40 anos de Vacina Sabin no Brasil - História da Poliomielite - Fiocruz
40 anos de Vacina Sabin no Brasil - História da Poliomielite - Fiocruz
40 anos de Vacina Sabin no Brasil - História da Poliomielite - Fiocruz
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
sucedi<strong>da</strong>, só lamento os ocorridos que você falou, que não são bons, e te peço <strong>de</strong>sculpas<br />
em relação ao erro médico do Hospital.<br />
Tânia Rodrigues<br />
Painel 1 – A experiência <strong>da</strong> doença: laboratório, epi<strong>de</strong>miologia e clínica<br />
Eu queria dizer que nós temos uma fábrica <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s na Associação.<br />
Nela, <strong>de</strong>senvolvemos as ca<strong>de</strong>iras e ven<strong>de</strong>mos peças para a ACD. Essa instituição<br />
faz, na maioria, ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s específicas, porque ela compra equipamentos e<br />
monta. Nós estamos procurando fazer o mesmo, mas as ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s especiais,<br />
principalmente para crianças, são extremamente caras porque os equipamentos nós<br />
temos que comprar, porque não fabricamos, e isso faz com que o preço final <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ira<br />
fique muito alto. Nós <strong>de</strong>senvolvemos uma cópia <strong>de</strong>ssa ca<strong>de</strong>ira, feita por um<br />
engenheiro. Então acontece que nós fizemos uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> baixo<br />
custo, algo difícil <strong>no</strong> país. Mas nós não ven<strong>de</strong>mos essas ca<strong>de</strong>iras para as ortopedias,<br />
porque se ven<strong>de</strong>rmos, o preço para o consumidor po<strong>de</strong>rá ser o dobro ou o triplo do<br />
valor que repassamos às ortopedias. Então, o custo não será baixo como queríamos<br />
que fosse. Desse modo, somente ven<strong>de</strong>mos essas ca<strong>de</strong>iras para as associações <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ficientes físicos do <strong>Brasil</strong>, incluindo a ACD e a ABBR ou para o SUS. Para esse<br />
último, conseguimos que fosse feita uma padronização <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à<br />
doação. Hoje eles procuram comprar a <strong>no</strong>ssa ca<strong>de</strong>ira que custa mais barata, que é<br />
<strong>de</strong> ferro, mais pesa<strong>da</strong> que a <strong>de</strong> alumínio, e cobram do sistema uma ca<strong>de</strong>ira quase<br />
três vezes mais cara, como a <strong>de</strong> alumínio. Infelizmente, é isso que acontece <strong>no</strong> país.<br />
Todo mundo sabe disso e não acontece somente com o empresário, mas com algumas<br />
ONG’s. Quer dizer, é difícil fiscalizar também essas doações. Agora, não sei se<br />
os funcionários do Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> estarão aqui, porque eles criaram uma re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reabilitação, que ain<strong>da</strong> não tive a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ver a portaria, mas eu espero<br />
que consiga realmente contemplar alguns portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência. Porque na ver<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
tem que acabar <strong>no</strong> país essa mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> achar que parlamentar, Lions e<br />
Rotary, é responsável para <strong>da</strong>r órteses e próteses para as pessoas. Eu nem falo que a<br />
gente tem uma fábrica <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s, porque se eu disser, <strong>no</strong> meu gabinete<br />
vai fazer fila para pedir ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s. Então isso é gritante nesse país, porque a<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> está aí, as crianças sem po<strong>de</strong>r an<strong>da</strong>r, as pessoas se jogando <strong>no</strong> chão.<br />
Têm vários parlamentares que incentivam essa questão. Mas muitas vezes, somos<br />
forçados a <strong>da</strong>r. Existe uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> mensal <strong>de</strong> doações, e existe uma fila uma<br />
e<strong>no</strong>rme aguar<strong>da</strong>ndo, porque é extremamente necessário.<br />
Nos Estados Unidos, as pessoas saem do Hospital já protetizado ou com uma<br />
órtese, caso tenham necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Aqui não, aqui eles saem e, se Deus quiser, vão<br />
conseguir uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s usa<strong>da</strong>, ou alguém que fez uma doação, ou algo do<br />
gênero. No <strong>Brasil</strong>, o <strong>de</strong>ficiente não tem garantias.<br />
21