o olhar de alunos e alunas de um colégio noturno, aracaju-se
o olhar de alunos e alunas de um colégio noturno, aracaju-se
o olhar de alunos e alunas de um colégio noturno, aracaju-se
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />
Educação, Saú<strong>de</strong>, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />
20 a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />
Salvador - BA<br />
Segundo Andra<strong>de</strong> (2004) permitir o acesso à educação às mulheres faria com que elas<br />
pu<strong>de</strong>s<strong>se</strong>m ter <strong>um</strong>a consciência <strong>de</strong> <strong>se</strong>us direitos e, assim adquirirem arg<strong>um</strong>entos para reivindicá-los.<br />
Durante muitos séculos as mulheres ficaram circunscritas ao ambiente doméstico. Não era aceito<br />
que estas ocupas<strong>se</strong>m o espaço público. Dessa forma, o único trabalho admitido para elas no espaço<br />
público era a prostituição.<br />
Portanto, conforme assinala Sullerot (apud NUNES, 2001, p. 5), “o trabalho da mulher<br />
parecia <strong>se</strong>r a causa da prostituição, já que qualquer mulher, fora <strong>de</strong> sua casa, era, em potência,<br />
‘mulher <strong>se</strong>m valor’.” A mulher só tem valor, portanto, <strong>se</strong> estiver submetida ao domínio <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />
homem, e para que esta não tives<strong>se</strong> idéias impróprias à sua condição, sua escolarização <strong>de</strong>veria <strong>se</strong>r<br />
mínima.<br />
Assim <strong>se</strong>ndo, ob<strong>se</strong>rva-<strong>se</strong> que as mulheres tiveram pouco acesso a escolarização. Tal fato só<br />
muda no século XIX (FREITAS, 2003). Porém, quando <strong>se</strong> fala <strong>de</strong> mulheres prostitutas a<br />
escolarização ainda é muito baixa. Enten<strong>de</strong>r o porquê é o objetivo <strong>de</strong>ssa pesquisa, e <strong>se</strong> existem<br />
motivos que impeçam as mesmas <strong>de</strong> freqüentarem a escola, quais são eles.<br />
A PROSTITUTA<br />
A socieda<strong>de</strong> a criou, a elevou, como as “prostitutas sagradas”, primeiras prostitutas da<br />
história cuja importância residia n<strong>um</strong> “ritual da fertilida<strong>de</strong>” e estava relacionado à fecundida<strong>de</strong>,<br />
principalmente da agricultura. A própria socieda<strong>de</strong> (patriarcal) a excluiu e estigmatizou quando<br />
dis<strong>se</strong> que o ato <strong>se</strong>xual prazeroso era ilícito (ROBERTS, 1998).<br />
Da antiguida<strong>de</strong> à Ida<strong>de</strong> Média, as prostitutas eram “necessárias” por vários motivos, entre<br />
eles: para abrandar os <strong>de</strong><strong>se</strong>jos masculinos dos solteiros e com isso pre<strong>se</strong>rvar a honra das mulheres<br />
solteiras e casadas; como forma <strong>de</strong> evitar a homos<strong>se</strong>xualida<strong>de</strong>, acreditando que <strong>se</strong> os homens<br />
tives<strong>se</strong>m contato <strong>se</strong>xual precocemente com mulheres não apre<strong>se</strong>ntariam os distúrbios da<br />
homos<strong>se</strong>xualida<strong>de</strong>. O próprio Santo Agostinho dizia que “<strong>se</strong> as prostitutas forem expulsas da<br />
socieda<strong>de</strong>, tudo estará <strong>de</strong>sorganizado em função dos <strong>de</strong><strong>se</strong>jos” (RICHARDS, 1993 p. 123). Outra<br />
ob<strong>se</strong>rvação também foi feita na época: "A prostituta na socieda<strong>de</strong> é como o esgoto no palácio. Se <strong>se</strong><br />
tirar o esgoto, o palácio inteiro <strong>se</strong>rá contaminado" (RICHARDS, 1993, p.123).<br />
2