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mulgada pelo prefeito, após ser votada<br />
e aprovada pela Câmara Municipal<br />
de Vereadores.<br />
A iniciativa visa a padronização<br />
dos painéis, limitando a distância,<br />
o tamanho e a quantidade de texto.<br />
Baroni explica que as mídias<br />
indicativas, utilizadas para sinalizar<br />
que há um estabelecimento no<br />
local, ta<strong>mb</strong>ém terão de se adequar<br />
às normas estabelecidas. “Com esse<br />
regramento, temos como pretensão<br />
reduzir pelo menos 50% da mídia<br />
existente”, projeta.<br />
Atualmente, aqueles que desejam<br />
anunciar às margens da rodovia<br />
necessitam ter a autorização<br />
da Secretaria Municipal do Meio<br />
A<strong>mb</strong>iente. No entanto, a presença<br />
de anúncios clandestinos é grande,<br />
pois muitos donos de terrenos<br />
baldios vendem o espaço para diferentes<br />
empresas, sem a licença da<br />
secretaria do Meio A<strong>mb</strong>iente. Na visão<br />
do secretário, essa atitude compromete<br />
a segurança, pois se trata<br />
de algo feito de maneira irregular,<br />
além de aumentar a poluição visual.<br />
Outra questão muito presente, em<br />
se falando de publicidade ao ar livre,<br />
são os anúncios de motéis e casas<br />
de massagem. “A ideia é impor<br />
a utilização de chamamentos mais<br />
discretos nesse desse tipo de anúncio,<br />
pois, desse modo, sem elementos<br />
apelativos na estrada, podemos<br />
evitar acidentes”, frisa Baroni.<br />
João Pedro Nunes da Silveira,<br />
diretor geral da Hmídia, empresa<br />
desenvolvedora de publicidade ao<br />
PRIMEIRA IMPRESSÃO | JULHO/2011 | 31<br />
ar livre e presidente da Associação<br />
Gaúcha das Empresas de Propaganda<br />
ao Ar Livre (Agepal), acredita que<br />
os anúncios irregulares prejudicam<br />
o conceito de mídia exterior. “A<br />
empresa possui um engenheiro responsável<br />
pela estrutura dos painéis,<br />
além de trabalhar com designers e<br />
agências de publicidade no desenvolvimento<br />
do conteúdo dos anúncios.<br />
Tudo é planejado para oferecer<br />
um bom serviço”, garante.<br />
Além disso, crê que o projeto de<br />
lei só trará benefícios para as empresas<br />
e seus clientes. “A fiscalização<br />
vai aumentar, e os espaços para<br />
a publicidade serão restritos, fazendo<br />
com que os anúncios fiquem mais<br />
destacados. O conceito de mídia visual<br />
vai melhorar muito”, prevê. A<br />
publicidade externa é uma das mais<br />
acessíveis, juntamente com a publicidade<br />
feita no rádio. Pequenas e<br />
médias empresas veem nela a possibilidade<br />
de fornecer maior visibilidade<br />
ao seu produto, principalmente<br />
nas estradas mais movimentadas,<br />
como a BR-116, que já carece de vagas<br />
para anúncios. O custo varia de<br />
R$ 800 a R$1.500 reais, dependendo<br />
do tipo de mídia utilizada.<br />
Usuária da BR-116, a presidente<br />
da OAB, Subseção de Canoas, Neusa<br />
Maria Rolim Bastos, acredita que o<br />
projeto irá melhorar o aspecto visual<br />
da cidade: “As propagandas chamam<br />
a atenção de uma forma indevida.<br />
Com a padronização, teremos<br />
maior possibilidade de perceber<br />
a nossa cidade”. Para o motorista<br />
IMPRESSÕES DE REPÓRTER<br />
uando o tema br-116 foi escolhido,<br />
“Qa primeira impressão que nos veio à<br />
mente foi a da poluição visual que ladeia a<br />
rodovia. le<strong>mb</strong>ranças dos mais variados tipos<br />
de frontlights, outdoors e painéis nos fizeram<br />
refletir sobre o contexto que está inserido<br />
em uma propaganda externa. além disso, o<br />
município le<strong>mb</strong>rado como o mais “poluído”<br />
pelas mídias foi canoas. tínhamos a ideia<br />
de que essa poluição visual era bem aceita<br />
por todos que desfrutavam dos anúncios<br />
publicitários espalhados ao longo da rodovia.<br />
Jacques Cardoso, que há sete anos<br />
realiza o transporte universitário de<br />
Porto Alegre até a Unisinos, a publicidade<br />
na rodovia é indiferente.<br />
“Até percebo que o anúncio mudou,<br />
mas como sou responsável por outras<br />
vidas, procuro não prestar muita<br />
atenção nisso. Já vi um anúncio<br />
caindo dentro de um pátio, durante<br />
uma ventania”, relata.<br />
De acordo com o coordenador<br />
Trein, a sanção do projeto não<br />
prejudicará a comunicação: “Os<br />
anunciantes podem perder o espaço,<br />
mas vão achar outras formas de<br />
anunciar seus produtos”. As mídias<br />
visuais abrangem um universo composto<br />
por desejo, economia, produtos,<br />
cores, formas e polêmicas que<br />
transmitem diferentes sensações<br />
aos espectadores.<br />
Diante do universo das mídias visuais,<br />
que contracenam com o brilho<br />
das estrelas, não podemos negar que<br />
esse desordenado mundo midiático<br />
protagoniza nossa viagem. Centenas<br />
de apelos publicitários roubam o cenário<br />
da natureza, a fim de compor o<br />
desejo do ser humano, seja ele qual<br />
for. Cabe a cada um de nós refletir<br />
até onde queremos ser abduzidos<br />
pelos apelos publicitários e conviver<br />
em harmonia com essa imensidade<br />
de tecnologias desenfreadas e largadas<br />
ao léu, sem que haja prejuízo<br />
para a nossa saúde. Quiçá que as estrelas<br />
permaneçam protagonizando<br />
o cenário de nossas rodovias e possamos<br />
andar livres das amarras da<br />
poluição visual.<br />
entendíamos, ainda, que a iniciativa do<br />
projeto legalizando e limitando o número<br />
dessas mídias traria impactos negativos à<br />
população em geral. a partir do momento<br />
em que começamos a ouvir nossas fontes,<br />
constatamos que a nossa primeira impressão<br />
era contrária à realidade investigada. Foi muito<br />
gratificante realizar esta pauta. corremos<br />
contra o tempo e passamos vários dias em<br />
canoas, ouvindo diferentes fontes, que<br />
geraram as opiniões e nos ajudaram a refletir<br />
sobre o tema.”