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se invadir lentamente por aquela embriaguês, esquecendo-se,<br />

alheando-se a tudo, sem querer pensar em outra coisa que não fosse<br />

Raimundo. De repente surpreendeu-se a dizer: “Como deve ser bom<br />

o seu amor...” Estremece, porém, vieram-lhe desejos de os apalpar<br />

com os lábios. Como devia ser bom ouvir dizer Eu te amo! Por<br />

aquela boca e por aquela voz!...O Mulato. (2005;p.92 - 93).<br />

Raimundo não se recorda da infância com Ana Rosa, pois foi Mariana mãe da jovem<br />

quem cuidara dele quando criança e Ana Rosa não havia nascido e pouco depois<br />

do seu nascimento Raimundo ainda pequeno já fora estudar fora do Maranhão. Ele<br />

não tem esse ligamento fraterno com a moça, no qual foram criados separados.<br />

Raimundo começa a observar Ana Rosa não mais como irmã , mas com interesse,<br />

contemplando-a e vendo em seu semblante uma moça simples e bem-disposta:<br />

[...]Deve ser, com certeza, uma excelente moça... calcula de si para<br />

sim.” Pelo seu todo está a dizer que é boa de coração e honesta por<br />

natureza. Além do quê é bonita”. Notou-lhe então a frescura da pele,<br />

a pureza da boca, a abundância dos cabelos. Achou-a bem tratada;<br />

as mãos claras, os dentes asseados, a tez muito limpa, fina e<br />

lustrosa, na sua palidez simpática de flor do Norte. O Mulato.<br />

(2005;p.95-96).<br />

Raimundo era filho do José Pedro irmão do Manoel pescado e da escrava<br />

Domingos, até então ele não sabia de sua origem, e só descobriu quando seu tio<br />

recusou a mão de sua filha Ana Rosa em casamento:<br />

É a mão de minha filha que desejas pedir? É ...<br />

Então ... tenha a bondade de desistir do pedido...<br />

Por quê? Para poupar-me o desgosto de uma recusa...<br />

Como?!... Conte-me tudo! Juro-lhe que lhe ficarei reconhecido por<br />

isso! Ou, quem sabe? Serei tão desprezível a seus olhos que nem<br />

sequer lhe mereça tão miserável prova de confiança?...<br />

Não! Não! Ao contrário, meu amigo! Eu até levaria muito em gosto<br />

o seu casamento com a minha filha, no caso de que isso tivesse<br />

lugar!...E só peço a Deus que lhe depare a ela um marido possuidor<br />

das duas boas qualidade e do seu saber; creia, porém, que eu, como<br />

bom pai, não devo, de forma alguma, consentir em semelhante<br />

união. Cometeria um crime de assim procedesse!...<br />

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