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1ª edição - Hospital Sírio Libanês

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Redução de risco para<br />

câncer de mama<br />

Dr. José Roberto Filassi<br />

O câncer de mama é na atualidade a<br />

segunda neoplasia maligna mais freqüente<br />

e a principal causa de morte por câncer no<br />

sexo feminino.<br />

Os programas de rastreamento do<br />

câncer de mama visam diagnosticar as doenças<br />

em fases precoces, antes que causem<br />

sintomas, e, com isto, propiciar a maior<br />

possibilidade de tratamento curativo.<br />

A mamografia é o exame realizado<br />

nestes programas e vem mostrando diminuição<br />

na mortalidade específica pelo câncer<br />

de mama.<br />

O conhecimento dos fatores que aumentam<br />

a chance de desenvolvimento da<br />

doença pode proporcionar resultados futuros<br />

melhores do que os programas de rastreamento,<br />

por impedir o aparecimento de<br />

doença.<br />

Podemos dividir os vários fatores de<br />

risco para câncer de mama em dois grupos<br />

distintos:<br />

a) Fatores não modificáveis: são os<br />

que independem do indivíduo:<br />

Sexo: o câncer de mama pode ocorrer<br />

em homens, mas é muito mais<br />

freqüente entre as mulheres, na proporção<br />

de 1 homem para 100 a 170<br />

mulheres afetadas;<br />

Idade: como ocorre com a maioria<br />

das doenças malignas, a incidência do<br />

câncer de mama aumenta com a idade.<br />

Antes dos 30 anos é extremamente<br />

raro e a partir dessa idade a curva de<br />

incidência começa a aumentar rapidamente,<br />

até em torno de 75-80 anos;<br />

A idade em que as menstruações têm<br />

início também é importante. Início<br />

após os 14 anos constitui um fator<br />

protetor para o câncer de mama;<br />

Biópsias de mama com diagnóstico de<br />

lesões com células atípicas constituemse<br />

em lesões precursoras, isto é, lesões<br />

que podem se transformar em câncer.<br />

História familiar de câncer de mama:<br />

mulheres que têm na família pelo menos<br />

dois parentes de 1º ou 2º graus<br />

afetados, ou parente jovem de primeiro<br />

grau com diagnóstico da doença.<br />

Dentre os fatores descritos acima, a<br />

história familiar e as biópsias com atipia aumentam<br />

significativamente a probabilidade<br />

de desenvolver o câncer de mama inclusive<br />

em idade mais jovem. Estas mulheres têm<br />

alto risco de desenvolver a doença e devem<br />

receber atenção especializada.<br />

b) Fatores Modificáveis: são os que<br />

dependem do comportamento, hábitos e<br />

vontade do indivíduo, onde de alguma forma<br />

é possível atuar para reduzir o risco de<br />

desenvolvimento do câncer.<br />

Gravidez a termo (de 9 meses) em idade<br />

mais jovem proporciona considerável proteção<br />

para o câncer de mama. Os estudos<br />

mostram que o hábito de fumar, de beber<br />

e a obesidade, principalmente após a menopausa,<br />

aumentam o risco para câncer de<br />

mama. Por outro lado, a atividade física e a<br />

amamentação diminuem significativamente<br />

o risco.<br />

Estas orientações podem ser seguidas<br />

por todas as mulheres, visando à redução individual<br />

de risco da doença.<br />

No grupo de alto risco estas medidas<br />

são aplicáveis, porém ações mais efetivas<br />

tornam-se necessárias. Atualmente para este<br />

grupo de mulheres existem duas formas de<br />

ação preventiva: a quimioprevenção e a cirurgia<br />

redutora de risco.<br />

A quimioprevenção é o uso de medicamentos<br />

que diminuem a incidência do<br />

câncer por agir impedindo a ação do hormônio<br />

feminino, o estrogênio, nas células do tecido<br />

mamário. São eficazes, pois reduzem a<br />

incidência do câncer em 50% a 85%, porém<br />

podem causar efeitos colaterais importantes<br />

e em algumas circunstâncias muito graves,<br />

trombose e catarata.<br />

A droga mais utilizada atualmente<br />

chama-se Tamoxifeno, usado na dose diária<br />

de 20 mg, durante cinco anos. Outra droga<br />

utilizada na quimioprevenção é o Raloxifeno,<br />

na dose diária de 60 mg e também por cinco<br />

anos. Este medicamento foi estudado apenas<br />

para mulheres na pós-menopausa e por<br />

isto só pode ser indicado nestas condições.<br />

O outro procedimento preventivo são<br />

as cirurgias redutoras de risco.<br />

A amamentação reduz o risco de câncer de mama<br />

A retirada do tecido mamário de ambas<br />

as mamas com reconstrução no próprio<br />

ato cirúrgico pela cirurgia plástica pode reduzir<br />

o risco de desenvolvimento de doença<br />

em até 90%.<br />

A mastectomia profilática, como é<br />

chamada, tem sido indicada nos casos de<br />

alto risco onde o desenvolvimento do câncer<br />

dificilmente seria evitado com a quimioprevenção.<br />

Esta situação ocorre nas mutações<br />

dos genes ligados ao câncer de mama, denominados<br />

BRCA1 e BRCA2. Estas cirurgias,<br />

embora eficazes, podem causar complicações<br />

em até 30% dos casos.<br />

As alterações destes genes também aumentam<br />

muito o risco para câncer de ovário,<br />

que tem índice de mortalidade bem maior<br />

que o câncer de mama. Desta maneira, a<br />

retirada dos ovários após a prole constituída<br />

deve ser considerada, reduzindo o risco de<br />

câncer de ovário em até 95% e também do<br />

câncer de mama em 50%. Apesar da menopausa<br />

cirúrgica com seus efeitos indesejáveis<br />

causados pela retirada dos ovários, as mulheres<br />

que optaram por este procedimento<br />

não se arrependeram e o aconselhariam para<br />

outras mulheres.<br />

Em conclusão, para a maioria da população<br />

feminina a melhor forma de redução<br />

de risco para câncer de mama são os hábitos<br />

adequados de vida desde a adolescência,<br />

ficando as ações preventivas com medicamentos<br />

ou cirurgias reservadas para o grupo<br />

especial de mulheres com alto risco.<br />

2 Boletim da Masto out/nov/dez - 2008 Entre em contato com o Núcleo da Masto pelo telefone: (11) 3155-0854 ou e-mail: nucleo.mastologia@hsl.org.br

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