17.04.2013 Views

BULLYING E HOMOFOBIA NOS CONTEXTOS DE TRABALHO: UM ...

BULLYING E HOMOFOBIA NOS CONTEXTOS DE TRABALHO: UM ...

BULLYING E HOMOFOBIA NOS CONTEXTOS DE TRABALHO: UM ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDA<strong>DE</strong>S<br />

Educação, Saúde, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />

20 a 31 de Julho de 2009<br />

Salvador - BA<br />

heteronormatividade, partindo-se dos referentes sexo e gênero. Para a autora, o sexo é gênero desde<br />

o início. Isso quer dizer que não é a genitália, o biológico, que irá determinar o gênero de um<br />

indivíduo e fazer com que ele(a) aja na sociedade de uma determinada maneira, como as feministas<br />

da chamada primeira fase do movimento acreditavam. O sexo, assim como o gênero, são<br />

construções sociais, produzidos através da coerção do aparato da heteronormatividade, desde o<br />

início da vida de um indivíduo. As normas regulatórias do sexo são responsáveis por materializar a<br />

diferença sexual dos corpos, a serviço dessa heteronormatividade.<br />

Logo, a heteronormatividade é a matriz heterossexual imposta aos indivíduos da sociedade,<br />

e que não é natural, mas sim “imaginária” – já que nem sempre ela acontece, como nos casos de<br />

homossexualidade (BUTLER, 2003,p.239). Assim, a heteronormatividade, ou seja, a reiteração da<br />

norma corpo/gênero/sexualidade se constitui na regulação do gênero como forma de manter a<br />

ordem heterossexual. Ou seja, as práticas sexuais ditas não normais colocam em xeque a<br />

estabilidade do gênero na definição do que é ou não "normal" e por isso possível, em termos da<br />

sexualidade e de uma vida inteligível.<br />

Desse modo, a partir de Buther (2003), é possível se compreender que, não somente a<br />

heteronormatividade, mas também a instituição masculina e a homofobia não são “a origem, mas o<br />

efeito” da proibição da homossexualidade (2003, p.51-52). Revelando-se, portanto, o bullying<br />

homofóbico nos contextos de trabalho, como fruto da heteronormatividade compulsória.<br />

Nesse contexto, o combate a homofobia representa o combate ao “bullying homofóbico”,<br />

ao machismo e a possibilidade de vivências de outros tipos de ser homem, de outras<br />

masculinidades. Pois, é nesse encontro entre a negação da homossexualidade e a afirmação da<br />

masculinidade, que surge à violência – múltiplas e variadas – destacando-se aqui, o bullying<br />

homofóbico no trabalho através de difamações, humilhações e perseguições ao sujeito<br />

homossexual. Desse modo, lutas e batalhas contra o preconceito devem ser constantes, pois os<br />

efeitos do bullying gerado pela homofobia, como assinalam Pocahy e Nardi (2007, p.4) vão além da<br />

dor: “Eles determinam lugares e posições para uma vida, reafirmando, no campo da norma, o lugar<br />

dos sujeitos na posição de impensáveis, na ordem do precário e do desprezível. Trata-se, sobretudo,<br />

em um ato de desumanização do outro, através de palavras, gestos e condutas”.<br />

CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!