17.04.2013 Views

relatório crítico do projecto de vida ao projecto de cuidados para ...

relatório crítico do projecto de vida ao projecto de cuidados para ...

relatório crítico do projecto de vida ao projecto de cuidados para ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Por Iniciativa <strong>do</strong> próprio e aparentemente autónomos, surgem pessoas que optam<br />

pelo lar / estrutura resi<strong>de</strong>ncial chegan<strong>do</strong> alguns a ficar em regime semi-aberto ou<br />

aberto:<br />

Muitas <strong>de</strong>stas pessoas per<strong>de</strong>ram a “confiança <strong>de</strong> estar sós”, outras não querem sentir-se<br />

“far<strong>do</strong>s” <strong>para</strong> as famílias, geralmente acompanhadas <strong>de</strong> sintomas somáticos difusos,<br />

sentem-se <strong>do</strong>entes mas não sabem bem o que têm e vivem em angústia, procuram estar<br />

próximas “<strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s e das atenções <strong>de</strong> alguém”.<br />

Quan<strong>do</strong> fazemos um levantamento das razões que levaram as pessoas a serem<br />

encaminhadas ou a optarem por um Lar / estrutura Resi<strong>de</strong>ncial inferimos que na sua origem<br />

estão questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental “Incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar só”; “<strong>de</strong>pendência psicológica e<br />

física”; “solidão”; “luto”; “<strong>de</strong>pressão”; “somatizações”; “relação com a família”; “alteração <strong>do</strong><br />

pensamento”; “angustia”; “perda da confiança e auto-estima”, etc.<br />

Ao elaborarmos as histórias <strong>de</strong> <strong>vida</strong> reforçamos esta i<strong>de</strong>ia e constatamos também que um<br />

número consi<strong>de</strong>rável daqueles casos em que as funções estão lesadas como a memória e<br />

outras funções cognitivas na origem <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>stes casos estiveram as perdas: lutos,<br />

<strong>de</strong>socupação, incompreensões em relação <strong>ao</strong>s esta<strong>do</strong>s emocionais, <strong>de</strong>pressões, falta <strong>de</strong><br />

apoio a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> em momentos <strong>crítico</strong>s. Em suma, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a várias circunstâncias o indivíduo<br />

não se conseguiu adaptar a mudanças que surgiram na sua <strong>vida</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> Grinberg, L. & Grinberg, R (1998), surge nalguns indivíduos uma “angústia face à<br />

mudança” <strong>de</strong>terminada, fundamentalmente, por fantasias <strong>de</strong> perda ou aniquilação da sua<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Estes autores no seu trabalho intitula<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e mudança referem ainda que a<br />

progressiva diferenciação que a criança vai estabelecen<strong>do</strong> entre o seu Self e não Self, a<br />

partir <strong>do</strong> seu nascimento, passa por variadas vicissitu<strong>de</strong>s no <strong>de</strong>curso das suas diferentes<br />

crises evolutivas como as que ocorrem no <strong>de</strong>smame, no conflito edipiano, na latência, na<br />

puberda<strong>de</strong> e na a<strong>do</strong>lescência, na meia-ida<strong>de</strong> e na velhice.<br />

Estas crises, relacionadas não apenas com o vinculo temporal mas também o espacial e o<br />

social, promovem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaborar lutos pelas experiencias passadas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

inevitável transformação sofrida na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s vínculos objectais, e pelos aspectos<br />

perdi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> self em cada um <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s da evolução.<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!