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Epodes – Odes

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8 HORÁCIO<br />

2. VOTOS A UM INIMIGO.<br />

Sôlto com um mau presságio, sai do pôrto o navio que<br />

leva o fétido Mévio (5). Lembra-te, ó Austro (6), de açoitar-lhe<br />

ambos os flancos com ondas terríveis! Que o sombriü Euro<br />

espalhe no mar rev?lto as amarras e os remos partidos; e o<br />

Aguilão se erga tão forte como quando, nos altos montes, agita<br />

e quebra as azinheiras; nem no escuro da noite, surja um astro<br />

amigo, do lado onde se põe o triste OrÍon (7), e nem navegue<br />

êle em mar mais calmo do que as tropas gregas vitoriosas quando,<br />

de Tróia incendiada, Palas voltou sua ira contra o navio do<br />

Ímpio Ájax (8).<br />

Oh! quanto hão' de suar teus marinheiros e que palidez<br />

será a tua, que choradejra pouco viril, que preces ao adverso<br />

Júpiter quando, a rugir, o Gôlfo Jônio houver rompido, com o<br />

chuvoso Noto, a tua quilha! E se, estendido na curva praia,<br />

como uma rica prêsa, servires de alimento às aves marinhas,<br />

imolarei às Tempestades (9) um lascivo bode e uma pequena<br />

ovelha. (Epodi, X)<br />

(5) Mévio é, talvez, um poetastro inimigo de Horácio e de Vergílio;<br />

êste também o menciona (Buc. llI, 90).<br />

(6) Austro, Euro, Aquilâo, Noto são nomes de ventos ..<br />

(7) A constelação de OrÍon é dita triste porque seu tramontar é<br />

acompanhado de tempestades.<br />

(8) Ájax, um dos heróis da guerra de Tróia, ao. voltar para a Grécia<br />

foi fulminado por Palas, a quem tinha ofendido.<br />

(9) As Tempestades eram tidas como divindades.<br />

1. A VIDA É BREVE ...<br />

ODES<br />

Esvai-se o duro inverno ao grato retomar da primavera e<br />

as máquinas arrastam para o mar os navios em sêco; já não<br />

se alegra o gado em ficar nos estábulos e nem o lavrador em<br />

estar junto ao fogo, e a branca neve já não alveja os prados.<br />

Vênus, a Citeréia (10), dirige as dadças à luz da lua e as belas<br />

Graças, junto com as Ninfas, batem a terra com um pé, com<br />

outro; e, enquanto isso nas fatigantes forjas dos Cic10pes (11),<br />

arde Vulcano.<br />

Nesta ocasião convém cingirmos a cabeça luzente de perfumes<br />

com o verde mirto ou com as. flôres que a terra produz,<br />

livre do gêlo; e imolarmos a Fauno (12), nos umbrosos bosques<br />

sagrados, uma ovelhinha ou um cabrito, como êle preferir. A<br />

pálida Morte pisa com o justo pé as cabanas dos pobres e os<br />

palácios dos reis. Ú afortunado Séstio, a breve duração da vida<br />

não permite que concebamos uma grande esperança. Logo te<br />

cobrirá a noite, a sombra da região dos manes (13), a exígua<br />

morada de Plutão; e., quando ali chegares,- não sortearás com<br />

(10) Vênus era chamada Citeréia porque a ilha de Citera, no mar Egeu,<br />

era uma das mais antigas sedes de seu culto.<br />

(11) Os Ciclopes eram gigantes que forjavam no Etna (vulcão da<br />

Sicília), os raios de Júpiter, sob as ordens de Vuicano, o deus do fogo;<br />

forjavam-nos na primavera para que Júpiter os usasse no verão.<br />

(12)<br />

dos prados.<br />

Fauno era um deus itálico, protetor dos bosques, dos montes e<br />

(13) Os manes eram as almas dos mortos.

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