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Piquenique com Saci

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<strong>Piquenique</strong> <strong>com</strong> <strong>Saci</strong><br />

Era uma manhã linda de primavera.<br />

O sol acordou mais cedo e <strong>com</strong> sua luz<br />

dourada iluminou tudo que viu.<br />

A luz do sol bateu na janela do quarto<br />

de Michel <strong>com</strong> jeito de convite. Um<br />

convite irresistível para acordar e<br />

aproveitar o dia lindo que a primavera<br />

tinha preparado.<br />

O convite era irresistível – tal <strong>com</strong>o<br />

tudo no Sítio dos Sonhos. Lá tinha<br />

pomar, riacho, lago pra pescar e bichos<br />

de montão. Tinha galinha, ganso e até<br />

um cavalinho pro Michel andar. E<br />

olhando para o sítio naquela manhã<br />

gostosa de primavera o Michel pensou:<br />

- É: o vovô caprichou mesmo!<br />

Era uma vista muito bonita, dessas que<br />

deixam a gente alegre só de olhar.<br />

Tinha horta e tinha pomar, tinha um<br />

pedaço de mata preservada, tinha<br />

natureza por todo lugar.<br />

Era tudo tão bonito e tão especial que só dava vontade de uma coisa: fazer um<br />

piquenique pra aproveitar a manhã de primavera.<br />

- É: deu vontade mesmo – disse Michel pensando alto.<br />

Mas um piquenique especial precisava de uma <strong>com</strong>panhia especial para ser ainda<br />

mais especial. Mas quem? Quem? Quem?<br />

A Giovana, claro. Giovana era neta do seu Francisco – que morava no sítio ao lado. E<br />

ela era (<strong>com</strong>o eu poderia dizer?), ela era...<br />

- ...linda! - disse Michel suspirando.<br />

Michel mal podia esperar o fim-de-semana chegar pra poder ver a Giovana. O Sítio<br />

dos Sonhos era muito bonito – mas a Giovana era ainda mais linda. Linda <strong>com</strong>o<br />

todas as manhãs de primavera juntas numa única manhã.<br />

- Ai, ai... - suspirou Michel pensando na Giovana.<br />

Michel preparou uma cesta de piquenique <strong>com</strong> tudo que tinha direito: sanduíche,<br />

suco e frutas. Tinha até chocolate, bala de goma e bananada. Bem: tinha tudo que<br />

Michel conseguiu achar no armário da cozinha da avó e que <strong>com</strong>binava <strong>com</strong><br />

piquenique. Chiclete <strong>com</strong>bina <strong>com</strong> piquenique?<br />

Michel pegou sua cesta e andou até a cerca do sítio do Seu Francisco. Deu uma boa<br />

olhada e não viu Giovana por ali. Mas viu outra pessoa.<br />

- Bom dia, Seu Francisco – disse Michel.<br />

http://www.catraios.pt/avo_continhos.htm


Seu Francisco era um velhinho simpático e sorridente, que adorava conversar <strong>com</strong> as<br />

crianças e contar histórias. Toda vez que Michel ia na cerca ouvia uma história de<br />

roça. E Seu Francisco contava histórias <strong>com</strong>o ninguém.<br />

- Bom dia, Michel! - exclamou Seu Francisco se aproximando da cerca. Vamos<br />

chegar!<br />

Era assim que Seu Francisco sempre convidava Michel para entrar no sítio dele e<br />

sentar para ouvir uma história. O convite era tentador, mas hoje Michel só queria<br />

fazer um piquenique <strong>com</strong> a Giovana – neta do Seu Francisco.<br />

- A Giovana está, seu Francisco?<br />

- Está sim, Michel. Puxa: que bela cesta de piquenique você tem aí, hein?<br />

Seu Francisco era muito observador.<br />

- É... - disse Michel meio sem jeito – Eu estou pensando em fazer um piquenique. E<br />

vim convidar a Giovana.<br />

- Mas por que não disse logo, meu rapaz? Giovana! Cadê você? - disse Seu Francisco<br />

olhando para a casa.<br />

- Já vou, vovô!<br />

Era a voz de Giovana, que nesse exato momento saía da casa. O sol parou para ver<br />

Giovana passar, iluminando seus cabelos. O vento ventou só pra mexer <strong>com</strong> os<br />

cachos do cabelo de Giovana. E o tempo parou para o Michel olhar enquanto<br />

Giovana se aproximava da cerca.<br />

- Oi Michel – disse ela.<br />

Aquilo era música para os ouvidos de Michel. O sol, a primavera e Giovana. Do que<br />

mais ele precisava para ser feliz?<br />

- Michel veio te convidar para um piquenique – disse Seu Francisco.<br />

- Aceito – disse Giovana sorrindo o sorriso mais lindo que ela poderia sorrir.<br />

Michel também sorriu. E Giovana já ia passando pelo portãozinho da cerca, que<br />

ligava os dois sítios, quando Seu Francisco sorriu e disse assim:<br />

- Bom piquenique pra vocês. E tomem cuidado <strong>com</strong> o saci.<br />

- <strong>Saci</strong>? - perguntou Michel.<br />

- É. Hoje é dia do saci, dia em que tudo pode acontecer. Mas não se preocupem não.<br />

Basta ficar longe do bosque que tudo vai dar certo – <strong>com</strong>pletou seu Francisco.<br />

Ficar longe do bosque? Mas era justamente ali que Michel imaginou fazer o<br />

piquenique, embaixo daquela árvore frondosa que tinha a melhor sombra de todo o<br />

sítio.<br />

- Bem, nesse caso cuidado <strong>com</strong> o bambuzal – avisou seu Francisco.<br />

- Por que? - quis saber Michel.<br />

- Porque é ali que o saci mora. Eu me lembro de uma vez em que um menino e uma<br />

menina – <strong>com</strong>o você e a Giovana – resolveram acampar ali perto do bambuzal.<br />

Mas... deixa pra lá. Bom piquenique – disse Seu Francisco sorrindo.<br />

- O que aconteceu <strong>com</strong> o menino e a menina? - quis saber Michel.<br />

- Conta, vovô – disse Giovana.<br />

http://www.catraios.pt/avo_continhos.htm


Seu Francisco respondeu sorrindo:<br />

- Bom... já que insistem...<br />

Os olhos de Michel e Giovana estavam fixos no Seu Francisco, o melhor contador de<br />

histórias da região. E ele continuou:<br />

- Há muito tempo atrás um menino e uma menina vieram acampar aqui perto do<br />

bosque. Tudo parecia tranquilo quando coisas misteriosas <strong>com</strong>eçaram a acontecer.<br />

- Que tipo de coisas, vovô? - quis saber Giovana.<br />

- Ah, todo tipo de coisas: barulhos estranhos, coisas que sumiam, coisas se<br />

movimentando no ar...<br />

Michel e Giovana ouviam atentamente, prendendo a respiração de tanto suspense<br />

que a história causava.<br />

- Tudo coisa do <strong>Saci</strong>, que adorava pregar peças nas pessoas – disse Seu Francisco<br />

rindo, se lembrando das artes que o saci apronta.<br />

Michel e Giovana se entreolharam. Estavam (<strong>com</strong>o eu diria?) não apavorados, mas<br />

impressionados. E Seu Francisco continuou:<br />

- O menino era da cidade, sabe?<br />

- Como eu – disse Michel engolindo em seco.<br />

- E a menina morava aqui perto – <strong>com</strong>pletou Seu Francisco.<br />

- Como eu – disse Giovana engolindo em seco.<br />

- É... pois é... Parece <strong>com</strong> vocês, não é? - respondeu Seu Francisco rindo.<br />

Michel e Giovana tentaram sorrir. Mas o sorriso parou no meio e eles desistiram. Seu<br />

Francisco continuou a história:<br />

- Eles não sabiam o segredo do saci. E foi aí que veio o pior da história.<br />

- O que? - indagou Michel.<br />

- O que? - perguntou Giovana logo sem seguida.<br />

- Bem... não sei se eu devo lhes contar... - disse Seu Francisco meio reticente.<br />

- Conta, vovô – pediu Giovana.<br />

- Conta – pediu Michel.<br />

Seu Francisco, atendendo a pedidos, continuou:<br />

- Bem, foram vocês que pediram. Naquele dia o saci estava aprontando das suas<br />

quando...<br />

Nessa hora eles ouviram uma voz de dentro da casa dizendo:<br />

- Francisco! Venha já aqui trocar uma lampada pra mim!<br />

Era a avó de Giovana, que precisava da ajuda do avô.<br />

- Bem gente: a história fica pra outra hora.<br />

- Mas... mas... o que aconteceu? - perguntou Michel.<br />

- Sinto muito, Michel. Quando a Dona Ziza chama ela chama – respondeu Seu<br />

Francisco se afastando em direção à casa – Boa diversão pra vocês.<br />

- Francisco! - gritou de novo Dona Ziza de dentro de casa.<br />

http://www.catraios.pt/avo_continhos.htm


- Já vou! Já vou! - respondeu Seu Francisco se aproximando da casa.<br />

Um minuto de silêncio se estabeleceu na cerca. Michel e Giovana estavam ali,<br />

pertinhos – e no entanto pareceu que estavam a quilômetros de distância, perdidos<br />

em seus pensamentos. Depois de um minuto que pareceu uma eternidade Michel<br />

disse, tentando sorrir:<br />

- Que história, né?<br />

- É mesmo – respondeu Giovana tentando sorrir.<br />

Os dois olharam para o bosque, olharam para o bambuzal e depois de entreolharam.<br />

- E aí? - Essa cesta de piqueniques está pesada – arriscou Michel mostrando a cesta,<br />

renovando o convite para o piquenique.<br />

- Você quer que eu segure? - disse Giovana.<br />

- Não, não. Pode deixar que eu seguro – respondeu Michel.<br />

Os dois olharam para o bosque, olharam para o bambuzal e depois de entreolharam.<br />

- Você... ainda quer ir ao piquenique? - indagou Michel.<br />

- Bem... quer dizer... - respondeu Giovana olhando para o bosque.<br />

- Ah, vamos. Vai ser divertido – convidou Michel.<br />

- É... vai ser divertido... - concordou Giovana <strong>com</strong>o quem concorda mas não muito.<br />

Michel foi até o portão da cerca, abriu e <strong>com</strong> um gesto convidou novamente Giovana<br />

para o piquenique. Giovana não sabia o que fazer. Queria ir, mas aquela história do<br />

Seu Francisco... Foi aí que Michel deu uma idéia:<br />

- A gente fica debaixo da árvore, mas bem na beiradinha da sombra, tá bom? Ali, ó.<br />

- Certo. Qualquer coisa dá pra sair correndo... - disse Giovana pensando alto.<br />

- Como é que é? - indagou Michel.<br />

- Nada – respondeu Giovana disfarçando. - Pensei alto apenas.<br />

Os dois caminharam por uma linda estradinha de terra cheia de flores e sol naquela<br />

doce manhã de primavera. Caminhavam um ao lado do outro, meio sem assunto,<br />

perdidos em seus pensamentos. Não é que a história do Seu Francisco tinha sido<br />

impressionante mesmo!?<br />

De repente ouviram um barulho numa moita. Na hora Michel e Giovana pararam de<br />

andar. O barulho se repetiu de novo. Giovana segurou firme na mão de Michel e<br />

disse:<br />

- Você... acha que é?...<br />

- O que? - perguntou Michel disfarçando o temor.<br />

- Você sabe... - respondeu Giovana <strong>com</strong> medo.<br />

Michel respondeu:<br />

- O sa... - e já ia dizer “saci?” quando Giovana pôs a mão na boca dele e disse:<br />

- Não diga “saci”.<br />

- Você acabou de dizer – respondeu Michel <strong>com</strong> a boca ainda tampada.<br />

- É mesmo – disse Giovana sem graça, tirando a mão da boca do amigo.<br />

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Novamente ouviram o barulho, dessa vez mais alto ainda. Michel pensou em sair<br />

correndo. Mas o que Giovana ia pensar dele? Que ele era um medroso? Não, era<br />

melhor ficar e enfrentar fosse o que fosse, pelo bem da sua amada.<br />

Giovana também pensou em sair correndo. Mas o que o Michel ia pensar dela? Então<br />

decidiu ficar e deixar Michel enfrentar o perigo.<br />

O barulho se repetiu, mais alto ainda. E agora Giovana já segurava o braço de<br />

Michel.<br />

- Está mais perto – disse ela tentando disfarçar o pânico.<br />

- Eu sei – respondeu ele entre dentes.<br />

Foi nessa hora que da moita surgiu... uma galinha. É, uma galinha caipira que estava<br />

ciscando por ali.<br />

- Gertrudes, sua barulhenta! - disse Giovana repreendendo a galinha.<br />

- Você conhece? - se espantou Michel.<br />

- Claro. Ela vive fugindo do nosso sítio... - respondeu Giovana.<br />

Indiferente a galinha continuou ciscando, fez meia-volta e atravessou de novo a<br />

cerca do sítio da Giovana.<br />

- Eu pensei que fosse... - disse Giovana esboçando um sorriso.<br />

- Ah, eu sabia que não era – interrompeu Michel sorrindo pra disfarçar.<br />

Os dois continuaram a andar. Giovana continuava de mão dada <strong>com</strong> Michel, sem<br />

perceber. Era só por segurança, sabe <strong>com</strong>o é.<br />

Daí chegaram perto da árvore frondosa, <strong>com</strong> sua sombra convidativa.<br />

- É... chegamos... - disse Michel olhando a árvore.<br />

- É, né? Chegamos... - respondeu Giovana meio que prendendo a respiração.<br />

Ficaram ali olhando em volta pra se certificar que estava tudo bem e que eles<br />

estavam sozinhos. Foi aí que Michel resolveu estender a toalha na grama e <strong>com</strong>eçar<br />

o piquenique. Michel arrumou a toalha, colocou a cesta cheia de gostosuras em cima<br />

e convidou Giovana:<br />

- Venha! Eu trouxe um monte de coisas gostosas.<br />

Giovana sorriu um sorriso meio amarelo e ainda deu uma olhadinha para os lados.<br />

Mas depois se sentou perto de Michel, que abriu a cesta e <strong>com</strong>eçou a tirar os<br />

sanduíches.<br />

O tempo foi passando. Primeiro eles <strong>com</strong>eçaram a <strong>com</strong>er sem dizer nada. Mas dali a<br />

pouco Giovana rompeu o silêncio dizendo:<br />

- Hum.. Que gostoso esse sanduíche...<br />

- Eu que fiz – respondeu Michel.<br />

Daí <strong>com</strong>eçaram a conversar e dali a pouco estavam rindo. Tinham esquecido um<br />

pouco da história do seu Francisco. E ficaram ali <strong>com</strong>endo e conversando,<br />

conversando e <strong>com</strong>endo, cada vez mais despreocupados.<br />

Foi aí que ouviram um barulho.<br />

- O que foi isso? - perguntou Michel interrompendo uma mordida que ia dar no<br />

sanduíche da presunto.<br />

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- Ah: <strong>com</strong> certeza a Gertrudes nos seguiu até aqui – respondeu Giovana<br />

despreocupada.<br />

O barulho se repetiu e Giovana disse:<br />

- Vai pra casa, Gertrudes! Vai dormir!<br />

- Você fala <strong>com</strong>o se ela fosse um cachorrinho – disse Michel achando graça. E<br />

Giovana riu da situação junto <strong>com</strong> ele.<br />

O barulho se repetiu. E dessa vez deu pra perceber de onde ele vinha: do bambuzal.<br />

- Ah, Gertrudes. Será que ela está presa ali? - indagou Giovana.<br />

- Coitada. Vamos olhar – disse Michel preocupado <strong>com</strong> a galinha.<br />

Os dois se levantaram e foram até o bambuzal. Olharam daqui, olharam dali,<br />

chamaram “Getrudes” daqui e dali. E nada. Nada de galinha presa no bambuzal.<br />

- Ela deve ter ido embora – disse Giovana.<br />

- É. Deve ter ido – concordou Michel.<br />

Os dois deram <strong>com</strong> os ombros e se viraram para voltar ao piquenique. Daí tiveram<br />

uma surpresa:<br />

- Olha só! - exclamou Michel.<br />

O suco estava derramado, todos os sanduíches estavam espatifados na grama, as<br />

frutas estavam bicadas, o chocolate pisado e os chicletes tinham sumido.<br />

- Ah, Gertrudes! - exclamou Giovana examinando o estrago.<br />

- Você acha que foi ela? - indagou Michel.<br />

- Claro. Ela vive se enfiando em todo lugar, mexendo em tudo. E depois some.<br />

Danada, viu?<br />

As formigas alegremente <strong>com</strong>eçaram a atacar os sanduíches espatifados no<br />

gramado. O chocolate pisado virou o tesouro mais precioso a ser disputado entre<br />

formigas e um besouro.<br />

Michel e Giovana se sentaram para olhar o que sobrou na cesta de piquenique. Só<br />

tinha sobrado uma maçã. Até os chicletes sumiram. Foi aí que a Giovana sentiu um<br />

puxão no cabelo.<br />

- Ai! - disse ela. - Doeu, viu?<br />

- Mas... eu não fiz nada – respondeu Michel.<br />

- Muito engraçado, viu Michel?<br />

Michel não entendeu nada. E voltaram a olhar a cesta de novo. Foi quando Giovana<br />

sentiu outro puxão no cabelo.<br />

- Ai, Michel!<br />

E dizendo isso Giovana se virou de costas pra ele.<br />

- O que foi que eu fiz agora? - perguntou Michel.<br />

- Você sabe o que você fez. Não teve graça, viu?<br />

- Mas... - tentou retrucar Michel.<br />

- E pare de rir. Hum! - disse Giovana brava <strong>com</strong> a risadinha debochada do amigo.<br />

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- Giovana: não fui eu que ri – disse Michel.<br />

- Ah, é? Se não foi você então quem foi? - respondeu Giovana brava, olhando para o<br />

amigo.<br />

- Não sei... - disse Michel <strong>com</strong> medo.<br />

Nisso ouviram de novo a risada.<br />

- É... não foi você... - disse Giovana <strong>com</strong> medo.<br />

- É... eu não falei?... - retrucou Michel <strong>com</strong> mais medo ainda.<br />

Novamente ouviram aquela risadinha fina e debochada, que ecoava por toda parte.<br />

- Será que é o... você sabe quem? - indagou Giovana <strong>com</strong> temendo pela resposta.<br />

Outra vez a risadinha ecoou. E dessa vez estava mais perto deles. Giovana <strong>com</strong><br />

muito medo abraçou Michel, que abraçou Giovana também <strong>com</strong> medo.<br />

- Michel...<br />

- Giovana...<br />

Foi nessa hora que eles viram a coisa mais esquisita que já tinham visto. No ar,<br />

assim do nada, surgiu uma bola de chiclete que foi crescendo, crescendo e<br />

crescendo. Michel e Giovana ficaram <strong>com</strong> mais medo ainda. A bola de chiclete<br />

continuou a crescer e de repente estourou, grudando na cara do saci, que nessa<br />

hora ficou visível.<br />

- <strong>Saci</strong>! - exclamou Giovana se levantando.<br />

- Corre! - exclamou Michel puxando Giovana pela mão.<br />

O saci ria e ria, enquanto Michel e Giovana fugiram apavorados pelo campo.<br />

- Tchauzinho – disse o saci rindo e acenando para os dois, que corriam apavorados.<br />

Depois olhou bem para a toalha que Michel tinha esquecido e disse:<br />

- Tá bom pra brincar de fantasma e assustar o pessoal!<br />

E dizendo isso o saci deu outra risada e sumiu levando a toalha do piquenique<br />

embora.<br />

Ah, ia me esquecendo: Michel e Giovana chegaram na casa do Seu Francisco<br />

correndo, esbaforidos, e contaram toda essa história, que o Seu Francisco conta até<br />

hoje pra todo mundo.<br />

F i m<br />

Emílio Carlos<br />

(todos os direitos reservados)<br />

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