doenças como a gripe aviária, a febre aftosa, a doença da<br />

vaca louca, a ferrugem da soja, dentre outras por diversos continentes e países trouxe<br />

novas preocupações para os produtores rurais brasileiros. A questão da sanidade se<br />

tor<strong>na</strong> uma variável cada vez mais importante no comércio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Trata-se de<br />

uma obrigação do produtor, mas também do poder público que precisa investir <strong>na</strong><br />

readequação de suas estruturas e <strong>na</strong> atualização de normativos que permitam<br />

prevenir a entrada de novas doenças e, no caso de incidência inevitável, dispor de<br />

planos para sua erradicação.<br />

Os programas de integração entre o Governo e a iniciativa privada para o<br />

controle sanitário animal e vegetal possibilitou avanços importantes <strong>na</strong> erradicação<br />

das principais pragas e doenças agropecuárias, bem como no desenvolvimento e <strong>na</strong><br />

produção de variedades e raças resistentes. Esse trabalho precisa ter continuidade,<br />

em faz-se necessário em especial uma harmonização da regulamentação<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l referente ao controle de agroquímicos, hormônios e a<strong>na</strong>bolizantes.<br />

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Propostas:<br />

• Alocar recursos para reequipar as estruturas laboratoriais do MAPA e recompor e<br />

reforçar a equipe de profissio<strong>na</strong>is responsáveis pela vigilância sanitária e de<br />

prevenção contra os riscos de entrada de novas doenças no país. Os investimentos<br />

devem contemplar a defesa agropecuária no âmbito federal, estadual e municipal,<br />

bem como <strong>na</strong>s fronteiras com os países vizinhos e nos portos e aeroportos<br />

brasileiros.<br />

• Padronizar os procedimentos no âmbito do Serviço de Inspeção Federal, Serviço de<br />

Inspeção Estadual e Serviço de Inspeção Municipal.<br />

• Apoiar os agropecuaristas <strong>na</strong> implementação de programas de prevenção contra a<br />

entrada e dissemi<strong>na</strong>ção de doenças no país, bem como <strong>na</strong> erradicação de doenças<br />

como Aftosa, brucelose e tuberculose.<br />

• Estabelecer um programa que impeça a importação de produtos agropecuários<br />

oriundos de países que utilizem em seus processos produtivos insumos agrícolas<br />

proibidos no Brasil.<br />

• Implantar sistema de certificação voluntária de produtos do agronegócio.<br />

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10. EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CAMPO<br />

O setor rural brasileiro historicamente tem recebido menos investimentos em<br />

educação formal e profissio<strong>na</strong>lizante quando comparado com os demais setores da<br />

economia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

É sabido que a inovação e o desenvolvimento tecnológico disponíveis para as<br />

cadeias produtivas do agronegócio exigem um profissio<strong>na</strong>l cada vez mais preparado e<br />

capacitado. Para que o agronegócio mantenha sua importância <strong>na</strong> economia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

respondendo 26% do Produto Interno Bruto <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e 42% das exportações totais<br />

brasileiras o investimento em capital humano deve duplicar nos próximos quatro anos.<br />

Propostas:<br />

Com o objetivo de contribuir com o processo de crescimento sustentado do<br />

agronegócio propomos as seguintes medidas de apoio à educação, profissio<strong>na</strong>lização,<br />

capacitação e acesso à tecnologia da informação para os diferentes elos da cadeia<br />

produtiva:<br />

• Estabelecer uma política de capacitação da nova geração de produtores rurais para<br />

que esses possam assumir as propriedades rurais de seus familiares, evitando-se<br />

assim, que o êxodo rural se torne mais expressivo.<br />

• Criar um programa de alfabetização visando atender todo o público rural, assim<br />

como viabilizar meios para melhorar a escolaridade dos produtores rurais,<br />

investindo-se inclusivamente <strong>na</strong> educação em tempo integral.<br />

• Buscar no âmbito da nova lei de assistência técnica e extensão rural (ATER) a<br />

melhoria e excelência da educação técnica e formal dos produtores rurais, com<br />

objetivo de torná-los menos dependente do Governo e capacitados para atuar no<br />

mercado com produção de alta qualidade.<br />

• Instituir um programa de inclusão digital com fornecimento de computadores, bem<br />

como acesso a internet, com objetivo de preparar e atualizar os profissio<strong>na</strong>is para<br />

os desafios do mundo digital.<br />

• Investir <strong>na</strong> qualificação dos professores de escolas técnicas rurais e equiparar a<br />

sua remuneração àquela de professores da área urba<strong>na</strong>.<br />

• Investir <strong>na</strong> educação dos produtores rurais para o associativismo e cooperativismo.<br />

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