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KARLA DANIELE DE SOUZA ARAÚJO GULART A ... - UFPE PPGL

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TEXTO (4)<br />

ANEXO 4<br />

Por mares nunca dantes navegados<br />

Orçado em R$2 mi, ―Os Lusíadas‖, baseado no clássico de Camões, inaugura a Estação das Artes em São Paulo<br />

Depois de enfrentar rajadas que a impediram de ancorar na praia dos 500 anos de<br />

descobrimento em 2000 (para se ter idéia, houve três substituições de diretores), a epopeia musical<br />

―Os Lusíadas‖ finalmente desfruta de vento em popa e aporta amanhã em São Paulo, para convidados,<br />

e a partir de sábado, para o público.<br />

A superprodução de R$ 2 milhões é um projeto da empresária Ruth Escobar, que trocou a<br />

realização de mais uma edição do Festival Internacional de Artes Cênicas (Fiac) pela encenação da<br />

epopéia musical.<br />

O espetáculo inaugura a Estação das Artes, espaço conjugado à Estação Júlio Prestes, na<br />

região central de São Paulo, que servirá como palco de outras realizações da Secretaria Estadual da<br />

Cultura, em parceria com a Companhia Paulista de Trens Urbanos.<br />

Quem assina a adaptação do clássico do poeta português Luís Vaz de Camões (1524-1580) é o<br />

dramaturgo José Rubens Siqueira, que promete não perder o ―prazer lúdico‖ do texto original.<br />

Publicado pela primeira vez em 1572, em Lisboa, ― ‗Os Lusíadas‘ são o poema dos<br />

descobrimentos, do desvendamento dos mares e terras, e da afirmação do poder do homem sobre os<br />

elementos, mas também da afirmação dos valores cavalheirescos caracteristicamente medievais‖,<br />

afirma a pesquisadora Cleonice Berardinelli em ―Estudos Camonianos‖ (editora Nova Fronteira).<br />

São dez cantos poéticos que narram, à altura do grego Homero (Ilíada e Odisséia) e do latino<br />

Virgílio (Eneida), a viagem do navegador português Vasco da Gama. Ao mesmo tempo que faz uma<br />

retrospectiva histórica de Portugal, inclusive sobre os primórdios míticos do país, ele lança profecias.<br />

Camões estruturou seu ápico a partir da metade do trajeto, quando a tripulação chega à cidade<br />

africana de Melinde. Ao final, a caravela alcança a Ilha dos Prazeres, o paraíso prometido por Vênus a<br />

seus protegidos que retornam à pátria. Nessa instância, deuses e homens se amam.<br />

Encenador de óperas como ―II Guarany‖, de Carlos Gomes, o diretor Iacov Hillel define o<br />

espetáculo como um épico musical, que apoia-se com frequência no universo erudito, sobretudo no<br />

canto lírico. ―Há cenas de canto e representação, mas fujo do relaismo psicológico em favor da<br />

projeção simbólica do poema de Camões‖, diz Hillel, 51. São 33 atores, cantores ou dançarinos, mais<br />

30 profissionais atrás da coxia.<br />

Na Estação das Artes, uma concepção do arquiteto Ruy Ohtake o público senta em cadeiras<br />

dispostas lateralmente no corredor de 50 m de comprimento e 16 de largura. ―Os espectadores ficam<br />

de frente um para o outro, como testemunhas da história‖, diz Hillel. Um dos destaques da cenografia,<br />

de Renato Theobaldo, é a caravela de 4,40 m de altura feita com tramas de ferro.<br />

SANTOS, Valmir. In: Folha de S. Paulo, p.1, 22 mar. 2001. Folha Ilustrada.<br />

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