17.04.2013 Views

sugestões de textos para subsidiar o trabalho do professor

sugestões de textos para subsidiar o trabalho do professor

sugestões de textos para subsidiar o trabalho do professor

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Assim, as várias maneiras <strong>de</strong> ser e as formas diversas <strong>de</strong> se pôr constituem os diferentes ethos<br />

existentes. Tanto nos sistemas culturais quanto nas tradições religiosas existem diferentes verda<strong>de</strong>s<br />

e diferentes caminhos <strong>de</strong> salvação.<br />

Caso o ethos não venha a ser acolhi<strong>do</strong> e respeita<strong>do</strong> como tal, o Ensino Religioso po<strong>de</strong>rá oscilar<br />

entre o moralismo e o espiritualismo, isto é, ou se aplicará o código moral <strong>de</strong> uma tradição ou se<br />

anulará a experiência histórica das tradições. O ethos é, assim, a um tempo, meta e méto<strong>do</strong>, fim e<br />

meio. Ou seja, o ethos constitui tanto ponto <strong>de</strong> partida quanto ponto <strong>de</strong> chegada. Desse mo<strong>do</strong>, as<br />

expressões religiosas concretas existentes emergem como valor constituinte e ação significante da<br />

condição humana.<br />

Sem uma perspectiva ética a vida humana carece <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>, torna<strong>do</strong>-se conflituosa em relação à<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> se organizar a prática <strong>do</strong> bem<br />

comum. Por isso, conforme a tradição aristotélica, a prática das virtu<strong>de</strong>s torna-se fundamental.<br />

Inexiste, pois, processo educacional que não comporte transmissão <strong>de</strong> valores, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s, alargamento da consciência a respeito <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong>veres <strong>para</strong> consigo e <strong>para</strong> com os<br />

<strong>de</strong>mais, isto é, <strong>de</strong>veres <strong>para</strong> com a humanida<strong>de</strong>.<br />

EIXO: RITOS<br />

ENSINO RELIGIOSO: O MITO COMO CONTRIBUIÇÃO NA EDUCAÇÃO HUMANA<br />

Elizandra <strong>do</strong>s Santos Brasil1<br />

Ivone <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Dmengeon²<br />

O que é mito?<br />

Des<strong>de</strong> os primórdios da humanida<strong>de</strong> estamos em meio e contribuímos com as evoluções. As<br />

<strong>de</strong>scobertas, as criações e invenções sempre foram uma constante na vida das pessoas. Parece<br />

que isso é uma prova que o ser humano quer buscar algo que ao mesmo tempo parece estar ao<br />

seu alcance pela sua inteligência e em contrapartida através das suas busca anseia pelo não<br />

<strong>de</strong>svenda<strong>do</strong> como se fosse a resposta sobre as indagações a respeito <strong>do</strong> mistério <strong>de</strong> estar e<br />

permanecer vivo. O <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> interpela, incita, provoca a ação em favor <strong>de</strong> uma resposta que<br />

seja a<strong>de</strong>quada às inspirações mais íntimas que cada ser traz em seu interior. On<strong>de</strong> está a origem<br />

da vida, então? Qual o significa<strong>do</strong> que ela tem <strong>para</strong> cada pessoa? Daí a importância <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s<br />

aqueles que são compromissa<strong>do</strong>s com a educação façam o esforço <strong>de</strong> trabalhar a partir da sua<br />

formação, <strong>para</strong> que as diversas matizes a respeito da significação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> da vida seja abarca<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> maneira a valorizar o que todas a Tradições Religiosas dizem.<br />

O mito é fantasia, porém é concretu<strong>de</strong>. Mito é a extensão <strong>do</strong> anseio, <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> ser humano <strong>de</strong><br />

explicar e ser explica<strong>do</strong>, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong>. Para ELÍADE (P.17 1972), “... conhecer os<br />

mitos é apren<strong>de</strong>r o senti<strong>do</strong> da origem das coisas... Apren<strong>de</strong>m-se não somente como as coisas<br />

vieram à existência, mas também on<strong>de</strong> encontrá-las e como fazer com que reapareçam quan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>saparecerem”.Daí a importância <strong>de</strong> procurar conhecer o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> diferentes mitos, e <strong>de</strong> aplicálos<br />

no cotidiano abrin<strong>do</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>para</strong> que o respeito entre o diferente seja estabeleci<strong>do</strong> e<br />

caminhe <strong>para</strong> uma permanência sempre maior e eficaz; e <strong>para</strong> que to<strong>do</strong>s sejam privilegia<strong>do</strong>s da<br />

fonte <strong>de</strong> enriquecimento que as diversas tradições religiosas existentes têm a oferecer a partir das<br />

suas estruturas, <strong>do</strong>utrinas, ritos. “O erro mais trágico e persistente <strong>do</strong> pensamento humano é o<br />

conceito <strong>de</strong> que as idéias são mutuamente exclusivas”.(PCNs, p.20). Neste senti<strong>do</strong>, caminha-se<br />

<strong>para</strong> o fechamento em si mesmo e alargam-se as chances <strong>para</strong> o empobrecimento acresci<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

uma ignorância sovina e <strong>de</strong>strutiva. Um verda<strong>de</strong>iro senti<strong>do</strong> da importância <strong>do</strong> outro no curso das<br />

coisas, vem da <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> cada ser a respeito <strong>de</strong> seus próprios conceitos enquanto participante<br />

<strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> religiosa e/ou mesmo como ser religioso; isso possibilita, (supõe-se) um<br />

caminho <strong>para</strong> a alterida<strong>de</strong> e o abrir-se <strong>para</strong> enriquecer e ser enriqueci<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> que<br />

advém <strong>de</strong> outrem não como ameaça mas como partilha benéfica e como companheiros <strong>de</strong> jornada<br />

a procura <strong>do</strong> mesmo fim: o senti<strong>do</strong> da existência.<br />

O mito, segun<strong>do</strong> a ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA DO BRASIL, “constitui uma realida<strong>de</strong> antropológica<br />

fundamental, pois ele não só representa uma explicação sobre as origens <strong>do</strong> homem e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

em que se vive, como traduz por símbolos ricos <strong>de</strong> significa<strong>do</strong> o mo<strong>do</strong> como um povo ou civilização<br />

enten<strong>de</strong> e interpreta a existência.” (p. 85, 1997) O ser humano anseia por <strong>de</strong>svendar o seu fim<br />

último, indaga-se <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio, o que faz aqui neste mun<strong>do</strong> e <strong>para</strong> on<strong>de</strong> vai, essas perguntas são<br />

pertinentes durante sua breve vida. Sua busca é em prol <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento cultural, social,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!