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A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E AS ... - SOBER

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Tabela .5 - Países da OCDE: Subsídio equivalente ao produtor (PSE) por hectare (em<br />

dólares)<br />

Países 1997 1998 1999<br />

União Européia 815 890 831<br />

Estados Unidos 73 116 129<br />

Japão 10.211 10.005 11.792<br />

Austrália 3 3 3<br />

Nova Zelândia 10 6 7<br />

Fonte: OCDE (2000)<br />

O relatório de avaliação das políticas agrícolas adotadas nestes países, em 1999,<br />

confirma o recrudescimento do protecionismo agrícola mundial, ao contrário do que era de se<br />

esperar com a implementação do Acordo Agrícola da Organização Mundial do Comércio<br />

(OMC). O conjunto das políticas de apoio à agricultura dos países da OCDE atingiram o<br />

valor de US$ 361,5 bilhões, em 1999, registrando aumento de 2,7% sobre os US$ 352,1<br />

bilhões apurados no ano anterior. Nos últimos três anos, os subsídios cresceram quase 10%,<br />

demonstrando o avanço do protecionismo agrícola dos países ricos no período. O valor<br />

apurado em 1998 representa cerca de 40% da receita agrícola total, contra 31% em 1997,<br />

retornando aos elevados subsídios praticados em meados da década de 1980, antes da<br />

implementação do Acordo Agrícola da OMC (GLEBA, 2000A).<br />

Portanto, a agricultura do mundo desenvolvido é atualmente subsidiada em quase US$<br />

1 bilhão por dia, sendo que cada produtor recebe anualmente, em média, subsídio equivalente<br />

a US$ 11 mil. Este aumento do protecionismo ocorreu em função da queda generalizada dos<br />

preços internacionais das commodities. Devido às políticas internas de suporte de preços, a<br />

mesma redução não ocorreu redução nos preços domésticos nos países da OCDE. Conforme<br />

a média da OCDE, o total da receita bruta foi 66% mais alto do que se a produção tivesse sido<br />

vendida aos preços do mercado mundial e sem apoio orçamentário (GLEBA, 2000A).<br />

Diante a este cenário muitos países interessados em expandir suas exportações<br />

agrícolas encontram grandes dificuldades, por isso almejam regras do comércio agrícola<br />

internacional ainda mais eficazes e transparentes. Conforme os dados descritos<br />

anteriormente, verifica-se que a agricultura segue estando altamente protegida em muitos<br />

países, notadamente nos países europeus, com todos os custos que isto implica para governos<br />

e consumidores. O Grupo Cairns, formado por países com competitividade internacional nos<br />

produtos agrícolas, entre os quais Brasil e Argentina, tem pressionado sistematicamente nas<br />

negociações multilaterais que envolvem o setor agrícola para promover oportumidades de<br />

acesso ao mercado para suas exportações.<br />

Há uma questão intrigante no contexto das negociações comerciais multilaterais que<br />

precisa ser mais bem esclarecida. Se a maior parte dos países ricos gastam muitos recursos<br />

públicos para manter seu setor agrícola “sobrevivendo” diante da concorrência internacional<br />

e, em várias circunstâncias, até mesmo exportando para os próprios países que demonstram<br />

vantagem comparativa no setor, onerando o contribuinte e até mesmo promovendo a<br />

alocação ineficiente dos recursos escassos, por que insistem em manter elevados níveis de<br />

proteção e relutam no nível multilateral realizar ajustes rápidos para uma maior abertura ao<br />

comércio internacional? Em outros termos porque os países desenvolvidos protegem o setor<br />

agrícola de forma intensa? Guardaria o setor agrícola algumas características especiais que<br />

justificaria estes elevados níveis de proteção?<br />

O principal argumento dos países desenvolvidos, principalmente União Européia e<br />

Japão, no contexto das negociações multilaterais estão relacionados com os problemas<br />

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