confrarias portuguesas da época moderna - Universidade Católica ...
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No que concerne a metodologias de trabalho, entre nós ain<strong>da</strong> não<br />
existem reflexões publica<strong>da</strong>s que versem exclusivamente sobre o<br />
assunto. Ao contrário, vários autores estrangeiros desenvolveram<br />
propostas que, em parte, poderão ser a<strong>da</strong>ptáveis ao caso português. E<br />
preciso, no entanto, estar preparado para algumas dificul<strong>da</strong>des, sendo<br />
que as maiores poderão residir na escassez de documentação gráfica<br />
serial e sua respectiva utilização. Em França, um dos projectos metodológicos<br />
mais conhecidos é o de Marie-Hélène Froeschlé-Chopard,<br />
que utilizou as visitas pastorais para identificar as <strong>confrarias</strong> e elaborar<br />
estudos comparativos <strong>da</strong> sua importância em várias dioceses<br />
<strong>da</strong>quele país n .<br />
3. PARA UMA GEOGRAFIA DO MOVIMENTO<br />
CONFRATERNAL<br />
O método que a historiadora Froeschlé-Chopard propôs, em 1985,<br />
passava por uma quantificação <strong>da</strong>s <strong>confrarias</strong> paroquiais <strong>da</strong>s dioceses,<br />
a partir <strong>da</strong>s suas titulaturas, as quais eram depois agrupa<strong>da</strong>s em<br />
apresentação do património museológico em Portugal, a título de exemplo, cf. Ma-<br />
ria Antónia Machado e João Saavedra Machado, Nossa Senhora de Nazaré na Ico-<br />
nografia Mariana. Nazaré: MEAJM, 1982; Maria Manuela Alcântara, Sob o Signo<br />
de São Nicolau. Guimarães: Museu Alberto Sampaio. 1994 (com texto relativo à<br />
exposição do espólio museológico <strong>da</strong> Irman<strong>da</strong>de de São Nicolau) (Agradeço esta<br />
referência ao Dr. Nuno Vassalo e Silva), Maria Helena Mendes e Vítor Mendes. As<br />
Misericórdias do Algarve. Lisboa: Neogravura, 1968 e M. Filomena Brito, «A Ban-<br />
deira Processional de Nossa Senhora <strong>da</strong> Misericórdia na Vi<strong>da</strong> Portuguesa». In: Ma-<br />
ter Misericordiae. Lisboa: SCML/Horizonte, 1995, pp. 86-108.<br />
Cf. Marie-Hélène Froeschlé-Chopard, op. cit., pp. 118-120 e sobretudo «Les<br />
Confréries <strong>da</strong>ns le Temps et <strong>da</strong>ns l'Espace. Pénitents et Saint-Sacrement». In:<br />
M.-H, F.-Chopard (dir.). Les Confréries. l'Église et la Cité. Cartographie des<br />
Confréries du Sud-Est. Actes du Colloque de Marseille. Grenoble: CARE, 1988,<br />
pp. 7-41. Uma <strong>da</strong>s principais vantagens deste tipo de fontes é a de permitirem recu-<br />
perar a evolução <strong>da</strong> criação e supressão de <strong>confrarias</strong> numa paróquia. Sobre os<br />
problemas inerentes ao uso destas fontes, cf. Catherine Vincent, Les Confréries<br />
Médiévales <strong>da</strong>ns le Royaume de France. XIII'-XV' Siècle. Paris: Albin Michel.<br />
1994, p. 41. Em França, Michel Vovelle usou também os testamentos para identi-<br />
ficar as <strong>confrarias</strong> regionais. Em Portugal, esta fonte foi trabalha<strong>da</strong> por Maria<br />
Manuela Martins Rodrigues, para o concelho do Porto («Confrarias <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de do<br />
Porto: Espaços de Enquadramento Espiritual e Poios Difusores <strong>da</strong> Mensagem <strong>da</strong><br />
Igreja». In: Congresso Internacional de História - Missionação Portuguesa e En-<br />
contro de Culturas. Braga, 1993, vol. I, pp. 389-410).