Exóticas web.cdr - Rede Pró-Fauna - Estado do Paraná
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20 04; MAGALHÃES et al. , 2 005; VITULE et al., 2006a; b; AGOSTINHO et al.,<br />
200 7; VITULE, 2008). Espécies de peixes introduzi<strong>do</strong>s fora m aponta das<br />
como responsáveis pela redução de espécie s nativa s n o Rio de Janeiro<br />
(BIZERRIL e PRI MO, 2001) e Minas Gerais (LATIN I e PETRERE, 200 4;<br />
2007).<br />
No caso d o rio G uaraguaçu (25º42' S e 4 8º31 ' W) , principal rio <strong>do</strong><br />
litoral<br />
para naense e área estratégica para a unidade de conservação E.E.G,<br />
os<br />
destaq ues são as interações negativas entre os peixes introduzi<strong>do</strong>s e as<br />
espéc ies de peixes e anf íbios nativos (VITUL E et a l., 2006a; VITULE et al.,<br />
200 8 , VITULE, 200 8).<br />
O bagre-<strong>do</strong>-cana l ou catfish Ictalurus punctatu s (Rafinesque, 1818)<br />
(Ictaluridae, Silurifor mes) é uma espécie nativa das drenagens centrais<br />
<strong>do</strong>s E UA , sul <strong>do</strong> Canadá e no rte <strong>do</strong> México (FULLER et a l.,<br />
1999). Se u<br />
cultivo, juntament e com o de outras espéc ies de ba gres de grande port e<br />
como o bagre-african o C. gariepinus vêm sen<strong>do</strong> amplament e difundid o<br />
para fins de aqüicultura no mun<strong>do</strong> inteiro, inclusive no Brasil, onde<br />
pode m ser verificada s tendência s de crescimento exponencial na<br />
produção das mesma s ( VITULE et al., 2006a; b; AGOSTINH O et al.<br />
, 2007;<br />
VITUL E, 2008).<br />
Figur a 1 . Produçã o tota l de bagres introduzi<strong>do</strong> s no Brasil (Claria s<br />
gar iepinus e Ictalurus punctatus)<br />
entr e os anos de 197 0 e 2006.<br />
Produç ãoTotal total production (toneladas (tons) métricas )<br />
300000<br />
250000<br />
200000<br />
150000<br />
100000<br />
50000<br />
0<br />
B Catfishs (Clarias gariepinus + Ictalurus punctatus)<br />
1970<br />
1972<br />
1974<br />
1976<br />
1978<br />
1980<br />
1982<br />
1984<br />
1986<br />
1988<br />
Year<br />
anos<br />
1990<br />
Font e de da<strong>do</strong>s : FAO 2008; disponíve l em: acessa<strong>do</strong> em<br />
agosto de 2008.<br />
Ictalurus pu nctatus é notoriament e uma espécie com alto potenc ial<br />
invasor (e. g. TOWNSEND e WINTERBOR N, 1992; VITULE, 200 8), uma vez<br />
que se alastro u por toda a América <strong>do</strong> Nort e e j á se encontra estabelecid a<br />
em outros continentes como Ás ia e Europa, c om diversos problemas já<br />
1992<br />
1994<br />
1996<br />
1998<br />
2000<br />
2002<br />
2004<br />
2006<br />
constata<strong>do</strong>s (e.g. FULLER et al., 1999; TOWNSEND e WINTERBORN,<br />
1992). Esta espécie tem si<strong>do</strong> coletada em rios <strong>do</strong> litoral paranaense, entre<br />
eles o rio Guaraguaçu (25º42' S e 48º31' W), maior rio <strong>do</strong> litoral paranaense<br />
(VITULE et al., 2005; VITULE, 2008).<br />
Situação Atual da espécie no <strong>Paraná</strong><br />
Os peixes representam 15% da proteína animal consumida pelo homem<br />
(FAO, 2006). O crescimento das populações humanas, alia<strong>do</strong> à drástica<br />
diminuição <strong>do</strong>s estoques naturais devi<strong>do</strong> à sobrepesca, tem gera<strong>do</strong><br />
mundialmente um incremento substancial na aqüicultura como forma<br />
alternativa de tentar suprir e aumentar a fonte de proteína e renda. Isto<br />
está ocasionan<strong>do</strong> uma séria crise na biodiversidade de ambientes<br />
aquáticos continentais, pois apesar da aqüicultura ser uma importante<br />
fonte de proteína e renda, também é a principal responsável pela<br />
introdução de peixes (CASAL, 2006), principalmente em países em<br />
desenvolvimento (VITULE, 2008). Segun<strong>do</strong>, um <strong>do</strong>s mais importantes<br />
bancos de da<strong>do</strong>s para peixes, o FISHBASE (www.fishbase.org), existem<br />
3072 registros de introduções de peixes entre países, sen<strong>do</strong> que destes<br />
2904 são referentes às espécies de água <strong>do</strong>ce, a maioria destas (>40%)<br />
realizadas por aqüicultura (CASAL, 2006; FISHBASE, 2007).<br />
Os peixes introduzi<strong>do</strong>s em águas continentais apresentam um grande<br />
histórico de casos catastróficos, com problemas de perda de<br />
biodiversidade, sócio-econômicos, entre outros (revisa<strong>do</strong> em: VITULE et<br />
al., 2006b; GHERARDI, 2007; VITULE, 2008). A introdução de espécies é a<br />
segunda maior ameaça para a conservação da diversidade biológica,<br />
sen<strong>do</strong> considerada o principal problema para a conservação de peixes de<br />
água <strong>do</strong>ce (COWX 2002; CAMBRAY 2003a; b; COLLARES-PEREIRA e<br />
COWX 2004).<br />
Em se tratan<strong>do</strong> de percepção, controle ou erradicação, espécies<br />
aquáticas encontram-se entre as mais problemáticas. Neste senti<strong>do</strong>, os<br />
peixes tornam-se graves ameaças, pois são organismos muito<br />
dissemina<strong>do</strong>s, móveis, altamente adapta<strong>do</strong>s ao meio e de difícil<br />
percepção e/ou detecção. Entretanto, a grande quantidade de ambientes<br />
com peixes introduzi<strong>do</strong>s em águas continentais no Brasil pode ser<br />
evidenciada se notarmos que, em ambientes aquáticos próximos às<br />
regiões mais populosas <strong>do</strong> país, (notoriamente: Sul e Sudeste) existem<br />
espécie introduzidas e em muitos casos, estas são mais comuns e<br />
abundantes que as espécies nativas (VITULE et al., 2006b; VITULE, 2008).<br />
Entretanto, ainda não existem da<strong>do</strong>s integra<strong>do</strong>s, gerais, amplos e<br />
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