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FEVEREIRO DE 1921

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nem haver ali casa da moeda (6)." Finalmente,<br />

numa longa nota, que se encontra na mesma pagina,<br />

Southey fornece informações em que se ergue<br />

o véo de novas perspectivas. Copiemol-a, integralmente:<br />

"Na Apologia (7), paragrapho 11, se conta<br />

que nas collecgões européa^ existem guardadas<br />

muitas destas moedas com a effigie de Nicoláo.<br />

Diz Dobritzhoffer terem sido ellas cunhadas em<br />

Quito, não podendo, quem as via, duvidar da existência<br />

do rei. "y cru m patuit fraus de nique. Ipse<br />

Jiarttm monctarum cusor I. C. 1760 anno, 20 martri,<br />

litcras ad regem dedit, quibus fàietur occuHis<br />

inordacis conscientiae stimulis compelli se ad detcngcndum<br />

flag'itium : Me veo forzado (verba sunt<br />

Hispani) por unos secretos remordimientos de<br />

consciência á descubrir esta iniquidad. Hoc scripto<br />

detegitur venalis fi.dci et profligatae concicntiae<br />

vir, a quo ad cudendos Nicolai regis num mos<br />

fuerat itistigatus. Nomen hujus, et cognoment toiã<br />

licet Hispaniã pcrviùlgatum, P. F. M. M. rcticendum<br />

putavi, ne illi hominum classi, ad quam pertinct,<br />

maculam adpergcrâm. Gaditanã in urbe vcrsabatur<br />

anno 1768. " As iniciaes indicam com certeza<br />

um padre, e, provavelmente, um frade. Na vida de<br />

Pombal, escripta em italiano, tom. I, 127 (8), se<br />

diz terem as moedas sido forjadas por D. N. Lac,<br />

cavalleiro, e Fr. N. Mag., dominicano. Uma historia<br />

de Nicoláo I fala em medalhas em logar de<br />

moedas. "On frappa même á cette occasion plusieurs<br />

médailles, qti' on a vues avec indignation en<br />

Europe. La première de ces médailles répresenta<br />

d'un côté Jupiter foudroyant les géants, et de<br />

l'autre, on voit le buste de Nicolas I, avec ces<br />

mots : NICOLÁJ I ROI DU PARAGUAI. La seconde médaille<br />

représenta un combat sanglant, avec les attributs<br />

qui caractérisent la fureur et la vengeance.<br />

Sur l'exergue on lit ces mots: LA VENGEANCE AP-<br />

PARTIENT Á DIEU, ET A CEUX QU'IL ENVOIE. " O<br />

commentario de Southey é decisivo. " Não creio,<br />

diz elle, que jamais existissem semelhantes medalhas<br />

: o livro que as descreve não contém uma<br />

única syllaba verdadeira em nenhum outro ponto,<br />

devendo pois suppor-sc que seja neste consequentemente<br />

falso. O seu' titulo é : Histoire de Nicolas<br />

I, roy du Paraguai et empereur des Mamclus, a<br />

Saint Paul, 1756. Foi impresso na Allemanha, e<br />

composto por algum impostor faminto e ignorante,<br />

menos 110 intuito de prejudicar os jesuítas, do<br />

que na esperança de levantar dinheiro á custa da<br />

credulidade publica. Fez elle de Nicoláo Roubiouni,<br />

um espanhol de origem, educado como vagabundo<br />

e jesuita por profissão, que fomentou uma<br />

rebellião entre os índios em Nova Colonia, atacou<br />

a cidadella, proclamou-se rei do Paraguay, atravessou<br />

esse paiz á frente de um exercito, depoz c<br />

matou os missionários, foi a São Paulo a convite<br />

dos mamelucos e abi fixou a sede do seu governo,<br />

tomando o titulo de imperador. Tal historia é ahi<br />

tida como verdadeira, e o editor affirma no prefacio<br />

que tudo quanto a esse respeito publicaram<br />

as gazetas é falso (9). Imputa Dobritzhoffer a<br />

fabula deste rei a Gomes Freire ou a Pombal,<br />

não sei bem a qual dos dois: "Nicolas rCx illius<br />

tantum in cerebro fuit natus, qui totã nos Paraguariã<br />

exturbatus du dum peroptavit; ut nobis Hispanicac<br />

domifiationis illã in provinda acerrimis<br />

defcnsoribus amotis, Uruguayensem, quanta est rcgioncm<br />

Brasiliae adjiciat finition is (10)." Mas é<br />

gratuita a imputação. O homem em si mesmo de<br />

tão pouca importância era, que o seu nome apenas<br />

uma vez occorre na historia da guerra, que é<br />

quando intervem em Yapcgu a favor do pobre je<br />

suita. Foi aqui provavelmente que se originou' a<br />

fabula. Tendo apparccido á frente de alguns combatentes<br />

em Concepcion, e, como diz Dobritzhoffer,<br />

Dossuindo os guaranys a palavra mburubicka,<br />

que significa rei, capitão ou cacique, para designar<br />

o chefe, isto deu maior vulto á versão (11). A<br />

prova da sua insignificância é concludente. Supprimida<br />

a insurreição, apresentou-se elle voluntariamente<br />

a Andoancgui, no campo espanhol, a responder<br />

por si ; foi escalado com paciência, e despedido<br />

sem castigo algum, sendo, pelo contrario,<br />

até reintegrado no seu antigo officio na reducção.<br />

Dobritzhoffer conhecia-o bem, tendo-o visto muitas<br />

vezes tanger o gado e rachar lenha na praça<br />

publica. Frequentemente lhe beijára Nicoláo a mão,<br />

pedindo-lhe alguma musica nova para a sua rabeca.<br />

(6) Obra citada, vol. III, 473.<br />

(7) Diz Southey tratar-se de um manuscripto.<br />

(8) Deve ser a "Vita di Sebastiano Giuseppe<br />

di Carvalho i Melo. March, di Pombal, Conte di<br />

Oeyras, Secretario di Stato e primo Ministro dei<br />

Re di Portogallo, D. Giuseppe I", sem indicação<br />

de logar, nem de typographia, 1781, em 8 o , 5<br />

tomos, obra composta pelos impressores florentinos<br />

Pagani, que se serviram principalmente das<br />

informações que lhes forneceram ex-jesuitas portuguezes.<br />

(0) Estes períodos foram sonegados pelo<br />

traductor.<br />

(10 e 11) Trecho também supprimido pelo<br />

traductor, . j . j..<br />

Diz Dobritzhoffer que toda a historia deste rei foi<br />

officialmente declarada falsa na Gazeta de Madrid;<br />

vira elle a folha, e, ou estava muito enganado, ou<br />

era de Outubro de 1768. Não duvido da veracidade<br />

deste escriptor, mas falhara-lhe a memoria<br />

iqu-anto á data. D. Manoel Abelha me fez a fineza<br />

de percorrer, a pedido meu, todas as gazetas daquelle<br />

mez e de alguns anteriores e posteriores,<br />

sem poder descobrir semelhante declaração." Adiante,<br />

tratando do modo como era vista na Europa<br />

a sedição, damos com esta noticia no autor a que<br />

alludimos: 44 Tal era a impressão produzida na Europa<br />

pelas falsidades e exaggeradas descripçÕes,<br />

que ao chegar a Buenos Aires a esquadra com<br />

estas tropas a bordo (reforço que se havia pedido<br />

para a metropole) julgou-se necessário, antes de<br />

deixar desembarcar alguém, averiguar se estava<br />

el-rei Nicoláo de posse da cidade (12)."<br />

Nada mais se encontra na obra de Southey<br />

em relação a tal aventureiro e, existindo pontos<br />

controversos, duvidas e omissões fundamentaes,<br />

resolvemo-nos proseguir a empreza. Antes de<br />

tudo, procuramos conhecer a obra de Martin Dobritzhoffer,<br />

jesuita allemão que serviu durant?<br />

vinte e dois annos como missionário entre os guaranys,<br />

e encontrámos não a Apologia da Companhia,<br />

citada, como manuscripto, por Southey, mas<br />

a Historia de Abiponibus equestre Bellicosaque<br />

Paraquariae Natione (13), importante para a historia<br />

e geographia dos paizes platinos, parecendonos<br />

que o autor inglez lhe truncou o titulo. Salvo<br />

alguns pormenores na parte em que expõe amplamente<br />

a genese da falsa historia e estuda a origem<br />

e composição do nome do cacique, a transcripção<br />

de Southey é fiel. Dobritzhoffer affirma positivamente<br />

que foram os portuguezes, empenhados<br />

em annexar a extrema região uruguayana aos dominios<br />

do Brazil, os inventores da\fabula, que nasceu<br />

primeiro da ignorancia da lingua guarany e<br />

logo depois foi divulgada pelos inimigos dos jesuítas.<br />

Ao ouvirem os índios chamarem de Mburubicha<br />

ou> Nundcrubicha ao seu chefe, vocábulo<br />

que significa cacique, capitão ou chefe, e confundindo<br />

esta denominação com as palavras Mburubichabete<br />

ou Mburubicha guazu, grande capitão e<br />

monarcha supremo, os espanhóes e lusitanos entenderam<br />

que Nicoláo era rei dos guaranys.<br />

Accrescenta o jesuita. que se Nicoláo tivesse adquirido<br />

a dignidade real, cunhando moeda e creando<br />

difficuldades ao rei catholico, não teria o governador<br />

Andonaegui lhe perdoado a audacia, quando<br />

o cacique se apresentou espontaneamente no acampamento<br />

espanhol para justificar-lhe o procedimento.<br />

Ninguém ignora, escreve, o castigo que os<br />

castelhanos reservam aos rebeldes, e haja vista a<br />

sorte que tiveram Atahualpa, inca do Perú, e Montezuma,<br />

monarcha mexicano^ mortos cruelmente<br />

pela simples suspeita de infidelidade ao rei de<br />

»Espanha. A'cerca das medalhas que circularam<br />

na America e na Europa com a effigie de Nicoláo,<br />

não duvida que tivessem sido cu-nhadas no Paraguay,<br />

onde, no emtanto, não existiam metaes nem<br />

casa de moeda, mas informa que o seu autor foi<br />

um certo individuo, cujo nome e appellido (P. F.<br />

M. M.), embora divulgado na Espanha, elle silencia<br />

para evitar a deshonra da classe a que pertence,<br />

o qual. certamente um jesuita, acossado pelo<br />

remorso, se denunciou em carta dirigida ao rei, datada<br />

de 20 de Março de 1760. Por derradeiro, referindo-se<br />

á celeuma que a historia do rei Nicoláo<br />

produziu em Madrid, diz que Pedro Zevallos, enviado<br />

com numerosas tropas para defender o Paraguay,<br />

mandou declarar bfficialmente que era<br />

falso tudo quanto se propalava a este respeito.<br />

No Diário da expedição de Gomes Freire de<br />

Andrade ás missões do Uruguay, pelo capitão Jacintho<br />

Rodrigues da Cunha (14), mal se nos deparam<br />

vagas referencias ao nosso heróe. Diz o referido<br />

Diário: "A 22 (abril de 1756), pelas Ave- #<br />

Maria, correu a noticia no nosso exercito de que<br />

neste mesmo dia fugira da retaguarda um dos prisioneiros<br />

da batalha do dia 10 de Fevereiro passado,<br />

que era o artilheiro dos indios, cujo tinha sido<br />

hespanhol, filho do Paraguay, e andava feito indio<br />

destas Missões, para onde tinha desertado ha uns<br />

poucos de annos, tendo sido soldado na sua mesma<br />

patria, e o qual estimavam muito os padres da<br />

Companhia destas ditas Missões, a quem elles o<br />

tinham mandado, havia poucos dias, com grande<br />

pressa, para o ataque dos indios da dita batalha,<br />

por bom artilheiro seu, com que nos esperavam,<br />

o qual ficando prisioneiro, vciu sempre preso de-<br />

(12) Obra cit., vol. III, 498.<br />

(13) A edição latina é de 1784 e publicada<br />

em Vienna por José Nobe de Kuzzbek. existindo<br />

uma traducção allemã, feita por A. Kiel, sob o<br />

titulo "Geschuhte der Abiponer", 1783, 1784, 3<br />

vols.<br />

(14) Publicado na "Revista do Instituto Historico<br />

e Geographico Brasileiro", 3® série, n. 10, 2 o<br />

ssmestre de 1853.<br />

baixo de guardas castelhanos, e das mesmas fugiu<br />

(15)." Logo adiante, á pagina 274, accrescenta:<br />

"Também hoje (5 de Maio de 1756), depois das<br />

Ave-«Maria, correu a noticia no nosso exercito que<br />

esta tarde chegaram a falar uns poucos de indios<br />

do governador de Montevidéo, que andava vendo<br />

as su-as ditas guardas, e um dclles lhe deu a conhecer<br />

(mas de longe), dizendo que elle era o paraguay,<br />

que na .batalha do dia 10 de Fevereiro passado,<br />

sendo elle artilheiro dos indios, fôra prisioneiro,<br />

e que do seu exercito tinha fugido 110 dia<br />

22 do mez passado, e que elle agora vinha feito<br />

general de todos aquclles indios, e que trazia uma<br />

corda para enforcar o dito governador; que elle c<br />

todos lhe hão de pagar com as próprias vidas o<br />

máo trato que lhe deram e tiveram prisioneiro; e<br />

disse-lhe mais que agora não vinham a pé, como<br />

da outra vez, por culpa do seu general, que foi<br />

Sepé, que por isso morreram tantos indios; mas<br />

agora todos estão montados para lhes não succeder<br />

outra vez o mesmo; e elle, que traz bons cavallos<br />

e boas esporas; que já sabe como ha de<br />

fazer a guerra a estes exercitos, e tem muito grande<br />

numero de indios á sua ordem para isso..."<br />

Taes palavras se referem, sem duvida, ao famoso<br />

Nicoláo, mas é de observar que, segundo a versão<br />

corrente, o successor de Sepé foi morto no combate<br />

do dia 10 de Fevereiro, quando ahi é elle resuscitado...<br />

No Diário Historico do padre Tadeo<br />

Xavier Henis, um dos jesuitas que tomaram parte<br />

mais activa na guerra dos guaranys, servindo desde<br />

muitos annos na reducção de S. Lourenço, encontramos<br />

informações conformes á versão dos jesuitas.<br />

O seu autor refere-se varias vezes ao corregedor<br />

ou cacique Nicoláo Nanguiru, sujeito principal<br />

do povo de Concepcion, que havia sido eleito governador<br />

ou capitão general desse povo, por morte<br />

de Sepé, e, nesta qualidade, dirigira, em 1755 e<br />

1756, vários ataques contra os portuguezes e espanhóes<br />

(16). Ferdinand Dénis, que por mais de 30<br />

annos se oceupou das cousas do Brazil, não ignorava<br />

a existencia da lenda do rei do Paraguay, tanto<br />

assim qnie, no seu' volume sobre o Brazil, escreveu:<br />

"Ninguém ignora hoje os pormenores desta<br />

guerra que os jesuitas do Paraguay sustentaram<br />

tão resolutamente contra a coroa espanhola, e<br />

durante a qual um fantasma de rei, o indio Nicoláo,<br />

appareceu como representando os direitos de<br />

sua raça (17)." Também nos Annaes da Provinda<br />

de São Pedro, regista o visconde de São Leopoldo,<br />

annotador de Southey, algumas referencias<br />

ao famoso Nicoláo, figurando-o como successor<br />

de Sepé. Referindo-se ao combate que se travou<br />

no dia 10 de Fevereiro de 1756, junto ás lombas ou<br />

coliinas de Caaybaté, diz4 que á testa de um exercito<br />

de 2.500 indios se achava o "corregedor do<br />

povo de Conceição, o bravo Nicoláo Languirú" c,<br />

Inuma nota, accrescenta que "este Languirú ou<br />

Neenguirú, simples automato, que só obrava pelas<br />

encobertas mollas e impulsão dos jesuitas, he o<br />

mesmo ácerca do qual estes regulares fnventarão<br />

a fabula do rei do Paraguay Nicoláo I, com os<br />

fins de se subtrahirem á imputação de serem o.;<br />

verdadeiros autores da resistencia dos indios (18)."<br />

O visconde de São Leopoldo, na referida nota, faz<br />

menção da History of the Vice-Royality of Buenos<br />

Aires, publicada em Londres em 1807, em que o<br />

seu autor, Wilcoke, se refere ao rei Nicoláo I, divergindo,<br />

porém, que era um frei Nicoláo de Lerico,<br />

jesuita de grande autoridade nas Missões, e<br />

cuja independencia, não sendo reconhecida nem<br />

apoiada pelos chefes da Companhia na Europa, veiu<br />

a decahir. Ayres de Cazal vagamente refere-se ao<br />

"cacique Nicoláo, que na Europa passava por soberano<br />

fantastico do reino guaranitico ", regedor di<br />

missão de Yapegú, dando-o, erradamente, sem duvida,<br />

como tendo 70 annos de idade e alquebrado,<br />

isto em 1768, quando os jesuitas foram expulsos c<br />

as reducçõcs entregues ao dominio lusitano (19).<br />

Vamos encontrar na Historia do Brazil do padre<br />

Galanti um vago commentario á Southey, por onde<br />

se verifica que um escriptor francez se havia referido<br />

ao assumpto (20). Com effeito, Crétineau-<br />

(15) Obra cit., pag. 265.<br />

(16) "Diário Historico de la rebelion y guerra<br />

de los pueblos guaranis, situados em la costa<br />

oriental dei rio Uruguay, dei afio de 1754", version<br />

Castellana de la obra escrita en latin, Buenos<br />

Aires. Imprenta dei Estado, 1836, na collecion<br />

de "Obras y documentos relativos a la historia<br />

antigua y moderna de las províncias dei Rio de<br />

la Plata", de Pedro de Angelis, Buenos Aires, Imprenta<br />

dei Estado, 1836.<br />

(17) Ferdinand Dénis: "Brésil", Firmin Didot,<br />

Fréres, Fils & C., Paris, 1843, 171.<br />

(18) Visconde de S. Leopoldo: "Annaes da<br />

Provinda de S. Pedro", Typographia de Cazimir,<br />

Paris. 1839, 77.<br />

(19) "Corograpliia Brazilica ou Relação Historico-Geographica<br />

do Reino do Brazil", na Impressão<br />

Regia. Rio de Janeiro, 1827, I, 161.<br />

(20) Raphael Galanti: "Compendio de Historia<br />

do Brazil", Duprat & C., S. Paulo, 1905, III,<br />

286 e 287.

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