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em visível em o Cortiço, em que ele usa uma diversidade de personagens cada<br />

uma com sua caractestica própria, que habitam em ambiente promiscuo, revelando<br />

as dificuldades enfretadas pelas classes sociais menos privilegiadas que não tem<br />

condição social para viver em um ambiente de nível mais elevado. Vejamos<br />

Magalhães apud Bosi (1994; p. 188) “ Desistindo de montar um enredo em função<br />

de pessoas, ateve-se à sequencia de descrições muito precisas onde cenas<br />

coletivas e tipos psicologicamente primários atuam trata-se de um caso raro e<br />

precoce de profissionalização literária”.<br />

Durante grande parte de sua vida, Aluísio de Azevedo viveu daquilo que ganhava<br />

como escritor, nessa perspectiva Magalhães, afirma que “Aluísio Azevedo é no<br />

Brasil talves o único escritor que ganha o pão exclusivamente à custa da sua pena,<br />

mas note-se que apenas o pão : as letras no Brasil ainda não dão para a manteiga”.<br />

Aluísio de Azevedo dedicou grande parte de sua vida à literatura, sobreviendo do<br />

que produzia como escritor, mas ao entrar para a vida diplomática deixa de atuar na<br />

produção literária. Nesse contexto José Veríssimo apud Bosi (1994;p. 188) fala<br />

sobre as obras Condessa Vespér, Girândola de Amores, A Mortalha de Alzira...” é<br />

talvez a mesma causa se possa atribuir o estranho abandono das letras que se lhe<br />

nota a partir dos quarenta anos, quando entra para a carreira diplomática e se elege<br />

membro da academia recem-fundada. Essa luta com a pena pelo pão certamente<br />

explica o desnível entre seus romances sérios. Ainda nessa perspectiva sobre a<br />

obra Azevediana Bosi realta que:<br />

Em A Normalista, o resentimento do autor, apoucado pela vida de<br />

amanuense no meio hostil de Fortaleza, leva-o a nivelar todas as<br />

personagens no sentido das pequenas vilezas que a hipocrisia do<br />

meio se esforça em vão pot encobri. O nivelamento, borrando os<br />

limites das figuras humanas, acaba compondo o quadro naturalista e<br />

pessimista da vida citadina” esse acervo de mentiras galantes e<br />

torpezas dissimuladas,<br />

sociedade” . E o andamento moroso da narração, os interiores<br />

mornos e a baixa temperatura moral das criaturas traduzem bem a<br />

intuição geral do romancista.(BOSI, 1994;p. 194).<br />

Azevedo como escritor naturalista não hesita em em trazer os aspectos mais<br />

repulsivos da vida, fixando na camada mais baixa da sociedade, para a literatura.<br />

Ele traz o homem apenas como peça da engrenagem do mundo, ou seja, um animal<br />

ou vegetal como outro qualquer, o autor capta os conflitos do homem da época, os<br />

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