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Junho de 2006 - UFRJ

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Jornal da<br />

<strong>Junho</strong>•<strong>2006</strong> <strong>UFRJ</strong><br />

seriam 150 ml para mulheres e o dobro<br />

para os homens, ao dia), nem o tipo <strong>de</strong><br />

bebida que <strong>de</strong>veria ser consumida. “Se<br />

levarmos em consi<strong>de</strong>ração que essa<br />

pirâmi<strong>de</strong> é baseada nos conceitos da<br />

alimentação mediterrânea, saudável,<br />

e com o objetivo <strong>de</strong><br />

prevenir doenças crônicas<br />

não transmissíveis, o i<strong>de</strong>al<br />

é que se consuma vinho<br />

tinto, <strong>de</strong>vido as suas proprieda<strong>de</strong>s<br />

anti-oxidantes”,<br />

complementa o professor.<br />

Um <strong>de</strong>talhe importante<br />

<strong>de</strong>ve ser mencionado.<br />

Essa pirâmi<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Willet é<br />

apenas uma sugestão<br />

<strong>de</strong> um acadêmico<br />

sobre a alimentação<br />

nacional. O<br />

guia alimentar oficial<br />

norte-americano é a<br />

pirâmi<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1992. É<br />

ela que, em 2005, consi<strong>de</strong>rada<br />

ultrapassada, foi<br />

modificada por uma nova<br />

disposição <strong>de</strong> forma a<br />

garantir uma alimentação<br />

mais saudável<br />

à população. A nova<br />

versão do governo<br />

inclui conceitos como<br />

a prática regular <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> física, disposta<br />

na figura <strong>de</strong> um homem subindo<br />

as escadas da pirâmi<strong>de</strong>.<br />

Na antiga edição, as porções<br />

eram bem <strong>de</strong>finidas, mas<br />

não muito bem<br />

representadas. Com a modificação, os<br />

compartimentos <strong>de</strong> alimentos foram<br />

transformados em faixas que contemplam<br />

os grupos nutricionais.<br />

Das três pirâmi<strong>de</strong>s, a oficial <strong>de</strong> 2005<br />

foi uma evolução em relação à <strong>de</strong> 1992.<br />

Mas para o professor Portella, isso não<br />

ocorre quando comparada à pirâmi<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Willet. Os conceitos da dieta mediterrânea,<br />

o estímulo ao consumo <strong>de</strong><br />

gorduras mono-insaturadas e fibras,<br />

e a ativida<strong>de</strong> específica, também são<br />

abordados pela nova pirâmi<strong>de</strong>, porém<br />

não têm uma visualização a<strong>de</strong>quada.<br />

Dessa forma, um leigo não consegue<br />

observar corretamente todos os preâmbulos<br />

presentes na figura e por vezes,<br />

necessita <strong>de</strong> complementação.<br />

É interessante notar que cada país<br />

adapta a pirâmi<strong>de</strong> original americana<br />

ou <strong>de</strong>senvolve a sua própria <strong>de</strong> acordo<br />

com as características alimentares<br />

e culturais <strong>de</strong> sua população. No<br />

Brasil a professora Sônia Tucunduva<br />

Phillip, do Departamento <strong>de</strong> Nutrição<br />

da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP)<br />

<strong>de</strong>senvolveu a pirâmi<strong>de</strong> alimentar brasileira,<br />

adaptando a versão americana<br />

à nossa população. É o caso da batata,<br />

que sempre esteve presente no grupo<br />

dos vegetais das pirâmi<strong>de</strong>s alimentares<br />

americanas, tanto em 1992, quanto em<br />

2005. Fonte <strong>de</strong> carboidrato consistente,<br />

tal como o aipim e a batata-doce,<br />

a batata foi <strong>de</strong>slocada para o grupo <strong>de</strong><br />

alimentos que fornecem mais quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> carboidratos que os cereais.<br />

Guia alimentar brasileiro<br />

Iniciativas para guiar a alimentação<br />

dos brasileiros, a<strong>de</strong>quando-a a<br />

hábitos dietéticos saudáveis, também<br />

são <strong>de</strong>senvolvidas. O Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong> (MS), por exemplo, criou, em<br />

2005, a sua própria cartilha baseada<br />

em uma coletânea <strong>de</strong> evidências, nacionais<br />

e internacionais, produzidas<br />

principalmente nos últimos <strong>de</strong>z anos.<br />

O guia alimentar para a população<br />

brasileira, do Departamento <strong>de</strong> Atenção<br />

Básica (DAB) disponível no site<br />

Tabela comparativa entre as porções norte-americana e brasileira<br />

GRUPOS EUA BRASIL<br />

Cereais 6 - 11 5 - 9<br />

Frutas 2 - 4 3 - 5<br />

Hortaliças 3 - 5 4 - 5<br />

Leite e <strong>de</strong>rivados 2 - 3 3<br />

Carnes<br />

2 - 3 (inclui<br />

leguminosas)<br />

1 - 2<br />

Leguminosas - 1<br />

Açúcares consumo mo<strong>de</strong>rado 1 - 2<br />

Gorduras consumo mo<strong>de</strong>rado 1 - 2<br />

http://dtr2004.sau<strong>de</strong>.gov.br/nutricao,<br />

traz recomendações sobre alimentação<br />

saudável condizentes com o que preconizam<br />

os especialistas <strong>de</strong> Harvard.<br />

O documento brasileiro não adotou<br />

nenhuma simbologia, porque ainda<br />

está em fase <strong>de</strong> construção.<br />

Além disso, o Plano Nacional <strong>de</strong><br />

Alimentação e Nutrição, propõe que<br />

“o conjunto das políticas <strong>de</strong> governo<br />

seja voltado à concretização do direi-<br />

to humano universal à alimentação<br />

e nutrição a<strong>de</strong>quadas – esta política<br />

tem como propósito a garantia da<br />

qualida<strong>de</strong> dos alimentos colocados<br />

para consumo no país, a promoção<br />

<strong>de</strong> práticas alimentares saudáveis e a<br />

prevenção e o controle dos distúrbios<br />

nutricionais, bem como o estímulo às<br />

ações intersetoriais que propiciem o<br />

acesso universal aos alimentos”.<br />

Entretanto, nenhum <strong>de</strong>sses guias<br />

alimentares, ou pirâmi<strong>de</strong>s, sejam elas<br />

nacionais ou não, contempla o consumo<br />

da água. A forma <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong><br />

não é a única adotada. A Austrália,<br />

por exemplo, utiliza a forma <strong>de</strong> um<br />

prato (ou uma pizza) e nela distribui<br />

os alimentos, ampliando os espaços<br />

para frutas e vegetais.<br />

Educação nutricional<br />

Emilson Portella diz que é importante<br />

envidar esforços na criação <strong>de</strong><br />

On<strong>de</strong> buscar mais<br />

informações<br />

11<br />

guias alimentares <strong>de</strong> fácil utilização.<br />

“Todos são muito válidos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

sejam bem trabalhados como uma ferramenta<br />

<strong>de</strong> educação nutricional para<br />

a população. O i<strong>de</strong>al é que levem a<br />

todos a melhor forma <strong>de</strong> adaptar seus<br />

hábitos alimentares, modificando-os<br />

para garantir a redução da ocorrência<br />

<strong>de</strong> doenças crônicas não transmissíveis<br />

na nossa socieda<strong>de</strong>”, orienta o<br />

professor.<br />

O s i te http://w w w. my pyramid.<br />

g o v, d a U S DA , d i s p o n i b i l i z a u m<br />

guia alimentar personalizado, com<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leguminosas, frutas<br />

e cereais que <strong>de</strong>vem ser consumidos<br />

por semana. Nele é possível verificar<br />

a proporcionalida<strong>de</strong>, a varieda<strong>de</strong><br />

e a a<strong>de</strong>quação da alimentação. Num<br />

mesmo grupo, existem alimentos<br />

com maior ou menor quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> nutrientes que ficam dispostos<br />

ao longo da faixa a qual pertencem.<br />

O pão branco, por exemplo, é um<br />

cereal localizado no topo da faixa<br />

dos cereais, enquanto que os cereais<br />

integrais estão na base. Todas essas<br />

variáveis são adaptadas às carac -<br />

terísticas (ida<strong>de</strong>, sexo e ativida<strong>de</strong>s<br />

físicas) que cada usuário fornece ao<br />

site (My Pyramid Plan).

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