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RAFAELA MAIA GOMES - UCDB

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se chegou à aldeia, percebeu-se que a cultura era diferenciada. Por parte dos<br />

caciques, diferentemente, havia uma preocupação, pois os jovens vinham perdendo<br />

o contato com a cultura indígena e temiam o futuro das novas gerações, pois<br />

distanciavam-se dos costumes indígenas.<br />

Geertz (1989, p. 28) ressalta que: “[...] não precisava afirmar que a cultura<br />

do homem era tudo que lhes poderia reclamar embora ele fosse, não obstante, um<br />

ingrediente essencial e irredutível em sua natureza, talvez mesmo o ingrediente<br />

dominante”.<br />

Ao observar a preocupação das lideranças indígenas com a possibilidade<br />

de distanciamento da cultura pelos seus jovens, durante o estágio, foram<br />

desenvolvidas atividades ligadas ao atendimento na área social bem como<br />

discussões de propostas de preservação da cultura indígena. O envolvimento cada<br />

vez maior despertava ainda mais o interesse sobre a saúde e a preservação dos<br />

valores culturais desses povos.<br />

Ao concluir a graduação e participar da Pós-Graduação lato sensu, já<br />

morando no Estado do Mato Grosso do Sul (MS), o interesse pela temática indígena<br />

persistiu e, nesse sentido, buscou-se abordar a saúde do indígena Terena na Aldeia<br />

Urbana Água Bonita, em Campo Grande (MS).<br />

No curso de Mestrado em Desenvolvimento Local, optou-se por<br />

prosseguir a pesquisa iniciada na Especialização, pois através do contato com os<br />

índigenas da etnia Terena, ficou evidenciado o distanciamento da cultura indígena e,<br />

por consequência, das informações sobre a medicina tradicional (como ervas, rezas,<br />

etc) oferecidos pelos pajés e líderes da comunidade nativa. Outro contraponto era a<br />

distância percorrida pelos Terena até a unidade de atendimento à saúde dos não<br />

indígenas, que era imensa.<br />

Destaca-se que esses povos estabeleceram-se em aldeias urbanas criadas<br />

pelo Estado, com o intuito de resolver problemas de política de distribuição de terras<br />

que possibilitassem a organização das etnias em comunidades, fora das áreas<br />

urbanas. A insatisfação dos indígenas, que se sentiam excluídos de suas<br />

comunidades, por insuficiência de espaço que lhes possibilitassem uma condição de<br />

vida melhor, culminou na ocupação de áreas urbana, dentro da capital.<br />

Nesse aporte, está à Aldeia Marçal de Souza, habitada por 200 famílias,<br />

com um montante de 1050 pessoas, morando em 135 casas, sendo esta a primeira<br />

aldeia urbana do Brasil, conhecida como loteamento social Marçal de Souza,<br />

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