A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E AS ... - SOBER
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países, nos EUA chegam a 350%, na União Européia a 800% enquanto no Japão<br />
chega a 900%.<br />
O setor agrícola passou a ser efetivamente considerado nas negociações multilaterais<br />
do GATT, apenas com o início da Rodada Uruguai, já no final dos anos 1980. Entretanto,<br />
mesmo com as reduções propostas pela Rodada Uruguai, ressalta-se que os países<br />
desenvolvidos aplicam tarifas muito maiores no setor agrícola do que no setor industrial. Por<br />
isso é extremamente necessário que se prossiga às negociações multilaterias no comércio<br />
agricola, pois além das tarifas para produtos agrícolas serem comparativamente elevadas,<br />
existem outros problemas relacionados com a implementação dos acordos existentes na<br />
administração do sistema de cotas tarifárias, no acesso mínimo aos mercados e no<br />
cumprimento de compromissos de redução de apoios e subsídios a exportação.<br />
Historicamente, os países desenvolvidos vêm obtendo muitas conquistas nas<br />
negociações multilaterais pela sua maior capacidade negociadora e estrutura institucional.<br />
Por isso, houve um avanço substancial em temas do seu direto interesse, como os direitos<br />
de propriedade intelectual e a liberalização dos serviços financeiros e telecomunicações.<br />
Por outro lado, os compromissos assumidos para a liberalização dos mercados agrícola e<br />
têxtil e do vestuário asseguraram as economias mais avançadas um tempo considerável<br />
para sua reestruturação interna, maior do que o conquistado pelos países em<br />
desenvolvimento para introduzir as mudanças legislativas, normativas e institucionais para<br />
cumprir seus compromissos assumidos na Rodada Uruguai.<br />
Os países em desenvolvimento devem formular suas políticas comerciais, a partir<br />
do principio de defesa comercial, dado os elevados níveis de proteção dos países<br />
desenvolvidos. Mas no caso brasileiro , a partir do início da década de 90, foi adotada<br />
uma política comercial liberalizante em todos os setores da economia com o objetivo de<br />
desfrutar dos benefícios da abertura comercial. Particularmente, esta política não atentou<br />
que os custos deste processo poderia desequilibrar suas contas externas e, particularmente,<br />
que liberalizar o comércio agrícola per si não é promover a eficiência alocativa, uma vez<br />
que o setor agrícola é altamente protegido pelos países desenvolvidos.<br />
7. Referências bibliográficas<br />
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