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Linguagem e sentido na Educação Infantil: uma ... - TV Brasil

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ma que ciência, arte e vida são campos da<br />

cultura h<strong>uma</strong><strong>na</strong> que se articulam, mas tan-<br />

to podem adquirir unidade no indivíduo que<br />

as incorpora, como permanecer cindidas e<br />

manter entre si ape<strong>na</strong>s <strong>uma</strong> relação mecâ-<br />

nica e exter<strong>na</strong>. Se a cisão acontece, a arte<br />

ou a ciência passam a ser entendidas de for-<br />

ma autônoma, autossuficientes, isoladas da<br />

vida. Essa postura mecânica tem consequên-<br />

cias éticas que empobrecem culturalmente<br />

o homem<br />

Kramer (2011) aponta que, para Bakhtin,<br />

conhecimento/ciência, arte/estética e vida/<br />

agir ético constituem dimensões da vida hu-<br />

ma<strong>na</strong> em que circulam conceitos e valores,<br />

em duas direções: dos sistemas ideológicos<br />

(ciência, cultura, religião, política, arte) para<br />

o cotidiano (as práticas) e da ideologia do<br />

cotidiano para os sistemas ideológicos; as<br />

influências são recíprocas.<br />

A linguagem é um instrumento de ação no<br />

mundo, sobre o outro, com o outro e com os<br />

muitos outros que constituem o nosso pen-<br />

samento e a nossa consciência. No agir no<br />

mundo produzimos discursos e também so-<br />

mos por eles produzidos. É com a linguagem<br />

que nos relacio<strong>na</strong>mos com a cultura a que<br />

pertencemos, que vamos produzindo signi-<br />

ficados <strong>na</strong>s interações que estabelecemos<br />

com as pessoas e com as produções culturais<br />

que nos cercam, que criamos e re-criamos<br />

o que está à nossa volta. Nossas falas estão<br />

impreg<strong>na</strong>das de marcas dos nossos grupos<br />

sociais de origem, valores e conhecimentos.<br />

Nossos modos de falar e de agir fazem parte<br />

de nossas bagagens culturais, de vida – são<br />

modos de ler a realidade.<br />

Assumir <strong>uma</strong> concepção de linguagem é<br />

assumir <strong>uma</strong> concepção de sujeito. Este<br />

princípio é que sustenta o processo de hu-<br />

manização, socialização e subjetivação que<br />

objetiva a <strong>Educação</strong>. Gestos, expressões,<br />

olhares, palavras, imagens, silêncios, bur-<br />

burinho, conversas, perguntas, respostas,<br />

vozes permeiam o cotidiano escolar. Mas<br />

quanto disso tudo se constitui como espa-<br />

ços enunciativos, réplicas, interlocuções?<br />

É fundamental que as práticas pedagógi-<br />

cas possibilitem a escuta, as expressões por<br />

meio de várias linguagens, a <strong>na</strong>rração de<br />

histórias, o registro e memória do grupo, a<br />

interlocução com diferentes gêneros discur-<br />

sivos em situações reais e significativas, a<br />

abertura de espaços discursivos capazes de<br />

favorecer ações e reflexões com a própria<br />

linguagem, a leitura e a escrita como expe-<br />

riência e formação, a apreciação estética de<br />

diferentes produções artístico-culturais.<br />

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