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PSICOPEDAGOGIA COM ENFASE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ...

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Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena – IES Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena<br />

Pós-Graduação Lato Sensu<br />

Prof.ª Dr.ª Margareth Araújo e Silva<br />

Curso: <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> <strong>COM</strong> <strong>ENFASE</strong> <strong>EM</strong><br />

<strong>EDUCAÇÃO</strong> <strong>ESPECIAL</strong>, INCLUSÃO E LIBRAS<br />

Disciplina: AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA<br />

Prof.ª Dr.ª MARGARETH ARAÚJO E SILVA<br />

Av. Integração Jaime Campos n 145 – Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<br />

www.ajes.edu.br – ajes@ajes.edu.br<br />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<br />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<br />

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Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena – IES Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena<br />

Pós-Graduação Lato Sensu<br />

Prof.ª Dr.ª Margareth Araújo e Silva<br />

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA<br />

Objetivo: Refletir sobre as avaliações psicopedagógicas e suas ferramentas básicas específicas.<br />

Ementa: Sociedade contemporânea e o estudo dos fundamentos da Avaliação Psicopedagógica,<br />

Entrevista e observações; Instrumentos e procedimentos psicomotores, pedagógicos e psicológicos.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

FAGALI, Eloísa. A Construção do Curso de Psicopedagogia: Clinica e institucional. Porto Alegre:<br />

Artes Médicas. 1992<br />

FERNANDEZ. Alicia. O Saber em Jogo: A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento.<br />

Porto Alegre: Artes Médicas. 2003.<br />

FONTANA, Roseli Ap. Cação. Mediação Pedagógica na sala de aula. Ed. Autores Associados,<br />

Coleção Ed. Contemporânea. Campinas, SP, 1996.<br />

GROSSI, E. P. e BORDIN, J. (org.). Paixão de Aprender. 2 ª edição, Vozes, Petrópolis, Rio de<br />

Janeiro, 1992.<br />

HOFFMANN, J. M. L. Avaliação na Pré-escola: Um olhar sensível e. reflexivo sobre a criança. Ed.<br />

Mediação, Porto Alegre, 1996.<br />

__________________. Avaliação Mediadora. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1999.<br />

KRAMER, Sônia e LEITE, I. P. (org.) Infância: Fios e Desafios da Pesquisa. Campinas, São Paulo:<br />

Papirus, 1986.<br />

KUPFER, M. C. M. Freud e a Educação, o mestre do impossível. Ed. Scipione. São Paulo, 1989.<br />

MENDES. Glória Maria. O desejo de conhecer e o conhecer do desejo: Mitos de quem ensina e de<br />

quem aprende. Porto Alegre: Artes Médicas. 2000<br />

MILLOT, Catherine. Freud Antipedagogo. Rio de Janeiro: Zahar, 1987.<br />

PAIN. Sara. Psicopedagogia Operativa: Tratamento educativo da deficiência mental. Porto Alegre:<br />

Artes Médicas. 2001<br />

__________. A função da Ignorância. Porto Alegre: Artes Médicas. 1988 – 2 volumes<br />

PATTO, M. H. S. A Produção do Fracasso Escolar Histórias de Submissão e Rebeldia. T. A.<br />

Queiroz editor, São Paulo, (Biblioteca da Psicologia e) Psicanálise; v.(6), 1993.<br />

RESENDE, Lúcia M. G. de. Relações de Poder no Cotidiano Escolar. Papirus ed. Coleção<br />

Magistério Formação e Trabalho Pedagógico, Campinas, SP, 1995.<br />

RUBINSTEIN & Cols. Psicopedagogia: O caráter interdisciplinar na formação e atuação<br />

profissional. Porto Alegre: Artes Médicas. 2000<br />

SALVADOR César Coll. Aprendizagem escolar e Construção do Conhecimento. Artes Médicas,<br />

Porto Alegre, 1994.<br />

SCOZ. Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar. O problema escolar. Petrópolis: Vozes, Vozes.<br />

SCOZ. BARONE. CAMPOS & MENDES. Psicopedagogia: Contextualização, formação e atuação<br />

profissional. Porto Alegre: Artes Médicas. 2001<br />

SIMÃO, Lívia Mathias. Relações Professor-aluno: Estudo descritivo através de relatos verbais do<br />

professor. Ática, SP, 1986.<br />

VISCA. Jorge. Clinica psicopedagógica: Uma visão diagnóstica. Porto Alegre: Artes Médicas. 2002.<br />

BOSSA, Nádia Aparecida. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto<br />

Alegre: Ed. Artes Médicas, 2ª. Ed. 2000.<br />

GASPARIAN, Maria Cecília Castro. Contribuições do modelo relacional sistêmico para a<br />

psicopedagogia institucional, -São Paulo: Lemos Editorial, 1997.<br />

MONEREO, Carles. O assessoramento psicopedagógico: uma perpectiva profissional e<br />

construtivista./ Carles Monereo e Isabel Sole; trad. Beatriz Affonso Neves – Porto Alegre: Artes<br />

Médicas Sul, 2000.<br />

SCOZ, Beatriz J. Lima et alli. Psicopedagogia – o caráter interior na formação e atuação<br />

profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.<br />

PAIM. Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes<br />

Médicas, 1995.<br />

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VISCA, Joege. Clínica Psicopedagogia – epistemologia convergente. Porto Alegre: Artes Médicas,<br />

1987.<br />

BARBOSA, Laura Mont Serrat. O projeto de trabalho – uma forma de atuação psicopedagógica.<br />

Curitiba, Paraná: Gráfica Arins, 1999.<br />

BOSSA, Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Artes Médicas Sul,<br />

2000.<br />

CASTANHO, Marisa Irene Siqueira. Artigo: Competências na Psicopedagogia: um enfoque para o<br />

novo milênio. in Revista Psicopedagogia, volume 19 - n.º 59, 2002.<br />

KIGUEL, Sonia Moojen. Reabilitação em Neurologia e Psiquiatria Infantil – Aspectos<br />

Psicopedagógicos. Congresso Brasileiro de Neurologia e Psiquiatria Infantil – A Criança e o<br />

Adolescente da Década de 80. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Abenepe, vol. 2, 1983.<br />

FAGALI, Eloísa Quadros. VALE, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia Institucional Aplicada.<br />

Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1993.<br />

SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1994.<br />

SCOZ, Beatriz. RUBISTEIN, Edith. ROSSA, Eunice Maria Muniz. BARONE, Leda Maria Codeço.<br />

Psicopedagogia – o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre:<br />

Rio Grande do Sul: Artes Médicas, 1987.<br />

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Artes Médicas, 1987.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Visei desenvolver com a presente apostila, a capacidade de sentir, de<br />

compreender, de argumentar, de imaginar, de gerar insights, sobre a sociedade no<br />

contexto mundial e, especialmente, no contexto brasileiro, dentro do desafio sem fim<br />

de construí-las sempre mais harmonizadas, equilibradas, igualitárias. É<br />

indispensável para o educador, pedagogo, professor, sociólogo, terapeuta,<br />

psicólogo, médico, e para o aluno o exercício da reflexão, que o leve, sobretudo,<br />

sobretudo, a compreender – além de entender – a sociedade como um todo,<br />

constituída pela “soma” dos indivíduos, dos lares, pela formação das instituições,<br />

pela Constituição do Estado.<br />

Imprescindível perceber a panorâmica dos problemas atuais que estamos<br />

vivendo: desemprego, violência e criminalidade, poluição, saúde, educação,<br />

desigualdade social, habitação, entre outros, onde o indivíduo é o epicentro.<br />

Perceber que embora a geração de empregos tenha aumentado nos últimos anos,<br />

graças ao crescimento da economia, ainda existe milhões de brasileiros<br />

desempregados. A violência está crescendo a cada dia, principalmente nas grandes<br />

cidades brasileiras. Os crimes estão cada vez mais presentes no cotidiano das<br />

pessoas.<br />

O problema ambiental tem afetado diretamente a saúde das pessoas em<br />

nosso país. Os rios estão sendo poluídos por lixo doméstico e industrial, trazendo<br />

doenças e afetando os ecossistemas. O ar, principalmente nas grandes cidades,<br />

está recendo toneladas de gases poluentes, derivados da queima de combustíveis<br />

fósseis. Nos dias de hoje, pessoas que possuem uma condição financeira melhor<br />

estão procurando os planos de saúde e o sistema privado, pois a saúde pública<br />

encontra-se em estado de crise aguda. Os dados sobre o desempenho dos alunos,<br />

principalmente da rede pública de ensino, são alarmantes. A educação pública<br />

encontra vários problemas e dificuldades: prédios mal conservados, falta de<br />

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professores, poucos recursos didáticos, baixos salários, greves, violência dentro das<br />

escolas, entre outros.<br />

O Brasil é um país de grande contraste social. A distribuição de renda é<br />

desigual, sendo que uma pequena parcela da sociedade é muito rica, enquanto<br />

grande parte da população vive na pobreza e miséria. Embora a distribuição de<br />

renda tenha melhorado nos últimos anos, em função dos programas sociais, ainda<br />

vivemos num país muito injusto.<br />

O déficit habitacional é grande. Existem milhões de famílias que não possuem<br />

condições habitacionais adequadas. Nas grandes e médias cidades é muito comum<br />

a presença de favelas e cortiços. Encontramos também pessoas morando nas ruas,<br />

embaixo de viadutos e pontes.<br />

O que fazer?<br />

Educar.<br />

Como?<br />

A construção da identidade pessoal e coletiva é um processo de<br />

construção de sujeitos enquanto pessoas, enquanto seres humanos. Tal processo é<br />

marcado pela contingência que imprime a abertura que lhe é característica, dentro<br />

do reconhecimento que emana das relações sociais. O indivíduo define-se a partir de<br />

como se reconhece no desempenho de papéis sociais e de como é reconhecido<br />

pelos outros no meio social. Neste sentido a principal referência de identidade é a<br />

família e, posteriormente o relacionamento consigo próprio. Esta constituição no jogo<br />

do reconhecimento, forma-se, então, por dois pólos – o do auto-reconhecimento<br />

(como o sujeito se reconhece) e o do alter-reconhecimento (como é reconhecido<br />

pelos outros).<br />

Considerar a identidade inserida nesse jogo pressupõe uma concepção<br />

do sujeito humano como portador da capacidade de simbolizar, de representar, de<br />

criar e compartilhar significados em relação aos objetos com os quais convive.<br />

Tomamos como processo precursor da construção da identidade a identificação, por<br />

sugerir um vínculo ou atração, por parte do indivíduo, para algum objeto que esteja<br />

“lá” onde ele deseja estar.<br />

A identidade poderá ser construída através de um processo em que se<br />

toma um outro como modelo, implicando, conforme a psicanálise, a formação do<br />

Ideal do Ego, e também do Superego, enquanto instâncias que internalizam<br />

normalizações e regulações culturais. Além de falarmos sobre identidade pessoal,<br />

poderemos falar sobre a identidade profissional. Enquanto pensamos sobre<br />

identidade pessoal consideramos melhor os aspectos ligados ao individual, contudo,<br />

a idéia de profissional leva-nos a pensar mais em aspectos do social.<br />

Podemos associar, de certo modo, a construção da identidade pessoal ao<br />

processo de socialização primária e a construção da identidade social, ao processo<br />

de socialização secundária. A internalização de papéis caracteriza-se como um<br />

fenômeno de aprendizagem.<br />

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A identidade pessoal diz respeito à própria construção pessoal do sujeito,<br />

objeto de estudo da Psicologia e da Psicanálise. A identidade social, por sua vez,<br />

objeto de estudo mais especificamente da Sociologia, refere-se a pessoas<br />

consideradas membros da mesma categoria, por características comuns, o que<br />

caracteriza o campo da identidade comum, independentemente de conviverem<br />

juntos. É nesse sentido, pois, que estamos tomando a identidade profissional como<br />

um tipo de identidade social.<br />

A concepção de identidade social, conforme explicitada acima, não pode,<br />

portanto, ser fundamentada no princípio de igualdade lógica, onde A = A. Ao invés<br />

dessa relação que não admite diferença, há uma relação de semelhança, pela qual<br />

os “pares” que compartilham algumas semelhanças não necessariamente precisam<br />

estar diante de iguais.<br />

Podemos iniciar com a instauração de um trabalho interdisciplinar, que,<br />

cuidadosamente, perceberá limitações e facilidades efetivando-se gradualmente. Se<br />

a identidade pessoal é algo que vai sendo construída num processo de tomada de<br />

consciência gradativa das capacidades, possibilidades e probabilidades das relações<br />

intrapessoais e interpessoais.<br />

Isto possibilitará a formação de sociedades mais igualitárias, no sentido<br />

democrático, orientadas pela ideia de que o bem comum deverá prevalecer sobre<br />

apropriações individuais ou minoritárias. Competência, envolvimento, sentimento,<br />

compromisso, marcam o itinerário deste profissional que luta por uma educação<br />

melhor e mais igualitária para todos, afirmando-a diariamente.<br />

O hábito do estudo sistematizado, o domínio da interpretação através do<br />

mundo da leitura que o leve a leitura do mundo, para que viva contextualizada,<br />

devendo pautar-se por diretrizes metodológicas que desenvolvam a contento, com<br />

eficiência e competência, a arte do pensar inteligente, da investigação, da<br />

criatividade, do imaginar, do relacionar, para sentir-se concretamente integrado<br />

àquele projeto maior: o projeto do grupo social.<br />

E no tocante a aprendizagem, verifica-se que sempre existem alunos que<br />

não acompanham o ritmo acadêmico de seus colegas em sala de aula. Os motivos<br />

são diversos, e vão desde problemas mais sérios de incapacidade intelectual, até<br />

pequenas desadaptações que, quando não cuidadas, se transformam em<br />

verdadeiros obstáculos para uma aprendizagem significativa.<br />

Muitos professores, preocupados com o ensino das primeiras letras, e não<br />

sabendo como resolver as dificuldades apresentadas por seus alunos, várias vezes<br />

os encaminham para as diversas clínicas especializadas que os rotulam como<br />

"doentes", incapazes ou preguiçosos. Na realidade, muitas dessas dificuldades<br />

poderiam ser resolvidas dentro da própria escola, com o auxílio fundamental dos<br />

lares.<br />

A compreensão sobre a construção da cognição e da aprendizagem é uma<br />

das valiosas opções para auxiliar e capacitar melhor o aluno para a assimilação dos<br />

conteúdos das aprendizagens, tanto no âmbito da educação quanto da reeducação.<br />

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A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do<br />

processo de aprendizagem, ou seja, contribuir na busca de soluções para a difícil<br />

questão do problema de aprendizagem. A aprendizagem deve ser olhada como a<br />

atividade de indivíduos ou grupos humanos, que mediante a incorporação de<br />

informações e o desenvolvimento de experiências, promovem modificações<br />

estáveis na personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no manejo<br />

instrumental da realidade.<br />

O objeto central de estudo da psicopedagogia está se estruturando em torno<br />

do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e<br />

patológicos e a influência do meio (família, escola, sociedade) em seu<br />

desenvolvimento.<br />

A Psicopedagogia é um campo de conhecimento e atuação em Saúde e<br />

Educação, enquanto prática clínica, tem-se transformado em campo de estudos<br />

para investigadores interessados no processo de construção do conhecimento e<br />

nas dificuldades que se apresentam nessa construção. Como prática preventiva,<br />

busca construir uma relação saudável com o conhecimento, de modo a facilitar a<br />

sua construção.<br />

KIGUEL (1983) ressalta que a Psicopedagogia encontra-se em fase de<br />

organização de um corpo teórico específico, visando à integração das ciências<br />

pedagógicas, psicológica, fonoaudiológica, neuropsicológica e psicolingüística para<br />

uma compreensão mais integradora do fenômeno da aprendizagem humana.<br />

O foco de atenção do psicopedagogo é a reação da criança diante das tarefas,<br />

considerando resistências, bloqueios, lapsos, hesitações, repetição, sentimentos de<br />

angustias. O psicopedagogo ensina como aprender e para isso necessita aprender<br />

o aprender e a aprendizagem.<br />

Para os profissionais brasileiros (Maria M. Neves; Kiguel; Scoz; Golbert;<br />

Weiss; Rubinstein pode-se verificar que o tema da aprendizagem ocupa-os e<br />

preocupa-os, sendo os problemas desse processo (de aprendizagem) a causa e a<br />

razão da psicopedagogia. Para os Argentinos também a aprendizagem preocupa,<br />

ou seja, “a aprendizagem com seus problemas” constitui-se no pilar-base da<br />

psicopedagogia. São eles: Alícia Fernandez Sara Pain, Jorge Visca, Mariana Muller.<br />

Para SISTO (1996) é uma área de estudos que trata da aprendizagem escolar, quer<br />

seja no curso normal ou nas dificuldades.<br />

CAMPOS (1996) considera que os problemas de aprendizagem constituemse<br />

no campo da Psicopedagogia. Por SOUSA (1996), a Psicopedagogia é vista<br />

como área que investiga a relação da criança com o conhecimento. A<br />

Psicopedagogia é uma área de estudos nova que pode e está atendendo os<br />

sujeitos que apresentam problemas de aprendizagem. BOSSA (1994), a<br />

Psicopedagogia nasce com o objetivo de atender a demanda – dificuldades de<br />

aprendizagem. FERREIRA (1982, P.1412) Psicopedagogia “é o estudo da atividade<br />

psíquica da criança e dos princípios que daí decorre, para regular a ação educativa<br />

do indivíduo”. Segundo MULLER, a Psicopedagogia liga-se as características da<br />

aprendizagem humana, como se aprende, como essa aprendizagem varia<br />

evolutivamente e está condicionada por outros fatores; como e porque se produzem<br />

as alterações da aprendizagem, como reconhecê-las e tratá-las, que fazer para<br />

preveni-las, e para promover processos de aprendizagem que tenham sentido para<br />

os participantes.<br />

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Esse objeto de estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito,<br />

adquire características específicas e depende tanto do trabalho clínico ou<br />

preventivo. O profissional deve compreender o que o sujeito aprende, como<br />

aprende e porque além de perceber a dimensão da relação entre psicopedagogo e<br />

sujeito de forma a favorecer a aprendizagem. Cabe a ele saber como se constitui o<br />

sujeito, como este se transforma em suas diversas etapas de vida, quais os<br />

recursos de conhecimento de que ele dispõe e a forma pela qual produz<br />

conhecimento e aprende.<br />

Esse saber exige que o psicopedagogo recorra a teorias que lhe permitam<br />

aprender, bem como às leis que regem esse processo: as influências afetivas e as<br />

representações inconscientes que o acompanham, o que pode comprometê-lo e o<br />

que pode favorecê-lo. É preciso ter em mente o saber, o que é ensinar e o que é<br />

aprender; como interferem os sistemas e métodos educativos; os problemas<br />

estruturais que intervêm no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no<br />

processo escolar.<br />

A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma<br />

demanda – o problema de aprendizagem. – Como se preocupa com o problema de<br />

aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem,<br />

estudando assim as características da aprendizagem humana.<br />

É necessário comentar que a Psicopedagogia é comumente conhecida como<br />

aquela que atende crianças com dificuldades de aprendizagem. É notório o fato de<br />

que as dificuldades, distúrbios ou patologias podem aparecer em qualquer<br />

momento da vida e, portanto, a Psicopedagogia não faz distinção de idade ou sexo<br />

para o atendimento.<br />

Para Kiguel, "o objeto central de estudo da Psicopedagogia está se<br />

estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões<br />

evolutivos normais e patológicos – bem como a influência de meio (família, escola,<br />

sociedade) no seu desenvolvimento" (2001, p. 24). De acordo com Neves, "a<br />

psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as<br />

realidades interna e externa da aprendizagem, tomadas em conjunto. E, mais,<br />

procurando estudar a construção do conhecimento em toda a sua complexidade,<br />

procurando colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais<br />

que lhe estão implícitos" (2001, p. 12).<br />

Para Golbert: (...) o objeto de estudo da Psicopedagogia deve ser entendido a<br />

partir de dois enfoques: preventivo e terapêutico. O enfoque preventivo considera o<br />

objeto de estudo da Psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento enquanto<br />

educável. O enfoque terapêutico considera o objeto de estudo da psicopedagogia a<br />

identificação, análise, elaboração de uma metodologia de diagnóstico e tratamento<br />

das dificuldades de aprendizagem (1985, p. 13).<br />

Para Rubinstein, "num primeiro momento a psicopedagogia esteve voltada<br />

para a busca e o desenvolvimento de metodologias que melhor atendessem aos<br />

portadores de dificuldades, tendo como objetivo fazer a reeducação ou a<br />

remediação e desta forma promover o desaparecimento do sintoma". E ainda, "a<br />

partir do momento em que o foco de atenção passa a ser a compreensão do<br />

processo de aprendizagem e a relação que o aprendiz estabelece com a mesma, o<br />

objeto da psicopedagogia passa a ser mais abrangente: a metodologia é apenas<br />

um aspecto no processo terapêutico, e o principal objetivo é a investigação de<br />

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etiologia da dificuldade de aprendizagem, bem como a compreensão do<br />

processamento da aprendizagem considerando todas as variáveis que intervêm<br />

nesse processo" (2002, P. 103).<br />

Segundo Jorge Visca, a Psicopedagogia, que inicialmente foi uma ação<br />

subsidiária da Medicina e da Psicologia, perfilou-se como um conhecimento<br />

independente e complementar, possuída de um objeto de estudo – o processo de<br />

aprendizagem – e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios.<br />

Atualmente, a Psicopedagogia trabalha com uma concepção de<br />

aprendizagem segundo a qual participa desse processo um equipamento biológico<br />

com disposições afetivas e intelectuais que interferem na forma de relação do<br />

sujeito com o meio, sendo que essas disposições influenciam e são influenciadas<br />

pelas condições socioculturais do sujeito e do seu meio.<br />

Ao psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito, como este se<br />

transforma em suas diversas etapas de vida, quais os recursos de conhecimento de<br />

que ele dispõe e a forma pela qual produz conhecimento e aprende. É preciso,<br />

também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o que é aprender; como<br />

interferem os sistemas e métodos educativos; os problemas estruturais que<br />

intervêm no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no processo escolar.<br />

Fundamentos da psicopedagogia implica refletir sobre as suas origens teóricas;<br />

desde o seu parentesco com a Pedagogia, que traz as indefinições e contradições,<br />

de uma ciência cujos limites são os da própria vida humana.<br />

Como já mencionamos a psicopedagogia necessita de várias áreas para<br />

compor o seu objeto de estudo: Psicologia, Filosofia, Neurologia, Sociologia,<br />

Linguística e a Psicanálise, etc... O conhecimento de diversas áreas segundo os<br />

autores Argentinos e Brasileiros servem para fundamentar a constituição de uma<br />

teoria psicopedagógica.<br />

Devido a complexidade do seu objeto de estudo, são importantes à<br />

psicopedagogia, conhecimentos específicos de diversas outras teorias, como:<br />

- Psicanálise, que se encarrega do inconsciente;<br />

- Psicologia Social, que visa a constituição do sujeito e suas relações<br />

familiares grupais e institucionais, em condição socioculturais e<br />

econômicas;<br />

- Epistemologia / Psicologia genética, que analisa e descreve o processo<br />

de como se constrói o conhecimento em interação com outros e com os<br />

objetos.<br />

- Linguística encarrega-se da compreensão da linguagem.<br />

- Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensinoaprendizagem;<br />

- Neuropsicológica possibilita a compreensão dos mecanismos cerebrais<br />

que subjazem ao aprimoramento das atividades mentais. Etc...<br />

Dessa forma todas essas teorias (áreas) fornecem meios para refletir e<br />

operar no campo psicopedagógico. Os profissionais da psicopedagogia sustentam a<br />

sua prática em pressupostos teóricos. O foco de atenção do psicopedagogo é a<br />

reação do sujeito diante das tarefas, considerando resistências, bloqueios, lapsos,<br />

hesitações, repetição, sentimentos de angustias.<br />

Atualmente, a Psicopedagogia refere-se a um saber e a um saber-fazer, às<br />

condições subjetivas e relacionais – em especial familiares e escolares – às<br />

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inibições, atrasos e desvios do sujeito ou grupo a ser diagnosticado. O<br />

conhecimento psicopedagógico não se cristaliza numa delimitação fixa, nem nos<br />

déficits e alterações subjetivas do aprender, mas avalia a possibilidade do sujeito, a<br />

disponibilidade afetiva de saber e de fazer, reconhecendo que o saber é próprio do<br />

sujeito. O psicopedagogo cuida do corpo : não o corpo compreendido como<br />

organismo. Lembremo-nos de Sara Pain e da distinção que ela traça entre estas<br />

duas estruturas. O corpo de que cuidamos é aquele transversalizado pelo desejo,<br />

um corpo animado ( ânima - aquilo que anima, que dá o movimento ). Não um<br />

corpo objeto, mas um corpo sujeito, que “fala“. Cuidar do corpo é prestar atenção<br />

ao sopro que o anima e que possibilita a aprendizagem. É preciso um movimento<br />

para que ocorra aprendizagem. Caberá ao terapeuta a função de dialogar com este<br />

corpo, desatando os nós que se colocam como impelidos á vida e à inteligência<br />

criativa.<br />

O psicopedagogo cuida do Ser: uma escuta e um olhar dirigido para aquele<br />

que É, ou seja, para aquilo que não se apresenta como doentio e mortal. Cuidar do<br />

ser é não estar voltado primeiramente para a doença ou para o doente, mas para<br />

aquilo que se acha fora do alcance da doença e que mantém o sujeito vivo. É olhar<br />

em primeiro lugar para aquilo que vai bem, para o ponto de luz que pode dissipar as<br />

trevas. É cuidar no homem aquilo que escapa ao homem, abrindo espaços para<br />

modificações, para mudanças, um espaço onde o homem possa se recolher e<br />

descansar, encontrando seus próprios caminhos para aprender. Não é ensinar, é<br />

possibilitar aprendizagens.<br />

O psicopedagogo cuida do desejo: uma palavra que ocorre muitas vezes na<br />

obra de Fílon é “Equilíbrio”. Cuidar do desejo é não percorrer um caminho de<br />

excessos, mas um caminho do meio. O desejo é o do Outro e o meu. No trabalho<br />

psicopedagógico não existe professor e aluno, mas ensinante e aprendente que<br />

interagem sem possuírem papéis fixos ou predeterminados. Não se trata de querer<br />

a todo custo fazer compreender, querer que o outro compartilhe as nossas mais<br />

íntimas convicções. Isso de nada serve e denota uma vontade de poder. Melhor é<br />

respeitar o do outro como se respeita o seu próprio rítmo. Cuidar do desejo é<br />

atentar para as próprias necessidades, é procurar supervisão e terapia para a<br />

melhoria de nossa escuta e de nosso olhar, que se direciona tanto para o outro<br />

como para nós mesmos.<br />

O psicopedagogo cuida do outro: A verdade é a condição da alegria, e, por<br />

isso, é necessário, ver com clareza. Isso supõe sair das projeções, que não nos<br />

deixam ver o que é. É preciso ”por entre parêntesis”. Isso significa olhar para uma<br />

pessoa, um acontecimento e não projetar sobre isto nossos temores e desejos,<br />

todas as nossas lembranças. É deixar de lado o próprio ponto de vista e os seus<br />

condicionamentos, ver as coisas a partir delas mesmas. O olhar do terapeuta não<br />

deve ser claro apenas no sentido de lúcido, mas também no sentido de<br />

esclarecedor. Diante de um olhar assim, a pessoa não se sente julgada, nem<br />

menosprezada, mas aceita, e esta aceitação é a condição necessária para que se<br />

inicie o caminho de cura. Adquirir um olhar esclarecedor, para o terapeuta, é<br />

adquirir a humildade é relativisar o “ eu “.<br />

É necessária uma integração também entre os saberes científicos, a fim de<br />

que a competência do psicopedagogo seja sentida: epistemológico -<br />

especificidades dos conhecimentos saberes científicos: metodológico - encontrar<br />

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respostas pessoais aos conhecimentos em questão pedagógico - transmissão dos<br />

conhecimentos.<br />

O psicopedagogo é o profissional que auxilia na identificação e resolução dos<br />

problemas no processo de aprender. O Psicopedagogo está capacitado para lidar<br />

com as dificuldades de aprendizagem, um dos fatores que leva a multi repetência e<br />

à evasão escolar, conduzindo a marginalização social.<br />

O Psicopedagogo possibilita a intervenção visando à solução dos problemas de<br />

aprendizagem tendo como enfoque o aprendiz ou a instituição no ensino público ou<br />

privado. Realiza a avaliação, o diagnóstico e intervenção psicopedagógica,<br />

utilizando métodos, instrumentos e técnicas próprias da Psicopedagogia;<br />

1. Atua na prevenção dos problemas de aprendizagem<br />

2. Desenvolve pesquisas e estudos científicos relacionados ao processo de<br />

aprendizagem e seus problemas;<br />

O que o Psicopedagogo observa no Indivíduo<br />

- Coordenação motora ampla;<br />

- Aspecto sensório motor;<br />

- Dominância lateral;<br />

- Desenvolvimento rítmico;<br />

- Desenvolvimento motor fino;<br />

- Criatividade;<br />

- Evolução do traçado e do desenho;<br />

- Percepção e discriminação visual e auditiva;<br />

- Percepção espacial;<br />

- Percepção Viso-motora;<br />

- Orientação e relação espaço-temporal;<br />

- Aquisição e articulação de sons;<br />

- Aquisição de palavras novas;<br />

- Elaboração e organização mental;<br />

- Atenção e concentração;<br />

- Expressão plástica;<br />

- Aquisição de conceitos;<br />

- Discriminação e correspondência de símbolos;<br />

- Raciocínio lógico matemático.<br />

A práxis psicopedagógica é entendida como o conhecimento dos processos<br />

de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais. A<br />

psicopedagogia vem atuando com muito sucesso nas diversas Instituições, sejam<br />

escolas, hospitais e empresas. Seu papel é analisar os fatores que favorecem<br />

intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e ajuda<br />

o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças.<br />

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Portanto o objetivo do psicopedagogo é o de:<br />

- Conduzir a criança ou adolescente, o adulto ou a Instituição a reinserirse,<br />

reciclar-se numa escolaridade normal e saudável, de acordo com as<br />

possibilidades e interesses dela.<br />

- Promover a aprendizagem, garantindo o bem estar das pessoas em<br />

atendimento profissional, valendo-se dos recursos disponíveis, incluindo<br />

a relação interprofissional.<br />

- Atender indivíduos que apresentem dificuldades para aprender por<br />

diferentes causas, estando assim, inadaptados social ou<br />

pedagogicamente.<br />

- Encorajar aquele que aprende à tornar-se cada vez mais autônomo em<br />

relação ao meio, em interagir com os colegas e resolver os conflitos entre<br />

eles mesmos; a ser independente e curioso; a usar iniciativa própria; Ter<br />

confiança na habilidade de formar idéias próprias das coisas; a exprimir<br />

suas idéias com convicção e conviver construtivamente com medos e<br />

angústias.<br />

A Psicopedagogia tem muito a ensinar sobre o vínculo professor/aluno,<br />

professor/escola e sua incidência na construção do conhecimento e na constituição<br />

subjetiva de alunos e educadores.<br />

A Psicopedagogia tem trabalhado com as relações entre as modalidade de ensino<br />

da escola e dos professores e as modalidades de aprendizagem de alunos e<br />

educadores.<br />

A Psicopedagogia oferece inúmeros conhecimentos e formas de atuação para a<br />

abertura de espaços objetivos/subjetivos onde a autoria do pensamento de alunos e<br />

professores seja possível e, consequentemente, a aprendizagem ocorra.<br />

O trabalho psicopedagógico tem como base às teorias de Jean Piaget, Vygostky.<br />

Howard Gardner. Henry Wallon, Freud, Perrenoud, David Ausebel, Pichon, etc..<br />

Os psicopedagogos devem seguir certos princípios éticos que estão condensados no<br />

Código de Ética, devidamente aprovado pela Associação Brasileira de<br />

Psicopedagogia, desde 1996 e regulamenta as seguintes situações:<br />

ψ os princípios da Psicopedagogia;<br />

ψ as responsabilidades dos psicopedagogogos;<br />

ψ as relações com outras profissões;<br />

ψ o sigilo;<br />

ψ as publicações científicas;<br />

ψ as relações com a educação e saúde;<br />

ψ a observância e cumprimento do código de ética;<br />

ψ Avaliar e diagnosticar as condições da aprendizagem, identificando as<br />

áreas de competência e de insucesso;<br />

ψ Realizar devolutivas para os pais ou responsáveis, para a escola e para o<br />

aprendente;<br />

ψ Atender estabelecendo um processo corretor psicopedagógico com o<br />

objetivo de superar as dificuldades encontradas na avaliação;<br />

ψ Orientar os pais quanto a suas atitudes para com seus filhos, bem como<br />

professores para com seus alunos;<br />

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ψ Pesquisar, realizar anamneses e conhecer a etiologia ou a patologia com<br />

profundidade;<br />

ψ Realizar os encaminhamentos necessários para sanar a problemática<br />

evidenciada;<br />

Para a prática diagnóstica da(s) dificuldade(s) apresentada(s), são considerados os<br />

seguintes aspectos:<br />

ψ orgânicos e motores: dizem respeito à estrutura fisiológica e cinestésica do<br />

sujeito que aprende;<br />

ψ cognitivos e intelectuais: dizem respeito ao desenvolvimento, a estrutura e<br />

ao funcionamento da cognição, bem como ao potencial intelectual;<br />

ψ emocionais: ligados a afetividade e emotividade;<br />

ψ sociais: relacionados ao meio em que o aluno se encontra;<br />

ψ pedagógicos: estão incluídas questões didáticas, ligadas a metodologia de<br />

ensino e de avaliação, nível e quantidade de informações, número de<br />

alunos em sala e outros elementos que dizem respeito ao processo ensinoaprendizagem.<br />

Cabe destacar que cada área avaliada necessita de recursos, provas e testes<br />

específicos alvo desta disciplina. O psicopedagogo deve ser um profissional que tem<br />

conhecimentos multidisciplinares, pois em um processo de avaliação diagnóstica, é<br />

necessário estabelecer e interpretar dados em várias áreas. O conhecimento dessas<br />

áreas fará com que o profissional compreenda o quadro diagnóstico e favorecerá a<br />

escolha da metodologia mais adequada, ou seja, o processo corretor, com vista a<br />

superação das inadequações de aprendizagem.<br />

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ANEXO<br />

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Prof.ª Dr.ª Margareth Araújo e Silva<br />

PORTADORES DE DISTÚRBIOS ABRANGENTES DO DESENVOLVIMENTO DSM - IV E/OU CID<br />

10 E SEUS FAMILIARES<br />

Angel Rivière Gómez<br />

Transtornos Abrangentes do Desenvolvimento<br />

Esse grupo de transtornos é caracterizado por anormalidades qualitativas em interações sociais<br />

recíprocas e em padrões de comunicação por um repertório de interesses e atividades restrito,<br />

esteriotipado e repetitivo. Essas anormalidades qualitativas são um aspecto invasivo do<br />

funcionamento do indivíduo em todas as situações, embora possam variar em grau. Na maioria dos<br />

casos, o desenvolvimento é anormal desde a infância e, com poucas exceções, as condições se<br />

manifestam nos primeiros cinco anos de vida. É comum, mas não invariável, haver algum grau de<br />

comprometimento cognitivo, mas os transtornos são definidos em termos de comportamento que é<br />

desviado em relação à idade mental (seja indivíduo retardado ou não). Há algum desacordo quanto à<br />

subdivisão desse grupo global de transtornos invasivos do desenvolvimento.<br />

Em alguns casos, os transtornos estão associados, e são presumivelmente decorrentes, a alguma<br />

condição médica das quais espasmos infantis, rubéola congênita, esclerose tuberosa, lipoidose<br />

cerebral e anomalia da fragilidade do cromossoma X estão entre as mais comuns. Entretanto, o<br />

transtorno deve ser diagnosticado com base nos aspectos comportamentais, independente da<br />

presença ou ausência de quaisquer condições médicas associadas; qualquer condição associada<br />

deve, todavia, ser codificada separadamente. Se um retardo mental está presente, é importante que<br />

ele também seja codificado à parte, sob F70 - F79, porque ele não é um aspecto universal dos<br />

transtornos invasivos de desenvolvimento.<br />

DSM IV - Critérios Diagnósticos da American Psychiatric Association - 1994<br />

Autismo Infantil<br />

Um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento é definido pela presença de desenvolvimento anormal<br />

e/ou comprometido que se manifesta antes da idade de três anos e pelo tipo característico de<br />

funcionamento anormal em todas as três áreas de interação social, comunicação e comportamento<br />

restrito e repetitivo. O transtorno é três ou quatro vezes mais frequente em garotos que em meninas.<br />

Diretrizes diagnósticas<br />

Em geral, não há um período anterior de desenvolvimento inequivocamente normal, mas, se há,<br />

anormalidades começam a se manifestar antes da idade de três anos. Há sempre comprometimentos<br />

qualitativos na interação social recíproca, estes tomam a forma de uma apreciação inadequada de<br />

indicadores sócio-emocionais, demonstrada por falta de resposta às emoções de outras pessoas e/ou<br />

pela falta de modulação do comportamento, de acordo com o contexto social; uso insatisfatório de<br />

sinais sociais; e uma fraca integração dos comportamento sociais, emocionais e de comunicação e,<br />

especialmente, falta de reciprocidade sócio-emocional. São também universais os comprometimentos<br />

qualitativos na comunicação. Esses comprometimentos tomam a forma de uma falta de uso social de<br />

quaisquer habilidades de linguagem existentes; comprometimento em brincadeiras de faz-de-conta e<br />

jogos sociais de imitação; pouca sincronia e falta de reciprocidade no intercâmbio de conversação;<br />

pouca flexibilidade nas expressão da linguagem e relativa ausência de criatividade e de fantasia nos<br />

processos de pensamento; falta de resposta emocional às iniciativas verbais e não-verbais de outras<br />

pessoas; uso comprometido de variações na simplicidade ou ênfase ao refletir modulação<br />

comunicativa e semelhante falta de gestos concomitantes para dar ênfase ou aumentar a significação<br />

na comunicação falada.<br />

A condição é também caracterizada por padrões de comportamento, interesses e atividades restritos,<br />

repetitivos e estereotipados. Isto toma a forma de uma tendência para impôr rigidez e rotina a uma<br />

ampla série de aspectos do funcionamento diário; em geral, isto se aplica tanto a atividades novas<br />

como a hábitos familiares e a tipos de brincadeiras. Particularmente na primeira infância, pode haver<br />

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vinculação específica a objetos incomuns, tipicamente não-macios. A criança pode insistir na<br />

realização de rotinas particulares e em rituais de caráter não-funcional; pode haver preocupações<br />

estereotipadas com questões tais como datas, itinerários ou horários; há frequentemente,<br />

estereotipias motoras; é comum o interesse específico por elementos não funcionais de objetos (como<br />

seu cheiro ou tato) e pode haver resistências a mudanças na rotina ou em detalhes no meio ambiente<br />

pessoal (as mudanças de decorações ou móveis de casa).<br />

Além desses aspectos diagnósticos específicos, é frequente a criança com autismo apresentar uma<br />

série de outros problemas não-específicos tais como medo/fobias, perturbações de sono e de<br />

alimentação, acessos de birra e agressão. Autolesão (p. ex. morder o punho) é muito comum,<br />

especialmente quando associado a retardo mental grave.. A maioria dos indivíduos com autismo<br />

carece de espontaneidade, iniciativa e criatividade na organização de seu tempo -lazer tem<br />

dificuldade em aplicar conceituações em decisões no trabalho (mesmo quando as tarefas em si estão<br />

à altura de sua capacidade). A manifestação específica do déficit característico do autismo muda à<br />

medida que as crianças crescem, mas os déficit continuam através da vida adulta com padrão<br />

amplamente similar de problemas na socialização, comunicação e padrões de interesse. As<br />

anormalidades do desenvolvimento devem se manifestar nos três primeiros anos, para que o<br />

diagnóstico seja feito, mas a síndrome pode ser diagnosticada em todos os grupos etários.<br />

Todos os níveis de QI podem ocorrer juntamente com o autismo, mas o retardo mental é significativo<br />

em cerca de ¾ dos casos.<br />

Inclui: transtorno autista<br />

autismo infantil<br />

psicose infantil<br />

síndrome de Kanner<br />

Diagnóstico Diferencial<br />

À parte outras variedades de transtorno invasivo do desenvolvimento, é importante considerar:<br />

transtorno específico do desenvolvimento da linguagem receptiva (F80.2) com problemas sócioemocionais<br />

secundários; transtorno reativo de vinculação (F94.1) ou transtorno de vinculação com<br />

desinibição (F94.2) ; retardo mental (F70-79) com algum transtorno emocional/de comportamento<br />

associado; esquizofrenia (F20) de início raramente precoce e síndrome de Rett (F84.2).<br />

Exclui: psicopatia autista (F84.5)<br />

Autismo Atípico<br />

É transtorno invasivo do desenvolvimento que difere do autismo em termos ou de idade de início ou<br />

de falha em preencher todos os três conjuntos de critérios de diagnóstico. Assim, o desenvolvimento<br />

anormal e/ou comprometido se manifesta, pela primeira vez, após os idade de três anos e/ou se<br />

anormalidades insuficientemente demonstráveis numa ou duas das três áreas de psicopatologia<br />

requeridas para o diagnóstico de autismo (a saber, interações sociais recíprocas, comunicação e<br />

comportamento restrito, estereotipado e repetitivo), a despeito de anormalidades características em<br />

outra(s) área(s). O autismo atípico é mais frequente em indivíduos profundamente retardados, cujo<br />

nível por ser de muito baixo funcionamento oferece pouca oportunidade de exibir comportamentos<br />

desviados específicos, requeridos para o diagnóstico de autismo; ocorre, também, em indivíduos com<br />

grave transtorno específico do desenvolvimento da linguagem receptiva. O autismo atípico constitui<br />

então uma condição significativamente distinta do autismo.<br />

Inclui: psicose atípica da infância;<br />

retardo mental com aspectos autistas.<br />

Síndrome de Rett<br />

É condição de causa até agora desconhecida registrada apenas em meninas,que tem sido<br />

diferenciada com base num início, curso e padrão de sintomatologia característicos. Um<br />

desenvolvimento inicial aparentemente normal ou quase normal é tipicamente seguido por perda total<br />

ou parcial de habilidades manuais adquiridas e da fala, juntamente com uma desaceleração do<br />

crescimento do crânio, que, em geral, tem início entre os 7 e 24 meses de idade. São caracteríticas<br />

particulares, estereotipias de aperto de mão, hiperventilação e perda de movimentos propositais da<br />

mão. O desenvolvimento social e lúdico é interrompido nos primeiros dois ou três anos, mas o<br />

interesse social tende a se manter. Durante a metade da infância, ataxia e apraxia do tronco,<br />

associadas a escoliose ou sifoescoliose, tendem a se desenvolver e às vezes há movimentos<br />

coreoateóides. O resultado é invariavelmente um grave prejuízo mental. Convulsões frequentemente<br />

se desenvolve durante o início ou meio da infância.<br />

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Diretrizes diagnósticas<br />

Na maioria dos casos, o início está entre os 7 e 24 meses de idade. O aspecto mais característico é a<br />

perda de movimentos propositais das mãos e das habilidades motoras manipulativas finas adquiridas.<br />

Isto é acompanhado por perda parcial ou falta de desenvolvimento da linguagem; movimentos<br />

tortuosos estereotipados característicos de aperto ou "lavagem das mãos", com os braços flexionados<br />

em frente ao tórax ou queixo; molhar as mãos estereotipadamente, com saliva; falta de mastigação<br />

apropriada da comida; episódios freqüentes, de hiperventilação; quase sempre uma falha em alcançar<br />

controle intestinal e vesical; frequentes salivação excessiva e protrusão da língua e uma perda do<br />

envolvimento social. Tipicamente, as crianças retêm uma espécie de "sorriso social", olhando para ou<br />

"através" das pessoas, mas não interagindo socialmente com elas na primeira infância (embora, com<br />

frequência, uma interação social se desenvolva mais tarde) a ponto a postura e a marcha tendem a<br />

ter uma base alargada, os músculo são hipotônicos, os movimentos do tronco usualmente tornam-se<br />

insatisfatoriamente coordenados e escoliose ou cifoescoliose habitualmente se desenvolve. Atrofia<br />

espinhal, com incapacidade motora grave, se desenvolve na adolescência ou idade adulta, em<br />

aproximadamente metade dos casos. Mais tarde, uma espasticidade rígida pode se manifestar e é em<br />

geral mais pronunciada nos membros inferiores do que nos superiores. Crise epilépticas, usualmente<br />

envolvendo algum tipo de ataque menor e com o início geralmente antes da idade de 8 anos, ocorrem<br />

na maioria dos casos. Em contraste com o autismo tanto auto-injúrias deliberadas quanto<br />

preocupações ou rotinas estereotipadas e complexas são raras.<br />

Diagnóstico diferencial<br />

início, a síndrome de Rett é primariamente diferenciada com base na falta de movimentos propositais<br />

das mãos, desaceleração do crescimento do crânio, ataxia, movimentos estereotipados do tipo "lavar<br />

as mãos" e falta de mastigação apropriada. O curso do transtorno, em termos de deteriorazação<br />

motora progressiva, confirma o diagnóstico.<br />

Outros transtornos desintegrativos da infância<br />

Um transtorno invasivo do desenvolvimento (outro que não a síndrome de Rett) que é definido por um<br />

período de desenvolvimento normal antes do início e por uma perda definitiva, no curso de poucos<br />

meses de habilidades previamente adquiridas em pelo menos várias áreas do desenvolvimento junto<br />

com o início de anormalidades características do funcionamento social, comunicativo e do<br />

comportamento. Muitas vezes há um período prodrômico* de doença vaga; a criança se torna<br />

irriquieta, irritável, ansiosa e hiperativa. Isso é seguido por empobrecimento e então perda da fala e<br />

linguagem, acompanhado por desintegração do comportamento. Em alguns casos, a perda de<br />

habilidades é persistentemente progressiva (em geral quando o transtorno está associado a uma<br />

condição neurológica progressiva diagnosticável), mas frequentemente o declínio que ocorre em um<br />

período de alguns meses é seguido por um platô e então por uma melhora limitada. O prognóstico é<br />

usualmente muito pobre e a maioria dos indivíduos evolui para um retardo mental grave. Há incerteza<br />

sobre a extensão na qual essa condição difere do autismo. Em alguns casos, o transtorno pode ser<br />

demonstrado como decorrente de alguma encefalopatia associada, mas o diagnóstico deve ser feito<br />

pelos aspectos comportamentais. Qualquer condição neurológica associada deve ser codificada<br />

separadamente.<br />

Diretrizes diagnósticas<br />

O diagnóstico é baseado em um desenvolvimento aparentemente normal até a idade de pelo menos<br />

dois anos, seguido por uma perda definitiva de habilidades previamente adquiridas; isso é<br />

acompanhado por um funcionamento social qualitativamente anormal. É comum haver uma profunda<br />

regressão ou perda da linguagem, uma regressão no nível das brincadeiras, habilidades sociais e<br />

comportamentos adaptativos e muitas vezes uma perda do controle intestinal ou vesical, algumas<br />

vezes com uma deterioração do controle motor. Tipicamente, isso é acompanhado por uma perda<br />

geral do interesse pelo ambiente, por maneirismos motores repetitivos e estereotipados e por um<br />

comprometimento do tipo autista da interação social e da comunicação. Em alguns aspectos, a<br />

síndrome lembra a demência na vida adulta, mas difere em três aspectos-chave: não há em geral<br />

nenhuma evidência de qualquer lesão ou doença orgânica identificável (embora uma disfunção<br />

cerebral orgânica de algum tipo seja usualmente inferida); a perda de habilidades pode ser seguida<br />

por um grau de recuperação e o comprometimento na socialização e comunicação tem qualidades<br />

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desviadas mais típicas de autismo do que de declínio intelectual. Por todas estas razões, a síndrome<br />

está aqui ao invés de sob F00 - F09.<br />

* Prodômico - Fenômeno Clínico que Revela o Início de uma Doença<br />

Inclui: demência infantil<br />

psicose desintegrativa<br />

síndrome de Heller<br />

psicose simbiótica<br />

Exclui: afasia adquirida com epilepsia (F80.3)<br />

mutismo eletivo (F94.0)<br />

síndrome de Rett (F84.2)<br />

esquizofrenia (F20. - )<br />

Transtorno de hiperatividade associado a retardo mental e movimentos esteriotipados<br />

Esse é um transtorno mal definido de validade nosológica incerta. A categoria grave (QI abaixo de 50)<br />

que apresentam problemas maiores de hiperatividade e desatenção, assiduamente mostram<br />

comportamentos estereotipados; tais crianças tendem a não se beneficiar com drogas estimulantes<br />

(ao contrário daquelas com um QI na faixa normal) e podem exibir uma reação disfórica grave (às<br />

vezes com retardo psicomotor) quando toma estimulantes; na adolescência a hiperatividade tende a<br />

ser substituída por hipoatividade (um padrão que não é usual em crianças hipercinéticas com<br />

inteligência normal). É também comum a síndrome estar associada a uma variedade de atrasos do<br />

desenvolvimento, sejam específicos ou globais.<br />

A extensão na qual o padrão de comportamento é uma função de baixo QI ou de lesão cerebral<br />

orgânica não é conhecida, nem está claro se os transtornos em crianças com retardo mental<br />

moderado, que exibem a síndrome hipercinética, seriam melhor classificados aqui ou sob F90; no<br />

presente momento eles são incluídos em F90.<br />

Diretrizes diagnósticas<br />

O diagnóstico depende da combinação de hiperatividade grave e inapropriada ao desenvolvimento,<br />

estereotipias motoras e retardo mental grave; todos os três devem estar presentes para o diagnóstico.<br />

Se os critérios diagnósticos para F84.0, F84.1 ou F84.2 são satisfeitos, aquela condição deve ser<br />

diagnosticada aos invés desta.<br />

Síndrome de Asperger<br />

Um transtorno de validade nosológica incerta, caracterizado pelo mesmo tipo de anormalidades<br />

qualitativas de interação social recíproca que tipifica o autismo, junto com um repertório de interesses<br />

e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. O transtorno difere do autismo primariamente por não<br />

haver nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem. A maioria dos<br />

indivíduos é de inteligência global normal, mas é comum que seja marcantemente desajeitada; a<br />

condição ocorre predominantemente em meninos (em uma proporção de cerca de 8 garotos para uma<br />

menina). Parece altamente provável que alguns casos têm variedades leves de autismo, mas é<br />

incerto se é assim para todos. Há uma forte tendência para que as anormalidade persistam na<br />

adolescência e na vida adulta e parece que elas representam características individuais que não são<br />

grandemente afetadas por influências ambientais. Episódios psicóticos ocasionalmente ocorrem no<br />

início da vida adulta.<br />

Diretrizes diagnósticas<br />

O diagnóstico é baseado na combinação de uma falta de qualquer atraso global significamente no<br />

desenvolvimento da linguagem ou cognitivo, como com o autismo, a presença de deficiências<br />

qualitativas na interação social é recíproca e padrões de comportamento interesses e atividades<br />

restritos, repetitivos e estereotipados. Pode haver ou não problemas de comunicação similares<br />

àqueles associadas ao autismo, mas um retardo significativo de linguagem excluiria o diagnóstico.<br />

Inclui: psicopatia autista<br />

Transtorno esquizóide da infância<br />

Exclui: Transtorno de personalidade anancástica (F60.5)<br />

Transtornos de vinculação na infância (F94.1,F94.2)<br />

Transtorno obsessivo-compulsivo (F42)<br />

Transtorno esquizotípico (F21)<br />

Esquizofrenia simples (F20.6)<br />

Outros transtornos invasivos do desenvolvimento<br />

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Transtorno invasivo do desenvolvimento, não-especificado<br />

Essa é uma categoria diagnóstica residual que deve ser usada para transtornos os quais se encaixam<br />

na descrição geral para transtornos invasivos do desenvolvimento, mas nos quais uma falta de<br />

informações adequadas ou achadas contraditórias indicam que os critérios para qualquer dos outros<br />

códigos F84 não podem ser satisfeitos.<br />

PROCEDIMENTOS E RECURSOS INTERSETORIAIS NO ATENDIMENTO<br />

Prioriza-se o atendimento por equipe multiprofissional com atuação interdisciplinar.<br />

O desenvolvimento de propostas de atenção aos usuários deve estar inserido no contexto de suas<br />

necessidades individuais, abrangendo seu núcleo familiar e comunidade e permitindo uma visão<br />

integral, em que o referencial teórico e metodológico dos serviços e dos profissionais esteja<br />

sintonizado com as características dessa clientela.<br />

Destaca-se a importância da elaboração, por parte da equipe multiprofissional, de uma proposta<br />

terapêutica e educacional individualizada que contemple a estruturação das atividades do ambiente e<br />

das relações interpessoais.<br />

Merece especial atenção a necessidade de programas e serviços que assegurem ao adolescente sua<br />

preparação para a vida adulta.<br />

Esses procedimentos devem ser sistematicamente acompanhados para controle e avaliação da<br />

qualidade dos serviços, mediante a utilização de indicadores de resultados.<br />

Os procedimentos educacionais devem ser norteados pelos princípios de integração, funcionalidade,<br />

produtividade e independência, além daqueles que regem a Política Nacional de Educação Especial.<br />

As propostas educacionais deverão ser adaptadas às condições locais, às necessidades do usuário e<br />

ao transtorno de comunicação apresentados por essa clientela, com a utilização de métodos de<br />

acordo com os princípios éticos vigentes.<br />

Deve-se explorar o uso de recursos auxiliares no processo ensino-aprendizagem, onde cada área<br />

deve ter um programa geral e cada aluno segue um programa individual.<br />

A educação do portador de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - (TID) tem por objetivo<br />

desenvolver ao máximo suas habilidades e competências, favorecer seu bem-estar emocional e seu<br />

equilíbrio pessoal, tentando aproximá-lo de um mundo de relações humanas significativas.<br />

Os procedimentos educacionais devem ser estruturados, iniciando-se o processo o mais cedo<br />

possível, dando-lhe continuidade por meio de atendimentos especializados com vistas à educação<br />

para o trabalho.<br />

Nesse processo, a avaliação do educando deverá ser contínua, permanente e contextual, de acordo<br />

com os objetivos priorizados no programa individual.<br />

Enfatiza-se a necessidade de informar e sensibilizar a comunidade escolar sobre as características<br />

específicas desse alunado.<br />

Deve ser estimulada a elaboração de projetos pedagógicos específicos e de acordo com o educando<br />

em suas diversas etapas: infância, adolescência e idade adulta.<br />

Considera-se como parte das ações intersetoriais a assistência social a ser desenvolvida como apoio<br />

básico por meio de ações em redes sociais primária (a família) e secundárias (a comunidade).<br />

Os procedimentos de saúde devem ser estruturados de uma maneira sistêmica, com o funcionamento<br />

interdisciplinar, interinstitucional e intersetorial (público, privado e ONG), garantindo tratamento a<br />

todos , de acordo com a necessidade.<br />

Além disso, considera-se fundamental a escolha, nessa equipe, de um profissional de referência que<br />

promova a relação do indivíduo e de sua família com os demais membros da equipe.<br />

O diagnóstico médico deve seguir necessariamente a classificação internacionalmente adotada,<br />

atualmente CID 10 e DSM IV.<br />

Dá-se preferência à CID 10, instrumento cuja utilização é recomendado aos profissionais de saúde.<br />

Tendo em vista a concomitância de patologias de outras áreas da Medicina, como Genética,<br />

Neurologia, é importante a utilização de propedêutica que objetive o esclarecimento também desses<br />

quadros clínicos.<br />

O diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível, visando minimizar os efeitos da condição com o<br />

início de um tratamento específico.<br />

Tendo em vista o direito constitucional do usuário e de sua família, é de fundamental importância o<br />

conhecimento de metodologia e de preceitos terapêuticos.<br />

A internação é um procedimento a ser criteriosamente utilizado, quando imperiosa a proteção do<br />

portador de TID, e/ou de terceiros.<br />

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Os usuários devem contar, sempre que houver indicação técnica para tal, com os recursos de órtese<br />

e prótese.<br />

Considerando que esses indivíduos precisam, no seu processo de desenvolvimento, de investimento<br />

na socialização, e alguns também na ressocialização, as atividades de esporte e lazer devem também<br />

atender a essa expectativa.<br />

FAMÍLIA E <strong>COM</strong>UNIDADE<br />

É senso comum que o surgimento de um quadro comportamental grave, como o é o caso do TID num<br />

membro da família, altera a dinâmica familiar. Daí a necessidade de avaliação numa perspectiva<br />

psicodinâmica, visando:<br />

• receber orientação para ajudar o portador do TID;<br />

• oferecer ajuda terapêutica quando a equipe técnica detectar a disfunção da dinâmica familiar;<br />

• esclarecer sobre o diagnóstico, prognóstico e trabalhar seus conflitos;<br />

• preservar a funcionalidade da família.<br />

Com vista a minimizar a segregação comunitária desses indivíduos, é importante buscar a<br />

sensibilização das comunidades por meio de:<br />

• informação sobre suas características comportamentais;<br />

• divulgação de programas e serviços já existentes na comunidade;<br />

• utilização de recursos da comunidade nos projetos de assistência a essas pessoas;<br />

• aumentar na mídia o espaço de programas informativos sobre o tema para a população;<br />

• proporcionar à comunidade oportunidades de conviver com atividades específicas desses<br />

indivíduos;<br />

• informar a comunidade sobre os direitos das pessoas portadoras de TID.<br />

Reconhecendo o importante papel que as associações de pais têm desempenhado ao longo desse<br />

processo, é fundamental a promoção de intercâmbio de informações entre essas associações,<br />

visando ao aprimoramento de sua atuação junto a outras instituições, ao poder público e à<br />

comunidade em geral.<br />

SERVIÇOS <strong>ESPECIAL</strong>IZADOS<br />

O objetivo dessa proposta tem sua essência na reabilitação biopsicossocial.<br />

Os serviços especializados são modalidades de atendimento que as instituições públicas e privadas,<br />

intersetoriais e interinstitucionais têm prestado a pessoas portadoras de transtornos invasivos do<br />

desenvolvimento e suas famílias, conforme suas necessidades. Esses serviços visam aglutinar um<br />

conjunto de ações numa forma racionalizada, buscando garantir atendimento integral e resolutivo.<br />

Esses serviços devem ser estruturados nas três esferas governamentais - federal, estadual, e<br />

municipal, nas áreas de saúde, educação, assistência social e trabalho, entre outras.<br />

Na área de saúde, os serviços devem orientar-se pelos princípios doutrinários e organizacionais do<br />

Sistema Único de Saúde (SUS). No que concerne à população dos municípios desprovidos dos<br />

recursos mínimos necessários, recomenda-se a continuidade das iniciativas, já existentes, de<br />

formação de consórcios municipais.<br />

Consoante o princípio de descentralização político-administrativa das áreas de educação, assistência<br />

social e trabalho, entre outros, foram identificadas as seguintes linhas de ação:<br />

Prevenção:<br />

- detecção e diagnóstico de fatores de risco;<br />

- diagnóstico precoce;<br />

- atendimento precoce;<br />

- investigação de fatores etiológicos e de morbidades possivelmente existentes e implementação de<br />

condutas preventivas que lhes são pertinentes.<br />

Alternativas de serviços<br />

Na área de educação: criar, estruturar, implementar serviços de educação para portadores de<br />

transtornos invasivos do desenvolvimento, de acordo com suas especificidades, priorizando seu<br />

atendimento, de preferência na rede regular de ensino.<br />

Modalidades de atendimento educativo:<br />

- classes comuns/supervisão;<br />

- classes comuns com apoio da sala de recursos (professor-apoio);<br />

- classes especiais com apoio da sala de recursos;<br />

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- classes especiais do tipo preparatórias para inserção no ensino regular com apoio da sala de<br />

recursos;<br />

- escola especial;<br />

- professor itinerante;<br />

- classes hospitalares;<br />

- educação para o trabalho.<br />

• Avaliação psicopedagógica dos educandos no seu processo educativo, considerando todo o<br />

ambiente físico e interacional existente na escola, visando instrumentalizar a conduta<br />

educacional preconizada.<br />

• Atendimento educacional organizado e supervisionado por equipe interdisciplinar<br />

especializada.<br />

• Serviços de apoio psicopedagógicos complementares para os usuários no seu processo<br />

educativo.<br />

• Serviços educacionais de preparação para o trabalho .<br />

• Serviços de orientação educacional para a família .<br />

SAÚDE<br />

• Preparação dos diversos níveis para o atendimento, e intervenção, a essa clientela<br />

específica, utilizando o seguinte sistema:<br />

- Unidade de Saúde Mental em Hospital Geral;<br />

- Centro e Núcleo de Atenção Psicossocial (CAPS - NAPS);<br />

- Centro de Convivência;<br />

- Lares;<br />

- Chácaras;<br />

- Pensões e outros.<br />

• Implementação da proposta de "acompanhante terapêutico" que deve estar inserido numa<br />

equipe de atendimento.<br />

• oferecimento das condições necessárias ao atendimento do usuário em serviços de<br />

referência nas diferentes especialidades.<br />

• Serviços de saúde oferecidos por organizações não-governamentais, com funcionamento<br />

interdisciplinar.<br />

ASSISTÊNCIA SOCIAL<br />

• Serviços de habilitação/reabilitação visando a integração de portadores de TID na vida<br />

comunitária.<br />

• Concessão de benefício de prestação continuada.<br />

<strong>COM</strong>UNIDADE<br />

Considerando a complexidade e abrangência da estruturação de serviços especializados de atenção<br />

ao usuário, é de fundamental importância o engajamento da comunidade, quer na identificação das<br />

necessidades emergentes, quer na estruturação de serviços alternativos e complementares como:<br />

• Programas de apoio às famílias: finais de semana, férias, etc<br />

• Moradias protegidas que adotem objetivos de atender a pequenos grupos que recebam<br />

atendimentos especializados globalizados, conforme as necessidades individuais<br />

apresentadas.<br />

• Incentivo à implementação de redes familiares (famílias substitutas temporárias).<br />

O desenvolvimento dessas ações deve guardar consonância com as diretrizes na área e integrar os<br />

demais serviços públicos e privados existentes.<br />

TRABALHO<br />

• Estruturação de programas de geração de emprego e renda.<br />

• Assegurar a inclusão dos programas de capacitação para o trabalho dessas pessoas nos<br />

programas nessa área no Ministério do Trabalho.<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

Caracterizam-se como recursos humanos os profissionais que promovem, direta e indiretamente,<br />

ações preventivas e reabilitadoras nos serviços de saúde, educação, assistência social e trabalho,<br />

entre outros.<br />

É marcante a importância, neste momento, de que se implementem ações que resultem na melhoria<br />

de qualidade desses serviços.<br />

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Para tanto, se priorizam as propostas de classificação do perfil profissional que contemplem os<br />

seguintes aspectos de sua capacidade de:<br />

ψ atuar inter-profissionalmente;<br />

ψ atuar em serviços que se complementam e formam uma rede de serviços para o<br />

mesmo usuário;<br />

ψ atuar diretamente com o usuário e seu ambiente sócio-familiar;<br />

ψ perceber a pessoa como um ser indivisível e que deve ser respeitada como é;<br />

ψ responsabilizar-se por todo o processo técnico e ético.<br />

ψ avaliar continuamente, a sua expectativa profissional e o nível de exigência que requer<br />

esse trabalho, contribuindo para evitar a alta rotatividade na área.<br />

NA ÁREA DA <strong>EDUCAÇÃO</strong><br />

• Professor regente<br />

• Professor de sala de recursos<br />

• Psicólogo<br />

• Professor de Educação Física<br />

• Auxiliar de classe<br />

• Psicopedagogo<br />

NA ÁREA DA SAÚDE<br />

• Psiquiatra preferencialmente da infância e da adolescência<br />

• Neurologista preferencialmente da infância e adolescência<br />

• Psicólogo<br />

• Pediatra<br />

• Assistente Social e auxiliares<br />

• Enfermeiro e auxiliares<br />

• Terapeuta Ocupacional<br />

• Fonoaudiólogo<br />

• Geneticista<br />

• Recreacionista (nível médio)<br />

• Acompanhante terapêutico<br />

Ressalta-se que, considerando a abordagem interdisciplinar dos serviços, deverá haver cooperação<br />

técnica das interfaces.<br />

PROFISSIONAL DE APOIO<br />

• Recorrer, quando necessário, ao apoio de profissionais auxiliares na atuação com autistas e<br />

portadores de TID.<br />

A capacitação dos profissionais deve atingir três níveis distintos:<br />

1) inclusão de temas e/ou disciplinas sobre o assunto nos currículos dos cursos de formação de nível<br />

médio, superior e especializações;<br />

2) oferta de cursos de atualização para formadores de profissionais especializados;<br />

3) oferta de programas de treinamento e aperfeiçoamento dos profissionais que atuam na área, de<br />

forma sistematizada e contínua.<br />

Ressalta-se a necessidade de incluir o tema da interdisciplinariedade em todos os níveis de<br />

capacitação, como aspecto relevante para a mudança de paradigma e de alimentar o serviço nacional<br />

de referência bibliográfica buscando atualizar informações da área.<br />

A Pesquisa de incentivar o desenvolvimento de investigação científica na área.<br />

ENCARTE: O QUE NOS PEDIRIA UM AUTISTA<br />

O QUE NOS PEDIRIA UM AUTISTA?<br />

Ajuda-me a compreender. Organiza meu mundo e ajuda-me a prever o que vai acontecer. Dá-me<br />

ordem, estrutura, e não um caos.<br />

Não fiques angustiado comigo, pois isto também me angustia. Respeita meu ritmo. Se<br />

compreenderes minhas necessidades e meu modo especial de ver a realidade, não terás dificuldade<br />

de te relacionares comigo. Não te deprimas; o normal é eu progredir e me desenvolver cada vez mais.<br />

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Não fales muito, nem depressa demais. Para ti as palavras voam como plumas, não pesam para ti,<br />

mas para mim podem ser uma carga muito pesada. Muitas vezes não é esta a melhor maneira de te<br />

relacionares comigo.<br />

Como todas as demais crianças, e como os adultos, sinto necessidade de partilhar o prazer e gosto<br />

de fazer bem as coisas, embora nem sempre o consiga.<br />

Preciso de mais ordem do que tu e mais do que tu preciso de prever as coisas no meu meio.<br />

Precisamos negociar meus rituais de convivência.<br />

Para mim é difícil compreender o sentido de muitas coisas que me pedem para fazer. Ajuda-me a<br />

compreender. Procura pedir-me coisas que tenham sentido completo e decifrável para mim. Não<br />

deixes que eu me embruteça e fique inativo.<br />

Não te envolvas demais comigo. Às vezes as pessoas são muito imprevisíveis, barulhentas demais e<br />

excessivamente animadoras. Respeita as distâncias de que preciso, mas sem me deixares sozinho.<br />

O que eu faço não é contra ti. Quando fico irritado ou me firo; quando quebro alguma coisa ou me<br />

agito demais; quando tenho dificuldade de fazer o que me pedes, não estou querendo te aborrecer.<br />

Porque tenho um problema de intenções. Não me atribuas más intenções!<br />

Meu desenvolvimento não é irracional, embora não seja fácil de entender. Tem sua própria lógica, e<br />

muitas das condutas que chamas de "alteradas" são formas de enfrentar o mundo com minha forma<br />

especial de ser e perceber. Faze um esforço para me compreenderes.<br />

As outras pessoas são muito complicadas. Meu mundo não é complexo nem fechado, é um mundo<br />

simples. Embora possa parecer estranho o que te digo, meu mundo é tão aberto, tão sem embustes e<br />

mentiras, tão ingenuamente exposto aos outros que é difícil penetrar nele. Não vivo numa "fortaleza<br />

vazia", mas numa planície tão aberta que pode parecer inacessível. Sou muito menos complicado do<br />

que as pessoas que consideras normais.<br />

Não me peças sempre as mesmas coisas, nem exijas de mim as mesmas rotinas.<br />

Não sou apenas autista. Sou também uma criança, um adolescente ou um adulto. Partilho muitas<br />

coisas das crianças, dos adolescentes e adultos que chamas de "normais". Gosto de brincar e de me<br />

divertir, gosto de meus pais e das pessoas que me cercam; fico contente quando faço bem as coisas.<br />

Na minha vida há mais o que partilhar do que separar.<br />

Vale a pena viver comigo. Posso te proporcionar tanta satisfação como as demais pessoas. Pode<br />

acontecer um momento em tua vida em que eu, autista, seja tua maior e melhor companhia.<br />

Não me agridas quimicamente. Se te disserem que preciso de tomar um medicamente, providencie o<br />

acompanhamento periódico por um especialista.<br />

Nem meus pais nem eu temos culpa de I que se passa comigo. Tampouco são culpados os<br />

profissionais que me ajudam. Não adianta culpar uns e outros. Às vezes minhas reações e condutas<br />

podem ser difíceis de entender ou de suportar, mas não é por culpa de ninguém. A idéia de "culpar"<br />

não faz mais do que produzir sofrimento com relação a meu problema.<br />

Não me peças constantemente coisas que estão fora de meu alcance, de minha possibilidade. Pedeme,<br />

porém, as que sou capaz de fazer. Ajuda-me a ter mais autonomia, para compreender melhor,<br />

comunicar-me melhor, mas não me ajude demais.<br />

Não precisas mudar completamente sua vida pelo fato de viver com uma pessoa autista. A mim nada<br />

aproveita o estares mal, que te feches e te deprimas. Preciso de estabilidade e de bem-estar<br />

emocional em torno de mim para me sentir melhor. Não penses tampouco que eu tenha culpa do que<br />

se passa comigo.<br />

Ajuda-me com naturalidade, sem tomar essa ajuda uma obsessão. Para me ajudar precisas de ter<br />

teus momentos de repouso ou de te dedicares a tuas próprias atividades. Fica perto de mim, não te<br />

vás, mas não te sintas sob o peso de uma carga insuportável. Na minha vida tem havido momentos<br />

difíceis, mas posso estar cada vez melhor.<br />

Aceita-me como sou. Não condicione tua aceitação a que eu deixe de ser autista. Sê otimista sem te<br />

tornares "romântico". Minha situação em geral tende a melhorar, embora por enquanto não tenha<br />

cura.<br />

Embora me seja difícil comunicar-me ou compreender as sutilezas sociais, na realidade tenho<br />

algumas vantagens em comparação com os que tu chamas de "normais". Tenho dificuldade em me<br />

comunicar, mas não costumo enganar. Não compreendo as sutilezas sociais, mas tampouco tenho<br />

duplas intenções ou sentimentos perigosos tão comuns na vida social. Minha vida poderá ser<br />

satisfatória se for simples, ordenada e tranqüila, desde que não me façam constantes exigências e só<br />

me peçam as coisas mais difíceis para mim. Ser autista é um modo de ser, embora não seja o<br />

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comum. Minha vida como autista pode ser tão feliz e satisfatória como a tua vida "normal". Nessas<br />

vidas podemos vir a nos encontrar e a partilhar muitas experiências.<br />

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