40 anos de Vacina Sabin no Brasil - História da Poliomielite - Fiocruz
40 anos de Vacina Sabin no Brasil - História da Poliomielite - Fiocruz
40 anos de Vacina Sabin no Brasil - História da Poliomielite - Fiocruz
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Painel 2 – O enfrentamento <strong>da</strong> doença: vacina, campanha, erradicação<br />
vou dizer todos, mas tem uma cultura geral <strong>de</strong> aversão à injeção. Realmente, os resultados<br />
que estamos alcançando na vacinação <strong>de</strong> jovens e adultos até 49 <strong>a<strong>no</strong>s</strong>, também<br />
mostram que a cobertura é muito baixa nessa população, e tem que se buscar uma<br />
estratégia, tem que se buscar alguma coisa que mobilize esse grupo para vacinar. Talvez<br />
aquele cartoon <strong>da</strong> tuberculose com a morte, não sei, mas tem que se buscar, algo.<br />
Agora quanto aos efeitos adversos, realmente, é uma questão que ca<strong>da</strong> vez mais é<br />
importante, na medi<strong>da</strong> que a doença é controla<strong>da</strong>. Desaparece a doença, os efeitos<br />
adversos aparecem com muito mais importância, muito mais importância. Quando<br />
tinha casos <strong>de</strong> poliomielite, quando tinha aquelas crianças to<strong>da</strong>s <strong>no</strong> pulmão <strong>de</strong> aço,<br />
<strong>no</strong> Hospital Jesus, com a Itamara Meilman tentando aten<strong>de</strong>r to<strong>da</strong>s as crianças que<br />
chegavam lá e não tinha pulmão <strong>de</strong> aço para colocar a criança, a população tinha<br />
<strong>no</strong>ção <strong>de</strong> que tinha que se prevenir. Mas na medi<strong>da</strong> que isso <strong>de</strong>saparece e casos<br />
associados à vacina aparecem, esse problema começa a ficar importante. Então, nós<br />
temos realmente a convicção que a reação adversa é um caso importante. Nós temos<br />
mortes associa<strong>da</strong>s à vacinação contra a febre amarela. Nós temos, é recente isso,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 64 <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> imunização, não sei quantos milhões <strong>de</strong> pessoas que foram<br />
imunizados, agora aparecem casos <strong>de</strong> morte por vacinação contra a febre amarela. É<br />
claro que isso <strong>no</strong>s preocupa, preocupa na forma absolutamente gran<strong>de</strong>, porque como<br />
é que vamos dizer: “vacine-se”, “não tem perigo?” Nós já não po<strong>de</strong>mos dizer que<br />
não tem perigo, nenhuma vacina é inócua completamente.<br />
Então, eu acho que em termos <strong>de</strong> futuro, a médio e longo prazo, as vacinas do<br />
futuro serão to<strong>da</strong>s inativa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> componentes, não queremos vacinas <strong>de</strong> vírus vivo<br />
atenuado, vacinas <strong>de</strong> bactéria atenua<strong>da</strong>, não vai ser assim, vai ser componente <strong>de</strong><br />
bactéria, alguma coisa que seja inerte, que não vá provocar doença, seguramente<br />
será assim.<br />
No caso <strong>de</strong> poliomielite, que nós estamos falando <strong>de</strong> erradicação global em 2005.<br />
A China eu acho que esse a<strong>no</strong> já não teve mais casos, os últimos casos <strong>de</strong> pólio estão<br />
localizados na África, em alguns países <strong>da</strong> África e <strong>no</strong> Paquistão. E essa guerra <strong>no</strong><br />
Afeganistão, eu não sei. E a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> realmente <strong>de</strong> acabar com a poliomielite,<br />
com a vacina oral <strong>de</strong> vírus vivo atenuado, eu acho que é muito gran<strong>de</strong>. Depois o que<br />
vai acontecer? Acho que nós vamos ter que possuir estoques estratégicos. A vacina<br />
inativa<strong>da</strong> é muito mais complexa do que a vacina oral, em termos <strong>de</strong> produção inclusive,<br />
precisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>z vezes mais massa viral para produzir uma dose <strong>da</strong> vacina<br />
inativa<strong>da</strong>, e certamente teremos, em função <strong>de</strong> onze <strong>de</strong> setembro, aquelas torres <strong>de</strong><br />
Nova York que foram <strong>de</strong>struí<strong>da</strong>s, eu acho que a gente vai ter que ter um estoque <strong>de</strong><br />
vacinas, e provavelmente inativa<strong>da</strong>s, porque não vamos voltar, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> erradica<strong>da</strong>,<br />
a vacinar com vírus vivos atenuados, penso assim. Você vê, a varíola, nós vamos<br />
produzir a vacina contra a varíola atenua<strong>da</strong>, vírus que foi usa<strong>da</strong> para a erradicação,<br />
mas já tem grupos que preconizam a utilização do vírus inativado. Portanto, eu acho<br />
83