O método indutivo - FLF
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Rev. Cient. Fac. Lour. Filho – v.5, n.1, 2007 2<br />
a.C.) defendia que todas as coisas do universo tinham uma estrutura numérica; Parmênides<br />
(530–460 a.C.) estabeleceu pela primeira vez o princípio lógico-ontológico de identidade “o que<br />
é, é - e não pode deixar de ser”.<br />
O terceiro momento do pensamento humano é atribuído a Aristóteles (384–322 a.C.) por<br />
ter estabelecido uma visão realista do mundo e do homem, destacando a elaboração de um<br />
<strong>método</strong> de pesquisa (a lógica) e de uma forma de exposição (o tratado), estabelecendo, em<br />
definitivo, a sistematização, o <strong>método</strong>, a linguagem, a experiência e a racionalidade como base<br />
do conhecimento.<br />
A trajetória do saber se configura, então, em duas dimensões, uma “ampliativa” que<br />
trouxe como conseqüência o constante crescimento do saber, tanto qualitativa como<br />
quantitativamente e outra “delimitativa” através das quais poderiam ser definidas as fronteiras e<br />
as relações entre os diversos tipos de saber [15].<br />
Pode-se afirmar que a partir de Sócrates (470–399 a.C.), Platão (427–347 a.C.), e<br />
Aristóteles, a aventura do conhecimento foi conduzida pela reflexão racional; quando são<br />
definidas a lógica formal aristotélica e os principais problemas de ordem gnosiológica: realismo<br />
ou idealismo; conhecimento objetivo ou subjetivo; certeza ou conjectura; conhecimento a priori<br />
ou a posteriori; conhecimento dedutivo ou <strong>indutivo</strong>.<br />
Aristóteles usou e definiu a indução como uma ascensão do particular ao universal<br />
(inverso do silogismo), admitido que o universal na indução resulte de uma enumeração<br />
adequada, dita também enumeração suficiente, quando fosse possível enumerar todos os dados<br />
teria uma indução completa ou virtualmente completa, chamada científica.<br />
O problema da indução somente veio a ser questionado por David Hume (1711–1776)<br />
quando levantou, e negou através de exemplos, questões da validade lógica do <strong>método</strong> <strong>indutivo</strong><br />
[07], abalando a confiança dos indutivistas e causando discussões sobre o tema que persistem<br />
até hoje.<br />
As ciências empíricas se caracterizam pelo fato de empregarem o pensamento <strong>indutivo</strong><br />
[11]. Uma inferência é dita indutiva, caso ela conduza enunciados “particulares”, tais como<br />
descrições dos resultados das observações ou experimentos, para enunciados “universais”, tais<br />
como hipóteses ou teorias. Karl Popper (1902–1994) considera que do ponto de vista lógico isto