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consumismo e não queremos que<br />
a nossa fi lha seja uma criança que<br />
cresça a achar que é tudo muito<br />
fácil na vida. Aliás, até já aconteceu,<br />
noutros Natais, guardarmos<br />
alguns presentes para o dia<br />
seguinte, porque já eram tantos<br />
que se tornava um exagero. Na<br />
vida nada pode ser um exagero,<br />
senão a pessoa desvaloriza.<br />
<strong>Lux</strong> – A Chloë já se apercebe<br />
das diferenças entre o Natal<br />
português e o que é vivido na<br />
Áustria?<br />
A.W. – Ela sabe que existem<br />
dois mundos. Existe o da Áustria,<br />
com neve, com trenós e<br />
tudo isso. E existe o mundo de<br />
cá. E ela percebe que é uma<br />
pessoa destes dois mundos.<br />
P.P. – Ela fala as duas línguas e,<br />
tal como sabe que aqui existe<br />
o avô, lá existe o opa. E consequentemente,<br />
isto são duas raízes<br />
diferentes. Enquanto aqui vamos<br />
passear os cães, lá descemos de<br />
trenó.<br />
<strong>Lux</strong> – No imaginário dela, o Pai<br />
Natal vive na Áustria?<br />
A.W. – Não, porque lá nós não nos<br />
referimos ao Pai Natal, mas sim<br />
ao Menino Jesus.<br />
P.P. – Ao fi m e ao cabo, era aquilo<br />
que nós, há uns anos, também<br />
celebrávamos, antes desta<br />
era tão comercial. Eu lembro-<br />
-me de a minha avó me perguntar<br />
o que é que o Menino Jesus<br />
me tinha dado. E isto é o que<br />
os austríacos ainda mantêm.<br />
<strong>Lux</strong> – A Chloë procura os presentes<br />
pela casa para tentar descobrir<br />
o que vai receber?<br />
P.P. – Sim, ela já começa a ser curiosa.<br />
Existe um buraquinho num<br />
presente lá em casa, que ela diz<br />
que foi um acidente, mas eu acredito<br />
que tenha sido ela a espreitar<br />
(risos).<br />
A.W. – Normalmente, só colocamos<br />
os presentes debaixo da<br />
árvore no dia 24. No entanto, ela<br />
já começa a entrar no jogo.<br />
<strong>Lux</strong> – É no dia 24, depois da ceia,<br />
que abrem os presentes?<br />
P.P. – Sim. Esperamos sempre um<br />
bocadinho, mas existe um compromisso<br />
para que ela esteja ainda<br />
acordada e bem-disposta. Não temos<br />
uma hora rígida para entregar<br />
os presentes, mas temos sempre<br />
em conta os horários dela.<br />
<strong>Lux</strong> – Na Áustria, existe alguma<br />
Casados há oito anos, Paulo Pires e Astrid Werdnig não põem de lado a possibilidade de<br />
serem pais pela segunda vez. Porém, garantem: “Isso pode acontecer, mas não há planos”<br />
“Tentamos sempre captar o espírito do Natal. Vemo-lo<br />
como símbolo de união, acima de tudo„ Paulo Pires