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40 anos de Vacina Sabin no Brasil - História da Poliomielite - Fiocruz

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do vírus vacinal, que foi essa experiência do Haiti e a República Dominicana. A experiência<br />

do Haiti, por exemplo, país com coberturas que não chegavam ou ficavam<br />

em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>40</strong>%, <strong>de</strong>u oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para o vírus vacinal. No caso, um vírus vacinal,<br />

circulando quase dois <strong>a<strong>no</strong>s</strong> sem apresentar casos paralíticos. Mas nessa passagem<br />

ele foi se transformando, como disse o <strong>no</strong>sso expert aqui, a estrutura, o código genético<br />

do vírus vão sofrendo em alguns blocos alterações, <strong>no</strong> que chegou a uma alteração<br />

<strong>de</strong> 3%. Foi quando começaram a aparecer casos paralíticos por esse vírus. Nós<br />

<strong>no</strong>tamos que há uma incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do programa manter altas coberturas. No <strong>no</strong>sso<br />

caso, o <strong>Brasil</strong> mantém altas coberturas e relativamente homogêneas, por isso que<br />

nós <strong>de</strong>vemos continuar mantendo campanhas <strong>de</strong> vacinação, <strong>de</strong> modo a ter e manter<br />

a população com esse nível <strong>de</strong> proteção bem elevado. O risco <strong>no</strong>sso é se, <strong>de</strong> repente,<br />

o programa começar a cair. Casos como esses, <strong>de</strong>ssas variantes, já ocorreram <strong>no</strong><br />

Egito, em 1981. Ocorreu esse do Haiti e <strong>da</strong> República Dominicana, e o último foi<br />

agora nas Filipinas. Mas também mostrava a mesma problemática. Nas Filipinas,<br />

coberturas extremamente baixas, relativamente baixas, possibilitavam esse tipo <strong>de</strong><br />

circulação <strong>de</strong>sse vírus, e aí retomou essa possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer a doença. O impasse<br />

do programa é que <strong>no</strong> momento que chegarmos à erradicação global, como vamos<br />

proce<strong>de</strong>r <strong>no</strong>s termos <strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>r a vacinação? Modificar os sistemas vacinais? Isso<br />

tudo está em pauta, está em discussão, não tem na<strong>da</strong> muito claro, nem muito <strong>de</strong>finido.<br />

É uma discussão <strong>de</strong> várias correntes. Têm umas que pensam em combinar a<br />

vacina <strong>de</strong> pólio oral com a vacina injetável, com a Salk, fazer essas combinações,<br />

outros não <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m isso ain<strong>da</strong>, alguns <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m ter os tópicos <strong>de</strong> vacina oral<br />

mo<strong>no</strong>valente, para ca<strong>da</strong> pólio um vírus. O programa que se encontra é um impasse<br />

ain<strong>da</strong>. Em algum momento vamos chegar a um consenso e tomar uma direção. Se<br />

vai ser a mais apropria<strong>da</strong> ou não, o tempo vai dizer e a experiência vai dizer. Esse<br />

trabalho <strong>da</strong> pólio é realmente um trabalho que foi todo em cima <strong>de</strong> experiência. Laboratório,<br />

vigilância epi<strong>de</strong>miológica, clínica, todo mundo caminhando em conjunto,<br />

fazendo uma gran<strong>de</strong> experiência que é essa, tentar substituir, fazer <strong>de</strong>saparecer um<br />

vírus que era natural, o selvagem, por um vírus vacinal, e <strong>de</strong>pois até a outra etapa<br />

que é acabar com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse vírus vacinal se duplicar.<br />

Edson Elias<br />

Painel 1 – A experiência <strong>da</strong> doença: laboratório, epi<strong>de</strong>miologia e clínica<br />

Posso fazer um comentário? Todo o estudo sobre a existência e a duração dos<br />

vírus vacinais <strong>no</strong> meio ambiente mostram que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>, <strong>no</strong> máximo, dois meses e<br />

meio, já não se <strong>de</strong>tecta mais o vírus <strong>de</strong> vacina <strong>no</strong> meio ambiente. Encontra-se o vírus<br />

em esgoto, por exemplo, até dois meses <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> campanha <strong>de</strong> vacinação, <strong>de</strong>pois<br />

eles <strong>de</strong>saparecem. Em Cuba isso está sendo muito bem feito.<br />

Então, uma <strong>da</strong>s alternativas seria um Dia Mundial <strong>de</strong> <strong>Vacina</strong>ção, que seria o último<br />

com vacina oral em todo o mundo, assim então pararíamos para ver o que acon-<br />

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