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sugestões de textos para subsidiar o trabalho do professor

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<strong>de</strong> cunho religioso e busca o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua espiritualida<strong>de</strong>. Certas culturas religiosas, tais<br />

como, por exemplo, as indígenas, têm uma relação cotidiana com o que é sagra<strong>do</strong>. Já <strong>para</strong> outras<br />

tradições religiosas, o sagra<strong>do</strong> está em oposição ao profano. Tem-se aqui uma relação <strong>de</strong> opostos.<br />

O cristianismo, por exemplo, é uma religião que aponta constantemente <strong>para</strong> a existência <strong>de</strong><br />

polarida<strong>de</strong>s: Deus e diabo, lugares sagra<strong>do</strong>s e lugares profanos, santida<strong>de</strong> e peca<strong>do</strong>, etc. Há muitas<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão e <strong>de</strong> classificação <strong>do</strong>s lugares sagra<strong>do</strong>s. De maneira sintética,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que se divi<strong>de</strong>m em: lugares construí<strong>do</strong>s pelo ser humano e lugares da natureza.<br />

Todas as casas <strong>de</strong> reza da população indígena, igrejas <strong>do</strong>s cristãos, mesquitas islâmicas,<br />

sinagogas <strong>do</strong>s ju<strong>de</strong>us, terreiros <strong>de</strong> can<strong>do</strong>mblé e umbanda, Ashrams e templos hinduístas, entre<br />

outros, são exemplos <strong>de</strong> lugares sagra<strong>do</strong>s construí<strong>do</strong>s pela mão humana. Em suma, o traça<strong>do</strong>, a<br />

configuração física religiosa, transmite mensagens sobre o entendimento que <strong>de</strong>terminada cultura<br />

religiosa faz <strong>do</strong> culto ao transcen<strong>de</strong>nte e ao sagra<strong>do</strong>. Percebe-se que este traça<strong>do</strong> <strong>de</strong> arquitetura<br />

religiosa transmite, através <strong>de</strong> suas formas, o que está <strong>para</strong> além <strong>de</strong>las, configuran<strong>do</strong> uma<br />

passagem <strong>para</strong> que se estabeleça, religue, o contato entre o mun<strong>do</strong> humano e o divino. Também<br />

são ti<strong>do</strong>s como lugares sagra<strong>do</strong>s algumas cida<strong>de</strong>s. Sabe-se, entre outros casos, que to<strong>do</strong> islâmico<br />

<strong>de</strong>ve fazer o possível <strong>para</strong>, pelo menos uma vez em sua vida, visitar a cida<strong>de</strong> sagrada <strong>de</strong> Meca.<br />

Jerusalém também se configura nos mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> sagrada, como também a cida<strong>de</strong> inca,<br />

construída com pedras, <strong>de</strong>nominada Machu Picchu (Peru), entre outras. Além das cida<strong>de</strong>s,<br />

apresentam-se como lugares sagra<strong>do</strong>s construções como capelinhas, certas casas, alguns túmulos,<br />

etc. Existem verda<strong>de</strong>iras peregrinações a certos túmulos, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como lugares privilegia<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> contato entre os vivos e uma <strong>de</strong>terminada pessoa que já faleceu e que, crê-se, é capaz <strong>de</strong> agir<br />

sobre a vida <strong>do</strong>s vivos, ajudan<strong>do</strong>-os em suas dificulda<strong>de</strong>s; ou, mesmo, por se tratar <strong>de</strong> um túmulo<br />

<strong>de</strong> um ser humano que é ti<strong>do</strong> como um exemplo em vida a ser segui<strong>do</strong> e, por isso, a ser venera<strong>do</strong>,<br />

logo se tornan<strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> o monumento, a construção, que intenta eternizar a memória <strong>de</strong>ssa<br />

pessoa.<br />

Neste mesmo senti<strong>do</strong>, a casa <strong>de</strong> algumas pessoas, tidas como seres <strong>de</strong> alta evolução espiritual,<br />

po<strong>de</strong> também ser local sagra<strong>do</strong>, como, por exemplo, a casa <strong>de</strong> Aurobin<strong>do</strong> (sul da Índia), um Guru<br />

que viveu uma vida <strong>de</strong>dicada à orientação espiritual <strong>de</strong> seu povo. Consi<strong>de</strong>rada como um lugar<br />

sagra<strong>do</strong>, sua casa é visitada diariamente por pessoas que acreditam que a meditação realizada em<br />

contemplação e em contato com a interiorida<strong>de</strong> da habitação <strong>do</strong> mestre po<strong>de</strong>rá trazer-lhes enlevo<br />

espiritual e cura.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, também são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s lugares sagra<strong>do</strong>s aquelesque se encontram na natureza<br />

e que <strong>para</strong> existir não sofreram a intervenção humana. O rio Ganges, por exemplo, <strong>para</strong> os<br />

hinduístas é um rio sagra<strong>do</strong>, no qual as pessoas se banham e realizam suas <strong>de</strong>voções a fim <strong>de</strong><br />

receber a energia espiritual que lhes facultará uma vida <strong>de</strong> evolução.<br />

A pajelança, ritual indígena, também é outra manifestação religiosa humana que se vale <strong>do</strong>s lugares<br />

sagra<strong>do</strong>s da natureza. Certa cura ou certa passagem <strong>de</strong> estágio da vida po<strong>de</strong> advir <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> a<br />

pessoa ficar em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> lugar na natureza, on<strong>de</strong> receberá ensinamentos necessários e on<strong>de</strong><br />

se realizará o seu processo <strong>de</strong> transformação.<br />

Também há lugares sagra<strong>do</strong>s configura<strong>do</strong>s a partir da presença <strong>de</strong> certas coisas consi<strong>de</strong>radas<br />

sagradas. Um exemplo disto é a árvore Baobá, árvore que os negros trouxeram <strong>para</strong> o Brasil no<br />

tempo da escravidão, é uma árvore sagrada <strong>para</strong> os can<strong>do</strong>mblecistas. Esta árvore é consi<strong>de</strong>rada<br />

“planta da vida”, pois vive entre 700 a mil anos. Assim, <strong>para</strong> os can<strong>do</strong>mblecistas, o espaço que ela<br />

ocupa se torna sagra<strong>do</strong> por conta <strong>de</strong> sua existência, pois adquire um significa<strong>do</strong> sagra<strong>do</strong>, já que os<br />

remetem à consciência histórica <strong>de</strong> seus antepassa<strong>do</strong>s.<br />

Até mesmo alguns caminhos ou trilhas po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s sagra<strong>do</strong>s, como é o caso da<br />

peregrinação na Espanha rumo à Santiago <strong>de</strong> Compostela. Conforme alguns relatos, este po<strong>de</strong> ser<br />

um percurso sagra<strong>do</strong>, pois muitos peregrinos relatam uma transformação interior intensa. O<br />

caminho <strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelos historia<strong>do</strong>res uma das rotas mais antigas<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> no quesito peregrinação. Localiza-se no norte da Espanha, na região <strong>de</strong> fronteira próxima<br />

à França, e o trajeto possui cerca <strong>de</strong> 700 quilômetros. O caminho leva esse nome em homenagem<br />

ao padroeiro religioso da Espanha: Tiago, um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>ze apóstolos <strong>de</strong> Jesus Cristo. Os peregrinos,<br />

que refizeram o caminho <strong>de</strong> São Tiago, consi<strong>de</strong>ram que o mais importante não é percorrer to<strong>do</strong> o<br />

trajeto <strong>de</strong> cerca 700 quilômetros, mas, sim, estar nele. Segun<strong>do</strong> os historia<strong>do</strong>res, foi essa região <strong>do</strong><br />

globo que Tiago escolheu <strong>para</strong> levar a palavra <strong>de</strong> Cristo após sua morte. Possui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> um espírito<br />

aventureiro, Tiago teria leva<strong>do</strong> sua mensagem <strong>de</strong> fé <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> país ao litoral, <strong>de</strong>pois retornan<strong>do</strong><br />

à Palestina. Tiago foi <strong>de</strong>capita<strong>do</strong> pelo rei judaico Hero<strong>de</strong>s Agripa, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cesaréia, o qual

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